Arthur - Too Far 1.1 - Capitulo 9

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Arthur
A porta do meu quarto bateu e eu sentei-me na cama, esfregando meu
rosto e tentando bloquear a luz solar.
- Ele está de volta para casa. - Guga anunciou.
- Obrigado. - eu murmurei. Eu tinha mandado a Guga uma mensagem
ontem à noite, sobre a aparição de Will e perguntei se ele levaria Lucas para casa,
antes de ir para o trabalho naquela manhã.
- O merdinha é um mão cheia. Ele tentou levar Lua para casa com ele. -
Guga riu.
Ao som de seu nome, eu deixei cair a minha mão e olhei para ele. - Ela
ainda está aqui? - Perguntei.
Guga acenou com a cabeça em direção às janelas. - Lá fora. Em uma porra
de um biquíni. Eu posso ficar aqui o dia todo em vez de ir para o trabalho, se
você não se importar. Além disso, você me deve uma por ter levado Lucas em casa
e lidar com a bruxa do mal.
Peguei meu moletom descartado e o coloquei rapidamente, antes de
caminhar até a janela.
Quilômetros e quilômetros de praia vazia, esticada além do meu jardim da
frente. Lua estava deitada lá fora com os olhos fechados e seu rosto inclinado
em direção ao sol. É. . . a bunda de Guga estava indo para o trabalho.
Ele não estava hospedado aqui para sentar e olhar para ela durante todo o
dia.
- Ela vai queimar. - disse Guga, em um sussurro abafado e eu tirei meu
olhar de Lua para vê-lo encarando-a com a mesma reverência que eu. Foda-se
isso.
- Não olhe. - Eu falei e voltei para - janela.
Guga soltou uma risada. - O que diabos isso quer dizer, 'Não olhe‟?
Ela não estava destinada ao seu olhar. - Eu não. . . apenas. . . Você
lembre-se de quem ela é. Ela vai nos odiar e ela vai embora em breve. Então,
não. - Eu não tinha certeza do que eu estava dizendo. Eu só queria que ele
parasse de olhar para ela. Ela estava mal coberta e toda a sua pele lisa estava lá
para qualquer um ver. Eu não queria que ninguém a visse.
- Ela não vai odiar-nos, apenas você. E Giovanna. E o pai dela. Mas eu não fiz
nada. - disse Guga.
Minhas mãos se apertaram em punhos ao meu lado e eu fechei os olhos e
respirei fundo. Ele estava fazendo isso de propósito. Ele queria ver se eu reagia
a ela. Ele estava tentando me irritar. - Você não tem trabalho a fazer? - eu
perguntei, calmamente.
Guga olhou para a janela e deu de ombros. - Cara, eu trabalho para o meu
pai. EU SOU o chefe. Eu posso folgar quando surge uma emergência. Além
disso, não estamos comemorando hoje o aniversário de Giovanna?
Ele estava me atraindo. Lembrando-me disso, eu andei até o armário e
encontrei um calção. Eu ia lá fora. Ela podia não estar usando protetor solar e ela
precisava. Sua pele iria queimar. Eu odiaria que ela queimasse sua pele.
- Você vai para um mergulho? - perguntou Guga, provocando.
Eu não olhei para ele. – Vá para o trabalho, Guga. A festa de Gi é hoje à
noite. - eu respondi e bati a porta atrás de mim. Eu tinha esquecido que eu estava
dando a Gi uma festa para seu aniversário, hoje. Lua me fazia esquecer
tudo.
- Você está brincando com fogo, cara. Como chamas enormes que vão
comer você! Deveria ter me deixado tê-la. Isso não vai ser bonito. - ele gritou em
voz alta, o suficiente para que eu pudesse ouvir através da porta.
- Você não sabe o que diabos você está falando. Ninguém fica com ela. Ela
vai embora em breve. - eu gritei de volta.
A risada de Guga desapareceu enquanto saia do meu quarto. Ele estava
certo. Isto era fogo e eu não poderia ficar longe dele. Eu a mantive próximo,
sabendo que ia me consumir se eu não tivesse cuidado.
Eu não pensei sobre o que eu estava fazendo. Eu só me mexi e me dirigi
para fora, para ver como ela estava. - Por favor,me diga que passou protetor
solar. - eu disse, enquanto eu afundava na areia, ao lado dela.
Ela cobriu os olhos do sol antes de abri-los, olhando para mim. Ela não
respondeu. Eu a tinha acordado?
- Você está usando protetor solar, não está? - Perguntei.
Ela assentiu com a cabeça e puxou-se em uma posição sentada, na
pequena toalha de banho que ela estava usando. Seu corpo estava me
distraindo como o inferno.
- Ótimo. Eu odiaria ver essa pele lisa e cremosa ficar vermelha. - eu
respondi, antes que eu pudesse me parar.
- Eu, hã, coloquei um pouco antes de eu vir para cá.
Eu realmente deveria ter desviado dela, mas parecia impossível no
momento. O topo dos seus seios estava bem ali, volumoso sobre sua parte
