"É Estranho. Mas é do nosso jeito" - 2ª Temporada - 25º Capítulo

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P.O.V.’s Narrador

Aquela tão esperada visita se tornou infinita. O silêncio entre eles não ajudava, assim como o orgulho que os dois tinham. Arthur não conseguia encontrar as palavras certas. Ele pensava em dizer algo, mas quando olhava para o Lourenzo, tudo sumia. Ele esquecia tudo instantaneamente.

- Quando decidir falar… estarei na cozinha. – Lua se encaminhou para o outro cómodo e Arthur permaneceu na sala. Não por muito tempo.
- Eu voltei por você. Será que não entende isso?
- Até certo dia eu até pensei que você me realmente gostasse de mim. Mas depois de tudo o que você me fez, é difícil.
- Eu sei que fui um verdadeiro filho da mãe e que não tem nada que eu diga que te fará pensar o contrário. Mas vai me dizer que não sentiu saudade minha depois daquele dia em que fizemos amor?
- Eu sinto a sua falta. E não é só quando me apetece fazer amor. É a toda a hora. Ao ir dormir, ao acordar. Ao cuidar do Lourenzo. Ao domingo à tarde ou à sexta à noite.
- Então… - Arthur se aproximou da bancada.
- Então que não é fácil. Como é que eu sei que você não me vai voltar a fazer o mesmo? Você é meio louco.
- Só por você.
- Eu estou muito magoada.
- Por favor, acredita em mim. Lá, sem você, eu não era ninguém. Eu fiz tanta besteira nestes dois meses. Eu faltei ao trabalho, eu me embebedei…
- Quer que eu sinta pena? – Lua tirou a massa do armário e deitou na panela.
- Não, não quero. Eu fiz porque… estava de certo modo desesperado. Mas deixa eu te reconquistar aos poucos. Não desiste de mim. Eu não consigo deitar anos da nossa história fora. Eu ainda te amo como no primeiro dia.

Lua cortava a cebola quando Arthur falava dos seus sentimentos por ela. As últimas frases foram tão realistas que fizeram ela se desconcentrar e acabar por fazer um pequeno corte no dedo.

- Droga! – Lua largou a faca e colocou o dedo na boca.
- Deixa eu ver.
- Segura o Lourenzo pelo amor de deus! – Alertando – Isto não é nada de mais. É apenas culpa da sua idiotice.
- Idiotice ou amor?
- O que quiser.
- Não faz assim. – Arthur pediu. Olhou para Lourenzo que continuava dormindo – Você não me odeia tanto assim. Está chateada, super entendo. Mas eu te conheço. Está apenas se fazendo de forte.
- Se você continuar se achando dessa maneira, eu vou colocar você na rua.
- Não quero sair daqui tão cedo. – Ele se sentou na cadeira da cozinha mas depressa se levantou – Posso ver o quarto do Lourenzo?
- Pode.
- Me leva.
- Ok. – Lua suspirou e se encaminhou para o quarto.

A casa era pequena e não tinha como se perder ali dentro. Arthur olhava tudo com atenção e até com uma certa pena. Entraram no quarto e Arthur ficou espantado. A decoração do corredor não se comparava ao quarto que era de Lua e Lourenzo. O ar era mais quente e o aspecto era bem mais acolhedor e agradável.
Arthur colocou o Lourenzo sobre o berço e abafou-o com uma coberta azul. Ele pegou em um ursinho e sorrio. O ursinho era tão bonitinho.

- Eu posso te dar melhor que isto.
- Isto, a que você se refere, foi o melhor que eu consegui. Um bebé dá muita despesa e, além disso, eu comprei um carro e o meu salário, infelizmente, não dá para tudo.
- Eu sei que não e é por isso que eu quero ajudar. Vamos nos mudar para outra casa e…
- Eu vou ficar aqui!
- Lua, para quê complicar? Porra, você quer fazer tudo do seu jeito e me deixar de fora da vida do meu filho?
- O seu filho não nasceu só agora para você vir até aqui, à minha casa, reclamar! O inconsciente de tudo isso foi você!
- Eu sou inconsciente. Sou filho da mãe, covarde, babaca, tudo o que você quiser. Mas eu só quero o melhor para você.

