Capítulo 18 - Loading of arms‏

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A festa dada na luxuosa mansão havia chegado ao fim. Taças vazias e com restos de bebidas caras preenchiam as mesas, e os lustres de cristais continuavam á brilhar, pareciam ser destaques naquela sala, eram grandes e chamativos. Pessoas contratadas para a limpeza circulavam no local, todos vestidos com suas devidas roupas, sendo assim, roupas semelhantes á de empregados. Mesas eram tiradas da sala, e os panos que as cobriam eram dobrados e colocados em uma enorme caixa para serem enviados á lavanderia. Aos poucos o hall voltava á ser como era antes da festa.

  No andar de cima estava Lua no quarto de brincadeiras, e Aguiar se encontrava á sós em seu quarto, pensativo sobre a moça que estava na porta do fim do corredor, e ao casal que estivera antes em sua festa. Ele pensava em como Giovanna havia mudado, suas curvas estavam mais largas e bonitas, e lembrou que ao tocar sua mão percebeu o quanto sua pele continuava macia, aquilo não havia mudado. Seus pensamentos se dilaceraram e foram entregues de bandeja á morena dos olhos verdes. Arthur pensava na maneira que haviam dançado, com calma e suavidade, apenas aproveitavam o momento, e ele tentava resgatar algum pensamento de sua memória, mas por o que lembrava vagamente, sabia que jamais havia dançado com alguém como dançou com ela. Mãos na cintura, braços rodeados no pescoço alongado, respirações quentes batendo em pés de ouvidos. Ele queria sentir novamente, mas não na hora do sexo, e sim na honra de mais uma dança, acompanhado dela. Arthur se negava á pedir aquilo novamente, pensou o quanto foi constrangedor pedir para que dançasse com ele, e o que o deixara mais nervoso foi que Lua Blanco riu dele. Na cara de pau, e sem medo que ele se revoltasse e acertasse a mão pesada em seu rosto na frente de todos. E então, as memórias aguçadas finalmente se tocaram que Lua não tinha ou têm medo de Arthur, mas ele estava disposto a fazer com que ela tenha, nem que para isso ele precise machucá-la emocionalmente ou fisicamente. Mas, ele se negava á fazer isso de forma física, pois lembrou de como machucou-a, e de como ficou a cor morena, de seu rosto que havia ficado com alguns tons roxos, e em pequenos espaços escorriam sangue. Ele balançou a cabeça tentando afastar aquilo. Justin nunca havia batido tanto em uma mulher, achava aquilo covarde, exceto á Giovanna, a qual ele deformou o rosto á cada milímetro quanto descobriu sua traição no passado. E a outra mulher em que tocou foi uma das prostitutas, a qual roubava altas quantidades de drogas da boate, mas ninguém nunca desconfiaria dela, pois tinha um rosto tão inocente, cabelos loiros claros e olhos azuis emolduravam seu rosto que disfarçava qualquer maldade naquela alma, mas quando Arthur descobriu não deixou barato, ele precisou dar uma boa lição nela, sentiu necessidade para mostrar o quanto era dominador e que alguém deveria pensar duas ou mais vezes antes de tentar passar a perna nele.

  Ele balançou a cabeça e separou-se do vidro gélido que estava enquadrado no encosto da sacada. Passou as mãos firmes em seu topete já bagunçado, e apagou seu cigarro no cinzeiro que estava em cima da mesinha ao lado de sua enorme cama. Continuou á encarar os lençóis pretos de seda que haviam sido trocados á pouco tempo por Rose, e pensou que nenhuma mulher havia deitado-se ali, mas talvez muitas já tenham sonhado em sentir o contado da pele de suas costas com os lençóis de seda enquanto o corpo musculoso de Aguiar a cobre por inteira. Arthur queria que esse privilégio fosse de uma única mulher, pois antes era de Giovanna, mas precisou fazer mudanças depois da separação. Ele não acreditaria em qualquer vadia com cara de santa, pois dessa vez ele jurou á si mesmo que honraria aquele quarto. Honraria quem deita em sua cama, ao seu lado.

  Tirou sua camisa de linho branco, ficando apenas com sua calça e o par de sapatos sociais. Pegou o celular em cima da mesinha e o verificou, não havia nenhuma chamada de seus amigos. Levantou da cama e abriu a porta do quarto. O corredor estava vazio e precisou se encorajar para não ir até a última porta do corredor que o chamava. Tirou a chave de seu escritório do bolso e o abriu.

