Capítulo 13 - Worst Enemy

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P.O.V’s Arthur
  O olhar que ela me lançou, antes que eu saísse por aquela porta, me fez ficar arrependido e nunca, uma mulher me intimidou desse jeito. As palavras dela me destruíram, e porra, eu realmente sou um monstro.Lua Blanco, você é uma equação tão complicada.
-Tá tudo pronto? –pergunto ao Chay que carrega sua arma e está no outro lado do meu escritório.
-Sim, os seguranças já estão escondidos no galpão.
-Então, vamos. –Posicionei minha arma em minha cintura, e a cobri com a camiseta.
  Passamos pela sala e dei graças á Deus por minha mãe não estar em casa. Kátia sempre fica nervosa quando estou prestes á iniciar algum trabalho.
  Entrei em minha Lamborghini amarela, estacionada na garagem e parti com ela, em direção ao galpão. Eu iria descobrir quem era o filho da puta que gostaria de me passar pra trás.
P.O.V’s Lua Blanco
  Levantei do colchão, tentando recuperar-me do acontecido e estava doendo tanto, em todos os sentidos. Minhas pernas estavam fraquejavam, minha cabeça parecia querer explodir e minha vagina latejava, aquilo era tão cruel. Fazia-me querer morrer.
  Apoie-me na parede, até o banheiro imundo e sustentei meu corpo, com minhas mãos apoiadas em uma pia de alguma pedra desconhecida por mim. Minha feição estava horrível. Meus fios castanhos estavam embaçados, completamente suados, meus olhos estavam vermelhos, como se eu estivesse ingerido alguma droga e havia marcas fortemente vermelhas espalhadas em meu colo e pescoço. Eu me sinto tão suja, tão nojenta.
  Entrei no box e abri o registro. Deixei que a água fizesse seu caminho por meu corpo. Ah, se ela pudesse levar toda minha sujeira interior...
  Voltei para o quarto com a toalha ainda enrolada em meu corpo, já que não tinha roupa naquele quarto. Prendi meu cabelo em um coque e preferi sentar no chão gelado á ter que sentar no colchão imundo. Repousei minha cabeça em meus joelhos e tateei minhas unhas, uma com a outra. Cláudia costumava pinta-las de rosa e fazer coraçõezinhos brancos, já que não tinha especialidade com desenhos, por mais que aquilo fosse bobo, eu sentia tanta falta.
  Eu ainda tinha esperança de um dia poder sair desse inferno e ficar longe de todos, ficam apenas com as pessoas que amo. Mas o destino é cruel, eu não destinada á ser feliz.
  A porta e abriu e Amy passou por ela, com seus saltos de quase sempre.
-Eu te avisei, Lu. –Suspirou e negou com a cabeça. –Ele ainda pegou leve com você, acredite se quiser, mas ele pega mais firme com outras meninas. –Respirou fundo. -Levante-se daí, agora é hora de fazer atividades físicas.
-Como assim, fazer atividades físicas?
-Uma garota de programa, precisa ter um corpo formal. –Sorriu.
-E quem dá as atividades? –perguntei, rezando mentalmente para que não fosse ela.
-Eu mesma, querida. –disse ironicamente. –Vou levar você para o seu quarto e lhe dar roupas.
  Os dois seguranças que estavam na porta, sorriram maliciosamente, fazendo-me sentir nojo.
  Perola abriu à porta do quarto, me dando a visão de Sophia jogada na cama.
-O que aconteceu com ela? –perguntei, já exaltada.
-Acho que Mika, odiou a ideia de ela ter dado uma de espertinha junta de você, Blanco.
  Sophia estava com lingerie branca, pouco manchada de seu sangue e seus fios ruivos, deslizavam em sua pele branca descoberta, enquanto sua costa subia e descia descompensadamente, mostrando seus soluços.
-Você tá bem? –Alisei seu cabelo.
-Não está vendo que ela tá chorando, idiota? –Perola gritou.
  Ignorei.
-Eu vou cuidar de você. –Pude ver claramente sua cabeça assentindo.
  Não conseguia ver o rosto dela, mas sua barriga estava com alguns cortes, seus braços arranhados e suas pernas vermelhas com fortes marcas enquanto seus quadris esbanjavam sangue.
-Ela está perdendo muito sangue. –falei com Perola, que tinha sua atenção no guarda-roupa.
-Foda-se, garota. Eu avisei, mas você queria ser a heroína da história que acha que pode salvar á todos. Você não os conhece, Lua.
  Jogou em cima da cabeceira de cama, um top branco e short preto, próprio para atividades físicas.
-Não demore. Logo alguém passará aqui, para pega-lá.
  Aproximei-me de Sophia e a mesma ainda soluçava. Deitei-me ao seu lado e passei a mão em seus cabelos macios, os trazendo para trás na tentativa de fazer um rabo de cavalo.
-Me desculpa, por favor.  Eu nunca deveria ter dado aquela ideia. Me perdoa, Sophia. –Minhas lágrimas desciam, junto daquelas palavras.
  Ela estava mais machucada do que eu. Céus, como um humano pode ser tão cruel?
-Eu te perdoo. –Sua voz surgiu pela primeira vez naquele quarto, ela estava quase inexistente.
-Vou te ajudar á tomar banho. –Ela finalmente virou seu rosto, dando-me a visão de sua face.
  Pela primeira vez naquele dia, pude ver seu rosto. Abaixo de seu olho direito estava roxo, possuía um corte em seu supercílio direito e outro pequeno corte no canto de seus lábios.
-Você está tão machucada. –Passei meu dedo em sua sobrancelha e ela gemeu, em protesto.
-Eles lhe machucaram muito? –perguntou preocupada.
