"Certezas" - 36º Capítulo

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No capítulo anterior…

POV NARRADOR

Na manhã seguinte, assim como os senhores da meteorologia tinham dito, ia nevar. Assim que Arthur acordou, foi à janela e viu a rua cheia de neve. Se lembrou logo do primeiro desejo de Lua, que foi o primeiro a ser cumprido: “Fazer anjos na neve”. 

Foi no banheiro tomar um banho quente. Estava precisando. Aproveitou para pensar um pouco no dia de hoje, que estava já começando. Hoje era tudo ou nada. Ou Lua escolhia ficar com ele, ou então ele deixava tudo e ia embora.
Ele só queria, ao menos, ficar com a amizade da pequena. Ela é muito importante para ele. Muito mesmo!
Dona Blanco acordou cedo para ir trabalhar, assim como Estrela. Ele viu ambas saindo de casa bem cedo. Pensou então que estava sozinho em casa com Lua. 

Depois do banho, ele chegou à cozinha e Lua já estava lá. Ela estava apenas com uma camisola de dormir e estava descalça. Arthur queria brigar com ela, pois estava frio e ela não devia andar assim, mas acontece que ele estava totalmente enfeitiçado com as pernas branquinhas de Lua despidas. 
Quando ela se virou, ele continuou olhando enfeitiçado. Lua riu do jeito dele e deu um BOM DIA, pra que ele despertasse.

- BOM DIA! – quase gritou
- Você não devia estar assim… - balbuciou ele
- E você não devia me olhar assim. Sabe que eu não resisto.
- Bom dia. – disse ele. Ele se sentou na cadeira e ficou encarando os seus dedos – Pensou bem?
- Sim. 
- E então…?
- O que você acha?
- Eu realmente não sei… - ele olhou para ela e de seguida voltou a baixar o olhar – Eu só te peço que, aconteça o que acontecer, dependendo da decisão que você tomar, não estrague a nossa amizade. Ela é mais importante que tudo.
- Você acha mesmo que eu ia estragar com uma amizade que já dura há anos? – Lua sentou em frente dele
- Eu não sei… pensei que estivesse mesmo irritada comigo.
- Eu estava. Sabe por quê? Porque eu te culpava pelo que me tinha acontecido. Mas não pode ser assim. Eu é que fui idiota por me trancar no banheiro e quase me…
- Shiu. – pediu ele – Já passou. Todos nós cometemos erros.
- Mas esse foi um erro que eu já tinha cometido no passado. Voltei a comete-lo e desta vez podia mesmo me ter levado a vida.
- Mas não levou e é isso que importa! – ele segurou as mãos dela – Presumo que você me tenha desculpado.
- Claro que sim, lindo. – ela passou as mãos no rosto dele
- Linda! – ele fez o mesmo com ela. 

Ele se levantou da cadeira, sendo cavalheiro com a pequena e se baixou um pouco diante dela. Ela sorriu encantada. Finalmente, depois de tanto tempo, ela ia voltar a beija-lo. 
Ele colocou as mãos na cadeira em que ela estava sentada e aproximou os lábios dos dela. Deram um selinho e sorriram. Era tão bom ter de novo todas aquelas sensações de gente apaixonada: coração acelerado, borboletas na barriga e calafrios. 
Enquanto se beijavam, ela levou as mãos novamente ao rosto dele, passando-as para o cabelo e o bagunçando um pouco. O cabelo dele ainda estava molhado. 

- Amo tanto você, minha namorada.
- Também te amo, meu lindo! – disseram novamente entre beijos

Os dois passaram a manhã inteira no sofá matando saudades. Se beijavam, se abraçavam ou ficavam simplesmente encostados um ao outro sentindo a respiração um do outro. 
Era tão bom se sentir novamente segura nos braços de um cara que te ama e que faz tudo por você.

- Eu te amo mais
- Não, eu é que te amo mais
- Mentira
- Verdade! – ela ria e passava o dedo pela ponta do nariz dele

Almoçaram também na sala. Ela comia algo sem gosto nenhum, sem sal, devido à sua “dieta”, enquanto ele se limitava a comer arroz, com carne e montes de calorias. Arthur não se sentia bem comendo algo tão calórico como o que estava comendo, sendo que Lua estava ao seu lado comendo algo à base de verduras. Ela já estava acostumada, por isso se sentia indiferente.
Para Arthur se sentir melhor, foi até à cozinha colocar o seu prato calórico e trouxe outro com a mesma comida que Lua: legumes, salada e peixe cozinho, tudo sem sal!

- O que está fazendo?
- Se você consegue comer, eu também consigo.
- Mas por que raio está fazendo isso?
- Porque… eu quero.
- Não minta. – pediu Lua
- Eu não me sinto bem comendo algo diferente de você
- Mas eu gosto do que como… você não vai gostar de nada disso.
- Confesse que você preferia um bom bife e umas batatinhas fritas – Arthur encarou ela
- Você sabe muito bem que a minha doença…
- Lua, coma! – pediu Arthur, não deixando ela falar mais

Arthur colocou a primeira colher na boca e se controlou para não deitar tudo para fora. A comida era quase incomestível. A segunda colher que levou à boca foi dolorosa também, assim como a terceira e todas as outras.

- Você é muito tolinho! Mas… eu me sinto grata por tudo o que você faz por mim. – os dois já tinham acabado de almoçar e agora estavam olhando, pela janela grande da sala, para as ruas cobertas de neve. – Acho que nunca encontraria alguém tão perfeito como você. 
- Eu quero apenas que você se sinta bem!

