Peça-me o que quiser agora e sempre - 2º temp. - 86º e 87º Capítulo (Adaptada)

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Capítulo 86:
A vida com Iceman vai de vento em popa apesar das nossas discussões. Quando estamos a sós, vivemos momentos loucos, doces e apaixonados, e, sempre que visitamos Björn, os encontros são calientes, com muitos joguinhos. Arthur me entrega a seu amigo, e eu aceito, morrendo de tesão. Não há ciúme. Não há reprovação. Apenas sexo, brincadeira e loucura. Nós três fazemos um trio maravilhoso e curtimos nossa sexualidade plenamente a cada encontro. Nada é sujo. Nada é obscuro. Tudo é absolutamente sensual.
Flyn é outra história. O garoto não facilita minha vida. A cada dia que passa ele se mostra mais resistente a ser amável comigo e a aceitar minha felicidade com Arthur. Nós dois só discutimos por causa da criança. Ela é a fonte de nossas brigas, e parece gostar disso.
Agora tenho acompanhado Norbert algumas manhãs ao colégio. O que Flyn não sabe é que, quando o motorista dá a partida no carro e vai embora, eu o observo sem ser vista. Não entendo o que acontece. Não consigo compreender por que Flyn é motivo de piada para seus supostos amigos. Eles batem nele, o empurram, e a criatura nem reage. Sempre acaba no chão. Preciso dar um jeito nisso. Quero que ele sorria, que tenha confiança em si mesmo, mas não sei o que fazer.
Uma tarde, estou no meu quarto cantando Tanto, de Pablo Alborán, e vejo pela janela que voltou a nevar. Mais neve em cima da camada que já caiu e isso me deixa alegre. Que linda é a neve! Empolgada, vou ao quarto de brinquedos onde Flyn faz os deveres e abro a porta.
— Quer brincar na neve?
O menino olha para mim e responde, com sua cara séria de sempre:
— Não.
Seu lábio está machucado. Isso me enfurece. Eu o pego pelo queixo e pergunto:
— Quem fez isso contigo?
O moleque me olha e, mal-humorado, responde:
— Não te interessa.
Penso duas vezes antes de responder e decido ficar quieta. Fecho a porta e vou atrás de Simona, que está na cozinha preparando uma sopa.
— Simona.
A mulher seca as mãos no avental e me olha.
— Diga, senhorita.
— Aiiii, Simona, por favor, me chama pelo nome, Lua!
Simona sorri.
— Eu bem que tento, senhorita, mas é difícil me acostumar com isso.
Compreendo que realmente não deve ser nada fácil para ela.
— Há algum trenó na casa? — pergunto.
A mulher pensa um pouco e diz:
— Sim. Tem um guardado na garagem.
— Ótimo! — digo, animada. E olhando para ela acrescento: — Preciso te pedir um favor.
— Fique à vontade.
— Preciso que você vá lá fora comigo e a gente brinque de atirar bolas de neve.
Incrédula, arregala os olhos, sem entender nada. E eu, achando graça, seguro suas mãos e cochicho:
— Quero que Flyn veja o que está perdendo. É uma criança e deveria brincar com a neve e com o trenó. Vem, vamos mostrar pra ele como existem coisas divertidas além do videogame.
De início, a mulher fica reticente. Não sabe o que fazer, mas, ao ver que estou esperando, ela tira o avental.
— Me dê uns segundinhos pra eu calçar minhas botas. Com o sapato que estou usando, não dá pra ir lá fora.
— Ótimo!
Já na porta de casa, visto meu casaco vermelho e as luvas, e logo Simona aparece e pega seu casaco azul e um gorro.
— Vamos brincar! — digo, puxando seu braço.
Saímos de casa. Caminhamos pela neve até chegar em frente ao quarto de brinquedos de Flyn, e ali começamos nossa guerra de bolas de neve. No início, Simona fica um pouco tímida, mas acaba se animando depois que eu a acerto algumas vezes.
Pegamos montinhos de neve e, em meio a risadas, atiramos uma na outra.
Surpreso com o que estamos fazendo, Norbert vem até nós. Primeiro resiste um pouco a participar, mas alguns minutos depois ele acaba brincando conosco. Flyn nos observa. Vejo pelo vidro que ele está olhando e grito:

— Vamos, Flyn... Vem brincar com a gente!


