A Promessa - Capitulo 35

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Capitulo 35

 Não se engane - o dia do acerto de contas sempre chega pontualmente. Podemos ignorar o rochedo que se aproxima, mas não podemos ignorar a colisão.

                                                                                Diário de Lua Maria Blanco

Na manhã de  24 dezembro eu estava totalmente confusa. Acordei chorando e afundei nos braços de Arthur. Ele me abraçou, mas não disse nada. Ele também estava triste. Tentei me ocupar durante toda a manhã fazendo atividades normais, como se houvesse qualquer coisa de normal naquele dia. Fiz waffles para o café da manhã, esquecendo-me de que Luana não podia comêlos, e nem Arthur nem eu estávamos com fome.
Por volta do meio-dia, deixei Luana na casa de Mel, sob a desculpa de que precisava fazer os preparativos para a chegada do Papai Noel, e voltei para casa. Arthur estava sentado na sala de estar. Amarrava os sapatos.
- Você precisa fazer as malas? - perguntei.
- Para quê?
- Desculpe - respondi. - Isso é novo para mim.
- Você quer almoçar alguma coisa?
- Para falar a verdade, não sinto fome - disse -, mas farei companhia a você.
- Eu também não tenho fome, só preciso sair daqui antes que eu enlouqueça.
- Está bem - respondi -, Vamos.
As ruas estavam insanamente cheias de compradores de última hora. Fomos a um pequeno café francês em Holladay, mas a espera seria de mais de uma hora, e acabamos pedindo nossas saladas e bebidas para viagem, depois fomos até um parque próximo. Sentamo-nos ao lado de uma mesa de metal para piqueniques, debaixo de um toldo aberto, a respiração congelando diante de nós. 
Conversamos sobretudo acerca de nossos últimos dez meses, nossos últimos dez meses, nossas cidades e restaurantes favoritos, o tamanho dos limões em Capri, a fábrica de vidro de Murano e os frutos do mar de Burano, e gargalhamos descotroladamente com Niccola, o belo italianinho que nos conduziu por Pompeia, chamando os outros guias de ''idiotas'' e terminando cada declaração com ''obrigado''. Conversamos sobre tudo, exceto o tique-taque do relógio. Não era preciso. Podia jurar que o escutava.
- Você já decorou a história? - ele me perguntou.
Balancei a cabeça.
- Sua avó morreu na noite passada em Serrento, por isso precisou partir ás pressas para chegar a tempo de acompanhar o funeral. Enquanto está la, você morre em um acidente de carro.
Arthur assentiu.
- Os detalhes você acha que conseguirá convencer Mel? Talvez precise fingir que está chorando.
- Não parei de chorar desde que deixamos Capri, e você nem partiu ainda. Não creio que isso será um problema.
Franziu a testa.
- Você acha que Luana aceitará bem?
- Não muito. Mas irá sobreviver. Não é a primeira vez que perde alguém próximo. Tomarei conta dela. - Girei a xícara entre as mãos. - Há alguma coisa que deva saber sobre Luana?
- Nada que eu já não tenha dito.
- Sobre os garotos...
- Você não deve se envolver muito, isso pode afastar Luana de mim. Apenas seja você mesma.
Concordei com a cabeça.

