P.O.V.'s Lua Blanco
- Está tudo bem? – perguntei. Eu sabia perfeitamente que
não estava bem. não era normal ele atender a minha ligação com aquele tipo de
voz.
- Não. Não está tudo bem.
- Teu pai?
- Quem mais? Quem mais adora estragar a minha vida?
- Não fala assim…
- E me diz, tem como não falar assim? Aquele cara adora
ver a minha desgraça. Ele diz que agora não sou mais o filho dele e que não
quer mais saber de mim. E claro, a minha mãe fica o tempo todo do lado dele.
Olha, eu estou cansado. Eu vou sair de casa.
- Sair de casa? – me desesperei – Ficou louco?
- Eu não estou mais a fim de ficar aqui. Se eles não
querem saber de mim, pois eu também não quero saber deles. Eu vou me virar.
- Você vai viver pra onde?
- No colégio. Vou esperar essa época acabar e depois vou
arranjar um part-time. Daqui a uns meses faço mesmo 18 anos. Depois arranjo um
apartamento e vou viver para lá.
- Você pensa que é fácil assim?
- Será que dá para você ficar do meu lado?
- É por estar do seu lado que estou preocupada com você
- Eu vou arrumar as minhas coisas todas e vou para o
colégio.
- Vem para a minha casa. Eu vou falar com a minha mãe
- Não precisa. Eu vou para o colégio. Vou jogar futebol,
vou arejar essa minha cabeça e depois logo vejo o que faço.
- Não me quer do seu lado?
- Quero. Mas você vem hoje para o colégio?
- Sim, eu vou. Depois de uma hora eu estou lá.
- Tudo bem. Te espero lá. Beijo.
- Beijo. Se cuida. – murmurei.
Eu sabia que algo não estava bem. Eu sabia também que o
pai de Arthur era um homem bem rígido, mas pensei que não fosse capaz de atirar
o filho para rua. Porque foi mais ou menos isso que ele fez. Achava que a mãe
de Arthur tivesse coração. Pensei que ela fosse do bem. Mas não, ela é que nem
o marido. Ambos imbecis que não conhecem o filho que têm.
Agora terei de dar todo o meu apoio para Arthur. Aposto
que o que ele está passando não é nada fácil e devo estar ao lado dele para
tudo. Quero tanto ajudá-lo e vê-lo bem.
Arrumei novamente as minhas coisas numa mochila e desci
para falar com a minha mãe.
- Mãe. – gritei pelas escadas – Mãe, eu preciso de ir
para o colégio.
- Um momento. – ela disse ao telefone – Porquê? O que
aconteceu?
- É o Arthur… - suspirei. Minha mãe pediu que eu
esperasse, com um gesto.
- Eu depois lhe ligo e te digo o número dessa referência.
Obrigada. Com licença. – ela desligou o telefone – O que aconteceu com ele?
- Ele e o pai têm vindo a discutir muito e acho que ele
vai sair de casa.
- Sair de casa? E vai para a onde?
- Agora ele vai para o colégio. Eu quero ir com ele.
- Mas vocês não preferem vir pra cá? Ficar aqui em casa?
- Ele não quer.
- Minha filha, tenha juízo.
- Eu sei mãe. Eu só quero o apoiar. Nós não vamos fazer
nada. – peguei a minha mochila e coloquei-a no meu ombro – Vou pedir ao Alfredo
para nos levar.
- Me liga quando chegar.
- Mãe… será que você não conhece ninguém que possa fazer
um part time para o Arthur? Ele quer arranjar algum trabalho…
- Eu… eu não sei – disse a minha mãe um pouco confusa –
Se eu souber de alguma coisa, eu te digo.
Arthur se sentia excluído da sua família. Nem seu pai nem
a sua mãe ligavam pra ele querendo saber como tinha sido o seu dia nem se
estava precisando de alguma coisa. Nada lhe alegrava. Daniel tentava todos os
dias o animar mas nada resultava. Os garotos o chamavam para jogar futebol e
ele recusava sempre. Até os meus convites à piscina ele recusava.
- Eu estou te estranhando – dizia Daniel em volta de Arthur
– Está de TPM?
- Está vendo aqui alguma mulher, por acaso?
- Olha que para mulher você não está nada mal meu caro
amigo. – Daniel encarou Arthur de modo irónico, colocando seu indicador sobre o
queixo – Uns ajustes aqui, outros ali – apertou a bunda de Arthur – E está
pronta.
- Pára de sacanagem. Hoje não.
- É o que a Bela sempre me diz. – Daniel suspirou.
Passada uma semana, Arthur foi informado que seu pai
deixou de ser o seu encarregado no colégio e que agora ele tinha de se virar
sozinho. Bom, ao menos o colégio estava pago até o final do ano.
- Vê as coisas pelo lado positivo amor… - tentei o animar
- Que lado positivo tem isso? – Arthur estava deitado com
a cabeça sobre o meu colo
- Ao menos você não terá despesas com o colégio. Poderá
poupar mais dinheiro para outras coisas, após a saída do colégio.
- Que acho que está para breve.
- Aconteça o que acontecer, eu vou te ajudar. – suspirei
e olhei em volta do quarto dele.
Nas últimas provas da época, ele foi muito mal. Eu tentei
ajudá-lo no máximo que eu consegui, mas ele tirou a maioria negativa na maioria
das disciplinas. O que lhe ajudou foi a média que ele tinha das outras provas e
sendo assim conseguiu passar.
Nas férias de Julho, ele decidiu que ia trabalhar. A
minha mãe tinha arrumado uma coisa qualquer no tribunal para ele fazer e até ia
receber um bom dinheiro, apesar de ele trabalhar apenas 6 horas por dia. Enquanto isso, ele estava vivendo na minha casa, no quarto de hóspedes.
Eram 7 horas da manhã, no meu primeiro dia de férias. Eu
sei que deveria estar a dormir, mas preferi dar ao meu namoro uns bons dias e
uma “boa sorte”, para o seu primeiro dia.
Esperei na sala enquanto ele provavelmente estar tomando
banho. Odeio o facto de dormirmos em quartos separados, mas se não for assim, a
minha mãe não deixa ele ficar cá em casa. Sabe de nada inocente.
- Bom dia. – deu ele ao descer as escadas com um sorriso
nos seus lábios. Parecia estar animado. Bem ao contrário do dia anterior.
Flash back
Depois do jantar, e antes de irmos finalmente dormir,
Arthur foi para o meu quarto com a desculpa de que queria combinar algo para o
próximo final de semana com Daniel e Bela por chamada. Minha mãe entendeu
perfeitamente que aquilo era uma desculpa esfarrapada e lembrou Arthur de onde
era o seu quarto depois.
- Se os meus pais não fossem cabeça dura, nada disso
seria assim. Provavelmente a gente estava passando férias fora do Brasil ou
mesmo que fosse aqui eu não me importava. Eu queria era estar mais tempo com
você
- Bem que eu mereço né? Esses dias você anda muito
insuportável.
- Eu estou triste
- Eu sei. Mas eu cuido sempre de você
- Mesmo assim é difícil pra mim lidar com essa situação
toda… é como se os meus pais tivessem morrido, sabe? Me sinto sozinho, sem
família.
- Não fala assim. – o abracei forte – Eu sei que a
situação não está fácil, mas olha, por exemplo, eu e o meu pai. Antes eu não
lidava nada bem com o facto de ele ter outra mulher, mas agora eu tenho falado
com ele todos os finais de semana. Com o tempo as coisas passam…
- Mas o teu pai não te rejeitou. Ele aceitou sempre as
suas escolhas. O meu não. Ele não aceita que eu seja diferente dele e que tenha
gostos diferentes.
- Você acha que um dia vai conseguir perdoar ele?
- Acho que não. – ele suspirou.
Flash Back off.
- Bom dia, meu lindo. – me levantei do sofá e espirrei
assim que coloquei os pés descalços sobre o chão frio da sala.
- O que faz aqui? – ele me abraçou e depositou um beijo
sobre a minha testa
- Queria te dar um beijo de boa sorte, apenas.
- Mal dormi essa noite. Estou nervoso, sabe? Tenho medo
de não fazer as coisas certas.
- É claro que você vai fazer tudo certinho. Você é
inteligente e capaz de fazer esse trabalho e muito mais.
- Veremos. – ele suspirou e fomos até à mesa, onde ele ia
tomar o café da manhã. Tomou café para despertar e comeu pão de passas, um dos
meus preferidos.
- À tarde vamos sair e comemorar o seu primeiro dia de trabalho.
- É… enquanto você goza o seu primeiro dia de férias, né?
- Só para quem pode – eu ri e joguei um beijinho no
ombro.
Gente, a web está terminando!
- O que vocês querem que aconteça nos últimos capítulos? Quero um fim bem diferente de todos os outros!
Posta ++++++++++
ResponderExcluirAmeeii *-*
Desculpa, mas não tenho criatividade nenhuma .!. Kkkkkkkk
Aiiiiiin, que peeeerfeitinhooo! Cris a escolha é sua! Sua web é maravilhosa, e você é perfeita escrevendo, acho sim, que minha opnião importa, mais eu gosto de surpresas, você é incrivel e sua web também!! Bjs de sua leitora que te adora muito (mesmo nao te conhecendo rsrs)
ResponderExcluirBy:Rafa
Que eles se mudem para um país ou cidade diferente. Assim vai ser um final diferente das outras kkk :)
ResponderExcluirSua web tá perfeita demais Cris ❤!
ResponderExcluirAcho que pro final o pai do Arthur tem que quebra a cara, porque fazer o que ele fez foi muito baixo e o Arthur tem que da a volta por cima e foca na vida dele só com os amigos e com a namorada, porque o tempo não para e ele ficar triste não vai muda nada
Posta mais baby
Xx Mila Mozart ❤
Faz o que a Mila Mozart diz, ai thur é a luapodem ter um baby
ResponderExcluiramo demais esta web.
ResponderExcluir+++++++++++++++++++++++++++++++++++
ResponderExcluirela legal se o pai dele fosse a uma exposição e comprasse um quadro dele e lhe pedisse desculpas e dali para a frente o apoiasse
ResponderExcluirAna