Capítulo 87:
O garoto nega com a cabeça, e nós três continuamos. Peço a Norbert para pegar o trenó na garagem: é vermelho. Empolgada, subo nele e deslizo por uma ladeira coberta de neve. Dou uma derrapada de respeito, mas a neve acumulada acaba me detendo e solto uma gargalhada. A próxima a se aventurar no trenó é Simona, e depois vamos as duas juntas. Terminamos a brincadeira cobertas de neve, mas felizes, apesar da expressão contrariada de Norbert. Não confia em nós duas. De repente, e quando menos esperávamos, vejo Flyn saindo da casa e nos olhando.
— Vamos, Flyn, vem!
O menino se aproxima e eu o chamo para sentar no trenó. Me olha com receio, então digo:
— Vem, eu sento na frente e você atrás, tá bom?
Incentivado por Simona e Norbert, o menino obedece e com extremo cuidado deslizo pela ladeira. Dou gritinhos de empolgação, e eles logo fazem o mesmo. Quando o trenó para, Flyn me pergunta, radiante:
— Podemos repetir?
Feliz por ver nele uma expressão que eu nunca tinha visto, concordo logo. Nós dois corremos até Simona e repetimos a descida.
A partir desse momento, é só diversão. Pela primeira vez desde que estou na Alemanha, Flyn se comporta como uma criança. Quando consigo convencê-lo a ir sozinho no trenó e ele enfim vai, sua cara de satisfação me enche de alegria.
Ele está sorrindo!
Seu sorriso é envolvente, encantador e maravilhoso, até que de repente ele muda a cara e, assim que olho na mesma direção, vejo Susto correndo até nós. Norbert deixou a garagem aberta e, ao ouvir nossos gritos, o bicho não se conteve e quis vir brincar também. Apavorado, o menino para e eu assobio. Susto vem até mim, afago a cabeça dele e murmuro:
— Não se assuste, Flyn.
— Cachorros mordem — sussurra, paralisado.
Me lembro do que o menino contou aquele dia na cama e, acariciando Susto, tento acalmar Flyn:
— Não, meu amor, nem todos os cachorros mordem. E tenho certeza de que Susto não vai te machucar. — Mas o garoto não se convence e insisto enquanto estendo a mão para ele. — Vem. Confia em mim. Susto não vai te morder.
Não se aproxima. Apenas me olha. Simona o incentiva, Norbert também, e Flyn dá um passo à frente mas logo para. Está com medo. Sorrio e digo outra vez:
— Te prometo, querido, que ele não vai fazer nada de mau.
O menino me olha com receio, até que de repente Susto se atira na neve e põe as patas para cima. Achando graça, Simona faz carinho na barriga do cão.
— Tá vendo, Flyn? Susto só quer que a gente faça cosquinha. Vem...
Faço o mesmo que Simona, e o cachorro põe a língua para fora num sinal de alegria.
De repente, o menino chega mais perto, se agacha e, morrendo de medo, toca o cãozinho com um dedo. Tenho certeza de que é a primeira vez em muitos anos que ele encosta num animal. Como Susto continua sem se mexer, Flyn se anima e toca nele de novo.
— E aí, o que achou?
— Macio e molhado — diz o garoto, que já encosta nele com a palma da mão.
Meia hora depois, Susto e Flyn já estão amigos e, quando entramos no trenó e deslizamos pela neve, Susto corre ao nosso lado enquanto gritamos e rimos.
Todos estamos cobertos de neve e nos divertindo à beça, até que ouvimos um carro se aproximar. Arthur. Eu e Simona nos olhamos. Ao ver que é seu tio, Flyn fica imóvel.
Isso me espanta. Não corre na direção dele. Quando o veículo chega ainda mais perto, percebo que Arthur está nos observando e, pela cara, parece estar de mau humor. Ok, nenhuma novidade. Sem conseguir evitar, murmuro perto de Simona:
— Oh, oh! Ele pegou a gente no flagra!
A mulher faz que sim. Arthur para o carro. Desce e bate a porta com força, e isso é mais uma prova de que ele está atacado hoje. Caminha na nossa direção de um jeito que intimida.
Meu Deus! Que recaída meu Iceman está tendo!
Quando quer fazer cara feia, é imbatível. Deixa todo mundo assustado. Olho para ele. Ele me olha de volta. E, quando já está perto de nós, grita num tom de reprovação:
— O que esse cachorro está fazendo aqui?
Flyn não diz nada. Norbert e Simona estão paralisados. Todos olham para mim e eu respondo:
— Estávamos brincando na neve, e ele estava com a gente.

Arthur puxa Flyn pela mão e diz, rosnando:


Até segunda :)

10 comentários:

  1. Ameei Arthur e suas bobagens.

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  2. Aí aí aí. Arthur os pegou no flagra , q medo ,óquei será q ele vai fazer.

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  3. aaaaaaaaaaaaa
    não acredito que vai deixar essa curiosidade
    ++++++++++++++

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  4. Arthur é tão besta... Tem quem deixar de ser tão torrão.!!!

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  5. ameii esse capitulo
    -allana almeida

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  6. Pq vc termina na melhor parte ? Anem quero sabe se a briga deles vão sei feia :(

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  7. Ai que pessoa mais chata !! Pior impossível !
    Posta +++++++
    Ameeii *-*

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  8. Já li a trilogia, e é apaixonante. O próximo cap. é choroso (eu chorei). Vocês vão se surpreender com o que mais adiante, ele vai fazer.

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