15 dias para confessar - Inocente

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Pov Narrador

     Normalmente, entrar numa esquadra não tinha nada de novo para Lua. Ela era advogada e os advogados contactam a maioria dos clientes dentro de uma sela ou uma sala própria para tal. O que não era normal, era Lua entrar num lugar daqueles para defender alguém conhecido. Pior. Alguém que lhe é chegado. Alguém com quem trocou juras de amos à pouco mais de três meses. Alguém com quem divide a vida não à um, dois ou três anos trás. Alguém por quem daria a vida. Alguém que ama mais do que qualquer outra coisa.

     Lua sentiu um arrepio ao entrar na esquadra. Apresentou-se como Lua Aguiar e disse que tinha sido chamada para defender Arthur Aguiar que tinha sido preso nessa mesma tarde. O polícia que lhe atendeu encarou-a por duas ou mais vezes por perceber a afinidade que Lua tinha com Aguiar. Ainda assim, levou-a até à sala em que Arthur estava a ser interrogado.

     Quando entrou, deu de caras com dois inspectores sendo um tanto agressivos para Arthur, que estava sentado ainda de mãos presas pelas algemas. Os inspectores diminuíram o tom de voz com a chegada da advogada.


- Não pense que por ser mulher dele que lhe vai facilitar a vida. Se ele for mesmo o culpado, não irá sair daqui depois de uns bons quinze anos de pena. Se não mais!
- Fique a saber que eu sei ser justa com quem quer que seja. - Avisou Lua - Fique já a saber que o que vocês estão a fazer é crime. Há falta de provas e eu vou provar isso. Outra coisa, quero a ficha com as ocorrências, locais e horas dos assassinatos e se eu provar que o meu cliente está inocente, você terá de se haver comigo! - Ameaçou Lua.
- Minha querida senhora, - começou o inspector que aparentava ser o mais velho - nós encontramos as seringas no local de trabalho do seu marido.
- Seja profissional e trate-o pelo nome correto.
- Do seu cliente. Está melhor assim?
- Muito melhor! - Disse Lua. - E já agora, ele é médico e é normal ter vacinas na sua pose.
- O que não é normal é que essas vacinas sejam as do crime.
- Tudo por que tem a digitais dele? Hoje em dia é tão fácil de se conseguir as digitais de alguém e você, mais que ninguém, deveria saber disso. Eu vou provar que o meu cliente está inocente e depois falamos melhor! Agora, peço que me deixe a sós com o meu cliente.

     O inspector, um tanto irritado, abriu a porta, mas não antes de lançar num olhar mortal a Arthur. Os dois inspectores saíram da sala e fecharam a porta com força.

     Lua sentou-se no local onde o inspector estava e olhou para Arthur com lágrimas nos olhos. Arthur estava um caco. Estava com os olhos vermelhos e um olhar terrível que dava pena a qualquer um.

- Ajuda-me. - Pediu ele. - Tu sabes, eu não seria capaz disto. Eu juro por tudo o que é mais sagrado. Eu não tenho culpa do que aconteceu. Eu não sei como é que aquilo foi bater ali. Lua, não fui eu! - Arthur dizia cada palavra com o coração. Notava-se um certo desespero em cada palavra.
- Como é que isto foi acontecer? - Lua colocou as mãos em cima da mesa questionando-se - Será complicado tirar-te daqui hoje. Terás de... passar a noite aqui. - Lua engoliu seco. Arthur finalmente começou a chorar. - Mas eu vou provar que estás inocente. Eu sei que não eras capaz de fazer isto com ninguém. Nem uma formiga matas, não é mesmo? - Lua tentou tirar uma gargalhada de Arthur mas apenas conseguiu um sorriso. - Não preocupes. Farei de tudo para te tirar daqui.

     Lua colocou a mão sobre a barriga e lembrou-se da surpresa que ia fazer a Arthur, assim que ele chegasse a casa. Depois pensou que era melhor guardar a surpresa para quando ele chegasse a casa. Este não era o momento indicado.

(...)


     Lua recebeu em mãos os documentos com todos os detalhes dos três homicídios. Curiosamente, todos eles aconteceram no horário de trabalho de Arthur, excepto o de domingo, em que era o dia de folga de Arthur. Ainda assim, Lua iria conseguir provar em que dois deles seria impossível ter sido Arthur. Restava agora ir ao hospital e pedir cópias do horário de entrada e saída dos médicos, coisa que demoraria apenas uma hora ou duas.
     Quanto ao homicídio que ocorrera domingo, ela própria seria uma testemunha de que Arthur teria passado o dia com ela, assim como Louis que se ofereceu para ajudar no que fosse possível.

- Amanhã vamos a tribunal onde vou apresentar as provas que obtive hoje. O Arthur já passou tempo de mais ali dentro.
- Quem achas que poderá ter feito isto?
- Eu não sei... - Lua abanou a cabeça negativamente.
- Ele tem inimigos? Alguém com quem se tenha dado mal?
- Não... o Arthur sempre foi muito social com todos. Nunca teve nenhuma discussão que resultasse disto... acho mais provável ter sido alguém do hospital que aproveitou um descuido dele para colocar a merda das seringas lá dentro. Eu não sei, realmente não sei. Vamos esperar por mais um descuido para ver se aqueles merdas daqueles inspectores conseguem apanhar o verdadeiro culpado.

     Lua suspirou e levantou-se da mesa sem pedir licença. Estavam a meio da refeição e Louis estranhou a ação de Lua e foi trás dela, seguindo-a até à casa de banho.

Assim que Lua saiu, encarou Louis que continha um sorriso nos lábios.

- O Arthur vai ser pai e nem me avisou? - Louis continuava com um sorriso nos lábios enquanto tentava segurar Lua que encontrava-se estonteada.
- Ele ainda não sabe... - Lua mostrou um sorriso forçado. - Acredites ou não, eu ia contar-lhe no dia em que ele foi preso.
- Já sabes de quanto tempo estás?
- Acreditas que eu ainda nem fiz o teste? - Lua encarou o médico
- Então como sabes que...
- Oh... apenas sei. Sei perfeitamente dos sintomas pelos quais tenho passado... são enjoos, são tonturas, atrasos, e bom... aqueles descuidos com o Arthur. - Lua corou.

- Eu acho melhor começares a ser seguida por um médico. Posso te indicar uma médica muito boa lá no hospital caso não te sintas à vontade comigo, que sou homem. - Louis riu. - E depois podes pedir transferência para seres atendida com o Arthur.

- Eu não queria que ele soubesse por terceiros. Queria ser eu a contar-lhe.
- Claro, eu não lhe vou dizer nada. E é só pedires à médica para guardar segredo e ela assim o fará.
- Obrigada. - Lua sorriu para ele.

(...)

Notas finais:

Aqui está o capítulo que prometi. Amanhã tem mais 

7 comentários:

  1. Lua tem Q provar Q ele é inocente

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  2. Aí lua tente provar que o thur é inocente !

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  3. Ah que grande injustiça eles estão cometendo,a Lua tem que provar que o Arthur é inocente.

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  4. Bichinho do Thur :( haaaaaaaaaaaa louca por mais..

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  5. Como assim? Não pode! O Artjur tem que ser solto agora! Tadinho dele! Foi aquele babaca do Gaspar né? Certeza que foi ele!

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  6. Ai que maldade com o Thur solte ele agora que coisa ansiosa por mais :/

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