Ela não é quem eu pensava - 2º Capítulo - "Fica na horizontal uê! "

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O cara que se aproximou da tal garota loira era totalmente diferente de Arthur. Primeiro, ele usava óculos, usava roupas aos quadrados e uma calça justa, juntamente com uns sapatos de veludo que os velhos de 60 anos costumam levar à igreja. Nada contra eles, mas para um cara que se parece tão novo, não lhe ficava bem.
A garota se mostra pouco à vontade quando ele se senta ao lado dela, porém, sorri safada quando Arthur se aproxima e faz questão de ficar do outro lado da garota, fingindo pedir uma bebida.

- Um wisky duplo com gelo – pede Arthur
- E que tal irmos passar férias com os meus colegas de trabalho? – perguntou o cara à garota. Ela baixou o rosto rindo e abanando a cabeça negativamente
- E fazemos lá o quê?
- Eu posso chutar? – Arthur se meteu na conversa e o cara que pegava com a loira o encarou – Vocês depois de chegar ao local predilecto para as férias, iam se instalar em quartos de casal e fazer coisas que os casais costumam fazer. Porém, não se iam sentir à vontade porque ele não tem nada a ver com você! – Arthur olhou para a garota de cima a baixo
- Depois de fazermos amor a noite inteira, ele vai se virar para o lado e vai começar a roncar – a garota loirinha imaginava – No outro dia de manhã, ele vai me dizer que está atrasado para a reunião com férias, mesmo estando em férias. Vai me trocar por homens!
- Ele não é para você
- Não mesmo! – a loira riu concordando com Arthur

O cara, que antes havia pegado com ela, já se tinha afastado deles totalmente envergonhado. Nesse momento, ele queria um buraco para se enterrar para sempre e se esconder do mundo.
A bebida do Arthur chegou e o mesmo perguntou se ela também queria. Ela disse que sim.

- Um chato?
- Só chato? – ela riu – Ele estava me secando à séculos. Que bom que chegou
- Pensei que fosse seu namorado
- E desde quando eu tenho namorado?
- Não tem? – perguntou Arthur
- Disso você não precisa saber. – a loira piscou para ele, pegando no copo de wisky e bebendo um gole sem se arrepiar

No mesmo balcão, mas um pouco mais afastado, Micael estava olhando o quinto colo de wicky cola. Ele não parava de pensar na mulher que o havia traído. Tantos anos de namoro, tantas declarações, tantas noites de amor e tantas surpresas… tudo em vão.
Nisso, chega uma garota morena, de cabelos lisos e de óculos de vista no rosto, ao seu lado para pedir uma bebida. Ela estava com um vestido pouco comportado, porém sem grande decote e sem manga alguma. Micael olhou-a de cima a baixo várias vezes. Ele achava muito sexy uma mulher de saltos altos pretos e ela tinha uns.

- Desilusão amorosa? – perguntou ela sem olhar para ele. Ela mantinha um sorriso no rosto irónico
- Como adivinhou? – ele olhou para ela
- É típico encontrar pessoas com esse rosto e com o copo na mão do mesmo jeito que você está – Micael ouviu aquilo e olhou para as suas mãos com o copo entre meia delas
- Culpa vossa, mulheres. Deixam um homem sofrer desse jeito
- A culpa não é nossa se um homem não nos sabe satisfazer bem
- Eu podia fazer amor com ela a toda a hora, ela é que não queria
- Bom, talvez você não era romântico
- Eu preparava o café todos os dias para ela, logo pela manhã bem cedo
- Talvez você mandava muito nela
- Ela tinha 100% de liberdade. Eu lhe dava o espaço que ela queria sempre.
- Bom… nesse caso, a idiota foi ela! – disse a garota com muita clareza. Micael olhou para ela e começou a rir. Ou melhor, os dois se olharam e começaram a rir como se fossem amigos de longa data – Prazer, sou a Leonor.
- Eu sou o Micael. Divorciado, médico e…
- Muito atraente – ela piscou pra ele – Bom, eu ficaria na conversa com você, juro que ficaria, mas tenho de ir embora.
- Claro… foi um prazer conversar com você, Leonor.
- Digo o mesmo. – ela pegou um guardanapo, o batom da bolsa e apontou o seu numero lá – Sei que parece coisa de puta, mas… acredito que não sou. Apenas gostei de você! Se quiser conversa…
- Obrigado. – ele pegou o papel e guardou
- Bom… - ela ainda o olhava…
- Bom…? – ele não sabia o que dizer
- Você está com a bunda em cima do meu casaco, tem como sair de cima?

Conclusão da noite:

Depois de muito engate, os três solteirões conquistaram gatinhas e se divertiram com elas, cada um do seu modo.
Chay, se fingindo de tímido, conseguiu fazer com que a musa morena, que tocava piano, fosse até ao bar com ele beber algo. Trocaram vários dedos de conversa, muitas risadas e ainda o número de celular. Querem saber a melhor? O Chay acabou a noite na casa dela!

