MINI WEB: Aquele cruzeiro... (parte 4)

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POV NARRADOR

Aquele cruzeiro havia deixado marcas infinitas. Para muitos, boas marcas: diversão, amor, momentos inesquecíveis e conhecimentos para lá do comum. Para outros, aquele cruzeiro ficou na memória deles por más razões: muito sofrimento, ilusão e mágoa.

Mesmo de dois anos se terem passado, Arthur mantinha na memória todos os momentos que passou com Lua. Se lembra perfeitamente da primeira vez que viu ela. Ela vestia um perfeito vestido, com um grande decote, no jantar de boas vindas aos embarcados naquele cruzeiro que viajou pelos países com as melhores praias do mundo.
Ele se lembra também da primeira vez que falaram. Se lembra bem que Lua foi das únicas pessoas que se importou com ele, mesmo sem o conhecer. Ela o defendeu num momento em que ele não sabia mais o sentido que a vida o levava. Afinal, ele tinha sido traído pelo melhor amigo, Caio, que hoje em dia ainda namora sério com Madalena, ex-namorada do Arthur.
Inesquecível mesmo, foi a primeira noite de amor de Arthur e Lua. Talvez tenha sido os ares quentes daquela balada que tenha incentivado os dois a ir mais cedo para o quarto e assim se amarem até o dia seguinte.

Eles não mantinham uma relação seria. Não namoravam sério porque ambos sabiam que não estavam preparados para isso. Havia se passado menos de um mês que haviam saído de relações complicadas, por isso não se iam colocar em outra. Mas Arthur arriscou o que sentia por Lua, que ainda não era bem amor, e foi atrás dela, rumo aos EUA, onde nada lá ele tinha. Quando chegou, viu-a beijando outro cara, provavelmente o ex-namorado.

Afinal, quando ela dizia que queria esquecere o ex-namorado, será que ela falava a verdade? Ou será que ela usou mesmo Arthur pra TENTAR esquecer o ex?

POV ARTHUR

Mesmo depois de já ter acordado, eu continuava de olhos fechados deitado na cama. Pressa pra quê? Era sábado, eu não ia trabalhar e no meu próprio apê, não devia explicações para ninguém.

- Ahh não! – Alice se desesperou ao olhar para o relógio e perceber que já passava do meio-dia – Arthur, adormeci de novo! – ela sentou na cama, colocando o lençol em volta de si, pra esconder o seu corpo nu.
- Relaxa. – eu ri, deitado de barriga para baixo, olhando para ela. Abri os olhos e vi os lábios dela formando aquele bico que eu adorava morder – Depois você compensa o seu patrão.
- Já é a segunda vez este mês que eu chego tarde. Ele vai me despedir – ela riu, mesmo sabendo que não devia brincar com tal situação. Se encolheu, ao meu lado, por baixo dos lençóis e levou a sua mão safada até à minha bunda, apertando. Beijando o meu pescoço, ela me provocou vários sorrisos – Mas sabe o que vale mesmo a pena?
- O quê?
- Você! – nos beijamos – Meu gostoso!
- Delicia! – nos beijamos novamente

Sair da cama foi o mais complicado. Sair de casa, pior ainda. Aqueles dois graus negativos, estavam complicando seriamente a minha vida. Viver em Chicago não é fácil não.
Eu e a Alice éramos jovens de mais para cozinhar. Se bem que o meu pai diz que com 23 anos eu não sou propriamente um garoto. Mas na hora em que decidi sair de casa, ele não teve problemas em me oferecer um apê longe de tudo e todos. Mas também, pouco me importei.

Com dois casacos, cachecol e luvas, fui eu até ao restaurante mais próximo tratar do almoço pra mim e para Alice, minha amiga colorida. Na fila em que eu estava, tudo o que era mais pedido eram os chocolates quentes e as sopas acabadas de fazer. Pedi algo do género também e fui me sentar na mesa mais próxima, esperando o meu pedido pra levar.
Mesmo com o aquecedor ligado, o restaurante mantinha uma aragem fria. Estiquei as pernas para a frente e coloquei as mãos entre elas. Estava desesperado. Precisava de me aquecer o mais rápido possível. Este era o primeiro ano que estava cá, neste frio imenso, e era difícil de me acostumar.

