A Promessa - Capitulo 18

|
Capitulo 18
                         Hoje, Arthur conheceu Luana.
    Havia uma energia palpável entre os dois.
                   Não sei se isso me agrada ou me preocupa.
                                                                Diário de Lua Maria Blanco
  Arthur não apareceu naquela semana e, ao final de semana seguinte, comecei a me preocupar de que poderia não voltar. Mel continuava me assegurando de que ele retornaria, mas creio que também estivesse receosa. Depois de tudo que fizera para afastá-lo, surpreendi-me por me sentir tão desapontada.
O lado bom era Luana só melhorava. Voltou á escola, e a sua professora, me parou no estacionamento, depois das aulas para dizer quão miraculosa havia sido aquela mudança.
- Ele é uma nova menina – disse, - meu único desejo é que ela possa compartilhar parte dessa energia.
  Na tarde de quinta-feira, eu estava na sala, lendo, quando um BMW azul-marinho com anúncios  de venda estacionou na estrada de minha garagem. Com exceção do dono da lavanderia, não conhecia ninguém com um carro bonito daqueles, por isso achei que ele só estava ali para fazer um retorno, mas o carro parou. A porta do motorista se abriu, e Arthur apareceu. Parecia que caberá de sair de uma revista de moda masculina. Vê-lo me deixou feliz.
Pousei meu livro e fui encontrá-lo na porta, antes que ele tocasse a campainha. Ele retirara os óculos.
- O que aconteceu com seu fusca? – perguntei.
- Troquei por um melhor – falou. –o calhambeque vivia quebrando.
- É bom ver você – falei.
Ele sorriu,
- Fico feliz por ouvir isso. Como estão as coisas? Como está Luana?
Coloquei as mão na cintura.
- Ela está bem. Na verdade, maravilhosamente bem. Mas creio que você já sabia que ela iria melhorar. 
- Eu já sabia? Não. Mas tinha esperança.
- Esperança – repeti. – era o que me faltava,ultimamente. Não sei como agradecer. Minha amiga Mel disse que é melhor que seja uma recompensa muito boa.
Ele sorriu.
- Você deveria dar ouvidos a ela. Então, deixa-me pensar. Qual é a melhor maneira de agradecer um homem que provavelmente salvou a vida de sua filha? Minha cabeça está girando.
Inclinei a minha cabeça.
- Com razão.
- Bem, considerando as recentes mudanças de circunstancias, se o seu decreto proibindo encontros tiver sido suspenso, sairmos juntos uma vez será suficiente?
- Com prazer. Quando você gostaria de sair?
- Você disse que os fins de semana são bons. Que tal amanhã á noite?
- Preciso encontrar uma babá.
- Luana pode vir – ele falou.
- Não, prefiro deixa-la fora meus encontros. Acho que seria confuso para ela.
Ele aquiesceu.
- Sábio.
- Então, o que quer fazer? – perguntei.
- Qualquer coisa. Apenas passar um tempo com você. Jantar e conversar está ótimo.
- Está ótimo para mim, também. Você deveria me passar seu telefone,apenas para o caso de algo acontecer novamente.
- Infelizmente não tenho telefone. Mas posso ligar para você, se me der o seu numero.
- Vou anotar. Pode entrar por um momento?
- Claro – ele me seguiu até a sala.
- Você pode esperar aqui. Minha cozinha está um pouco bagunçada.
- Sem problemas.     
   Encontrei uma caneta na cozinha,mas ela não funcionava, por isso vasculhei as gavetas, á procura de alguma outra coisa com que pudesse escrever, e terminei achando um giz de Luana. Encontrei um bloco de notas na copa, e rabisquei meu numero de telefone.enquanto voltava para sala, vi Luana perto de Arthur. Ele estava agachado, e afastava-se dela, como se a tivesse tocado ou abraçado. Não sabia certo o que eu vira.
- Luana – falei. – pensei que estivesse na cama, querida.
- Ouvi a porta abrindo – falou. – vim para ver quem estava aqui.
Olhei para ela e depois para Arthur. Não conseguiria explicar,mas havia uma estranha energia. Como a luz era tênue, não pude afirmar, mas os olhos de Arthur pareciam marejados.
- Arthur,esta é minha filha Luana.
Ele estendeu a mão para ela.
- Prazer em conhecê-la, Luana. Sou Arthur
- Prazer em conhecer, Arthur.  
- Senhor Arthur – falei. – Agora volte para cama.
- Está bem. – ela acenou para ele. – tchau, senhor Arthur.
- Boa noite, Luana.
Correu de volta para o quarto.
- Ela é uma menina muito meiga – falou para mim. – ela parece bem.
- Graças a você.
- Ela será uma mulher muito bonita algum dia. Eu garanto. – E então, voltou-se para mim. – como a mãe.
- Obrigada – e entreguei o papel para ele. – Aqui está. O numero de cima é o de casa e o de baixo, da lavanderia.
- Eu ligo amanhã.
- Vou esperar.
- Bem, boa noite – e virou-se para partir.
Quando se afastou da porta, falei:
- Arthur.
- Sim.
- Como você sabia? Sobre Luana?
Ergueu os ombros.
- Foi um palpite de sorte.
- Mas você não deu um palpite. Você me disse para confiar no que dizia.
Ele me olhou um momento.
- Reconheci os sintomas por tudo que me contou – e acenou. – boa noite Lua. 
- Boa noite, Arthur.
Quando entrou no carro, fechei a porta e me recostei nela. Havia algo de misterioso naquele homem. Algo encantador, mas misterioso.o que eu não estava vendo?   
                                  
                                                                                       Continua....
Um Anjo Não Cuida de outro Anjo..

6 comentários: