Certezas - 2ª Temporada - 23º Capítulo

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POV’s Lua Blanco


   Eles não quiseram saber de mais nada. Nos colocaram as algemas e seguimos, nos carros da polícia, para o posto das autoridades. Eu só podia estar a viver o maior pesadelo da minha vida.

   No carro das autoridades, Yasmin não conseguia me olhar na cara. Na verdade, nem eu conseguia. Eu ainda não estava chorando tanto como ela, pois a ficha não tinha caído. Eu estava mesmo indo presa? Nunca tal coisa me passou pela cabeça. Nem mesmo quando eu tinha aquela lista de desejos e loucuras, enquanto pensava que ia morrer.

- Me desculpa Lua. Eu não tive culpa. Eu juro que não sei… eu não sei de onde veio aquela droga. Eu juro que não sei. – ela soluçou
- Calma… eu… eu estou confusa. – coloquei as mãos à cabeça. Estava sentido umas tonturas horríveis.
- Você está bem? – ela se chegou para mais perto de mim. Estávamos no banco de trás do carro, mal acomodadas pois os cães raivosos estavam mesmo atrás de nós – AH, QUE DROGA! – ela gritou quando não conseguiu tirar as mãos das algemas – TEM COMO VOCÊS PARAREM A MERDA DESSE CARRO? TEM AQUI UMA GRÁVIDA! – ela berrou para a frente.

   Os dois policiais olharam pelo espelho para nós e numa troca de olhares apressaram a velocidade com que um deles dirigia. Eu encostei a cabeça ao vidro do carro e pedi a Deus que nada de mal me acontecesse.

- Arthur devia estar adivinhando… - disse baixinho – Ele pegava as minhas roupas da mala de manhã… ele não queria que eu viesse embora – não aguentei a pressão e comecei a chorar – Mas pensei que fosse manhã. Meu deus, por que é? Porque? – baixei o rosto e chorei, chorei, chorei até chegarmos ao posto de hospital.

   Na verdade, aquele “hospital” ficava dentro do posto da polícia. Era uma espécie de clínica. Já não consegui entrar pelos meus próprios pés, pois me sentia muito tonta e caso desse algum passo, ia cair.

- O que sente? – a mulher de roupa branca me perguntou
- Tonturas… a minha visão… era está destorcida.
- Se acalme por favor. – ela pediu, verificando a minha tensão

   Eu transpirava por todos os lados, mesmo as ventoinhas estando ligadas. Eu estava assustada. Ela pediu que eu tirasse a roupa e que vestisse uma espécie de bata branca e por fim que me deitasse na cama. Ela me analisou por completo, viu o meu estado de gravidez e passadas umas horas fui liberada.

   Eu e Yasmin ficamos sentadas num corredor escuro, indecente. Ao nosso lado, tinham outras pessoas que foram apanhadas cometendo actos ilícitos. Alguns eram realmente criminosos, mas nós não. Tanto eu como Yasmin, somos duas garotas indefesas e normais, que apenas queria sair da cidade movimentada para um local sossegado descontrair e quem sabe conhecer alguém com um estilo de vida diferente.

   Passados 45 minutos, aproximadamente, um policial me pega pelo braço com arrogância e me leva ao telefone. Eles diziam que eu tinha uma chamada de alguém querendo falar comigo urgentemente. Peguei no celular e pensei em quem seria. Adivinhei.

- Arthur! – gritei sem nome através do telefone. Comecei a chorar assim que o ouvi pedindo que eu tivesse calma e dizendo que tudo ia dar certo – Arthur, acredita em mim, eu não fiz nada. A gente não fez nada, você sabe… - disse eu, chorosa
- Eu sei meu amor, eu sei. – sua voz estava tremula – Eu nem sei como isso foi acontecer… Você desconfia de alguém?
- Não… eu não sei. Eu… estou não sei Arthur, me ajuda, me tira daqui.
- Amor… - me chamou ele baixinho
- Fala…
- Lua, você vai ter de…
- Amor, fala – pedi novamente
- Amor, você vai ter de ficar aí dois dias… - Arthur mal terminou a frase, começou a chorar.

