Peça-me o que quiser (Adaptada)- Capítulos 36,37 e 38

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Capítulo 36:
— O que eu faço é sexo. E minha forma de ver o sexo não é depravada — diz, levantando a voz. — Claro que é um jogo entre duas pessoas. Sempre tive consciência disso e por isso te perguntei se você aceitava tudo, não perguntei?
Me olha à espera de uma resposta. Faço que sim com a cabeça.
— Você disse que sim. Me lembro muito bem. O sexo convencional me entedia. A você não? — Fico em silêncio. Não tenho vontade de responder. — O sexo é um jogo, Lu. Um jogo que admite loucuras, sensações e tudo o que você quiser incluir. Gosto de te dar prazer. Seu prazer é meu deleite e, quando te vejo cheia de tesão, fico louco. E me irrito ao ouvir você dizer que o que eu faço é coisa de depravado. Isso me incomoda muito.
Seus convencionalismos de menina e sua falta de bom sexo é o que faz com que...
— Minha falta de bom sexo? — grito furiosa, enquanto tiro o roupão. — Pra sua informação, o sexo que fiz durante todos esses anos foi maravilhoso! Os homens com quem estive me fizeram aproveitar tanto ou mais do que você.
— Duvido — diz, rindo com frieza.
— Convencido!
Aperto os punhos, louca para lhe dar um tapa.
— Olha, Lu. Não duvido que suas experiências com outros homens tenham sido satisfatórias. Só digo que nunca serão como as que você teve comigo. Mas... porra! Se até quando disse “Me fode!” você ficou vermelha.
— Dizer isso é vulgar. Grotesco.
— Não, pequena. Não é nada disso. Simplesmente foi a atração pelo proibido tomando conta de você. A excitação faz as pessoas se comportarem de forma desinibida em certas ocasiões. A atração pelo proibido é o que faz você querer ver outra mulher e outro homem devorando o corpo de sua mulher enquanto você olha ou participa. Você, no chuveiro, foi seduzida pelo proibido. Disse o que queria. Pediu que eu te fodesse porque era isso que você desejava.
— Não quero mais ouvir.
— Querendo ou não, você é como a grande maioria da humanidade. O problema é que essa humanidade se divide entre os que, como eu, não se conformam com os convencionalismos e desfrutam do sexo com naturalidade e sem tabu, e os que veem o sexo como um pecado.
Para muitos, a palavra “sexo” é tabu! Perigo! Para mim, a palavra “sexo” é diversão! Gozo! Excitação! E o que mais me incomoda em suas palavras é que sei que você gostou da experiência. Você gostou de sentir o vibrador, gostou da mulher entre suas pernas, gostou inclusive de dizer a palavra “foder”. O problema é que você nega isso. Você engana a si mesma.
Indignada, não respondo. Ele tem razão, mas não quero admitir. Nem morta.
Sem olhar diretamente para ele, visto a calcinha e o sutiã. Quero sumir daqui. Desta suíte. Deste hotel e da vida desse homem. Estirado na cama, Arthur me observa, sem se mexer, como um deus todo-poderoso. Procuro minha calça e minha blusa e, quando estou completamente vestida, fico parada no meio do quarto.
— Não podemos mudar nada do que vivemos. Mas, a partir de agora, você volta a ser o senhor Aguiar e eu sou a senhorita Blanco. Por favor, quero recuperar minha vida normal, e pra isso o senhor deve ficar longe de mim.
Dito isso, me viro e vou embora.
Preciso desaparecer daqui e esquecer o que houve entre nós.