  Com classe, ele se sentou em sua poltrona de couro. Abriu o armário de prata ao seu lado, e tirou a pasta repleta de papeladas.

   Leu e releu os termos de sigilo e a confirmação de envio de produto. Arthur estava impaciente sentado naquela poltrona enquanto olhava seriamente para o telefone branco que já estava lhe deixando com náuseas. O barulho ecoou na sua sala confortável e moderna, e em seu rosto surgiu um sorriso de satisfação.

-Boa noite, Aguiar. –cumprimentou a voz rouca do outro lado da linha.

  Arthur tirou o sorriso do rosto, e limpou a garganta para que sua voz saísse profissional.

-Boa noite, caro Russell.

-O carregamento foi enviado ontem em um navio contrabandista, e provavelmente chegará hoje em Los Angeles. Será levado por homens meu até o mesmo galpão em que sempre envio as mercadorias.

-Muito bem. –disse Aguiar com autoridade.

-Espero que lido os termos de sigilo. Nunca entregar o outro caso sejamos pegos pelos fardados, esse é o nosso lema, pois você sabe o que acontece com famílias de quem quebra essas regras.

  Arthur se arrepiou, amaldiçoando mentalmente aquele homem.

-Claro que li, Russell. Não seria preguiçoso á ter que ignorar aquilo por ser uma enorme lista, pois sou um homem de palavra e sei bem o que faz parte do ramo em que trabalho.

  O homem do outro lado riu, provavelmente seria por Arthur achar que tinha tanta experiência com vinte e dois anos.

-Ótimo argumento, jovem Arthur. Até o próximo carregamento, estarei ao seu dispor.

  Aguiar colocou o telefone de volta ao gancho, suspirou pesado e satisfeito por mais um carregamento praticamente concluído. John Russell o tirava do sério algumas vezes, mas Arthur pensava que não poderia subestimar o velho, não agora, não até que ele comece á fabricar seu próprio produto e acredita que esteja longe de produzir armas, bem longe.

  O carregamento que estava sendo enviado para Los Angeles era de armas, das mais variadas, estava vindo de Israel. Aguiar distribuiria para os traficantes do Brasil, Alemanha e Inglaterra. Ele estava sempre á um passo a frente que os outros, menos á frente de John Russell.

  Acendeu mais um cigarro de maconha como aperitivo por mais um enorme carregamento de armas. Ligou para Chay e pediu para que fosse acompanhado dos outros para receber o carregamento e que deixassem no galpão que os pertencia e o deixasse seguramente trancado.

  Arthur ligou para o interfone da cozinha e pediu para que Rose deixasse um balde de gelo com uma garrafa de champanhe e duas taças no quarto de brincadeiras.

  No fim do corredor estava Lua, atenta em lixar sua unha com o objetivo de deixá-la quadrada da forma que gostava, pois a manicure que fez sua unha teimou que o modelo redondo ficaria mais bonito em suas unhas enormes.

  Vez ou outra, a morena encarava o balde de aço inox repleta de gelo com um champanhe de com cara de melhor marca, e ás taças em cima da mesinha de cabeceira.

  Guardou a lixa na maletinha que estava no banheiro, e voltou para a cama. Deitou-se de bruços e batucou as unhas de cor creme no travesseiro enquanto cantarolava serenamente uma canção que se apresentou no ballet.

  O rangido da porta foi calmo e perturbante, como se o demônio estivesse adentrando o quarto, e para Lua de fato era o demônio em pessoa, ela sabia que era Arthur. Moveu a cabeça ainda de lado, e seus olhos esverdeados foram diretamente para o abdômen de Aguiar que dava aos seus pelinhos extremamente sexy’s. O topete do loiro estava sensualmente bagunçado e sua boca extremamente avermelhada fazendo com que Lua castigasse seus lábios com os dentes involuntariamente.

-Para que encarar se você pode tocá-lo? –provocou.

  Lua sentia suas bochechas ganharem o tom coral enquanto analisava o corpo másculo que pedia para que suas mãos o tocassem. Ela passou a língua entre os lábios e o analisou da cabeça aos pés. Em sua visão, ele estava tão sexy com aquela calça justa pelo cinto em seu quadril pequeno em relação ao seu peito e ombro, e o par de sociais o deixava com um ar de dominador.

