Ela não é quem eu pensava - 3º Capítulo - "Hooker"

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A caminho do trabalho, Chay e Arthur iam conversando sobre a noite passada. Havia sido uma loucura. Ambos conheceram três garotas que julgavam ser maravilhosas. Bom, na verdade, todas eram maravilhosas, mas para Arthur, a loira de ontem era tudo menos isso.

- Ela era prostituta cara. Porra, que caralho. Fiquei puto da vida quando vi todas aquelas coisas. Como é que uma garota tão perfeita pode ser prostituta?
- Meu filho, as pessoas nascem e criam rumos. Ela escolheu ser prostituta porque… uê, pergunte pra ela a razão né
- Eu? Deus me livre! Eu não quero voltar a ver ela. E se ela me cobra o maravilhoso serviço de ontem?
- Maravilhoso serviço? Como assim?
- Cara… - disse Arthur rendido – Eu nunca fiz um sexo tão bom como o de ontem. Que maravilha. Que beijos, mordidas e… e as sacanagens que ela sussurrava? Nossa, eu repetiria todo o dia.
- Pague, uê
- Eu não vou pagar uma prostituta. Eu vou me entreter com outras e achar de novo alguém interessante
- Mas não era você que queria alguém para sempre?
- “A tal”? bom, digamos que… eu prefiro curtir a minha vida. – riram

Foram para o trabalho. A agência já os esperava. Como sempre, estavam atrasados para a reunião com os representantes de uma nova capa de livro de moda. Iriam receber novas pessoas na sala de reuniões e era importante chegar cedo.

- Você é sempre a mesma bosta! – Arthur reclamava com Chay – Sempre o mesmo atrasado!
- Eu tenho que me arrumar – ele se via nos espelho do elevador
- E essa droga que não anda! – Arthur carregou em todos os botões do elevador

Em menos de cinco minutos chegaram à sala. Haviam já duas pessoas lá dentro. Mas faltava alguém lá. A tela branca, atrás de Arthur e Chay, estava em branco. As duas senhoras que lá estavam, provavelmente as donas da tal capa do livro, estavam se interrogando a razão daquilo estar em branco, sendo que ali deveria estar o esboço da capa.

- Você não deveria ter ido procurar algo para aquilo? – Arthur sussurrou para Chay
- Uê, você disse que ia tratar de tudo ontem
- Ontem? E você acha que deu? O Micael chegou na minha casa com uma cara de morto
- Corno, quer você dizer
- Bom, eu só sei que tive que ajudar o meu amigo

Bateram à porta e lá entrou a última pessoa que faltava. Uma loira. Arthur engoliu seco. Seria ela? O que raio fazia ela aqui? Será que ela vinha cobrar o serviço da noite passada?

Arthur começou a sentir calores enquanto todo o mundo lhe olhava. Ele tinha de explicar em que consistia o projeto para a capa. Chay olhou para ele aflito também por não saber o que dizer. O pior, é que ele não sabia a razão de Arthur estar nervoso. Não era pela capa, mas sim pela loira.
Do nada, Arthur tira da sua mochila uma folha branca, pega numa caneta e escreve algo lá.

HOOKER

De seguida, passa a Chay e pede para ele ler. Ele pega a folha e coloca mesmo em frente do rosto. Ele lê e nem querer acreditar.

- A prostituta? – ele sussurrou.

Arthur fez que sim com a cabeça e baixo-a. Ele estava perdido. Ele não tinha dinheiro para pagar a uma prostituta. O que iria ele dizer aos agentes da capa? Como ele ia explicar uma situação dessas?

- Você está ferrado! – disse Chay
- Aconteceu alguma coisa? – disse um dos donos da capa para o tal livro
- Não. Está tudo bem. – disse Arthur sem olhar para a loira – Bom… vamos ao trabalho.
- Antes de mais – disse uma das agentes – Queria lhe apresentar a nova pessoa que trabalha com a gente. ela é profissional à três anos. Chama-se Lua Blanco.

A loira se levantou e sorriu para os garotos. A loira se chamava Lua Blanco. “Lua Blanco, a prostituta” – pensou Arthur
A reunião começou. Os garotos tentavam atrasar o assunto da capa, pois não tinham pensado em nada. Mas os agentes queriam logo saber qual era a capa. Que foto ia estar lá? Que desenho ia representar um livro sobre mulheres?