- Ai! – um garotinho, que vinha correndo, tropeçou nos meus pés e caiu. Ele começou a chorar olhando pró seu joelho. Eu me debrucei e levantei ele do chão, ficando com ele no meu colo.
- Sorry, are you ok? (Desculpa, você está bem?) – perguntei
- Mamãe! – ele chorava. Logo percebi que não falava em inglês. Ele olhou pró meio das pessoas que estavam na fila enorme de pedidos e de lá ouvi alguém lhe chamar
- Chris, cadê você? – a morena vinha toda aflita procurando o filho – Seu peste! Quem mando… - assim que nós olhamos, ficamos nos encarando.

Ela estava igual. Quero dizer, seus cabelos haviam mudado de cor, mas o seu olhar estava intacto. Olhos lindos. Seus lábios ainda eram os mesmos, apesar de agora não estarem tão bonitos devido ao frio. Pegou o pequeno ao colo e deu atenção para ele, desviando a atenção de mim. Me levantei e fiquei tonto, com tudo o que estava acontecendo. Parecia mentira.

- Eu caí…
- Eu falei pra você fica perto de mim, meu amor. Não falei?
- Falou mamãe. – o garotinho deitou a cabeça no ombro dela
- Vamos, seu pai deve estar te esperando. – ela agia como se eu não estivesse ali. Parecia que nunca nos havíamos conhecido antes.
- Lua… - ela parou e, bem devagar, olhou para trás – Vamos mesmo fingir que não nos conhecemos?
- Eu…
- Eu não sabia que você… era mãe?
- Sim. Sou mãe. É o Chris, meu filho.
- Ele é lindo… mas… eu to confuso.
- Sobre o quê Arthur?
- Eu não sei… a gente se separa. Você vai embora daquele cruzeiro sem me dizer nada e passados dois anos, você é mãe.
- E daí? A vida anda e…
- Esse filho… ele por acaso…
- Por acaso o quê? – ela me interrompeu – Ele é meu e do meu ex, fique sabendo.
- Ex? Que ex? eu?
- O cara antes de você, af! – ela bufou como se estivesse farta da conversa – Eu tenho de ir embora.
- Não… espera. A gente… precisa de falar. Eu tenho tanta coisa pra te dizer. Quero dizer… eu espero que você tenha algo pra me dizer.
- Não, não tenho.
- Fica com o meu número. – fui muito pronto a pegar um cartão com o meu numero, do meu bolso do casaco e lhe entregar – Me liga por favor. Qualquer hora. Eu quero mesmo me encontrar com você.


Quando eu menos pensei, ela me ligou. Alice tinha acabado de sair da minha casa. Havíamos feito amor duas vezes, esta tarde, mas em nenhuma delas se eu estava concentrado na Alice. Este reencontro, com a Lua, foi… talvez o destino querendo me dizer algo.
Seu jeito bagunçado, atrapalhado e envergonhado continuava sendo o mesmo. O Chris, seu filho, tinha os olhos dela e o sorriso também. Os furinhos do rosto, enquanto um sorriso, eram os mesmos também.

- Nem sei pra quê que te liguei… eu tenho mais que faça. Com…
- Não. – pedi – Não desliga. Eu queria ouvir a sua voz. Eu tinha saudades. Eu sei que pareço bobo… mas… não sei, sinto saudade.
- Arthur, o que aconteceu, aconteceu. É passado, não volta.
- Volta sim. É só a gente deixar
- Mas quem disse que eu quero?
- Não quer?
- Eu vou desligar. É tarde e o Chris tem de ir dormir.
- Amanhã podemos nos encontrar?
- Eu não sei.
- Eu te passo o meu endereço e você vem cá almoçar, por favor.
- Não. Vem antes na minha casa, pode ser?
- Claro. – ela me passou o endereço do seu apê. Depois de trocarmos duas ou três palavras mais, a ligação caiu.