  Arthur encostou-se mastro de pole dance que ficava de frente para a cama e encarou descaradamente o corpo vestido por uma camisola vermelha que tinha renda nos seios, na barriga era transparente, e no final, sua borda era como pelúcia vermelha. Mesmo que Lua estivesse envergonhada e com isso pressionasse suas pernas, Arthur teve a cara de pau de se abaixar para enxergar a pequena calcinha de renda.

-Abra as pernas. –ordenou.

  Ela negou timidamente com a cabeça enquanto seu chefe a encarava sem pudor algum.

-Abra as pernas. –ordenou novamente, e já era possível perceber a impaciência em sua voz.

  Devagarzinho, Lua abriu a perna, dando uma pequena brecha.

-Mais. – Arthur sussurrou.

  Lua abriu suas pernas de vez, flexionou os joelhos e tentou conter o rubor.

-Perfeita. –murmurou admirado com sua visão.

  Para ele, aquilo era o paraíso. Ele conseguia ver perfeitamente o contorno da vagina de Lua um pouco de sua bunda espremida na cama e seu decote que lhe cumprimentava.

-Venha até aqui.

  A morena levantou-se com cuidado da cama, sem perder o contato visual com Arthur e caminhou em passos lentos até ele fazendo com que seu salto quebrasse o maldito silêncio no quarto que a deixava em êxtase.

  As mãos com os dedos firmes agarraram fortemente o quadril de Lua deixando-a assustada, e logo Arthur empurrou-a contra o ferro de pole dance fazendo suas nádegas acolherem o ferro gelado entre elas, e um baixo gemido saiu de seus lábios pintados com batom vermelho.

-Hoje eu dominaria você por minha vingança. –lembrou Lua, assim que sentiu os lábios quentes de Arthur em seu pescoço.

-Nós teremos muito tempo, muito. –sussurrou enfeitiçado pelo corpo dela.

-Então, deixe-me começar. –sussurrou, e empurrou o peito de Arthur.

  Aguiar riu rouco, não acreditava naquilo, mas iria deixá-la começar dessa vez. Tirou a chave do armário de seu bolso e a entregou para Lua, que agradeceu por um sorriso. Assim que ela virou para ir ao banheiro, sentiu o tapa estalado em seu bumbum o fazendo arder, e gemeu em protesto.

-Isso é uma comemoração, então eu não gostaria de lhe ver vestida de policial, não hoje. Por isso pedi para que um de meus homens lhe entregasse essa lingerie, você está uma delicia nela. –Arthur dizia alto enquanto Lua escutava atenta do banheiro.

  Ela se surpreendeu ao abrir o armário. Encontrou lubrificantes, algemas, chicotes, cintos de couro, calcinhas comestíveis, diversos sabores de camisinha, e até dado de posições sexuais.

–É, Arthur tem lá seus fetiches sexuais. –pensou.

  Lua pegou dois pares de algemas e o cinto de couro marrom.

  Ele se encontrava jogado na cama. Sem aviso prévio, ela prendeu uma de suas mãos fazendo com que o celular caísse e ele levasse sua atenção para ela. Prendeu a outra mão e logo a algema foi presa no ferro de encosto da cama, e fez o mesmo com seus pés.

  Sorriu diabólica para ele e se afastou, caminhando até o som.

  A música a qual havia escolhido tinha uma batida extremamente sensual. Segurou o mastro e rebolou o quadril flexionando os joelhos enquanto passava a mão livre em seu corpo, fazendo os olhos amendoados seguirem cada rastro. Deu a volta no ferro gelado e começou á passar suas nádegas nele, enquanto mordia seu dedo indicador como uma safada. Sorriu ao ver o volume de Arthur.

  Pegou o cinto em cima da poltrona vermelha e seguiu lentamente, de acordo com a batida da música até a cama. Ela se acomodou em cima do pênis apontado para cima, e  aproximou seu decote do rosto dele, enquanto cheirava seus cabelos e o provocava, se afastando cada vez que ele tentava agarrar seus seios com a boca.

  Passou o cinto lentamente por seu peito desnudo e sem aviso ou rastro, o estalou fortemente na pele quente, o que fez ele urrar de dor. Saiu de cima dele, e se ajoelhou entre as pernas abertas de Arthur devido ás algemas, desceu lentamente o cinto por abdômen e com toda sua força, ela lançou o cinto, o fazendo se impulsionar na cama e pressionar os olhos, ela havia feito um pequeno corte nele. Uma, duas, três, quatro chicotadas lançadas nas laterais do corpo musculoso.

