Peça-me o que quiser ou deixe-me - 3º temp. - 5º,6º,7º e 8º Capítulo (Adaptada)

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Capítulo 5:
– Nada de mais, mulher. É um menino. Só esta com uns galos na cabeça e uns arranhõezinhos, mas nada de grave. É isso mesmo... Você tem que ver como anda de bicicleta.
Eu sorrio ao imaginá-los. Luz e Flynn, quem teria pensado? Ainda me lembro da primeira vez que se encontraram e minha sobrinha me perguntou: "Por que ele não fala chinês?". Mas surpreendentemente, em seguida, se conheceram e se merecem. Tanto que Flynn exigiu ir para Jerez durante nossa lua de mel.
– E Raquel? Eu pergunto, mudando de assunto.
– Sua irmã me tira do sério, filha.
Eu sorrio e tenho pena dele. Quando minha irmã voltou para Espanha depois do meu casamento, decidiu passar algum tempo em Jerez com meu pai. Eu ofereci a casa que Arthur me deu, para que vivesse lá com as meninas, mas nem meu pai nem ela aceitaram. Eles querem ficar juntos.
– Vamos ver pai, o que se passa com Raquel?

Sua irmã está me deixando descabelado. Você pode acreditar que é a dona do controle remoto da TV? - Eu sorrio e ele acrescenta: – Estou farto de ver as fofocas, novelas e assuntos do coração. Como pode gostar tanto dessas besteiras?
Sem saber o que responder e quando vou dizer algo, ele acrescenta:
– E você sabe que ela me disse que, quando vocês voltarem da lua de mel para pegar Flynn, vai falar com Arthur para ajudar a procurar um emprego. De acordo com ela, tem que começar a sua vida trabalhando de novo. E, claro, há também as ligações de José.
– José? O que esse imbecil quer a essa hora?
– Segundo sua irmã, só para ver como as meninas estão e falar com ela.
– Você acha que ela quer voltar com ele?
Eu ouço meu pai bufar e finalmente responde:
– Não, graças a Deus isso pra ela está muito claro.
Saber dessas ligações não tem um pingo de graça. O idiota do meu ex-cunhado deixou a minha irmã enquanto ela estava grávida, para viver a sua vida louca. Só espero que Raquel seja esperta e não se deixe enganar por este lobo em pele de cordeiro.
Tentando não falar sobre esse assunto, eu sei que o meu pai não gosta, acrescento:
– E quanto ao fato dela querer trabalhar, papai eu sinto muito, mas tenho que lhe dar razão.
– Mas reflita moreninha, com o que eu ganho posso manter ela e as meninas. Por que ela quer trabalhar?
Convencida que entendo minha irmã e meu pai, digo:
– Ouça pai, tenho certeza de que Raquel é muito feliz com você e te agradece por tudo o que pode fazer por ela. Mas sua intenção não é ficar em Jerez e você sabe disso. Quando nos falamos, ela te disse que seria algo temporário e...

– Mas, o que ela irá fazer sozinha em Madrid com as meninas? Aqui ela estaria comigo, eu cuidaria delas e saberia que estão bem.
Impotente, eu sorrio. Meu pai é tão super protetor quanto Arthur. Tentando conciliar, acrescento:
– Pai... Raquel tem que voltar a viver. E se elar ficar com você em Jerez, levará mais tempo para retomar a sua vida. Você não entende?
Meu pai é o ser mais gentil e generoso do mundo e tento compreendê-lo. Mas eu também entendo a minha irmã. Ela quer seguir adiante e conhecendo-a, eu sei que conseguirá. Espero que não seja com José.
Quarenta e cinco minutos mais tarde, depois de me despedir do meu pai, vou ao restaurante comer. Tudo está ótimo e penso no que vou fazer quando eu terminar. Coloco meu biquíni verde fluorescente que acaba me deixando mais bronzeada. Vou para praia. Uma vez lá, procuro por uma rede livre com guarda-sol e quando a vejo, me dirijo até lá e deito.
Eu amo o sol!
Eu retiro o meu iPod e coloco os fones de ouvido, aperto o play e meu amado Pablo Alborán canta:
“Si un mar separa continentes, cien mares nos separan a los  dos.
Si yo pudiera ser valiente, sabría declararte mi amor...  que en esta canción derrite mi voz.
Así es como yo traduzco el corazón.
Me llaman loco, por no ver lo poco que dicen que me das.
Me llaman loco, por rogarle a la luna detrás del cristal.
Me llaman loco, si me equivoco y te nombro sin querer.
Me llaman loco, por dejar tu recuerdo quemarme la piel.
Loco... loco... loco... loco... locoooooooooooooo.”
Cantarolo, enquanto assisto as ondas que vêm e vão.