superior de biquíni. Se fosse qualquer outra pessoa, eu não teria
nenhum problema em chegar mais e puxar o pequeno pedaço de tecido para
baixo até que eu pudesse ver seu mamilo. Depois eu teria. . . não! Droga. Eu
precisava me concentrar em outra coisa.
- Não vai trabalhar hoje? - Perguntei.
- É o meu dia de folga.
- Como vai o emprego?
Desta vez, ela não respondeu de imediato. Eu vi como ela olhou para mim.
Ela não estava prestando atenção às minhas palavras tanto quanto ela estava
estudando meu rosto. Eu gostei disso. Muito, caramba. - Desculpe, o quê?- ela
perguntou, seu rosto ficando um pouco rosa.
- Como vai o emprego? - Eu perguntei novamente. Eu não era capaz de
evitar a diversão da minha voz.
Ela endireitou-se e tentou parecer menos interessada em mim. - Bem. Eu
estou gostando.
Caras, sem dúvida, que flertavam com ela e lhe davam dicas ridículas,me
incomodou. - Eu aposto que está. - eu disse.
- O que isso quer dizer? - Ela perguntou.
Eu deixei o meu olhar viajar pelo seu corpo lentamente. - Você sabe que é
bonita, Lua. Sem falar nesse maldito sorriso doce e encantador. Os golfistas lá
do clube estão pagando bem.
Ela não ficou com raiva ou piscou para mim. Em vez disso, ela olhou
surpresa. Voltei minha atenção para a água. Eu não precisava olhar para ela. Ela
me distraia. Eu esquecia todo o resto quando estava focado nela. Lembrando
porque ela estava aqui e que eu tinha uma parte de culpa na sua dor, deveria ser
mais fácil,o suficiente para manter o foco. Mas ela me faz esquecer de tudo. Um
bater de seus cílios e eu estava perdido. Eu tinha sido tão estúpido naquela
época. Perguntar a Billy porque ele estava tão disposto a deixar sua família de
16 anos pela filha que ele havia ignorado por mais tempo ainda, teria feito
sentido. Mas eu não tinha perguntado a ele. Eu fiquei agradecido quando ele
apareceu. Mas o imbecil tinha deixado uma família quebrada,para trás. Uma
jovem menina sozinha para cuidar de sua mãe.
- Quanto tempo faz que sua mãe morreu? - Eu perguntei a ela. De repente
eu precisava saber quanto tempo ela vinha lutando sozinha. Não era como se eu
pudesse consertá-lo agora. Eu só queria saber.
- Trinta e seis dias. - ela murmurou.
Foda-se. Ela perdeu a mãe há pouco mais de um mês. Ela ainda não tinha
tido a chance de chorar.
- Seu pai sabia que ela estava doente? - Perguntei. Eu o mataria. Alguém
precisava fazer o bastardo pagar. Ele machucava tudo o que tocava.
- Sim. Ele sabia. Também liguei para ele no dia em que ela faleceu. Ele não
atendeu. Deixei uma mensagem.
Eu nunca tinha odiado alguém do jeito que eu odiava Billy naquele
momento. - Você odeia seu pai? - Perguntei.
Ela deveria. Inferno, eu o odiava por nós dois. Quando eu batesse no seu
rosto, eu faria isso por ela. Por sua mãe. E eu não tinha certeza se seria capaz
de parar.
- Às vezes. - disse ela.
Eu não esperava a verdade. Admitir que você odiava seu pai não poderia
ser fácil. Incapaz de parar, estendi a mão e coloquei meu dedo mindinho em
torno do dela. Eu não conseguia segurar a mão dela. Isso era demais. Muito
íntimo. Mas eu tinha que fazer alguma coisa. Ela precisava de alguma garantia
de que ela não estava sozinha.
Mesmo que eu era a última pessoa no mundo que merecia estar lá para ela,
eu ia ser o único. Eu só tinha que encontrar uma maneira de fazê-lo e corrigir
esse inferno que eu tinha criado.
- Vou dar uma festa hoje à noite. É o aniversário da minha irmã Gi.
Sempre dou-lhe uma festa. Pode não ser sua praia, mas você está convidada a
participar, se você quiser.
- Você tem uma irmã?
Eu pensei que ela já sabia disso, mas quando eu pensei de volta para a
noite que Lua chegou, percebi que Gi tinha mantido distância e não havia
conhecido Lua. – Sim. - eu respondi.
- Guga disse que você era filho único. - disse ela, me olhando com cuidado.
Guga tinha falado com ela sobre mim. Ele não precisava explicar nada a
ela. Eu queria protege-la da verdade. Movi minha mão para longe dela. – O
Guga não devia ficar contando as minhas coisas. Por mais que ele queira levar
você para a cama. - eu disse, antes de me virar e caminhar de volta para a casa.
Por que eu tinha que deixar me atingir? Droga.
                                                                                  Continua..........

Mila Mozart
No próximo Capitulo.
Débora Santtos
Autorizada pode postar

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