"Certezas" - 12º Capítulo

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(Eu que fiz o gif)



POV LUA

No capítulo anterior…

- Vamos? – ele estendeu a mão para mim.
- Sim. – dei a mão a ele, um pouco receosa
- Está pronta pra viver a maior aventura da sua vida? – eu assenti, risonha – Você está tremendo?
- Eu? Tremendo? Claro que não… - tirei a minha mão da sua, enquanto caminhávamos, e passei pelos cabelos. Depois encarei o chão, tentando não olhar para ele.
- Você não queria ter vindo? Poderia me ter dito…
- Não, claro que não. Eu queria mesmo ter vindo, mas sei lá, estou nervosa.
- Porque? Eu não vou te fazer nada – Matheus riu
- Eu sei que não. Mas… eu tenho mais medo de mim, do que medo de você
- Tem medo de você?
- Tenho medo do que eu possa fazer… - quase sussurrei isso, mas mesmo assim ele ouviu e não disse nada

Eu tinha medo de mim e das minhas ações. Por vezes, elas me machucam. Os meus pensamentos me machucam; as minhas ilusões me machucam mais ainda. “Mas o que é que você pode fazer pra se machucar?”. Eu não estou falando de cair de uma parede ou escorregar e bater com a bunda no chão. Eu estou falando de… imaginem que é aqui que eu faço certos desejos da minha lista? Tipo, o meu primeiro beijo, a minha primeira vez… imaginem que é com o Matheus? Eu adoraria! Mas será que ele é a pessoa certa? Eu até posso pensar que sim. Eu queria me apaixonar por ele. Ele é legal, me faz sorrir e tudo o que promete, cumpre.

- Estive a pensar na sua lista. Li com atenção todos os desejos que me mandou por mensagem. Mas você falou que eram 20 né? Não aparecem lá todos.
- Pois não. Alguns, eu excluí… quero dizer, não exclui. Apenas guardei para mim.
- Tudo bem. Fazemos os outros então.

Antes de fazer o que quer que fosse, ele me indicou o meu quarto. Era mesmo ao lado dele. O quarto tinha uma cama bem grande, um armário para eu colocar as minhas roupas, um espelho de um canto e à frente desse espelho, uma grande cadeira de madeira que baloiçava. Em cima dela, uma almofada vermelha com bolinhas brancas, que combinava bem com as cores das cortinas. Por falar nelas, quando as abri, deu para ver o grande jardim que eu tinha à minha frente. Lá tinha uma espécie de coreto, decorado com luzes à volta, que neste momento estavam apagadas.

Coloquei as minhas roupas no armário, apesar de nem ser assim tão preciso, visto que só vou ficar aqui um final de semana. Amarrei o meu cabelo novamente e fui para o corredor esperar o Matheus. Ele começou a demorar e bati na porta do quarto dele.

- Pode entrar.
- Err… você vai demorar?
- Sim. Estou indeciso. – respirei fundo e entrei no quarto dele
- Com o quê?
- Que boné eu levo? O azul ou o preto? – ele me mostrou dois bonés. Tal como o meu quarto, ele tinha um espelho enorme num canto do quarto.
- Coloca o azul pra eu ver como fica… - pedi e ele colocou – E agora o preto. – ele colocou – Hum, eu prefiro o preto.
- É. Condiz com os ténis. – ele colocou o preto e riu – Acho que estou pronto.
- Porque quer usar boné?
- Para tapar mais a minha careca – ele riu
- Bobo. Não precisa. Eu gosto.
- Mas é para a galera da fazendo não desconfiar de nada. Eles vão estranhar.
- Mas e os seus pais não estranharam?
- Não. Eu falei que queria mudar o visual e que queria rapar o cabelo. Eles disseram apenas “tudo bem”. este maldito câncer ia levar ele todo, na mesma. E cair aos poucos ia custar mais, né?
- Você vai ver que depressa vai melhorar. Eu acredito que sim.
- Eu também espero muito que sim.
- Você devia contar aos seus pais.
- Eu pensei nisso… - ele baixou a cabeça e mexeu os dedos das mãos, uns com os outros – Eu pensei em fazer isso este final de semana e era por isso que eu queria que você viesse. Mas vou deixar para o ultimo dia. Não quero estragar o final de semana agora.
- Eu vou te ajudar no que for preciso.
- Obrigado. – ele sorriu de lado. Se levantou e veio me abraçar. Eu retribuí logo.

Lá fora, fazia um frio de rachar. Os termómetros têm andando sempre com valores muito baixos, trazendo para nós um frio terrível, que nos obrigava a usar roupas gordas, digo, quentes e confortáveis que nos deixavam mais gordos.
Fui apresentava, pelo Matheus, a todos os empregados da fazenda que me receberam também gentilmente.

- Eu quero começar bem. – disse ele – Vamos fazer um tópico da sua lista, que eu acho muito bobo – ele começou a rir de mim
- Que tópico? – eu cruzeis os braços e fiz bico
- “Apreender a andar de bicicleta” – ele começou a rir mais e mais – Lua, você tem 17 anos e não sabe andar de bicicleta? Pelo amor…
- Eu não sei mesmo! – continuei de braços cruzados – Não zoa poxa.
- Tá bom, tá bom. Mas vamos lá. Vamos andar de bicicleta. – ele pegou na minha mão e me levou para uma espécie de garagem
- Mas eu não sei andar e…
- Relaxa. A minha bicicleta é de dois lugares. Eu vou à frente e você atrás. Não tem que fazer nada, apenas fazer rodar os pedais. Não tem nada que saber.
- Mas eu não vou cair?
- Claro que não.
- Tem certeza? Eu não vou cair para trás? Não vamos descer nada inclinado né? E vamos andar devagar, né? Mas o chão tá molhado… não vai escorregar?
- Lua, relaxa! – ele começou a rir muito, de novo
- Affs, eu não quero fazer nada! – cruzei os braços de novo e fui pisando forte em direção à saída.
- Não, Lua! – ele começou a rir e veio atrás de mim – Vem, vou te ajudar.


Sexta feira tem mais!
Telemovel (PT) = Celular (BR) kkkk eu é que enganei-me 

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