Que canção maravilhosa para ouvir contemplando mar!

Capítulo 6:
Feliz pelo momento que desfruto, abro meu livro e sorrio. Às vezes eu sou capaz de ler e cantar. Algo raro, mas eu posso fazer. Mas 20 minutos depois, quando Paulo canta La vie en rose, minhas pálpebras pesam e a maravilhosa brisa me faz fechar o livro. Sem perceber, me jogo nos braços de Morfeu. Eu não sei quanto tempo eu dormi, quando de repente eu ouço:
– Senhorita... Senhorita...
Abro os olhos. O que esta acontecendo?
Sem entender o que acontece, eu tiro meus fones de ouvido e um garçom que está diante de mim com um encantador sorriso me oferece um coquetel de Margarita e diz:
– Da parte do senhor de camisa azul que está na no bar.
Eu sorrio. Arthur está de volta.
Sedenta, bebo a bebida. É tão gostosa! Mas quando eu olho para o bar com um sorriso mais charmoso e sexy, eu me petrifico para ver quem me enviou o coquetel não é Arthur.
Deus, e agora?!
O senhor de camisa azul em questão é um homem de cerca de quarenta anos, alto, cabelo escuro e uma sunga de listras. Ao ver que eu olho para ele, sorri e eu quero que a terra me engula.
Agora, o que eu faço? Cuspo a bebida?
Mas não estou disposta a fazer nada disso. Eu agradeço como bem posso. Deixo de olhá-lo e abro o livro. Mas com o canto do meu olho eu vejo que sorri e se senta em um banquinho que há no bar e continua bebendo.
Por mais de meia hora me dedico a ler, mas na verdade não me intero de nada. O homem está me colocando histérica. Ele não se move, e não deixa de me olhar. No final, eu fecho o livro, tiro meus óculos de sol e decido dar um mergulho na praia.
A água está agradável e eu adoro isso.
Eu ando alguns metros e quando a água chega na cintura eu vejo que vem uma onda, como uma sereia me lanço para frente e mergulho para depois começar a nadar.
Oh, sim... Que sensação maravilhosa.
Cansada de nadar, finalmente flutuo de costas na água. Estou prestes a tirar a parte cima do biquíni, mas no final eu não faço. Algo me diz que o homem no bar continua me olhando, e ele pode tomar isso como um convite.
– Oi.
Surpresa ao ouvir uma voz ao meu lado, eu sobressalto e quase me afogo. Mãos desconhecidas me seguram rapidamente, quando consigo me levantar, me solta. Enxugando o rosto e a boca, pisco e quando vejo que se trata do homem que estava me observando, pergunto:
– O que você quer?
Ele, com um sorriso zombeteiro, responde:
– Para começa, não quero que se afogue. Desculpe se te assustei. Eu só quero conversar moça bonita.
Sem poder evitar eu sorrio. Eu sou tão boba e risonha. Seu sotaque mexicano é muito doce, mas me recompondo, me separo um pouco dele.
– Ei, olha... Muito obrigada pela bebida, mas eu sou casada e não quero conversar nada com você, ou com qualquer um, certo?
Ele assente e pergunta:
– Recém casada?
Estou a ponto de mandá-lo passear. E o que importa a ele? Respondo:
– Eu disse que sou casada, então, você seria amável de sua parte me deixar em paz antes que eu fique brava e você se arrependa? Ah... E antes que insista, eu  vou dizer que eu posso deixar se ser uma moça bonita e passo a ser uma Fera. Portanto, fique longe de mim e não me encha!
O homem acena com a cabeça e quando está longe, eu ouço dizer:
– Meu Deus, que mulher!

