Little Anie - Cap. 4

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Little Anie

Pov Lua

-Arthur... Por favor... -Balbuciei. Eu não o queria tão perto assim. Era perigoso demais.
-O que foi? Ainda nem fiz nada. -Hã? Meu queixo deve ter ido ao chão ao ouvi-lo dizer: "ainda" nem fiz nada. Ele passou a língua levemente nos lábios. Eu quis morrer. Eu seria capaz de agarra-lo ali e agora. Me afastei até encostar no braço do sofá. Para onde eu ia fugir agora? Não tinha mais lugar. -Tá fugindo? -Me perguntou. Seu olhar dizia tudo, ele estava se divertindo com a situação e meu constrangimento, mais que visível. Agora eu queria mata-lo. Neguei com a cabeça.
-Apenas mantendo uma distância segura. -Falei. Ele riu. Agora pronto, virei piada! Era o que faltava.
-Fugindo de mim. -Continuou. Neguei outra vez. -Lua, Lua, eu conheço você. Não se preocupe, não vou te agarrar e transar com você forçado. -Falou. O olhei com cara de interrogação e soltei um "HÃ?" Ele não segurou o riso. Aproximou-se ainda mais de mim. -Por mais que eu queira te agarrar e transar com você. -Afirmou. -Mas não forçado, eu quero que você queira também. -Sorriu ao terminar de falar. Eu engoli em seco. Eu quase não respirava, e como se pudesse, se aproximou ainda mais de mim. Em poucos minutos, eu estaria em seu colo, ou ele em cima de mim, se continuasse se aproximando desse jeito. Soltei um suspiro ao sentir ele tão perto, me tocar o rosto.
-Arthur, por favor... Isso é errado. -Falei com o resto de voz que eu ainda podia emiti. Ele sabia o por que. Mas ele não se afastou. E próximo ao meu ouvido, sussurrou:
-Eu é quem deveria está pensando nisso... Mas não estou. -Falou e por fim, mordeu levemente minha orelha. Eu. Vou. Pirar. Suspirei outra vez. Nunca suspirei tanto.
-Você pode se arrepender. -Falei. Ele riu se aproximando de meus lábios. E outra vez sussurrando, disse:
-Posso te garantir que não me arrependerei de nada. Se fizermos algo. -Disse. -Eu te amo, e disso, você já sabe. -Falou e por fim, colocando uma das mãos em minha cintura e a outra em minha nuca, ele me deitou no sofá e ficou sobre mim. Minha respiração era descompensada, eu realmente estava nervosa, e como ele mesmo disse, nós "ainda" nem fizemos nada. Se ele me beijar, vou desmaiar. Olhando fixamente em seus olhos, falei:
-Por favor, vai embora... -Não sei de onde minha voz apareceu.
-Luh, -Ele iniciou. Sua mão acariciava meu rosto. -Eu posso até ir. Eu posso não beijar você, mas antes, eu quero, que você, olhando nos meus olhos, me diga. Lua, você quer que eu saia daqui, e nunca mais volte a tentar algo com você? -Perguntou. Fiquei imóvel, acho que eu nem respirava mais. Não era o que eu queria. E com toda a coragem que não tive esse tempo todo, balancei a cabeça negativamente. Pude ver um sorriso em seus lábios.
-Eu amo você, e tudo poderia ter sido mais fácil, mas você sempre complica para o meu lado. -Sorriu e eu não pude deixar de sorrir também. -Valeu apena esperar, tenho certeza. -Sussurrou antes de morder levemente os meus lábios. Um gemido escapou quando sua língua finalmente encontrou a minha. Aquele beijo tinha todas as intenções do mundo, mas eu não passaria daquele beijo, ainda era cedo demais. Nunca pensei que Arthur beijasse tão bem. Suas mãos seguravam firmes a minha cintura, enquanto ele pressionava seu corpo cada vez mais forte contra o meu. Eu já estava sem ar. Mas sua língua insistente ainda estava à procura de mais. Ele continuava pressionando seu corpo contra o meu. Céus, eu vou pirar. Suspirei e o afastei de mim.
-Arthur... -Sussurrei mais que ofegante. Ele me olhou e tão ofegante quanto eu, deitou a cabeça em meu peito. Agora ele acariciava a minha cintura e minhas coxas.
-Foi o melhor beijo até hoje... -Sussurrou. -Só pra ter certeza, quero te beijar de novo. -Agora seus olhos brilhantes me encaravam. Sorri. E o olhando do mesmo jeito, balancei a cabeça aceitando.