Capítulo 37:
No domingo estou exausta.
Quero esquecer Arthur, mas os músculos da minha vagina ainda estão doendo pelas investidas maravilhosas, e o tempo todo isso me faz lembrar o que ocorreu na véspera.
Acho horrível. Ainda não consigo aceitar que uma mulher fez sexo oral comigo na frente dele.
Às 11h15 me levanto e a primeira coisa que faço é falar com meu pai. Faço isso todo domingo de manhã. Além do quê, hoje é a final da Eurocopa e imagino que ele deve estar ansioso. Se alguém gosta de esporte, esse alguém é meu pai. O telefone toca duas vezes e eu escuto:
— Oi, moreninha.
— Oi, pai.
Conversamos uns dez minutos sobre Trampo e a Eurocopa, e meu pai muda de assunto.
— Você está bem, querida? Estou te achando desanimada.
— Estou bem, pai. Só estou cansada. É isso.
— Moreninha — ele tenta me alegrar —, faltam duas semanas para você entrar de férias, né?
Tem razão. Minhas férias começam em 15 de julho e lembrar isso me deixa alegre.
— Exatamente, pai. Mas é que falta tão pouco que acabo ficando ansiosa.
Escuto um risinho. Isso me faz feliz. Papai ficou muito mal quando mamãe morreu, há dois anos, e sentir que agora ele está bem me reconforta.
— Você vem passar uns dias aqui em casa? Já sabe que aqui na cidade está fazendo calor, mas montei a piscina para que vocês aproveitem quando vierem.
— Claro, pai. Com certeza.
— Ah... outro dia, eu, o Lucena e o Bicho fizemos a inscrição para a corrida de Puerto Real. Vamos arrasar!
Ao pensar nisso, me animo. Meu pai e seus dois melhores amigos fazem questão de que a gente participe desse evento todo ano, e não quero nem posso recusar. É algo que fazemos desde que eu era pequena. Passam o ano inteiro falando disso e, quando chegamos a Jerez no verão, eles ficam super empolgados.
— Ótimo, pai. Estaremos lá.
— Aliás, ontem falei com sua irmã.
— E aí?
— Não sei, filha. Ela me pareceu muito desanimada. Você sabe o que está acontecendo?
Fingindo-me de desentendida, respondo:
— Que eu saiba nada, pai. Você sabe como ela é exagerada com tudo. — E, tentando mudar de assunto, digo: — Onde você vai ver o jogo hoje?
— Em casa, e você?
— Marquei com Azu e uns amigos num bar. — Sorrio ao pensar nisso.
— Algum amigo especial, moreninha?
— Não, pai. Nenhum.
— Ah, que ótimo, filha. Fico mais tranquilo, então. Porque eu detestaria outro namorado como aquele que você teve com piercing no nariz e na sobrancelha.
— Paaaaaaaiii... — digo, caindo na gargalhada.
Ainda me divirto quando lembro o jeito como meu pai olhou para Lolo, um ex, quando o conheceu. Meu pai é muito tradicional para um monte de coisas, sobretudo em se tratando dos namorados das filhas. Consigo mudar de assunto e por fim voltamos ao futebol.
— Então, filha, marquei um churrasco no quintal. Como você pode imaginar, virão os amigos de sempre e vamos torcer aos gritos. Aliás, o Bicho me contou que o Fernando vai chegar em breve a Jerez. Ah, e acho que hoje está por Madri e vai te visitar.
Voltamos ao velho assunto “Fernando”!
Meu pai e o Bicho estão a vida inteira tentando fazer com que Fernando e eu viremos namorados sérios. Perdi a virgindade com Fernando quando eu tinha 18 anos. Foi minha primeira relação com um homem e, sempre que lembro, isso me faz sorrir. Como eu estava nervosa e como ele foi atencioso. É dócil e tranquilo na cama e, embora eu goste de transar com ele, já estive com outros homens que me satisfizeram mais.
Após falarmos um pouco sobre Fernando, seu trabalho maravilhoso como policial em Valência e o rapaz excelente que ele é, mudo de assunto e volto ao futebol. Meu pai se empolga com esse tema e eu também gosto. Adoro imaginar meu pai com os amigos da vida toda cantando “Eu sou... espanhol... espanhol... espanhol”.


Capítulo 38:
Cinco minutos depois, me despeço e desligo. Olho para Trampo, estirado no chão, e o levo para o sofá. Respira com dificuldade, e isso me parte o coração. Há dois meses, o veterinário me disse que sua vida estava se apagando e que, a cada dia que passa, um pouco dela se vai. Está velhinho e, apesar da medicação, não há quase nada que possa ser feito por ele, a não ser dar carinho e amá-lo muito.
Meu telefone apita. Uma mensagem. Fernando!
“Estou em Madri. Passo pra te pegar e vemos o jogo juntos?”
Respondo com um “combinado!” e me atiro na poltrona.
Por volta das 14h30, decido esquentar no micro-ondas uma tigela de arroz branco e salsichas. Não estou a fim de cozinhar. Depois de almoçar, me jogo na poltrona de novo e adormeço, até que sou acordada pelo toque do celular. Minha irmã.
— Oi, maninha, o que está fazendo?
Me espreguiço e respondo:
— Dormindo, mas você me acordou.
— Saiu ontem à noite?
Ao pensar no dia anterior, respondo.
— Saí, sim.
— Com quem?
— Você não conhece.
— Algo sério? — pergunta, curiosa.
Escuto um risinho.
— Não. Nada importante — respondo, movendo a cabeça.
Fico pendurada com ela no telefone durante meia hora. Que mala é a Raquel. Não passamos dois dias sem nos falar. Eu sou mais desapegada. Menos mau que ela sempre faça questão de manter contato, porque, se dependesse de mim, eu já teria perdido a irmã. Como sempre, a conversa dela gira em torno da sua desastrosa vida conjugal.
Quando finalmente desligo, Trampo continua no sofá. Não se mexeu. Me aproximo dele e seus olhos me encaram. Beijo sua cabecinha e sinto vontade de chorar. Mas, após engolir as lágrimas, lhe digo coisas carinhosas e levanto para pegar uma Coca. Estou precisando.
Quando volto para a sala, ligo o laptop e entro no Facebook. Em seguida puxo conversa com alguns amigos virtuais e damos umas risadas. A caixa de e-mails está piscando e decido checá-los. Quinze mensagens. Várias são de amigos e amigas propondo viagens para o verão. Mas logo vejo um remetente que me deixa atônita. Arthur.
Como descobriu meu e-mail particular?

