A Promessa - Capitulo 15 Parte 2

|


                                                                      Capitulo 15 Parte 2
- O que?
- Quantos anos ela tem agora?
- Seis anos.
- Seis – repetiu - , vc não sabe...- e interrompeu a frase no meio. – ela comeu alguma coisa antes da convulsão?
Não conseguia entender por que ele me perguntava isso.
- Ela estava jantando.
- O que ele comia?
- Macarrão instantâneo.
Aquiesceu.
- Claro. Lua, vc precisa confiar em mim, isso é muito importante. Quero que diga aos médicos que vc acha que Luana tem doença celíaca. Vc já ouviu falar dessa doença?
- Não.
- A doença celíaca é uma reação alérgica ao glúten. A convulsão pode ter sido provocada pelo macarrão. Ela provavelmente está perdendo peso e se recusa a comer ultimamente, não é?
- Como vc sabe disso?
- Isso são sintomas da doença. Não importa o que faça, não a alimenta com produtos que contenham glúten.
- Eu não sei o que é glúten.
- É uma proteína encontrada em grãos, como o trigo, o centeio e a cevada. Apenas confira os ingredientes listados na embalagem. Penas não alimente com trigo, centeio ou cevada. Prometa-me.
Olhei-o intrigada.
- vc é médico?
- Não, eu apenas tenho bastante experiência com isso.
Não sabia o que pensar.
- Eu agradeço a sua ajuda, mas vc jamais viu minha filha. Vários médicos que a examinaram não conseguiram descobrir o que ela tem. Acreditam que Luana possa ter a doença de Whipple ou mal de Crohn.
- Não, ela não tem essas doenças – disse, de modo determinado. – ela tem doença celíaca. Os médicos costumam se enganar no diagnóstico dessa doença. – sua expressão tornou-se mais grave. – Lua, não fique no caminho do bem-estar de Luana. Não estou pedindo a vc que de um grande salto de fé. Apenas tente fazer o que recomendei por alguns dias, e veja se ela melhora. É isso. Se funcionar, continue seguido minhas recomendações por uma semana. Vc não tem nada a perde Luana não tem nada a perde.
- Eu preciso consulta um médico antes.
- Ótimo, consorte seus médicos. Diga-lhe que vc  acha que se trata de doença celíaca e veja o que dizem. – apanhou uma caneta no bolso de seu casaco. – vc tem um pedaço de papel? Antes que eu pudesse responder, encontrou um panfleto para remoção de neve que alguém deixara na varanda. Pegou o papel e escreveu no verso, soletrado as letras enquanto as anotava: - D-O-E-N-Ç-A – C-E-L-Í-A-C-A. Doença celíaca. – Depois, me entregou o papel. – os médicos saberão o que é. Acredite tudo ficará bem. Eu prometo. – olhou para mim por um momento, e então falou: - estarei fora por um tempo. Algumas semanas, talvez Mas eu volto. – E virou-se.
Algo em sua promessa me enraiveceu.
- Vc não pode me prometer que tudo ficará bem – falei. Amarga. – Não é uma promessa que poderá cumprir.
Ele se voltou para mim com um sorriso peculiar e inteligente.
- vc ficaria surpresa com as promessas que posso cumprir.
 Caminhou até o meio-fio onde estacionara o carro, um fusca velho. Permaneci em silencio na varanda, vendo-o se afastar. Abriu a porta, e gritou para mim:
- Acredite, Lua. Acredite. – entrou no carro, e partiu.    
                                                                                       Continua....

2 comentários: