A Promessa - Capitulo 33 Parte 2

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Capitulo 33 Parte 2

Na manhã seguinte, guardamos nossos pertences. Pouco depois do meio-dia, um caminhão estacionou na frente do casarão, dois amigos de Arthur, netos de Nonna Sonia, Salvatore e Dario, ajudaram-nos com a bagagem e nos conduziram montanha abaixo, até o porto de Capri. Naquela hora, vários barcos grandes estavam atracados no cais e a cidade estava apinhada de turistas.
Despedimo-nos com beijos, embarcamos na balsa alguns minutos antes de ela se afastar do porto. Em nenhum momento virei para trás, para minha amada Capri. Não pude.
Em Sorrento, Arthur arranjou um táxi e fomos até a estação de trem, onde subimos em um trem para Roma.
Era tarde, quase onze da noite, quando desembarcamos no Roma Termini, e demos entrada no Ambasciatori Place Hotel, na Via Veneto, ao lado da Embaixada dos Estados Unidos e da Igreja dos Cappuccinos, com seus quatro mil residetes.
Dormimos durante boa parte da manhã seguinte. Arthur resolveu mais alguns negócios no saguão, e já era de tarde quando saímos como uma família para a nossa última noite na Itália.
Ao por do sol, fizemos uma refeição na piazza Navona, com suas tres estátuas de Bernini. Foi um momento soturno, e apenas Luana tinha muito a dizer, enquanto corria animada entre fontes, artistas, comerciantes e mímicos sobre as pedras arredondadas do pavimento.
Arthur e eu bebemos os nossos cappuccinos, e então, de mãos dadas com Luana, caminhamos pelas calçadas movimentadas por quase um quilomentro até a Fontana de Trevi, escoadoura final dos antigos aquedutos romanos.
podem-se escutar as águas de Trevi antes de chegar á fonte, que sempre fica apinhada no fim da tarde. Á noite, as águas azuis iluminadas cintilam sedutoramente abaixo das estátuas, lançando tramas douradas sobre a fechada de mármore. A figura cetral de Trevi é um cavalo-marinho selvagem, o outro conduzindo um cavalo-marinho domado, simbolizado os humores contrastantes do mar.
Seguramos firme nas mãos de Luana, descemos a escadaria cheia até o muro de mármore da forte. As águas gorgolejantes abafavam os ruídos da multidão, e olhei para Arthur, que contemplava a fonte perdido em pensamentos. Então, vi-o mergulhar a mão no bolso e retirar algumas moedas. inclinou-se para falar comigo.
- Reza a lenda que se vocce atirar uma moeda na fonte, voltará para Roma. Se atirar duas, encotrará um amor. - Entregou-me as moedas.
Balancei a cabeça.
- Então não quero nenhuma moeda.- Meus olhos marejaram enquanto dava as costa para ele.
-Lu. - Ele agarrou os meus ombros e me virou para olhar em meus olhos.
- Eu encontrei um amor. Arthur. Não quero amar mais ninguém, e não quero voltar aqui sem voce.
Durantes um monmento ele não fez outra coisa senão me olhar, seus belos olhos refletindo a minha tristeza. Em seguida, falou;
- Se é isso que eu trouxe para sua vida - francassei. Prometi retornar para cuidar de voce, não para tomá-la para mim. Eu vim para trazer esperança, não para fechar as portas.
Virei o rosto. Mative a cabeça baixa por muito tempo, depois a levantei de novo, deparando-me com o teatro palpitante á minha volta, a multidão vibrante e animada - os turistas com suas máquinas fotográficas, os estudandes de rosto juvial, com seus jeans e tenis, as jovens norte-americanas com olhar esperançoso. as mulheres italianas com seus lábios repreendivos, os meninos ciganos vendedo rosas - cada uma dessas pessoas desempenhando seu papel, cada uma delas representado a sua parte. E então, percebi o que aquilo poderia me ensinar; que a vida prosseguiria. Tal como a água da fonte fluía todas as noites para olhos diferentes, com ou sem ele, minha vida ainda se agitaria, fluiria e borbulharia. Desviei o olhar das águas, dirigi-o para os olhos de Arthur e estendi a mão.
- Eu quero as duas moedas.
Ele segurou minha mão enquanto depositava as moedas sobre ela. Fiquei de costa para a fonte e atirei as duas moedas sobre os ombros.
- Brava - falou com os olhos úmidos.
- Vamos para casa - respondi.
Levantamos cedo na manhã seguinte, e tomamos um táxi até o Aeroporto Leonardo da Vinci. Nosso voo foi direto até o aeroporto JFK, em Nova York, com uma conexão para Salt Lake Cinty. Passamos pela alfandega, fizemos um novo check-in de nossa bagagem e embarcamos em um novo voo. Chegamos a Uyah por volta das seis horas do mesmo dia. Como de costume, fiz os cálculos- era duas da madrugada na Itália.
Não estava nevando quando aterrissamos, mas fazia um frio glacial e a paisagem estava branca, debaixo do cobertor de neve.
Mel e Chay nos apanharam do lado de fora do terminal. Curiosamente, até mesmo Mel, para variar, parecia desanimada, como se tivesse percebido que havia um luto a ser feito. Enquanto percorríamos de carro as ruas calmas e enfeitadas do caminho de casa, nossos dez meses já pareciam um sonho. Não podia acreditar que nosso tempo juntos havia terminado. pode-se enganar o tempo, mas ele irá nos encontrar. 

                                                                                              Continua.......

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