De: Arthur Aguiar
Data: 1 de julho de 2012 04:23
Para: Lua Blanco
Assunto: Confirmação de proposta
Cara senhorita Blanco,
Sinto muito se minha companhia, e tudo o que isso envolve, lhe desagradou há algumas horas. Mas devemos ser profissionais, de modo que eu gostaria de lembrá-la de que preciso de uma resposta sua em relação à proposta que lhe fiz.
Atenciosamente,
Arthur Aguiar


Boquiaberta, leio a mensagem outra vez. Que cara de pau...!
Estou prestes a dar um “Delete” e apagar definitivamente a mensagem. Mas meu jeito impulsivo me faz responder:

De: Lua Blanco
Data: 1 de julho de 2012 16:30
Para: Arthur Aguiar
Assunto: Re: Confirmação de proposta
Caro senhor Aguiar, Como o senhor disse, sejamos profissionais. Minha resposta à sua oferta é NÃO.
Atenciosamente,
Lua Blanco


Envio a mensagem, e um estranho prazer se apodera de mim.
Mandei bem!
Mas, segundos depois, o prazer desaparece para dar lugar a uma dor de estômago quando vejo sua resposta chegar imediatamente.

De: Arthur Aguiar

Data: 1 de julho de 2012 16:31
Para: Lua Blanco
Assunto: Seja profissional e pense nisso.
Cara senhorita Blanco,
Às vezes não é bom se precipitar. Pense nisso. Minha oferta estará de pé até terça-feira. Desejo-lhe bom domingo e que a seleção de seu país ganhe a Eurocopa.
Atenciosamente,
Arthur Aguiar


Paralisada, fico olhando para a tela.
Por que ele não consegue aceitar minha decisão?
Sinto vontade de escrever um e-mail super desaforado, mas me recuso. Não vale a pena continuar me explicando a alguém que me considera mero objeto sexual.
Irritada, fecho o notebook e decido pôr umas roupas na máquina de lavar.
Ao tirar do cesto a roupa suja, deparo com a calcinha rasgada que Arthur arrancou. Fecho os olhos e suspiro. Meu coração bate acelerado com a lembrança do que fizemos no meu quarto.
Abro os olhos, levanto e vou até o quarto. Dou uma volta em torno da cama e abro a gaveta. Lá estão os presentes que Arthur me deu: os vibradores. Olho para eles durante alguns segundos e fecho a gaveta com força. Volto para a máquina de lavar. Abro e começo a colocar a roupa ali dentro. Despejo sabão em pó e amaciante, e aciono o programa de lavagem.




Mais 3.....

11 comentários:

  1. Sim posta mais, ansiosa pra ler o próximo capítulo.
    Arthur persistente que não recebe não como resposta Kkkkkkk

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  2. Eita kkkkk Lua tenta mais Arthur é que nem praga grudou ñ tem quen tire *---*
    Queroo maisss *O*

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  3. Arthur nao desiste façil nao kkk,maaais porfavor maaais

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  4. As vezes acho a lua muito boba,ele faz oque bem intende com ela,mais a web e perfeitaaaa,to amando,maisss
    Gabs❤️

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  5. Louca para ver a reação do Arthur ao saber que lua está com Fernando !

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    1. Ela vai ficar com ele?

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    2. Eu tbm Karen, ele vai ficar puto da vida. Já to até imaginando a cena kkkk

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  6. AHHH ta de mais a web ansiosa por mais Lua tem que aceitar isso logo ;)

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  7. Meu deus Fermando sempre atrapalhando kkk mais quero que Lua aceite essa bosta logo oxe... kk ta bom desse gato morrer tou morrendo de pena dele kkk

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