A Promessa - Capitulo 28 Parte 6

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Capitulo 28 Parte 6

- Sempre achei você bonita, era evidente para mim de quem Luana herdaria dua beleza, eu só não sabia quão bonita você era. Naquele momento, entendi por que estava lá. você também era a única coisa deste tempo á qual poderia me agarrar. Aproximei-me de você, torcendo para que me reconhecesse, mas é claro que isso não ocorreu. Seria impossível. você ainda não me conhecia. Não sabia o que falar para você. Quero dizer, o que fazer, contar a verdade? você mandaria me prender. percebi que minha única opção para entrar em sua vida seria cortejá-la. Passei os dias seguintes tentando descobrir como sobreviver em 1989. Eu tinha cartões de crédito, mas não estavam ligados a nenhuma conta, e não queria ter que explicar por que tinha um cartão de crédito que vencia daqui a vinte anos. Felizmente, eu tinha um pouco mais de cem dólares no bolso, que vale muito mais agora do que em 2008. Encontrei um apartamento barato que não exigia depósito adiantado, consegui uma identidade falsa, e comecei a procurar emprego. E então, certa manhã, estava tomando café e lendo o jornal percebi que me lembrava dos resultados da maioria das finais de futebol sobre as quais lia. Com os cinquenta dólares que restaram, fui de carona até Wendover e comecei a fazer apostas. Fora para lá também que me dirigi depois que Luana foi hospitalizada.
- O grande negócio de que você estava falando era a partida de boxe. - Por mais bizarro que aquilo soasse, subitamente tudo fez sentido.
- Eu não acompanhava muito o boxe - disse -, mas todos mundo se lembrava daquela luta. É considerada uma das maiores zebras do século. - Ele respirou fundo. - Na noite que me contou que perderia sua casa, ouvi no radio sobre a luta entre Tyso e Douglas, que estava por vir. Sabia o que precisava fazer, eu só precisava de mais dinheiro do que tinha para apostar. foi por isso que pedi a você que me incluísse  no empréstimo. Se lhe contasse o que eu faria, você teria concordado em faze-lo?
- Teria pensado que você estava louco - disse.
- Exatamente. Estava apenas protegendo você de si mesma.
Balancei a cabeça.
- E eu pensei que você fosse um vigarista. 
- Eu teria pensado o mesmo.
Esfreguei minha testa.
- Não consigo acreditar que estamos tendo essa conversa. Que voz é essa de que fala?
- É uma voz calma e baixa, que ouço dentro de minha cabeça.
- É como fica sabendo das coisas?
- Ás vezes. Algumas coisas eu sei, simplesmente. Como quando preciso voltar. - Olhou-me com seriedade. - Se eu voltar.
- O que quer dizer com se?
- Temos escolhas?
- Que tipos de escolhas?
- Eu posso ficar ou partir. É como se o trem retornasse para a estação e eu decidisse subir nele ou não. Mas é o último trem. Se eu embarcar, volto para 2008, volto para Luana, para tudo que deixei.
Contemplai-o longamente.
- Eu me lembrarei de você?
Acenou afirmativamente com a cabeça.
- Isto agora faz parte de sua realidade.
- Você irá se lembrar de mim?
Franziu as sobrancelhas.
- Não sei. Daqui a treze anos, Luana irá me levar para conhece-la. Ele não atravessou esse momento ainda. Ele ainda não sou eu. mas talvez na véspera de Natal de 2008. quando entramos em compasso...
Refleti sobre isso.
- E se você não partir?
- Fico aqui com você, e o outro futuro desaparece. Tudo que Luana saberá de mim é que sou o homem que ama sua mãe.
- Logo, estou competido com minha própria filha por seu amor.
Aquiesceu devagar.
- Jamais quis que as coisas ficassem assim.
- Como imaginava que isso ficaria?
Ergueu as mãos. 
- Eu não imaginava nenhum desdobramento. Não planejei isso quando fiz a promessa a Luana. Não sabia que seria arremessado de volta no tempo ou apanhado em algum túnel do tempo, seja lá o que for. Isso é diferente do que ensinam na escola, ou mesmo na missa de domingo. E tudo muito absurdo.
- Se ficar. você se recordará de ter se casado com Luana. Tal como se lembra agora.
Assentiu.
- Você verá outra pessoa com ela. Verá ela se apaixonar pelo homem que se tornará seu marido.Conseguirá passar por isso?
Olhou para mim com tristeza.
- Eu não sei.
- Assim como terei de ver outra pessoa com você. - Desviei o olhar por um tempo, então o ergui novamente. Disse com raiva: Como pode deixar que me apaixonasse por você?
- Não era algo que eu pode-se controlar.
- Então como pode se apaixonar por mim?
- E como não poderia?- tomou a minha mão. - Apaixonei-me Por Luana porque ela é bonita, atenciosa e forte. Ela é como água doce e pura. Mas você é a primavera. Como poderia não ter me apaixonado por você?
- isso é errado. - Levantei-me e saí do bar, rumo ao estacionamento. Arthur se seguiu. Quando alcancei meu carro, apoiei-me nele. Arthur se aproximou por trás, e colocou os braços ao redor da minha cintura.
- Eu jamais pretendia me apaixonar por você, Lu. Simplesmente aconteceu. isso não significa que eu não ame Luana.
Virei-me.
- Não posso tomá-lo de minha filha, Arthur. Não importa quanto doa perde-lo.
- Eu sei. - Respirou fundo, expirando vagarosamente.
- Eu deveria ter partido. Teria sido mais fácil.
- Para mim, não. Teria me culpado por perde-lo. Teria lamentado isso pelo resto da vida.
Nos minutos seguintes, apenas permanecemos ali, o mundo se movendo ao redor, duas pessoas apanhadas entre dois mundos. Toquei seu rosto.
- Quantos tempo temos até você retornara?
- Até a véspera de Natal?
- O que acontece na véspera de Natal?
- Eu retorno para o apartamento. E volto para 2008, para terminar o que deixei por fazer.
- Você volta para ver Luana... - Não consegui dizer. Abaixei a cabeça. - Há três dias, eu pensei que iria me casar com você. - Meus olhos marejaram. Encontrei os olhos de Arthur. - E você sabia de tudo o tempo todo.
- Desculpe. Eu tentei não...
coloquei o dedo em seus lábios.
- Não é culpa sua. É o que eu queria. - Busquei sua mãos. - Por que não me sinto culpada?
- Porque você não fez nada de errado. Luana ainda não é minha esposa.
Comprimi meu corpo no dele, pousando a cabeça em seu peito, e Arthur me abraçou.
- Eu sei porque ela se apaixonou por você - falei.
Ele beijou o topo de minha cabeça. 
Depois de alguns minutos, eu disse:
- a véspera de Natal será daqui a dez meses. O que faremos com dez meses?
Nenhum dos dois falou por um tempo, e então, subitamente, ele me afastou. para minha surpresa, parecia contente, como se tivesse acabado de resolver algum grande dilema.
- O  que você faria se tivesse apenas dez meses de vida, e o dinheiro não fosse problema?
- Eu passaria cada segundo ao lado das pessoas que amo. E eu viajaria. Eu veria tudo que sempre quis ver.
- É isso que faremos. Enganaremos o tempo. Viveremos mais em dez meses do que as pessoas vivem em toda uma vida. Passaremos cada momento juntos, e veremos tudo.
- E a escola de Luana?
- Que melhor educação ela poderia ter?
- Enganar o tempo - falei. - Gosto disso. - Olhei-o e também sorri. - O relógio está correndo. O que estamos esperando? 

                                                                              Continua....

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