(…)

Os dias foram passando.

As manhãs de Lua se tornavam terríveis, pois toda a vez que acordada, logo pela manhã, sentia uma vontade repentina de vomitar, mesmo não tendo comido nada antes. Após as refeições, e mesmo durante a noite, Lua sentia soluços. E por mais que bebesse água, a sua sede era excessiva. A sua pele estava seca e sentia muitas dores de cabeça. 

“Querido diário. Não sei o que se passa comigo. Eu não estou bem. Estou com medo!
Da última vez que fui internada, o médico me disse que eu estava com início de problemas nos rins, mas ele disse que era algo que com uma dieta se curava. Mesmo fazendo essa dieta, algo me diz que os meus problemas aumentaram.

Não contei ainda a ninguém o que sinto. Quero primeiro ter a certeza do que realmente se passa com o meu corpo. 

Fui à internet ver as consequências da minha doença crónica, hipertensão arterial, e lá diz que posso ter problemas em órgãos como os rins, o coração e até no cérebro. Bom, no coração eu já tive, inclusive, tive um ataque miocárdio à bem pouco tempo. Porém, isso está meio resolvido. Mas tenho medo que os meus problemas nos rins tenham evoluído o grau do perigo.

E se estes problemas nos rins não foram derivados da Hipertensão? E se estes problemas nos rins forem um cancro? Meu deus, me ajude! Eu não quero morrer.”

Era impossível Lua esconder o seu mau estar perante a família. Arthur, Estrela e Dona Blanco perceberam logo a mudança na cor da pele da Lua. A sua pele estava mais branca que o normal e muito seca. 
Dona Blanco obrigou Lua ir no médico e ver o que se passava com a pequena.


(…)

Passados mais uns dias, o resultado do exame feito tinha saído. Na verdade, esse resultado era péssimo. Os seus problemas nos rins tinham mesmo aumentado de intensidade, como Lua suspeitava, e ela teria de retirar eles. Porém, nenhum ser humano resiste sem rins.

- A Lua vai ter de encontrar alguém que seja compatível com ela e que lhe doe os rins. – disse o médico à mãe de Lua, que estava lavada em lágrimas no consultório. Lua também estava lá, mas controlava as lágrimas.
- É melhor dizer de uma vez que eu vou morrer.
- A esperança é a última que morre. – disse o médico
- Como é que eu vou encontrar alguém compatível comigo, senhor doutor? – perguntou Lua
- Pode ser família, amigos, ou um ser desconhecido qualquer. Pode até ser de pessoas que morrem e que as famílias não se importem de doar. 
- Eu vou doar! – disse dona Blanco
- Não mãe! – pediu Lua – Você não vai fazer isso.
- Eu quero fazer os testes e ver se sou compatível.
- Muito bem. – disse o médico 
- Mãe, eu não quero que você retire os seus para me dar. A gente vai encontrar alguém que…
- Filha, está decidido!
- Mãe, não faz isso comigo, por favor! – Lua quase implorou
- Lua, nós vamos fazer as análises à sua mãe e veremos se são compatíveis. Caso forem, logo vocês decidem o que fazer. Mas enquanto isso…
- O que foi? – Lua perguntou
- Você terá de ficar internada. 
- O quê? – Lua ficou assustada – Eu não quero. Eu me sinto bem e…
- Não Lua, você não está bem. Você terá de ficar aqui na clínica, internada, enquanto não encontrem um doador. Mas relaxa, aos finais de semana você poderá ir a casa e pode receber visitas sempre que quiser. – o médico tentou tranquilizar Lua.

Lua saiu do consultório pior do que estava. Ela sabia perfeitamente que por o médico a ter chamado com urgência ao hospital, coisa boa não era. Porém, não se esperava que tivesse de ser operada para lhe retirarem os rins e ainda por sida que tivesse de esperar por uma doação.

Arthur quando soube da notícia ficou chocado. Por momentos pensou que toda a sua esperança havia sido em vão. 
Nada garante que Lua fique bem ao receber um rim bom e novo, até porque o corpo dela pode rejeitar esse rim e pode até… morrer durante a operação. 

Lua arrumou as suas coisas sozinha, no seu quarto, enquanto chorava. Parecia que a sua vida estava piorando de dia para dia. Ela se sentia fraca, sem chão. Nada a conseguia animar. Nem um abraço, nem um beijo ou uma palavra amiga do namorado. Nada! No dia seguinte ela iria ser internada.

E como é claro, hoje tem mais!
O livro que eu citei no ultimo capitulo é da Jojo Moyes e chama-se "Viver depois de ti", porém, acho que no Brasil deve ser diferente. (lembrando que sou de Portugal né?)

Esta web está terminando. Leiam todos os pormenores que eu escrevo para não se confundirem. 

7 comentários:

  1. O thuty vai doar o rim pra ela ? Nao quero que tenha um final triste a web

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  2. Chocada com tudo.. essa web tá muito perfeita. Para de acabar comigo Cris :(

    Mandy S.

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  3. Necessito de mais urgentemente!!!

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  4. ela tá sofrendo demais,
    faz com que apareça um doador anônimo pf
    ass Sofia

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  5. OMG 😦!!! To com uma cara de "nao quero q essa web acabe, mas eu quero ler o final!"... Mais pf ❤️😍❤️

    Ghabbyh

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