-Não precisamos falar disso, agora. –Ela assentiu. –Venha, irei ajuda-la á tomar banho para fazermos curativos.
  Segurei sua mão e passei o outro braço por sua costa para ajuda-la á levantar-se.
  Sophia tirou suas as peças que restavam em seu corpo entrou no box que já estava com o chuveiro ligado. Quando sentiu sua pele, fazer contato com água deu um grito agudo, mas logo foi recuando aos poucos. A ajudei, á lavar seu cabelo, já que seus braços doíam com qualquer movimento. Peguei a toalha que estava pendurada no pequeno ferro e a enrolei em volta de Sarah.
-Perola deixou alguma roupa pra você?
-Acho que deixou, em cima da cadeira onde fica a penteadeira. –respondeu com as sobrancelhas juntas após reclamar da dor no quadril.
-Coloque só roupas intimas para facilitar que eu faça o curativo. –Assentiu.
  Abri a portinha de madeira que ficava em baixo da pia e tirei de lá, uma maleta branca e vermelha, média que indicava ser de primeiros socorros.
  Sophia estava sentada na cama, com as devidas peças e cabelo preso em um coque. Puxei a cadeira da penteadeira para frente da cama. Passei o pedaço de algodão no pequeno vidrinho que continha o líquido que desinfeta machucados. Sophia gemeu e foi assoprando nas direções que meus dedos seguiam. Não fiz curativos para que a cola dos mesmos, não grudassem em seus machucados, apenas passei pomada.
  Depois das duas fortes batidas dadas na porta, um senhor passou por ela e suas vestimentas indicavam que ele era um dos seguranças da boate.
-Perola está chamando por Lua. –disse calmo.
-Eu não posso deixa-la. Veja como está machucada. –Sai da frente de Sophia e ele arregalou os olhos, chocado com seu estado.
-Tudo bem. Darei uma desculpa á ela. –falou depois de espiar a porta, provavelmente verificando se algum segurança ouvira o que havia acabado de falar. Assenti sorrindo.
  Trancou a porta novamente, nos deixando á sós.
-Está se sentindo pelo menos, um pouquinho melhor? –Fiz um gesto com o dedo indicador e polegar, indicando o “pouquinho”, vendo pela primeira vez, o sorriso em seu rosto naquele dia.
-Sim, mas estou morrendo de fome. –Colocou sua mão sobre na barriga.
-Eu também estou. –Suspirei. –Será que ficaremos no mesmo quarto?
-Espero que sim.  Acho que quando machucam uma pessoa, costumam joga-la no quarto de outra para que essa outra possa cuidar dela. É complicado, mas você entendeu, eu acho. –Riu fraco.
-Eu entendi. –Sorri. – Pode deitar nessa cama, que irei me ajeitar aqui no chão, só tem que me passar esse edredom. –Ela sorriu, assentindo.
  Abri o edredom no chão, não completamente para que meu corpo sentisse a textura do chão, mas o suficiente para me sentir, ao menos um pouco confortável. Sophia jogou o fino coberto que restou sobre seu corpo, e ajeitou cabeça em cima de suas mãos juntas.
-Quando alguém deixar o lanche chegar aqui irei acordar você. –falei depois de me confortar em meu espaço.
-Tudo bem. Obrigada por o que fez por mim. –Sua voz saiu serena e logo pude ter a visão de seu rosto.
  Sophia me observava com sua franja caindo ao lado de seu rosto e completamente virada para mim.
-É o mínimo que posso fazer.
-Quando acordarmos, podemos conversar? –perguntou. Assenti.
  Ela gostaria de conversar, de como consegui vim parar aqui e que eu perguntasse, a forma de como ela parou aqui, ela gostava de receber atenção. Na verdade, Sophia é meiga e carente, ela gosta de ter alguém com que possa dividir as coisas.
  Pressionei meus olhos e em poucos segundo, a escuridão dominou minha visão dando lugar á outro mundo. Um mundo bem distante.
P.O.V’s Arthur Aguiar
  Os carros estavam estacionados atrás da mata que dava a vista perfeita para o galpão. Logo eu, Chay e Mika, iríamos nos esconder.
-Tem um caminhão se aproximando. –disse Fábio, após dar uma olhada com o binóculos.
  Olhei para a estrada e realmente tinha um caminhão se aproximando. Poderia ser esse veículo que trazeria as drogas, ou estava apenas de passagem pela estrada.
-É melhor, nos escondermos no galpão e esperar por lá mesmo, para não corrermos o risco de sermos vistos. –disse Chay.
-Vamos logo.
  Atravessamos correndo para o outro lado da rua e adentramos o galpão abandonado. Não havia nem um segurança ali, até agora.
-Se escondam atrás desses barris!
  Sentei-me encostado em uma caçamba de lixo que estava pichada.
  Escutei um motor ligado e observei que havia acabado de chegar um carro preto, acompanhado de mais dois. Não ouve nenhuma movimentação, até o caminhão entrar no galpão, com o barulho irritante. 
  Os seguranças que estavam em dois dos carros pretos, saíram dos mesmos, tomando suas posturas, para que o “chefe” pudesse sair.
  Meu maxilar travou involuntariamente e senti meu suor escorrer frio.

  Usava terno formal, alto e loiro. Eu reconheceria aquele filho da puta, até quando estivesse queimando no fogo do inferno. Brandon Walker. Meu inimigo estava ali pronto para me derrubar, de novo. Ah Brandon, agora vai ser diferente.

A Alice postou este capítulo no blog dela. 
Bom, até ao próximo capítulo!! assim que ela postar, eu posto aqui

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