Chegamos em casa por volta das três. Eu estava tão esgotada emocionalmente que decidi tirar um pequeno cochilo. Acordei com Arthur me sacudindo com delicadeza.
- Chegou a hora - disse baixinho.
Sentei-me.
- O quê? Que horas são?
- Seis horas.
Meus olhos imediatamente se encheram de lágrimas.
- Por que você não me acordou antes?
Ele beijou meu rosto.
- É melhor assim. - Ajoelhou-se ao meu lado, na beira da cama, me abraçou e assim permanecemos. Depois de alguns minutos, afastou-se de mim, ainda segurando a minha mão. - Vamos faer isso.
Caminhamos até o meu carro e dirigimos apenas alguns quilômetros estrada abaixo, a alguns quarteirões da loja de conveniência onde nos encotramos pela primeira vez.
Como me indicou, virei em uma rua lateral.
- É logo ali - falou -, onde o carro vermelho está estacionado.
Avancei e estacionei no meio-fio, atrás do carro.
- Aqui?
- É neste prédio - disse, inclinando a cabeça para uma estrutura de dois pisos e teto plano.
- Qual é o numero? - posso poupar o trabalho, quando você e Luana começarem a procurar apartamentos. 
- Dois-zero-sete, oque fica ao lado da escada.
Olhei para a porta. Não sei como esperava que fosse, mas não havia nada de especial nela.
- Ela parece com uma porta qualquer - falei.
Ele ergueu  os ombros.
- Eu pareço um sujeito qualque.
- Não para mim.
Ele se aproximou e segurou a minha mão.
- Está com medo?
- Estou.
- Eu também.
- Por que não estarei lá quando minha filha morrer?
Ele abaixou a cabeça.
Imagino que Luana não desejava que você a visse partir.
- Poe quê?
- Porque Você já sofreu demais por ela. - Inclinou-se e me abraçou. Depois de alguns minutos, se endireitou e me olhou nos olhos. - Eu sempre te amarei.
- Você não pode me prometer isso. Não assim. - Afundei a cabeça em seu ombro. Ele apenas me abraçou outra vez.
- Lu, tem certeza de que é isso que quer?
- Por favor, não me tente. Quero que minha filha seja feliz. Quero que Você seja feli com ela.
- Você está sempre cuidando dela.
- É por isso que está aqui, não é? - Afaguei suas costas. - Da próximas vez que me encotrar, estarei catorze anos mais velha. Não serei tão bonita.
- Eu já vi você daqui a dezenove anos. Você ainda é bonita.
Nenhum dos dois falou qualquer coisa depois disso. Simplesmente permaneci abraçada a ele. Alguns minutos mais tarde, ele suspirou.
- Está na hora - disse. - Não posso mais adiar isso.
Soltei-o lentamente.
- Cuide da minha menina.
- Eu prometo.
Abriu a porta do carro e saiu. Emseguida, debruçou-se na janela.
- Ciao, bella.
Enxuguei os olhos.
- Ciao - Virou-se e começava a se afastar, quando gritei: Arthur!
Deteve-se. Saí do carro, corri até ele, e nos abraçamos.
- Não se esqueça de mim. Prometa-me.
- Não sei se posso cumprir.
- Não consigo viver com isso. Posso perder Você para ela, posso sacrificar meu amor, mas não posso viver se Você nunca souber que tivemos este momento. - Ergui os olhos, suplicante. - Você me disse uma vez, ''Você não acreditaria nas coisas que consigo prometer'', Prometa a mim. Por favor, apenas diga.
Olhou-me nos olhos e deslizou dedo pelo meu rosto.
- Eu prometo.
- Está bem - respondi. -Está bem. - Afastei-me, ainda segurando sua mão.- Ci vendiamo. - Dei um passo para trás, até que nossas mãos se soltaram.
- Tchau.
Virou-se e o vi caminhar até o prédio. Olhou para mim mais uma vez e deu um breve aceno. Enxuguei as lágrimas e acenei de volta. Depois, entrei no carro e fui buscar Luana.

                                                                                           Continua...

Pra que não tá gostando da web é só para de ler

4 comentários:

  1. Pensei que a web era luar,mas pra mim,e por favir seja mais educada,pois somos nois leitoras que analisa o seu trabalho.#SEMEDUCACAO

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  2. Concordo com você, quem não gosta da web para de ler, vc não foi sem,educaçao
    eu amo a web posta mais que eu to ansiosa

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  3. Sinceramente eu n to entendendo nada. Se o Arthur n ficar com a Lua, vai ser o final mais horrivel ate mesmo para um livro. Lembro-me que disse uma vez q essa web tinha 37 cap n é msm? Entao falta apenas 2 para acabar. Estou curiosa para saber o final. Continue

    Sobre a educação... N acho q faltou ela, que n gosta nao lê

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  4. Eu gosto da web mas por favor seja mas educada com a gente pois somos suas leitoras

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