   Pensei que o meu mundo ia desabar. A minha vida não dá dois passos para a frente se depois não der três para trás.
 
   Entrar numa cela, sabendo que você está inocente, é assustador. De um lado, ficam aquelas camas de dois andares, de ferro, cobertas apenas por um cobertor escuro, fino e sujo. Do outro lado, um pequeno armário para cada pessoa presa e num canto, atrás de uma cortina vermelha escura, fica uma amostra de banheiro. Tudo sem condições. Assim que entramos na cela, o portão foi fechado atrás de nós com uma violência enorme. Eu vi o segurança trancar o cadeado e caí na real.
   Sentei na cama, ainda chorosa, e olhei para o teto. Todo ele estava escrito com giz branco. Provavelmente foi escrito por outras pessoas que já cá estiveram. Haviam mensagens, nomes, desejos e desabafos. Olhei para o cimo da parede em frente às capas e conseguia ver o outro lado desta prisão, através da “famosa” janela de quadradinhos. Agora entendo a razão de dizerem, caso você cometer alguma fraude, “você irá ver o sol aos quadradinhos”.

   Na cela de frente, havia outras mulheres presas também. Elas estava com macacões laranjas enormes, que só me fizeram lembrar os mecânicos vestidos. Elas estavam descabeladas, com a pele em péssimo estado e com um rosto de raiva e tristeza ao menos tempo. Elas olharam para mim e para a Yasmin com mais raiva ainda. Estavam dispostas a brigar por motivo nenhum.

- Eu estou com medo. – confessei à Yasmin
- Eu também. – ela segurou as minhas mãos – Lua, aconteça o que acontecer, por favor, não fique contra mim. Eu não quero que pense que eu fiz de propósito. Pelo amor de deus, eu não tenho nada a ver com isso e…
- Calma Yasmin, eu sei disso. – segurei as mãos dela também – Nós fomos enganadas.
- Você tem ideia de quem tenha feito isso?
- Não… - deixei uma lágrima cair


P.O.V’s Arthur Aguiar

   Acordar com uma ligação da esquadra não é fácil. Mas pior se torna quando descobre que a sua mulher está presa. Presa injustamente. Sim, porque eu não acredito que Lua trafique droga. Lua? Logo Lua? Ela nunca tocou num simples cigarro, porque razão ia tocar em droga?

   Falei com o meu advogado, na tentativa dele resolver esta situação. Ele disse que era difícil e que provavelmente tudo isso foi uma armadilha. Na verdade, ele não disse nada que eu não soubesse. É claro que tudo não passava de uma armadilha. Restava saber quem estava por de trás disso tudo.
   Assim que desliguei a chamada com ele, ele volta a me ligar uns exatos 5 minutos depois. Estranhei. Mas provavelmente ele tinha se esquecido de me dizer alguma coisa. atendi a chamada e percebi a sua voz estranha.

- Aguiar, sabe o que pensei? – ele sempre me trata por Aguiar – Isso é obra do Conor. Andou investigando aqui os dados dele e o desgraçado saiu da prisão, pois pagou uma certa fiança ao estado.
- O QUE? ESSE DESGRAÇADO ESTÁ NA RUA E NINGUÉM ME DIZ NADA? – berrei ao telefone
- A verdade é que ninguém sabia… para eu ser sincero, pensei que o caso estivesse encerrado, por isso nunca mais procurei saber nada dele.
- Você fez mal! – gritei – Eu te pago para alguma coisa, não é mesmo? Que incompetente!
- Senhor, você próprio disse que estava tudo resolvido e que não tinha acontecido mais nada de errado com você e a sua família, por isso eu pensei que…
- Tudo bem, tudo bem! – interrompi ele – Talvez você esteja certo. O pior é que Lua está grávida cara, ela não pode ficar naquele ambiente. Aquilo não irá fazer bem ao bebé.
- Eu vou fazer os possíveis e os impossíveis para adiantar a audiência
- Audiência? – questionei
- Todas as pessoas que entram numa esquadra, têm direito a audiência e a uma sessão de interrogação. Não é um direito, é um dever! Eles têm é o direito de ter um bom advogado como eu
- Não brinque com a situação por favor. Trate disso, enquanto eu vou lá na esquadra pra ver como a Lua está.