-Você irá se arrepender por estar indo tão longe, Blanco. –murmurou Arthur com a voz aguda pela dor.

  Lua largou o cinto, o fazendo cair no tapete ao lado da cama e sem pensar duas vezes, lançou um tapa no rosto de Aguiar, deixando sua unha se alastrar ali. Acertou um soco em seu nariz com força, podendo ver um pouco de sangue que escorria e acertou outro no seu maxilar.

  Agora ela estava esgotada e acreditava ter conseguido se vingar. Levou suas mãos até as algemas, e as soltou, ele não fez nada. E então, ela trocou de posição para abrir as algemas dos pés e para sua surpresa, Arthur a pegou por trás, dando-a uma chave de braço e lhe fazendo respirar aceleradamente, buscando por ar.

  Lua empurrou seu bumbum pra trás, o chocando com o pênis petrificado e fazendo o braço que lhe sufocava amolecer aos poucos, levantou seus braços com dificuldade e puxou os cabelos de Aguiar. E para ele, era isso que ela gostava, selvajaria. Ela era como uma leoa na cama, e eles ainda não estavam nem na metade do percurso.

  Arthur tirou seu braço do pescoço dela e a virou de imediato para si. Não daria tempo nem de um oral, naquele momento eles precisavam possuir o corpo do outro, como uma droga exuberante e viciante.

  Enquanto a mão dele tratava de tirar a camisola dela, as delicadas mãos dela tirava o cinto de seu quadril. Aguiar a empurrou contra o travesseiro, e tirou sua calcinha por completa. Passou a mão em sua intimidade excitada e ela se contorceu ao sentir aquele contato.

-Não vou usar camisinha, porque quero lhe sentir por inteira, terá que tomar anticoncepcional depois.  –Lua assentiu desesperada para senti-lo.

-Tire a calça, por favor... –ela pediu.

  Arthur a olhou nos olhos e desceu a calça fina com pressa e a jogou em qualquer canto daquele quarto. Se posicionou na entrada dela, e a penetrou de uma vez só, fazendo-a soltar um grito agudo, porém ele parou para que ela se acostumasse com seu tamanho, de novo.

-Vá logo. –resmungou e Arthur riu rouco por sua excitação.

  Começou á se movimentar devagar por cima dela.

-Mais rápido, Arthur. –pediu Lua.

 Impulsionou diversas vezes o seu corpo para trás, fazendo a cama bater na parede e ranger. Os gemidos eram altos e de quase satisfação, e Lua só desejava que aquelas paredes fossem a prova de som. As unhas dela estavam cravadas nos bíceps dele, enquanto os cabelos de Arthur pingavam e o suor escorria direto para os seios dela. O polegar dele foi para o clitóris de Lua assim que percebeu que gozaria antes, caso não fizesse aquilo, e não era só por orgulho, mas também porque pela primeira vez queria gozar junto de alguma mulher. Ele se importava com prazer dela.

  Arremeteu o quadril novamente, e eles gemeram, sentindo diversas ondas de prazer, os aliviando e os fazendo se sentirem completos.

  O corpo dele caiu ao lado dela, tentando normalizar a respiração. Sem permissão, Lua deitou sua cabeça no peito dele, deixando Arthur confuso e sem saber o que fazer, mas logo levou sua mão ao cabelo soado dela, fazendo carinho ali.

  Aguiar bufou assim que escutou seu telefone ecoar no quarto e vibrar na mesinha de centro que estava ao seu lado. Pensou em ignorar, mas poderia ser alguma informação importante do carregamento.

-ARTHUR! –ele escutou a voz desesperada de Chay do outro lado.

  Sentou-se na cama, afastando Lua brutalmente mesmo que sem querer.

-O QUE FOI, CARALHO?

-O GALPÃO EXPLODIU JUNTO COM AS ARMAS E MICAEL ESTÁ NO HOSPITAL.

  Para Arthur, aquilo era um aviso: A festa acabara de começar, e isso poderia ser apenas um recado de que ainda era o começo e Aguiar não perderia nem segundos parado.

A Alice me mandou mais um capítulo! Gostaram?

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