- É uma pena a noite estar a terminar… - ele, de mãos nos bolsos, andava a passo pouco apressado ao lado dela até casa
- A noite ainda é uma criança. Não conhece o ditado?
- Conheço sim. – ele mordeu os lábios – Está sozinha em casa?
- Estou sim. Eu vivo sozinha.
- Nossa, que liberdade. Que rebeldia.
- Desde cedo que vivo sozinha. Quer entrar?
- Estava a ver que você nunca mais perguntava.

Assim que a garota tirou as chaves de casa da bolsa e abriu a porta, os dois entraram e foram diretos à sala de estar. Tudo bem confortável, de um jeito pouco bagunçado e uma decoração jovem. Muitas cores, muitos quadros com fotos e vários DVDs nas parteleiras.
Chay trocou uma noite de sexo com uma “desconhecida” por uma noite de risadas. Assistiu um filme de comédia/porno, enquanto comia pipocas e bebia cerveja.


Arthur, por sua vez, não lhe passou mais nada do que corresponder à piscadela que a loira do bar lhe fez.
Bastou uns cinco wiskys para os dois ficarem meios bêbados e cederem aos encantos um do outro. Começaram os beijos naquele bar e acabaram na cama da casa dela fazendo sexo. Digamos que não foi uma rapidinha. Foi aquele sexo demorado, gostoso, de três horas no mínimo. Arthur era safado e não se intimidou nem um pouco. Passou as mãos pelo corpo dela como se aquilo fosse tudo dele. Ela, por sua vez, gritou todos os nomes imaginários no ouvido dele. Gemeu, o arranhou e acabaram os dois adormecendo.

Quando Arthur acordou, estava com ela em seus braços. Ele estava cansado e o seu corpo ainda estremecia com o mínimo toque. Olhou em volta e reparou no T1 da garota. Ela parecia viver sozinha também. Ele viu as grandes cortinas do quarto dela, o relógio que marcava as 4horas da manhã e depois viu… “Botas de cano alto pretas”… “Viu revistas estranhas” em cima do criado mudo… se levantou e viu pelo chão espalhados diversos “preservativos”. Ele se levantou de salto.

- Não, não pode ser! – ele se levantou. Olhou para a garota, que nem sabia ainda o nome, e depois levou as mãos à cabeça – Ela não pode ser prostituta.

Procurou o seu celular pelas roupas espalhadas pelo chão do quarto e não encontrou. Andou até ao corredor, mesmo nu, e viu em cima da mesinha viu “montes de dinheiro” espalhados…
Se desesperou. Foi de novo até às suas roupas e tirou de lá o seu celular. Foi para o banheiro e ligou ao Chay.
Chay estava no meio da parte mais porno do filme. O rapaz estava sem conseguir se conter. Precisava de se “satisfazer” agora! Arthur o ligou na hora H

- É o Arthur! – disse Chay
- Quem é?
- Um amigo meu. Volto já. – ele respondeu à sua amiguinha colorida e foi para o banheiro quase sem poder andar

Seu “amiguinho” havia acordado e estava disposto a ficar assim nos próximos minutos.

- Você me salvou rapaz! – disse Chay, já no banheiro, atendendo a chamada de Arthur
- Me salva!
- O que fazemos quando queremos mijar e não conseguimos devido ao tesão?
- Fica na horizontal uê! – falou a voz da experiência.
- Ai meu deus! – disse ao fazer o que o amigo lhe indicou
- Chay, me salva!
- Porquê?
- Cara, lembra da conversa que tivemos com o Micael sobre a prostituta?

Flash back on

- Já sei! – disse Chay – O que o Micael precisa é de uma prostituta à maneira. Daquelas à séria mesmo.
- Que usam botas de bano alto pretas e um monte de camisinhas no quarto?
- Sim! – respondeu Chay – E também tem montes de dinheiro espalhados pela casa e revistas pornográficas. Você precisa de uma dessas Micael. Ouvi dizer que fazem os melhores b…
- Chega! – disse Micael
- Chega nada. Você é médico, ganha bem e vai ter de agarrar esse seu dinheiro e pagar a ela. Porque ouvi dizer que são caras.

Flash Back off

- Tudo se encaixa cara. Ela tem botas no quarto, ela tem dinheiro espalhado no corredor, o quarto dela tá cheio de preservativos e a revistas cara… - Arthur colocou a mão na testa – Eu não tenho dinheiro para pagar uma prostituta!
- E onde ela tá agora?
- Ela está dormindo…
- Corre daí maluco! Corre! – disse Chay

Nisso, Arthur pegou as roupas silenciosamente do quarto, vestiu e saiu correndo da casa da prostituta. Ele foi para o seu apê. Assim que chegou, respirou fundo de alivio. Agora que tinha fugido da casa da prostituta, não ia pagar a ela o serviço que ela lhe fez. A partir de hoje, ele nunca mais frequentaria aquele bar. Nunca mais!

Micael também se divertiu, sozinho, do jeito dele. Ele veio para casa, o apê de Arthur, sempre pensando na garota que havia conhecido esta noite e na maneira como ela havia dito, de modo sensual, “Você está com a bunda em cima do meu casaco, tem como sair de cima?”. Ele pensou tanto nisso, que acabou ficando “animadinho” e foi para o banheiro se “satisfazer”.

Gostam da web? ahaha

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