Eu precisava que ele me beijasse de novo. E foi o que ele fez. Sem hesitar, mordeu meus lábios novamente, iniciando o beijo. Agora eu o senti segurar mais forte minha cintura, e em questão de segundos, não me pergunte como, eu já estava em seu colo, e ele continuava me pressionando contra ele, agora, sentado. Eu podia senti-lo. Colocou a mão por baixo de minha blusa e suas mãos subiam e desciam em minha costa, não fez menção de tirar meu sutiã, era melhor não avançar mesmo. Soltei um gemido ao afastar meus lábios dos dele. E Arthur me encarou, e trazendo meu rosto para perto do dele, começou a destruir beijos em meu pescoço. Era de arrepiar, de tão excitante. Soltei outro gemido quando apertou minha cintura. Minutos depois tentei levantar, mas Arthur me impediu e me sentou novamente em seu colo, e eu pude senti-lo mais uma vez. Ainda me olhando, ele não disse nada, me abraçou e colocou minha cabeça em seu peito, e distribuiu beijos em meu cabelo. Eu também não disse nada. As nossas respirações foram voltando ao normal, e eu, pela primeira vez, me permitir relaxar, e aproveitar o carinho que Arthur fazia em mim. Alguns minutos se passaram e nem um dos dois fez menção de falar ou fazer algo. O silêncio já era incomodo. Preferi ser a primeira a me mexer, saí de seu colo e me sentei ao seu lado, ele não disse nada. Eu já estava constrangida com a situação. Soltei o ar pausadamente, e vi Arthur passar as mãos pelos cabelos. Fechei os olhos. Eu já podia ver ele se desculpando e falando que tudo foi um erro. Eu sabia que isso talvez pudesse acontecer. Mas eu não queria que ele pedisse desculpas, eu não queria que ele se arrependesse do que tinha acontecido.

-Por que fechou os olhos? -Me perguntou. Sua voz era baixa. Que cena ridícula essa minha.
-Por um momento, achei que pudesse se arrepender. -Falei. -Você tá calado. -Comentei. Arthur me olhou.
-Eu já disse: Eu não ia me arrepender, se acontecesse algo. -Deixou bem claro, outra vez. Concordei. -Eu faria tudo outra vez. -Completou. Fiquei tentada a falar: "Faça!". Mas era melhor eu ficar quieta. -Você tá bem? -Perguntou. Afirmei que sim. Mas na verdade, eu não estava. Ele iria voltar para, Kate. Por que eu estaria bem? -Eu poderia passar a noite aqui. -Falou divertido. O olhei confusa.
-É melhor não... -Disparei. Ooh, ele aqui e eu também. Prefiro nem pensar.
-Não acha uma boa ideia? -Perguntou.
-Não. Na verdade, acho péssima. É melhor você ir. -Finalizei.
-Não quer que eu fique? Está me expulsando?
-Não. Estou te convidando para ir embora, educadamente. -Falei e ele riu.
-Luh... eu jamais insistiria em algo que você não quer. -Falou sério. -Eu amo você, pequena. -Ai céus, acho que esse calor, só eu estou sentindo. Olha o poder que essa frase tem. Sem raciocinar muito. Sentei em seu colo outra vez, tenho que controlar meus impulsos. Em questão de segundos, Arthur me beijava com urgência. Mas não passamos dos beijos e amasso. A mão dele novamente entrou por baixo da minha blusa, seus toques me faziam arrepiar. Que pegada ele tem. Suspirei outra vez. Já falei que nunca suspirei tanto? Sem muito esforço, ele tirou minha blusa, mas não parou os beijos. Minutos depois, ofegantes, eu descansei minha cabeça em seu pescoço. A frase: "A gente não devia ter feito isso". Ecoou em minha cabeça, não consegui segura-la. Falei.
-A gente não devia ter feito isso, Arthur. -Sussurrei.
-Foi bom, isso você não pode negar. -Comentou.
-Tem a Kate. -Falei.
-A Kate é problema meu. E só pra constatar, ela não quer me ver nem pintado de ouro. -Falou. -Ela ficou super irritada com a sua ligação. E foi embora sem falar comigo. Vocês mulheres são precipitadas! -Finalizou.
-Arthur, vai embora. -Pedi. E me levantei de seu colo. Ele me olhou confuso.
-Hã? O que? -Perguntou.
-V-a-i-e-m-b-o-r-a! -Falei vagarosamente.
-Luh, a gente estava tão bem...
-Não, Arthur. A gente nunca esteve bem. A gente nunca vai está bem. Você tem uma namorada, e eu estou fazendo um papel ridículo no momento. Por favor, vai embora! -Tentei soar calma. Eu estava tentando.
-Luh, estou aqui com você agora, e não com ela. Por favor! -Insistiu. O que? Aaah droga!
-Você vai voltar pra ela, a qualquer hora. -Retruquei.
-Porque você permitiu. Não era para estarmos discutindo isso. Isso não era para ser um problema. -Falou sério. Ele me olhava.
-Eu permitir? Aah, não seja ridículo. Vá embora! -Falei apontando para a porta. -SAI! -Gritei. Arthur permaneceu imóvel. Eu já estava mais que irritada.
-Você sim. Por falta de pedidos não foram. Eu não ia passar a vida toda sozinho, porque você não me queria.
-Aah claro, e veio aqui hoje pra quê? Só porque a sua namorada não queria você? Você veio aqui pra aproveitar a noite e depois ir embora? Foi isso? -O encarei. Arthur não disse nada. -VAI EMBORA! EU JÁ PEDI. EU TÔ ME SENTINDO UMA VADIA, VOCÊ NÃO ENTENDE? -Arthur me olhou confuso, e antes que eu pudesse piscar, ele se levantou e me segurou pelos ombros.
-NUNCA MAIS REPETE ISSO! VOCÊ ESCUTOU? AGORA É VOCÊ QUEM ESTÁ SENDO RIDÍCULA, AO PENSAR UMA COISA DESSAS, DE SI MESMA. NUNCA MAIS EU QUERO QUE SE REFIRA A VOCÊ, COMO UMA VADIA, VOCÊ TÁ ME OUVINDO, LUA? -Perguntou. Eu estava totalmente imóvel, e meus olhos ardiam. Eu ia chorar. -FALA! -Gritou me fazendo estremecer. E eu não consegui segurar as lágrimas. -Por favor, prometa que nunca mais vai dizer isso de você mesma? -Perguntou mais baixo ao me abraçar. -Não chora... Aah, Luh. -Sussurrou passando as mãos em minha costa. -Garota, promete?
-Pro... Prometo. -Sussurrei em meio às lágrimas. Arthur deu um beijo em minha testa. -Ainda quero que você vá embora. -Balbuciei. Arthur me olhou.
-É claro que eu vou. Mas antes, você vai parar de chorar, e depois que dormir, eu irei embora. Prometo. -Falou decidido.
-Não precisa...
-É claro que precisa. Tenho certeza de que quando sair, você vai voltar a chorar. Você está sozinha. Não vou me perdoar se for embora e deixar você sozinha nesse estado. -Falou ao tentar limpar minhas lágrimas, com as pontas dos dedos.
-Não se preocupe. -Eu disse.
-Tarde demais, pequena. Já estou preocupado. -Ele disse ao me abraçar novamente. -Vai me levar ao seu quarto, ou prefere que eu mesmo a leve até lá? -Perguntou. Seus lábios se curvaram levemente.
-Você não sabe qual é meu quarto. -Retruquei, Arthur riu.
-Posso abrir de uma em uma porta, até achar. Tenho certeza de que o seu é o mais organizado, para não dizer ao contrário. -Riu ao finalizar a frase. Lhe dei um soquinho.
-Engraçadinho! -Ironizei. Arthur me puxou pelo braço.
-Vamos! -Falou ao subirmos as escadas.