O frio e o vento que se fazia pra fora das janelas do meu quarto, não me deixavam dormir. Se bem que eu estava acordado também por estar nervoso. Demorei mais de 15 minutos a escolher a roupa pra levar no dia seguinte e estava pensando em alguns presentes pra levar ao Chris. Tenho a certeza que ele ia gostar. Pensando bem, podia levar uma sobremesa para o almoço.

A dona da loja de brinquedos para criança, me indicou um brinquedo que o Chris ia adorar. Tenho a certeza. Era para garotos da idade dele.
A dona da pasteleira também foi generosa em me ter ajudado com aquele doce. A Lua ia adorar. A sua casa ficava na mesma cidade que a minha. Não sei como não nos encontramos antes. Se bem que eu apenas trabalho na empresa do amigo do meu pai e volto logo para casa. De vez em quando, vou a uma ou outra balada, onde conheci a Alice, por exemplo, mas com certeza que a Lua não anda nessas coisas por ter o Chris pra cuidar.

- Oi… - disse eu, com um sorriso um quanto envergonhado. Ela abriu a porta, com o pijama ainda vestido e completamente encharcado.
- Oi… - quando lhe ia dar dois beijos no rosto, ela me afastou – Eu estava tentando dar banho ao Chris, mas ele é que me deu banho.
- Mamãe tava suja. – o peste estava sentado no sofá da sala, embrulhado numa toalha de banho. Lua me deixou passar e me encaminhou até à sala
- É um peste mesmo. – ri – Precisa de ajuda?
- Não. Fica aqui que eu já volto. – disse ela

Em 15 minutos, mais ou menos, eu fiquei apreciando a sua sala. Era totalmente a cara dela. Uma parece cinza bem claro, onde tinha um enorme quadro com uma foto dela e do Chris. Alias, na sala haviam várias quadros com fotos. Todos dela e do Chris. Ou então dela com outras pessoas, talvez família ou amigos. Houve apenas uma que me deixou com ciúmes. Era ela e o cara que eu vi ela beijar, no dia em que o cruzeiro a trouxe até cá, aos EUA.

- O Chris ficou brincando no quarto… ele é um peste. – Lua repetiu
- Eu reparei. – ri e dei atenção a ela. Ficamos um pouco sem jeito. Ela havia trocado de roupa. Colocou uma roupa mais sensual, no meu ver. A olhei de cima a baixo várias vezes. Não de modo tarado, mas sim com ar de saudade. Ela estava linda. Ela era linda. – Eu trouxe algo pra vocês. – mostrei os sacos, no sofá. Ela olhou e quanto ia agradecer, eu a interrompi – Mas não foi para te dar presentes que eu vim cá. Eu vim… matar saudades.

Sem querer, ou talvez querendo, mas não pensando realmente no que eu estava fazendo, dei dois passos largos até ela e peguei as suas mãos. Sua respiração ficou ofegante, só por eu ter pegado nas suas mãos. Aproximei o meu rosto do dela e rocei os nossos narizes.

- Eu vim atrás de você naquele dia. Te procurei feito um louco. Quando te achei, desejei que o dia voltasse para trás. A gente estava tão bem, aquelas semanas no cruzeiro, que eu pensei que nós realmente tivéssemos futuro. Mas eu te vi beijar aquele cara…
- Ele era apenas o meu ex. que se tornou de novo meu namorado, mas não namoramos de novo. Enfim. Longa história. – ela se afastou um pouco de mim – Nos primeiros dias, que eu estava cá em EUA, eu pensei em você. Pensei muito. Mas o Pedro me fez esquecer você. Ele foi um cavalheiro comigo e me fez o perdoar da traição. Descobri que estava grávida, umas duas semanas depois. Chris é o resultado de tudo isso.
- Essa criança podia ser minha.
- Mas não é.
- Como tem tanta certeza?
- Eu sei do que fiz com o Pedro. Foi logo no primeiro dia e foi se repetindo todos dias após eu ir viver com ele. Arthur, o Chris não é seu filho.
- Tudo bem. Mas e você…?
- Eu também não sou sua filha. – ela fugiu para a cozinha
- Mas bem que eu gostava de te dar uns tapas nessa bund…
- Pára! – ela pediu – O Chris é pequeno e eu não quero que ele escute essas coisas. – Lua olhou o forno e depois olhou para mim – Você cresceu. Está mais homem, mais bonito. Mais musculado também.
- A responsabilidade cresceu. Agora vivo cá, sabia?
- Não, não sabia.