Sem tirar o olho, vejo que sai da água e vai direto para o bar. Pega uma toalha vermelha, seca o rosto e vai embora. Feliz com a vida. Sorrio e nado de volta para a costa. Sento-me na areia e começo a fazer o que tanto gosto: cobrir as pernas com areia. 

Capítulo 7:
Perdida em pensamentos, eu pego a areia molhada e a deixo cair em cima de mim, quando vejo que alguém senta ao meu lado. É uma menina.
Encantada, dou um sorriso e a pequena me diz, entregando-me um balde de praia.
– Quer brincar?
Incapaz de recusar, concordo e enquanto o encho de areia, pergunto:
– Como se chama?
Ela com um precioso sorriso me olha e responde:
– Angelly, e você?
– Lua.
A menina sorri.
– Tenho seis anos, e você?
Ihhh... Outra curiosa como a minha sobrinha querida Luz e com um sorriso bagunço o seu cabelo, pegando o balde. È a minha vez de perguntar:
– Vamos fazer um castelo?
Maravilhada. Eu começo a brincar, enquanto o sol me seca. Estou ficando muito... Muito morena, como meu pai diria: Igual a uma cigana!
Uma hora depois, a menina vai embora com os pais e quando eu volto para a minha rede em dois segundos um rapaz mais jovem que eu senta na areia e diz em inglês:
– Oi. Meu nome é Georg. Está sozinha?
Sem conseguir evitar-lo dou um sorriso. Nossa!! Como se paquera aqui !!!!!!
– Oi, meu nome é Lua e não, eu não estou sozinha.
– Espanhola?
– Sim. – Empino o nariz e acrescento: – Com certeza você gosta de paella e sangria, certo?
– Oh, sim... Como sabe?
Acho graça. Esse sotaque tão característico eu conheço. Olhando para ele, pergunto:
– Alemão, certo?
Boquiaberto me olha.
– Como você sabe?
Me dá vontade de dizer coisas como Frankfurt! Audi!, Mas achando graça, eu respondo:
– Eu sei um pouco de alemão e reconheci o seu sotaque.
Dito isto, eu pego o protetor solar e começo a passar em mim. Quando ele pergunta:
– Quer que eu passe?
Paro. O olho de cima a baixo e digo:

– Não, obrigada. Eu sozinha faço muito bem.
Georg assente. E vejo que ele quer falar.
– Eu tenho observado você a manhã toda e ninguém sentou aqui com você, exceto eu, tem certeza que você não está sozinha?
– Eu já respondi.
– Eu vi que você brincou com uma menina e deu um fora em um tio.
Incrível, esse moleque me observou o tempo todo?
– Olha, George, eu não quero ser antipática, mas eu quero saber porque estava me assistindo?
– Eu não tinha nada melhor para fazer. Estou de férias com meus pais e eu estou entediado. Você vai me deixar pagar uma bebida?
– Não, obrigada.
– Você tem certeza?
– Absoluta, Georg.
Sua insistência e juventude me fazem rir, justo quando meu celular toca. Uma mensagem.
Paquerando, Sra. Aguiar?
Rapidamente me viro. Olho em volta e vejo. Arthur está no bar me observando.
Eu sorrio, mas ele não sorri de volta. Oops... Oops... Oops...
Pelo seu olhar eu sei que está pensando no que fazes um desconhecido ao meu lado. E eu pronta para acabar com isso, eu olho para o jovem e digo:

– Você vê aquele homem alto e loiro olhando para nós do bar?