*

-Meu quarto é sim organizado! -Falei convencida ao abrir a porta do mesmo. Arthur riu.
-Retiro o que disse. -Levantou as mãos, me fazendo rir. -Mas ainda pensei que fosse bagunçado.
-Pensou errado! -Falei me sentando na cama, Arthur fez o mesmo.
-Sim. Admito! -Ele me disse. E sem que eu esperasse, ele me deitou na cama e ficou sobre mim.
-Eu ia parar de chorar, depois eu ia dormir e você ia embora! -Falei a primeira frase que veio em minha cabeça. Arthur esboçou um sorriso.
-Eu sei, você já parou de chorar. -Falou e eu concordei. -Agora vou fazer você dormir e depois vou embora. -Finalizou.
-Vai me fazer dormir? Assim? -Perguntei irônica. Ele continuava com ar de riso.
-Sim. Conhece um jeito melhor do que o meu? -Perguntou e eu balancei a cabeça dizendo que sim. Ele me deu um selinho e logo se apressou em dizer: -Pois eu vou te provar o contrário. -Sorriu e logo aproximou sua boca da minha, me fazendo suspirar mais uma vez, e aceitar seu beijo. -Eu te amo, pequena. -Falou antes de intensificar o beijo.

Me acordei de manhã, Arthur realmente tinha ido embora, e no travesseiro ao lado, ele tinha deixado um bilhete:

Bom, acho que provei pra você que não existe um jeito melhor do que o meu, para te fazer dormir. Confesso, foi difícil vim embora e te deixar aí, eu poderia passar a noite acordado vendo você dormir. Você parece um anjo, quando está dormindo (Só quando está dormindo haha'ha). Eu na verdade, passei horas vendo você dormir...

Bjs, Arthur!

Sorri ao terminar de ler. Que horas Arthur foi embora? Me perguntei.

Continua...

Se leu, comente! Não custa nada.
Com mais de 7 comentários, eu posto próximo cap. Lembrando: Agora só, sexta-feira.

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