Durante o almoço, fomos trocando tantas e tantas ideias que não sabíamos mais a respeito um do outro. Fiquei sabendo que o Pedro, ex-namorado da Lua e pai do Chris, via o pequeno dois dias durante a semana. Eles terminaram devido à distância, pois Pedro foi morar para outra cidade.
Chris adorou o presente que eu dei pra ele. Lua também adorou o doce que eu trouxe pra ela.

- Tinha saudade disso… - passei o dedo sobre a boca dela, limpando o açúcar que lá ficou, quando ela comeu o doce – Porquinha.
- Ops – ela riu e ligou o resto com o guardanapo
- Você está tão… perfeita. – ela corou.

Não falávamos muito, agora, mas trocávamos muitos olhares. Peguei a sua mão e beijei. Ela ficou sem jeito e senti as suas mãos soarem frio. Estaria ela nervosa? E se eu a beijasse? Continuaria ela daquele jeito? E se eu a disse-se que gosto dela, como reagiria? E se eu disse-se que sinto saudade dos beijos e das noites de sexo, será que ela me levava para o seu quarto e repetiríamos tudo o que passamos naquele cruzeiro?

- Você é louco… - ela riu entre o beijo que eu dei nela, enquanto pensava em múltiplas coisas – O Chris vai chegar aqui e…
- Ele não vai entender. – a beijei de novo, puxando e mordendo o lábio dela – Vamos pró seu quarto, por favor.
- Não, não podemos. – ela saiu do meu colo – O Chris está cá. Eu não quero que…
- Tudo bem, eu não insisto. – me rendi e me levantei da cadeira, da mesa da cozinha. Lua riu e pegou os pratos da mesa para lavar. Eu ri também, passando os dedos sobre a minha boca.
- Seu celular… - ela me chamou à terra. Eu peguei ele do bolso e olhei o ecrã
- Ai, meu deus. É a Alice. – atendi a chamada enquanto a Lua me olhava curiosa. Ela ainda não sabia quem era a Alice, mas pena conversa que ouviu, concluiu mais ou menos
- Sua namorada? – ela me encarou
- Não. É minha amiga. Colorida.
- Colorida? Mais uma “Madalena”?
- É… tipo isso. Mas fica calma. Eu não quero mais nada com ela. Agora somos só nos dois. – tentei a abraçar por trás, em vão
- Só nos beijamos. Você não me pediu em namoro, muito menos casamento. Vamos com calma, por favor.

Pra quem não se lembra, que veja no marcador desta mini web o inicio.
Ainda tem mais uma parte, para eu dar como encerrada, esta mini web.
Estão gostando? o que acham que vai acontecer? Será que o Pedro e a Alice fazem algo contra o namoro de LuAr?

10 comentários:

  1. A lua podia descobrir que o filho era do thur...

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  2. tbm acho que podia ter um meio dela descobrir que ele é filho do thur

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  3. Ela podia descobrir q o filho é do thur

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  4. Ameeeeeeeeeeiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
    Posta Mais hojeeeeeeeeeeeeeeee pfpfpfpfpfpfpfpfpfpfpfpfpfpfpfpfpfpfpfpfpfpf
    Eles podiam fazer o teste de DNA pra saber que o filho é do Arthur

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  5. a lu tenque descobri que o Pedro mando o medico po o nome dele o exame de DNA so pra ele ficar com ela e sair com vantagem e que isso faça a lua fazer outro exame e da que o thur eu pai do cris

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  6. gostou da minha ideia , se gostou vc podia fazer isso na web so ser vc quiser eu estou so pedindo e posta mais estou muito curiosa pra ver ao cap 5

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  7. e estou amando a web quer dizer eu amos todos os seus postes todos são maravilhosos vc e a melhor escritora de todas

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  8. Q estranho o Arthur e a talz de Alice fazem amor e a lua e Arthur sexo como n se gostassem

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