"Certezas" - 9º Capítulo

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POV LUA

No capítulo anterior…

- Eu expliquei ao médico a sua mudança radical e ele disse que te vai mostrar uns exercícios que você deve mesmo fazer. Ele ficou muito feliz por esta sua decisão. 
- Eu também estou feliz por mim. – sorri pra minha mãe

Eu tinha que apreender a encarar os meus próprios problemas de frente, afinal, tenho quase 18 anos, sou quase uma garota independente que precisa urgentemente de se virar sozinha. A minha mãe não tem mais idade para se preocupar comigo. 
Sempre que eu vinha às consultas de rotina, eu vinha com a minha mãe. Era tudo mais fácil de encarar quando eu estava com ela. Caso algo estivesse mal, ela me apertava a mão e dizia que tudo ia dar certo, mas hoje, isso não ia acontecer.

- Vem Lua. – disse o médico. Ele deve ter uns 28 anos, mais ou menos. Muito novo, simpático e meio directo. Muito profissional também. – Vamos para outra sala.

Na recepção, me indicaram a sala 413, no quarto andar, mas o médico pediu que eu fosse atrás dele. Seguimos para o elevador, para o primeiro andar da clínica. Lembro-me perfeitamente daquele andar. Fui lá quando me disseram realmente o que eu tinha: hipertensão arterial. Cheguei a passar mal, nesse dia. 
Passei pelo corredor e vi algumas pessoas lá, desde crianças com três ou quatro anos até adultos com mais ou menos a idade da minha mãe. Tinha um jovem também que me chamou à atenção. todos tinham um rosto cansado, pálido e triste. Talvez estão no inicio desta luta difícil e se sentem com vontade de morrer, como eu me sentia.

- Quer dizer que já não se sente mais? – o meu médico, além de ser especialista em doenças crónicas, faz também um papel de psicólogo. Eu contei a ele tudo o que eu havia pensado a noite, anterior, inteira e ele ouviu tudo com muita atenção. – Decidiu mesmo lutar pela sua vida?
- Sim. Acho que é o melhor que eu tenho a fazer.
- Fico feliz de te ver assim. Quando a sua mãe me contactou ontem, e me disse que você realmente queria mudar, eu fiquei muito espantado e feliz por você. Você é jovem e apesar desta doença estar um pouco avançada, não é o seu fim. Eu sei que fui duro com você quando disse que você só tinha cinco meses de vida, mas você sabe bem a razão de eu lhe ter dito aquilo, não sabe? – eu assenti, envergonhada – Você fazia tudo errado. Você não levava a dieta recomendada, não praticava esportes e tentava… bom, se matar. – ele disse a ultima parte da frase mais baixo – Não é algo que uma garota como você mereça como futuro. Você merece viver muito. Claro, que terá umas pequenas diferenças. Não poderá levar a vida como uma pessoa normal. Tem de ter muitos cuidados e tudo o que eu te vou dizer agora, você ouviu à uns meses atrás quando descobriu a doença que tinha.

Ele tinha razão. No inicio que descobri o que eu tinha, várias vezes eu ouvi o mesmo que ele está me dizendo agora: “você tem que comer coisas com pouco sal, tudo à base de verduras e legumes e tem de beber muita água. Evitar doces. Fazer um certo tipo de exercícios”.
Ele me indicou o tipo de exercícios que eu podia fazer. Não posso fazer todos porque se eu me esforçar demasiado, posso atacar o meu coração. Esta doença, hipertensão arterial faz com que, no futuro, eu possa ter problemas nos rins ou no coração. Para evitar isso, tenho que levar a sério tudo o que ele disse.

- Nos vemos daqui a uma semana! Espero que venha com a mesma vibe que agora. – ele brincou comigo
- Obrigada. Vou vir sim. Até outro dia. – saí, feliz, da sala dele

Fui cantarolando pelos corredores, o que fazia com que as pessoas olhassem para mim e talvez pensassem: “garota, porque está sorrindo? Você vai morrer!”. Queria que elas pensassem exactamente o contrário. Ter uma doença crónica não quer dizer que vá morrer logo. quer dizer que você tem de ter muito amor à sua vida e lutar por ela. Fazer de tudo para que tudo dê certo! 

- Ai, desculpa! – ia olhando a minha lista de exercício que acabei chocando em alguém. Era o tal garoto que eu antes tinha visto. Ele era moreninho, tinha os olhos claros, porém vermelhos de choro. O seu cabelo aparentava ser castanho claro, porém, estava bem curtinho, quase rapado. – Está tudo bem?
- Não. – ele baixou o rosto e começou a chorar mais. Se eu o conhecesse, eu o abraçava. Mas não me sentia bem ao lhe fazer isso. 
- Você… bom… você está doente? – ah, que pergunta besta Lua!
- Sim… descobri à uns dias e… ainda não me habituei com isso. Ainda não me habituei com o facto de que dentro de uns meses ou semanas apenas vou morrer.
- Não pense assim! – coloquei a minha mão no braço dele – Eu sou a Lua. – sorri pra ele
- Eu sou o Nathan. – ele sorriu de volta
- Eu também tenho uma doença crónica, sabia? – começamos a caminhar na rua – Eu tenho hipertensão arterial.
- Nem parece… - ele sorriu – Você parece tão… saudável e linda.
- Obrigada. Mas isso é porque eu estou lutando muito e digamos que a maquilhagem ajuda também
- Eu tenho câncer. – o sorriso do rapaz brotou de novo
-Tudo vai dar certo. Você tem de ter fé apenas. 
- Queria ter a sua força de vontade também… mas parece tão impossível. Além disso, estou sozinho nessa batalha.
- Você não tem família?
- Tenho. Meu pai, minha mãe e dois irmãos. Mas não quero preocupar eles com isso.
- Mas você precisa de alguém ao seu lado… - suspirei – Sozinho é bem difícil. Eu vou ficar do seu lado, está bem? – sorri pra ele
- Mas a gente mal se conhece… - ele sorriu sem graça
- Eu sei mas… vamos nos conhecendo, com o tempo. Agora seremos um a apoiar o outro.
- Concordo. – apertamos as mãos

Matheus tinha dois anos a mais que eu e estava na faculdade. Havia entrado este ano para medicina dentária. Ele disse que era o seu sonho ser dentista, já que a sua mãe e o seu pai também são médicos. Um de cardiologia e outro médico plástico. 
Descobriu a sua doença quando, por duas vezes em uma semana, se sentiu mal na faculdade e os amigos se preocuparam e disseram para ele ir no médico. Ele foi fazer uns exames que acusaram câncer. Faz um mês e duas semanas que ele descobriu isso. Felizmente, ainda está no inicio e esperemos que seja possível curar. 

- Sabe que eu acho que a gente se vai dar bem? – ele olhou para mim e riu. Estávamos no parque, sentados nos bancos de frente para os cercados de skate, tomando sorvete. – Acho que você vai ser um grande apoio para mim.
- Eu acho o mesmo. – sorri pra ele – Espero que esta amizade cresça. 
- Eu também. – ele manteve o seu sorriso 

Vou postar mais hoje se tiver muitos comentários!! 

7 comentários:

  1. Mais por favor . To,amando .

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  2. Ameeeeeeeeeeiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
    Posta Mais hojeeeeeeeeeeeeeeee pfpfpfpfpfpfpfpfpfpfpfpfpfpfpfpfpfpfpfpfpfpf

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  3. Ja estava agonida esperando por esse capitulo! Quero maissss!

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  4. Ameiiiiiiiiiiiii
    Posta +++++++++++++++++++

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