15 dias para confessar - Sujeito suspeito

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Pov Narrador


     Passava pouco das dez horas da noite quando o alarme do carro de Arthur começa a tocar sem parar do outro lado da casa de Louis, onde passaram a noite a conversar e a jantar entre algumas gargalhadas e copos de vinho. 

     Os três saíram à rua alarmados. Lua mais uma vez mostrava-se assustada e nervosa com que pudesse ainda mais acontecer aos dois, visto que nos últimos tempos de tudo lhes acontece. 


- Mas o que... - Arthur leva as mãos à cabeça ao ver o estado do seu carro. - Não! - Gritou por pouco, ajoelhando-se no chão e baixando a cabeça por completo.


     Louis olhou para o carro despedaçado e não quis acreditar. Olhou para Lua e viu-a transtornada com o que os seus olhos miravam e levou-a para dentro de casa. Enquanto levava Lua para a sala, tentando acalmá-la, pegou no telemóvel e ligou para a polícia.
     Arthur continuava do outro lado de fora de casa, à beira do seu carro destruído. Aos poucos, os vizinhos de Louis chegavam-se à beira do médico e lamentavam o sucedido. Todos diziam não terem visto ou escutado nada.

     Após quinze minutos, a polícia chegou. Arthur explicou o que havia acontecido. 

- Você por acaso é o Arthur Aguiar? Aquele a quem foram à sua casa...
- E partiram-me a janela da cozinha deixando lá uma mensagem... - Arthur completou a frase. - Sim, sou eu.
- Ouça... você está a ser ameaçado. - Avisou o polícia.
- A sério? - Arthur encarou o polícia de forma a deixar-lhe claro que de ele próprio já tinha percebido disso.
- Você tem inimigos?
- Que eu saiba não... mas pelos vistos sim.
- Vamos levar o carro para averiguar... desconfio que preste para mais alguma coisa. - O polícia balançou a cabeça ao olhar o estado lastimável do carro. 

     O mini one comprado no ano passado estava totalmente irreconhecível. Para além de lhe terem levado os pneus do carro, haviam-lhe partido os vidros por completo, rasgaram-lhe os estofos do carro, partiram os espelhos das laterais do carro e até a matricula partiram a meio. 
     O carro foi levado e a polícia disse que trazia noticias no dia seguinte. Arthur voltou para dentro de casa do amigo de trabalho e só conseguiu chorar. Lua, estava agora mais calma, e consolava o marido.


- Tem calma... isto vai acabar.
- Vai? Quando? - Arthur perguntou com raiva, mas ele sabia que ela não tinha culpa de nada e logo depois abraçou-lhe.
- Ouçam... eu peço desculpa... quero dizer... - Louis estava muito atrapalhado. - Eu não sabia que isto ia acontecer... planeei este jantar porque vos prometi um e agora isto acontece e eu não sei o que dizer... desculpem.
- Tu não tens culpa. - Arthur levantou-se do sofá e esfregou os olhos vermelhos. - É melhor irmos embora.
- Eu levo-vos a casa. - Disse Louis.

(...)

     Mais uma manhã, mais novidades e uma série de problemas a resolver. Lua para além dos seus clientes na empresa tinha ainda de tratar dos casos que Arthur tinha na polícia. Todas as coisas que lhe estavam a acontecer não eram normais.

     Por volta das dez horas da manhã, Arthur foi chamado ao gabinete de Eduardo onde também lá se encontravam dois polícias da judiciária com um DVD em mãos. 


- Bom dia. - Deu ele assim que entrou no gabinete.
- Bom dia Arthur... - Disse Eduardo indo o receber à porta. - Antes de mais, quero lhe pedir desculpa por ter desconfiado de você... você sabe, é novo, não tem ainda anos de experiência e pronto... eu acabei me precipitando. - Eduardo respirou fundo e dirigiu-se à sua secretária. - Estes senhores têm algo para lhe mostrar. 


     Arthur assentiu com a cabeça em sinal positivo e um dos agentes colocou o DVD no computador mostrando-lhe de seguida imagens que comprovavam que alguém sabotou as dosagens que Arthur costuma preparar com todo o cuidado. Mais uma vez, toda esta cena levou o médico a desmoronar. 


- Ouça Arthur, nós vamos fazer os possíveis para descobrir quem é que está a fazer isto consigo. - Afirmou um dos polícias. - Você já é conhecido em toda a esquadra. O seu caso está a deixar-nos de cabelos em pé e juramos que estamos a fazer o melhor por si. Soubemos do que aconteceu com o seu carro e lamentamos o sucedido. Em breve, esperamos trazer-lhe novidades.
- O que aqui dificulta muito o caso é que você não nos consegue dar um nome. Normalmente, a pessoa desconfia ou sabe que tem um inimigo e você aqui não nos consegue dizer nada.
- Eu juro que realmente não sei.
- Pois... mas não se preocupe. 
- Outro dos factos é que ninguém vê nada... em nenhum dos sucedidos, não temos provas... algo que comprove X ou Y. Este é um dos casos mais difíceis que já vi em toda a minha vida. - Afirmou o polícia.

(...)

     No final da tarde, Arthurdirigiu-se ao quarto em que Bella estava internada após saber que ela tinha apresentado leves melhorias e que pelo menos já tinha abrido os olhos. Entrando no quarto, olhou para ela e suspirou. Suspirou porque é difícil ver uma pessoa guerreira como ela naquela cama sem poder mover-se ou dizer o que sente. Mas agora nada havia a fazer. 

     De volta a casa, encontrou Lua envolvida numa série de papeladas. Todas essas papeladas eram cartas vindas do tribunal apresentando os resultados das denúncias feitas por e contra o Arthur. Nada do que estavam nelas escritas apresentavam uma conclusão absoluta, ou seja, nada podia ser retirado dali. 


- Quem anda atrás de mim realmente sabe o que está a fazer... - Foi a única coisa que Arthur conseguiu dizer.
- Não quero que desanimes. - Lua pegou na mão dele. - Eu juro que assim que encontrarmos este animal, eu vou despedaçar-lhe. - Jurou Lua, roubando uma risada de Arthur. 
- Tu vais é ficar quieta. - Ele segurou-lhe nos braços e deitou-a no sofá. - Estás grávida. Precisas de descansar. Não quero que os meus filhos sejam maluquinhos por conta stress que a mãe está a passar. - Arthur suspirou.
- Eu quero que eles sejam como o pai. - Lua sorriu e beijou o rosto de Arthur bem por cima do seu. - Respeitadores, preocupados, responsáveis, apaixonados e apaixonantes...
- Apaixonantes, é? Sou apaixonante?
- Muito! - Lua sorriu e roubou-lhe mais um beijo.

(...)

Notas finais:

Eu sei, fiquei meio ano sem postar.
Eu sei, vocês querem me matar!

Mas hoje posto mais um, independentemente dos comentários.

Tem sido uma semana de loucos e o pior ainda nem chegou. Mas prontooo

3 comentários:

  1. Droga ;( quando é que vão descobrir quem é esse ser que está acabando com o ânimo do Thur :'(

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  2. Amei o finalzinho *--*
    Concordo com a Lua ele ésim apaixonante :)

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