15 dias para confessar - 2ª Temporada de S.T. - Feira

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Arthur

      Ia haver uma semana de feira antes do Natal. Nesta feira, vendem-se petiscos e doces de natal, bebidas típicas de natal, há sorteios com grandes prémios e cabazes, há jogos e outras diversões. O mesmo grupo que saiu no sábado à noite, reuniu-se hoje para ir visitar essa tal feira. 
     Encontramo-nos na casa do Gaspar para jantar e só depois iríamos sair.

- Não caros amigos, hoje eu não bebo nada. - Disse eu, quando o Gaspar nos ofereceu um licor qualquer que a sua mãe tinha feito.
- Menino. - Gozou comigo.
- Foda-se. - Respondi - Não foste tu que te estendes-te ao comprido na outra noite. Só não apanhei da minha mãe porque não tenho idade para isso.
- Mas pensa pelo lado positivo... dormis-te com a Lua
- Sim, John. O problema é que não me lembro de nada.
- Talvez ela violou-te e nem te deste de conta.
- Tenho a certeza que não. Ela estava com raiva de mim.
- E agora? Estão bem?
- Não sei. Não falamos desde ontem.
- Convida-lhe hoje.
- Nananinanão! - Gaspar disse - Nós temos companhia para hoje. - Gaspar deixou o telemóvel no balcão e dirigiu-se para a porta de entrada enquanto esfregava às mãos. Abriu a porta e eu consegui ouvir alguns gritínhos ridículos.

- Gaspar! - Eram três raparigas e outro casal atrás. Lembrava-me delas, da noite de sábado. Entre elas, vinha a tal ruiva que eu curti. Chama-se Natacha.
- Arthur! - Lá vinha a ruiva me cumprimentar. Fiz-me de sério, dando-lhe um beijo no rosto e nada mais. - Então, ficaste bem?
- Sim, lindamente.
- Temos de repetir aquela noite.
- Veremos. - Sorri forçado e fui para o outro lado da cozinha.

     Ficamos lá por mais uns quinze minutos e depois fomos para os carros, encaminhando-nos para a tal feira. Levei o carro da minha mãe. Nele, além de mim, iam o Gaspar e o John. As amigas dele tinham carro, assim como o outro casal que ainda desconheço.

     Estava uma confusão de carros à entrada da feira. A música ouvia-se ao longe, assim como se via já muito bem as luzes das várias diversões que lá tinha. Estacionamos e fomos explorar o espaço.

- Posso me segurar a ti? - Uma mão envolveu o meu braço. A ruiva.
- Podes. - Respondi sem animo.

     Ela estava de saltos altos, sendo que esta feira era composta por um areal manhoso. Bad idea.

- Estás estranho. Eras mais simpático quando estavas bêbado.
- Vou levar isso como um elogio.

     Encontramos uma barraca de tiro ao alvo e decidimos tentar a nossa sorte. Pedimos três fichas para cada e, um a um, começamos a jogar. Conclusão: acabei por ganhar o prémio. Festejo com os meus amigos e, no momento em que me virava para trás para poder festejar, vejo Lua. Ela estava com a Dianna.

- Olha quem está ali. - John olhava para o mesmo lugar que eu. - Vai falar com ela.

     Sorri para John, ficando feliz por ele me apoiar tanto.

- Lua! - Chamei. Chamei mais do que uma vez até ela me ouvir e vir, lentamente, até mim.
- Olá. 
- Não sabia que ias andar por aqui. 
- Pois, vim com a Dianna. 
- Acabei de ganhar o tiro ao alvo. Escolhe um dos prémios.
- Para mim? Porque não à tua amiga? Acho que ela está desejosa. - Lua percebeu que a Natacha me olhava diferente.
- Oh, por favor. - Quis ignorar a Natacha. - Escolhe, vá!
- Menino, despache-se porque eu tenho mais que faça. - Avisou o dono da barraca.
- Vem! - Puxei Lua para perto da bancada e ela lá escolheu um peluche.
- Obrigada. - Ela sorriu para mim e fiquei feliz por vê-la daquele jeito.
- Estão aqui à muito tempo?
- Sim, algum. - Ela respondeu. Fomos andando até perto da Dianna que estava ao telemóvel. - Estamos quase a ir embora. Estamos à espera da boleia.
- De quem? - Quis eu saber.
- Do Bruno e do Nuno. Eles aborreceram-se e foram dar uma volta.
- Porque é que não ficas? Eu levo-te a casa.
- Não, Thur. Além disso, o peluche é grande - Lua riu
- Mas eu tenho carro. Deixas o peluche lá e vens para cá comigo.
- Mas tu não estavas acompanhado?
- Não. - Ela encarou-me. - Quero dizer, sim. Mas tu és mais importante. Além disso, conheces o John e o Gaspar.
- Vai lá Lua! - Encorajou Dianna - Antes que o rapaz morra de coração.
- Ok! - Lua concordou. Nisto, Dianna olhou para mim e piscou-me o olho, depois sussurrou "Vê se aproveitas e não estragues tudo desta vez". 

     Começamos a caminhar lado a lado. John ficou feliz por ver que eu estava com a Lua e disse para não me preocupar com nada, apenas que aproveitasse o momento com ela. Lua levava o enorme peluche nos braços. Parecia estar contente e ao mesmo tempo pensativa. Aposto que sei a razão, mas, por enquanto, não me quis meter.

- Acho melhor irmos pôr isso ao carro. Depois andamos numas diversões e quando quiseres eu levo-te a casa. - Ela não respondeu. Apenas fez sinal positivo com a cabeça.

     Fomos até ao carro. Deixamos o peluche lá e, no caminho de volta à feira, ela para.

- Arthur,
- Sim?
- Na verdade, acho melhor ir para casa.
- Porquê?
- Por causa do Bruno. Ele vai ficar chateado.
- Somos amigos. Os amigos saem juntos e fazem coisas juntos. E não é de agora que somos amigos.
- Sim, mas ele sabe pelo que nós passamos. - Olho para ela assustado. - Ok, não tudo. Mas sabe que quase namoramos e que a seguir... fizeste o que fizeste.
- Tudo bem. Só queria aproveitar estar contigo. Daqui a uns dias não vamos poder estar juntos como agora... quem sabe, nunca mais vamos estar juntos. - Essa possibilidade fez-me doer o peito.
- Sem dramas. - Pediu ela.
- Não são dramas. Desculpa lá se gosto de ti.
- Não achas que é tarde? - Ela encarou-me - Podíamos estar juntos agora. Tu é que estragaste tudo!
- Podes não jogar-me à cara isso todas as vezes que me vês? Eu sei que estraguei tudo. Mas é por isso que estou aqui a tentar arremedar as coisas e a fazer com que voltes para mim.
- Vais ter de te esforçar muito. Nada vai fazer esquecer-me pelo que me fizeste passar.
- Eu sei disso. Mas vou conseguir fazer com que me perdoes de uma vez por todas ou que pelo menos pares de me atirar à cara que te fiz sofrer por vários meses.


***

Notas finais:

Mais uma capítulo!

Lots of love, Cristina.
Merry Christmas 

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