- Sapatos! – disse Chay – Sapatos. Não é o que as mulheres gostam? – uma velha chata que lá estava na reunião, colocou os óculos para cima e assentiu
- Bom, elas gostam de compras e… nada melhor do que um belo cartão de crédito recheado de dinheiro para gastarem quando mais se sentem em baixo. – disse Arthur
- Mas as mulheres também gostam de alguém que se importe com elas. Alguém que se importe verdadeiramente. – a loira encarou Arthur. Ele engoliu seco
- Mas para isso elas têm amigos, não é? – Chay perguntou
- Exactamente! Amigos… amigos coloridos ou simples pessoas que tenham acabado de conhecer.
- Bom, não fujamos do assunto não é? – Arthur riu nervoso
- As mulheres gostam de pessoas que fiquem com elas, seja em que momento for. E digamos que nenhuma mulher gosta de transar com um homem qualquer e, no dia seguinte, quando acorda percebe que ele não está mais lá e que nem contacto deixou. – Lua se levantou, andou de volta da mesa redonda da reunião e ficou bem à frente de Arthur – Você não concorda comigo, Aguiar? – Lua o encarou mais uma vez

Ninguém estava entendendo nada do que estava lá a acontecer. Apenas Arthur e Lua entendiam.
Lua voltou a se sentar no seu lugar e a reunião continuou. Chay esboçou um sapato elegante e os agentes concordaram que aquele sim seria a capa do tal livro sobre mulheres.
À saída, Arthur puxou Lua pelo braço e pediu para falarem a sós.

- Ouça, eu não tenho dinheiro para lhe pagar! – disse Arthur tentando ser discreto – Eu não sabia que você era… bom, que era mulher da vida.
- O quê? – Lua o encarou – Eu sou o quê?
- Prostituta, que mais? – Arthur cruzou os braços – Ok, o sexo que tivemos foi bom. Mas eu não tenho dinheiro para lhe pagar, entende? Se quiser, eu posso lhe pagar um jantar ou quem sabe até repetir a noite de ontem, mas eu não posso lhe pagar de jeito nenhum.

Para calar Arthur, Lua lhe deu um tapa na cara. Ela não estava acreditando no que estava acontecendo. Ele não podia lhe chamar de prostituta. Que raio havia ele bebido? Porquê razão ele pensa aquilo dela?

- Você é louco? Que besta! – ela se mostrava irritada e ofendida – E eu pensando que você era legal.
- Eu não estou…
- Eu não sou prostituta! – Lua gritou e as pessoas que estavam em volta deles começaram a olhar – Eu não sou prostituta! – disse ela mais baixo
- Não? Então como justifica aquelas botas de cano alto preto no chão do seu quarto?
- Qual é o mal? Eu gosto!
- E aquelas revistas estranhas?
- Que revistas estranhas? De culinária? Eu vivo sozinha, ok? Eu mal sei fritar um ovo!
- E aquele dinheiro espalhado no corredor da sua casa?
- A casa é alugada e aquele dinheiro era para pagar a renda do mês…
- Então me explique todas aquelas camisinhas! – Arthur cruzou os braços e a encarou
- Eu sou moderna ok? Agora uma mulher já não pode andar prevenida?

Arthur ficou sem saber o que dizer. Ele julgou ela pelas aparências sem antes ter falado sobre o assunto com ela. Lua estava prestes a chorar. Ela não queria acreditar no que estava acontecendo.
Arthur tinha sido o único cara, nas últimas semanas, por quem ela se havia interessado de verdade. Mas agora, ela estava desiludida com ele.

- Desculpa. – disse ele – Desculpa, eu não sabia que…
- Me deixe! – ela se afastou dele e foi embora
- Espere! - pediu Arthur - Me dê o seu numero para a gente conversar melhor outro dia
- Claro! - Lua pegou um papel, apontou algo e deu a ele. De seguida, foi logo embora.

Arthur abriu o papel para marcar o numero dela no seu celular e deu de caras com um "VAI TE FODER", em vez do supostamente o numero de celular.

- Louca! - disse ele rindo

Arthur foi para casa pensando no que havia acontecido. Ele estava realmente bem arrependido.
Micael estava lá. Ele havia trabalhado aquelas na parte da manhã no hospital. Ele continuava com a mesma cara de enterro. A sua ex-mulher não lhe saia da cabeça.
Chay passou por casa do Arthur para saber como tinha corrido a conversa.

- Ela não me quer ver mais à frente. Eu realmente fui muito idiota!
- As mulheres são assim meu caro – disse Chay
- Quando você mais se interessa por elas… elas vêm e te dão uma facada nas costas. – disse Micael – A minha ex-mulher…
- Não! – disse Arthur e se levantou – Não vamos voltar a falar de mulheres nessa casa! Gente, nós somos tão novos e tão gostosos. Não podemos nos prender a uma mulher só. Nós somos de todas e todas somos nossas. Hoje vamos sair. Vamos beber todas e pegar todas. Vamos fazer um pacto?
- Que pacto? – perguntou Chay
- Não vamos namorar. Nada de relacionamentos sérios. Só curtir.
- É esse o pacto? – voltou a perguntar Chay
- Sim, apenas isso. Nada de sair com a mesma mulher três vezes por semana. Nada de compromissos!
- Combinado! – disseram Micael e Chay
- Vamos sair hoje à noite, como eu já tinha dito – disse Arthur
- Fizemos isso na noite passada e não correu muito bem – disse Chay, encarando Arthur – Mas para mim correu. Conheci uma garota muito legal. Fui para casa dela e vimos um filme. Não transamos, fique descansado.
- E você Micael?
- Bom… uma garota me deu o número dela. Se chama Leonor.
- E ela é gostosa? – perguntou Arthur
- Até é… - ele deu de ombros
- Então marque um encontro com ela agora! – disse Arthur – Hoje você vai ter sexo meu amigo. Hoje você vai ter! – Arthur estava todo animado

Chay se encaminhou até à geladeira, pegou umas cervejas e colocou na mesa. De seguida, tirou umas pastilhas do bolso das calças e colocou na mão dos amigos.

- É de menta. – disse Chay
- Adoro! – Micael foi o primeiro a colocar na boca. De seguida Arthur e por fim Chay
- Pegadinha! – Chay começou a rir – É viagra, meu caro. Pastilhinhas azuis, já ouviu falar? Vai despertar o animal que tem em você!
- Veado! – resmungou Micael – Eu não preciso de merda nenhuma para o meu amiguinho aqui em baixo despertar!
- Isso é o que veremos! – Chay riu – Vá tomar um banho.
- Vou mesmo.
- Fique cheiroso! – gritou Arthur

Micael foi tomar um banho enquanto Chay e Arthur foram jogar vídeo game. Disputaram três partidas até que Arthur saiu vencedor.

- Que caralho é esse? – Micael chegou na sala com uma toalha à volta da cintura
- O que foi? – Arthur perguntou
- Que gel de banho é aquele que me deixou cor de laranja?
- Você não está cor de laranja… - Chay olhou Micael de cima a baixo
- Mas ele está! – Micael deixou a toalha cair de propósito e apontou para o seu “amiguinho”
- Nossa – todos começaram a rir – Parece um cone de trânsito
- Ou uma girafa morta – disse Arthur – Cara, isso era o meu bronzeador.
- Bronzeador? Por que raio você deixou isso no banheiro?
- A casa era minha antes de você chegar
- Belo amigo! – Micael reclamou – Vá se foder!
- Se despache! – gritou Chay

Chay foi para a sua casa também se arrumar para a noite. Arthur trocou de roupa e esperou Micael que ainda estava se arrumando.

- Você vai ligar para a sua amiguinha Leonor e vai dizer que quer se encontrar com ela. Uma cantada, um sorriso, uma mão na perna e transam! Simples assim! – disse Arthur – Você vai ver como vai esquecer a sua ex-mulher num instante.
- Primeiro tenho de passar no hospital. – Micael via algo no celular – É rápido.
- Liga para a garota!
- Eu ligo no caminho, prometo!

Micael saiu de casa, pegou no carro e foi em direção ao hospital. Precisava de assinar algo que de manhã se havia esquecido. No caminho para o seu consultório, esbarrou com alguém conhecido.

- Patrícia? – Micael estranhou – O que você faz aqui?
- Micael… eu vim falar com você… sobre o nosso divorcio.
- Se é sobre isso, eu não quero falar! Tenho mais que fazer! – Micael entrou no consultório mas Patrícia o seguiu
- Micael, é importante. É melhor você assinar de uma vez
- Eu não vou assinar nada. Eu não quero me separar de você
- Você não entende que eu não sou feliz do seu lado?
- E você não entende que eu não serei feliz se você não estiver do meu lado? – Micael a encarou

Estavam tão próximos que acabaram se beijando. Aquele beijo com fúria. Mãos bobas, sorrisos, beijos no pescoço. Rapidamente trancaram a porta e fizeram amor em cima da maca dos pacientes, no consultório dele.

Enquanto isso, Arthur ia na rua, em direção ao bar que tinha combinado com Chay, mas encontra uma loira pelo amigo. Bom, não “uma loira”, mas sim “a loira”. Lua Blanco! Ela parecia estar meia desanimada, triste e parecia estar com a cabeça fora do lugar.
Ele fez de propósito e foi contra ela na rua, fazendo não lhe ver.

- Lua – ele sorriu
- Adeus. – ela ia embora quando ele segurou o braço dela – Me deixa!
- Não. eu quero me desculpar
- De novo?
- Sim, porque da outra vez você não aceitou as minhas desculpas
- Eu não costumo desculpar quem me chama de prostituta
- Desculpa. Eu fui um idiota
- Correção, você é um idiota!
- Desculpa. Eu sou um idiota. – ela tentou olhar séria para ele mas não conseguiu. Começou a rir e fez ele rir também.
- Idiota. – ela riu – Eu te desculpo.
- Vamos sair?
- Onde?
- Por aí. – disse ele com um sorriso – Vamos?
- Vamos! – ela concordou. Ela meteu a mão no braço dele e foram andando os dois pela rua

Alguém gosta desta web? ahaha
é inspirada no filme "Aquele estranho momento"

11 comentários:

  1. Acho que em vez da amiga do mika se chamar Leonor devia se chamar sophia

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  2. Ameeeeeeeeeeeeeeeeeeiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
    Posta Mais hojeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee pfpfpfpfpfpfpfpfpfpfpfpfpfpfpfpfpfpfpfpfpf

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  3. Postaaaaaaaaaa maiiiis eu adoro eu me amarro nessa web!

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  4. Ahhhhh muiito foda sua web ♥♥♥♥♥♥

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