   Demos a conversa por encerrada. Eu peguei uma roupa qualquer e me dirigi para a esquadra em que Lua estava. Ficava um pouco longe da nossa casa, mas nada que uma velocidade fora do normal, no meu carro, não fizesse a distância encurtar.
   É tão estranho ir para um local daqueles. Logo à entrada, nos deparamos com situações complicadas entre polícias e os criminosos. Eles tentam fugir, enquanto os polícias são obrigados a usar as forças para os prender.
   Dei o meu cartão de identificação e pedi para falar com Lua. Um guarda me levou até uma sala repleta de barulho. Havia uma mesa pequena e duas cadeiras, uma de frente para a outra. Eu me sentei em uma delas e aguardei impacientemente por Lua. Do outro lado dessa sala, onde havia mais pessoas conversando, uma porta se abriu e Lua saiu de lá. A minha mulher estava devastada. Não parecia a mesma. Seu rosto estava sem o brilho natural daquele seu sorriso perfeito. Lua não era mais a Lua.

- Amor! – gritei ao lhe ver. Nossos corpos se chocaram num, enorme abraço. Pude sentir novamente o cheiro dela perto do meu rosto, enquanto os seus cabeços cobriam o meu corpo. Consegui sentir novamente a sua barriga de seis meses colada à minha barriga.
- Amor, me tira daqui! – ela começou a chorar
- Calma minha linda, calma. Tudo vai ficar bem
- Não vai, não vai! – ela não conseguia largar a minha blusa, enquanto chorava. Aquilo me partia o coração. Eu tinha vontade de pegar nela ao colo e começar a correr feito louco para fora daquele lugar imundo.
- Vai, eu sei que vai. O nosso advogado vai tratar de tudo. Você vai ver. Tudo vai dar certo! Amor, eu só quero que não se preocupe. Lembre-se, por favor, do que você está carregando. – coloquei a mão na barriga dela – Levei tanto tempo a me acostumar com esta ideia de ser pai. Agora estou aceitando aos poucos e não quero que nada de mal aconteça com ele.
- Eu te amo.
- Eu também te amo muito! – segurei o seu rosto e finalmente nos beijamos


   Para sair dali, tive quase que ser arrastado. Foi difícil deixar para trás a mulher da sua vida. A razão do seu viver, do seu sorriso, de tudo…

Só 4 comentários no outro capítulo? A web tá assim tão ruim?
Pow, milagres eu não posso fazer. Ou bem estudar, ou bem escrever. 
Não pensem que um capítulo é coisa fácil de escrever. Escrever leva o seu tempo.

14 comentários:

  1. Que saudades eu estavaaaaaa de ler a web! linda demais, acho q foi pouco comentado pq vimos q vc ia demorar a postar.. posta mais!

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  2. mais mais mais e mais..... a Alice nao ta te mandando mais capitulos não?????

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  3. A web ta maravilhosa eu sempre comento pq é um capitulo melhor que o outro

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  4. A web ta otima continue assim

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  5. Criis, vc cada dia me surpreende! Olha eu estava com muiiiiiita saudades de ler! Olha vooc, me fez chorar viiu! Rsrs, ta perfeita continua te adoroo! Bjss da sua leitora que te adora muiito!
    By:RAFA

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  6. Tomara que Lua saia dessa logo
    Que triste mas acho que assim Arthur vai passar a aceitar a gravidez dela e cuidar e amar o seu filho *-*

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  7. Acho que os policiais para provar que elas são inocentes,poderiam fazer um exame de sangue ne?Iria mostrar que elas não tem droga no corpo e que foi tudo armação.

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  8. Acho que os policiais para provar que elas são inocentes,poderiam fazer um exame de sangue ne?Iria mostrar que elas não tem droga no corpo e que foi tudo armação.

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  9. Maiis por favor.!!!
    Essa web é muitíssimo boa, você esta de parabéns Cris..

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  10. Posta mais Cris..
    e as tais provas? você fez? como se saiu?
    Vitoria Suelly aqui

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