Lua bateu com o pé no chão e por um segundo Arthur acreditou que ela estava chorando. Correu para o banheiro e se trancou lá dentro. Arthur correu atrás da ex-namorada mas não chegou a tempo.
Lua ficou de frente para o espelho, com os braços refletidos na pia, e conversou consigo.

- Quem é que eu quero enganar? Eu amo esse filho da mãe! – Chorou ainda mais por se sentir culpada.

Abriu a porta repentinamente, fazendo quase Arthur cair, e o encarou por três segundos. O seu próximo acto foi saltar para o colo do ex. Arthur ficou desembaraçado e só teve tempo de a segurar pelas coxas fazendo pressão nas pernas para que os dois não caíssem para trás.

- Desculpa. Desculpa tudo isso. Eu só estava pensando em mim e te deixando fora da vida do meu… do nosso filho. É claro que ele é seu e é claro que você merece desfrutar do crescimento dele tanto como eu. – Arthur sorriu – E também está claro que não podemos deixar o nosso amor ir embora. E sim, eu também te amo ainda como no primeiro dia.

O armário com louça antiga estremeceu quando os dois bateram com as costas e se espalharam no chão. Não era propriamente a posição mais confortável, mas para aquele momento ia dar com certeza.
O beijo era praticado com violência, tal como na despedida da viagem da Lua. As mãos de ambos andavam espalhadas pelo corpo quente e cheio de desejo. Ela balançou a cintura dela ainda por cima da roupa dele e logo sentiu o membro dele erecto. Amor? Saudade? Tesão? Um pouco de tudo.
As peças retiradas foram mesmo as necessárias: calça e cueca. Mesmo sem camisinha, os dois mataram a saudade, não apenas da última vez, mas sim da vez que se separaram; de todas aquelas vezes que brigaram; de todas aquelas vezes que começaram e não acabaram.
Lua tomou a vez de tirar o resto da sua roupa para depois o seu peito ser beijado pelos lábios sedentos de Arthur. As investidas que ele fazia nela não paravam, pelo contrário, tinham a mesma energia do princípio do acto sexual.
Mataram as saudades no corredor, contra a porta da cozinha e no banheiro. O que dizer? São jovens criadores de todas as ideias possíveis e imaginarias com o único objectivo de sentir prazer.

Na manhã seguinte.
A cabeça pesava um pouco devido ao vinho que beberam no jantar.
Lourenzo foi o despertador dos pais, naquela manhã. Arthur não estava nada acostumado a acordar daquele modo. Abriu os olhos e levou com o brilho do sol, que passava pelas cortinas brancas. Olhou para o berço e viu os bracinhos de Lourenzo no ar.
Se levantou e pegou a criança ao colo. Lourenzo chorava porque não queria Arthur e sim a mãe. Mas Lua dormia ou pelo menos fingia que dormia, até Arthur colocar o bebé na cama e puxar pelo cabelo dela. Riram todos.

- É sem dúvida umas das melhores manhãs da minha vida. – Arthur confessou.
- Ainda precisamos de conversar.
- Não estraga o momento. – Arthur pediu – Olha ele, está tão feliz. – Lourenzo brincava com algo imaginário no peito de Arthur

A campainha tocou.

- VOCÊ AQUI? – Bela gritou para Arthur, que foi quem atendeu.

Notas finais:
- Desculpem a demora :(

6 comentários:

  1. ❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️LuAr❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️Mais!!!

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  2. Ahhh lua tá sendo muito boba pra Arthur era pra ele se humilhar pra ela... Posta maissss!!!

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  3. Own't até que enfim se entenderam. Postaaa maiiis amore...

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