Capítulo 8: 
– Aquele que nos olha com uma cara irritada, diz o jovem, olhando na direção que meu dedo aponta.
Sem poder evitar, solto uma gargalhada e aceno com a cabeça.
– Exatamente. Bem, eu quero que você saiba quem é alemão como você.
– E daí?
– Só que é meu marido. E pelo o rosto dele creio não está gostando de ver você ao meu lado.
Seu rosto contrai.
Coitado!
Arthur é maior, robusto e mais alto do que ele. Olhando para mim com a cara séria, Georg levanta-se e resmunga enquanto se distancia.
– Sinto muito. Desculpa. Eu estou indo. Estou certo que meus pais estão se perguntando onde eu estou.
Dou um sorriso enquanto ele se vai. Então eu olho para o meu maridinho, mas ele não sorri. Eu rolo meus olhos e eu faço um sinal para que se aproxime. Isso não acontece. Eu faço uma careta e, finalmente, eu vejo que o canto direito de sua boca se curva para cima.
Muito bemmm!
Insisto com o dedo para que se aproxime, mas ele não vem, decido eu ir. Se a montanha não vem a Maomé, Maomé vai até a montanha.
Levanto-me e então penso em algo.
Com um sorriso maquiavélico, eu tiro a parte de cima biquíni e deixo-a na rede dando boas vistas para o meu marido. Caminho sinuosamente para ele.
Que descarada eu sou!
Arthur me olha... me olha e me olha. Ele me come com os olhos e eu sinto calor terrível em meu atrevimento, e meus mamilos se contraem.
Deus... Como pode me olha desse jeito?
Ao chegar fico na ponta dos pés, beijou-o nos lábios e murmurou:
– Eu senti sua falta.
Ele está imóvel e observando-me. É minha intimidação particular.
– Você estava muito entretida conversando com esse menino. Quem era?
– Georg.
– E quem é Georg?
Divertindo-me ao ver seu cenho franzido, respondo:
– Vamos ver, carinho, George é um menino que está de férias com seus pais. Ele estava entediado e se sentou para falar comigo. Não comece de novo com isso sobre os predadores.
Arthur não diz nada e eu me lembro do homem de camisa azul.
Meu Deus... Meu Deus... Se ele chega a ver que ele se meteu na água comigo. Esse sim era um predador. Uma coisa é Georg, um rapaz muito jovem e outra coisa era o tipo que me enviou uma Margarita.
Depois de alguns segundos meu Iceman me observa e eu estou prestes a quebrar o pescoço olhando para seu rosto, finalmente sorri e diz:
– No nosso quarto, no gelo, tem algo que tem adesivo rosa.
Deixo escapar uma risada e sem mais, eu corro para a minha rede. Recolho minhas coisas com pressa e quando eu volto com a língua no chão e mamilos ao vento, Arthur me coloca em seus braços e depois de dar-me um beijo suave nos lábios, murmura:
– Vamos aproveitar, Sra. Aguiar.
Naquela noite há uma festa no hotel. Depois do jantar, Arthur e eu nos sentamos confortavelmente nos pufs dispostos a apreciar o show. As danças coloridas e gosto mexicano estão presentes o tempo todo e passamos um grande momento enquanto canto:
“Altanera preciosa y orgullosa, no permite la quieran consolar.
Dicen que alguien ya vino y se fue, dicen que pasa las noches
llorando por él.
La bikina, tiene pena y dolor
La bikina, no conoce el amor.”
Surpreso Arthur olha para mim. Ele sorri e pergunta:
– Também sabe esta canção?
Assento e aproximando-me dele, digo:

– Querido, eu já estive em vários shows do Luis Miguel na Espanha e sei todas elas! 

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