A Promessa - Capitulo 25

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Capitulo 25
              Apenas os tolos e as crianças acreditam que fechar os olhos fará os                                                                     monstros desaparecerem.
                                                                     Diário de Lua Maria Blanco  

Nevou durante a noite, o suficiente para aparecerem os tratores de remoção de neve, e despertei com o ruído da lamina de metal de um trator abrindo caminho em nossa rua. Por mais que quisesse continuar dormindo, levantei-me e me vesti. Em seguida, vesti Luana e aprontei para o dia.
Por causa da crise financeira por que passava, pedi a Mel para me escalar nos sábados, assim conseguiria uma renda extra. Minha vizinha Fátima se ofereceu para me ajudar a poupar os custos de ter uma babá e convidou Luana para brincar com Ana durante o dia.
Mesmo que a Prompt não limpasse ou passasse roupa nos fins de semana, as manhã de sábado ainda eram os períodos mais movimentados da semana, com as retiradas e as entregas. Como era de se esperar, estávamos ocupadíssimas e nossa pequena recepção, sobrecarregada, com mais clientes aguardando do lado de fora, com os braços cheios de roupas. Estava ocupada registrando um pedido quando Mel atendeu o telefone. Gritou por cima do barulho;
- Lu, é a sua vizinha.
- Ela está com Luana. Diga a ela que já vou atender. – apressei-me para concluir a tarefa em que estava ocupada e peguei o telefone que estava sobre o balcão.
- Fátima?
- Oi, lua. Espero que não esteja ligando em má hora – sua voz parecia tensa.
- A Luana está bem?
- Está. Ela e Ana estão no quintal, fazendo um homem de neve. Eu liguei por outro motivo. Meu marido Geraldo acabou de telefonar do trabalho. Você sabia que ele trabalha no Banco?
Imaginei o que aquilo poderia ter a ver comigo, e que não poderia esperar.
- Não, não sabia.
- Ele é o gerente da filial de Holladay. Uma transação passou por sua mesa ontem á tarde e, segundo ele, dizia respeito a você. 
- Uma transação?
- Está em seu nome. Quão bem você conhece Arthur Aguiar?
O modo como me perguntou aquilo me deixou nervosa.
- Muito bem. Por que?
- Não quero deixá-la alarmada, tenho certeza de que há alguma explicação plausível. Só achei que deveria me cerificar com você. Você sabia que Arthur fez um empréstimo dando sua casa como garantia?
Respirei aliviada.
- Ha, sim. Eu sei. Ele está me ajudando a fazer algumas reformas na casa, por isso eu o incluí como signatário, para que ele pudesse retirar dinheiro quando precisasse.
- Foi o que Geraldo disse. Sei que isso é muito pessoal, mas você se importa de me dizer quanto ele deveria sacar?
- Bem, creio que seriam cerca de três ou quatro mil dólares. E retiramos uma parte quando assinamos os papéis, também. Mas ele não tiraria tudo de uma vez.
- Ah, não – falou Fátima.
- Há algum problema?
- Lua, ele sacou muito mais do que isso.
- Quanto mais?
- Lua, ele retirou mais de sessenta mil.
Meu peito se contraiu.
- O que?
- Geraldo disse que ele retirou o limite do empréstimo para liquidação da casa.
- Por que não o impediram?
- Sinto muito. Geraldo não foi o responsável pela transação, mas disse que era perfeitamente legal, Arthur tinha acesso á conta.
Senti como se alguém tivesse acabado de golpear meu estomago. 

                                                                             Continua....

4 comentários:

  1. Só espero que não seja o que eu estou pensando, se for, eu irei ficar com muita raiva do Arthur !! Posta mais, amo essa web ♥♡ Ass: Kesia.

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  2. Posta mais um hoje, por favor, estou amando essa web <3 (^.^) Ass: Gabi.

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