Foi apenas obra do destino - 19º Capítulo

|


POV LUA

Depois de chegar em casa e mostra-la ao Arthur, senti logo a falta da minha irmã. Apesar de tudo, eu continuo a amar aquela garota insuportável, apaixonada pelo meu namorado. 

- Cadê a Isabel? Está no banho?
- Não! – disse com clareza, a minha mãe
- Então?
- Ela ainda não sabe? – perguntou o meu irmão
- Não sei do quê? – encarei os meus pais. Minha mãe baixou o rosto e foi para a cozinha.
- A sua irmã foi para a casa de uma amiga
- Porque?
- Porque… ah, a amiga vai embora e queria se despedir da sua irmã. – disse o meu pai, indo de seguida com as mãos nos bolsos para a rua
- É claro que não foi por isso, né?! – encarei o meu irmão Miguel, mesmo já sabendo a resposta
- Lua, por sua causa, aconteceu muita coisa aqui em casa. Discussões atrás de discussões, muito choro e essas coisas… a Isabel estava frágil e não queria te ver.
- Mas o Natal está ai e… ela não vem?
- Vem. Acho que amanhã, ela vem
- Eu me sinto a mais, aqui. – disse Arthur
- Não. Você não está a mais coisa nenhuma. – abracei o seu braço – Senti a mamãe irritada comigo
- Acredite que ela estava mesmo. Mas já passou… - Miguel apenas me quis fazer sentir bem. Mas sei perfeitamente que não é assim.

Senti a minha mãe diferente comigo. Como sou a filha, garota, mais velha da casa, sempre tínhamos toda aquela intimidade. Mas agora é diferente. Apesar do abraço apertado que demos no aeroporto, sinto ela distante de mim. Talvez ainda esteja magoada comigo, depois de tudo o que aconteceu.
Ela cumprimentou o Arthur, no aeroporto, mas não vi ela falar mais com ele. Pelo contrário, os meus irmãos parecem ter adorado Arthur, porque não deixaram de se falar um minuto. Para o meu pai, o Arthur é indiferente!

O meu quarto estava todo arrumado como antes. Ainda um pouco infantil, mas felizmente com uma cama de casal. Foi aos meus 18 anos que eu pedi ela, pois a outra cama estava pequena de mais para mim.

Quando voltei a descer, vi Arthur na varanda da casa. Dava pra ver o caís do Funchal, iluminado, com alguns barcos lá. Estava uma noite mega gelada. 

- Você acha mesmo que é uma boa ideia eu ficar cá? – perguntou ele, sem olhar para mim – Eu sinto que este não vai ser um Natal bom para vocês. Sinto que eu vou estragar tudo e fazer com que vocês discutam por minha causa
- Claro que não Arthur. – olhei pra ele e passei a mãos sobre o seu cabelo – Vamos ver o que acontece amanhã. Eu tenho a certeza que vai correr tudo bem. – dei um beijo no rosto dele – Vou falar com a minha mãe, tá?
- Tá! – ele sorriu para mim e voltou a olhar para a linda vista 

Meu pai e os meus irmãos estavam na sala. Me admira muito eles não estarem com as namoradas. Mas pelo que me disse a minha mãe, elas vivem em outros conselhos, que não Funchal. 


(Essas são as várias cidades da Madeira. O local que a Lua e o Arthur "estão", é Funchal!!
Eu sou de Câmara de Lobos xD Aos poucos, vou dar a conhecer a vocês um pouco de tudo)


A minha mãe estava na cozinha. Pelo cheiro que eu conseguia perceber, mesmo antes que entrar lá, conclui que cozinhava canja de galinha. Adoro beber aquilo em tempos de inverno rigoroso, como este.

- Precisa de ajuda?
- Agora não. – ela mexia a panela com a mão direita, enquanto a esquerda estava sobre a sua cintura
- Mãe… eu sinto você diferente comigo. – disse eu, sem conseguir conter as lágrimas – Poxa mãe, você acha que eu queria que acontecesse aquilo que aconteceu? Você sempre me ensinou a lutar por aquilo que eu queria e foi isso que eu fiz. Sabe que idade o Arthur tem? 25! A mesma que a minha. Você não acha que ele era demasiado velho para a Isabel? Ela só tem 17 anos. – minha mãe continuava calada. Engoli o meu choro – Nem é a idade que importa. Eu só não entendo a razão de você ainda estar assim comigo…
- Eu não tenho nada contra a idade dos vossos namorados. – ela se virou para mim, com os olhos brilhando – Eu estou chateada com você, porque a sua irmã sofreu o primeiro desgosto de amor, enquanto te flagrou na cama com o Arthur. – eu engoli seco. Ela sabia mesmo de toda a verdade – Ela sofreu muito, ainda por cima sozinha e podia ter cometido muitas loucuras. Quando eu te deixei lá no Brasil, com ela, era com a condição de você tratar bem ela e principalmente de não levar nenhum homem lá pra casa. A sua sorte, é que o seu pai não sabe de nada. Se não Lua Maria, você não pense que o Arthur entrava cá em casa
- Eu peço desculpas mãe. – disse, ainda lacrimejando – Eu não queria que nada fosse assim, eu juro. Eu não queria. Mas eu me deixei levar. O Arthur é especial, ele é…
- Eu sei. A sua irmã já me contou tudo o que ele fez e tudo o que ele é. Ela era mesmo apaixonada por ele. 
- Eu propus ao Arthur terminar tudo o que eu tinha com ele, mas não deu mãe. O que ele sentia por mim também era forte e…
- Eu entendo.
- Mãe, por favor, não fica mais chateada comigo. Eu não aguento isso. Você não era assim, a gente não era assim. – sem a minha mãe dizer mais nada, a gente se abraçou, chorosas uma no outro da outra. – Mãe, promete não tratar mal o Arthur? Ele não teve culpa de nada!
- Eu sei filha… eu fiquei apenas um pouco brava
- Mas não trata ele mal, por favor. Se você quiser, quando a Isabel estiver em casa, a gente vai dar uma volta por ai, para que não haja brigas. Mas não trate ele mal – pedi de novo – Ele nem queria ficar cá. Tinha medo da reação de vocês
- Ele não precisa de ficar assim. O que aconteceu, aconteceu.
- Jura?
- Juro, juradinho! – nos abraçamos de novo
- Incomodo? – Arthur apareceu na cozinha, todo tímido. Se sentiu um pouco embaraçado por ver a minha mãe, junto comigo, ambas chorando.
- Não, pode vir – eu ri, me afastando um pouco da minha mãe e limpando as minhas lágrimas. – Mãe, o que você acha dele, hum? – sussurrei pra minha mãe
- Muito jeitoso! – ela riu baixinho. Arthur corou na hora
- Ele é lindo, né? – abracei Arthur pela cintura e dei um beijo na bochecha dele
- Eu sinto muito pelo transtorno que eu causei. – disse ele
- Não precisa Arthur. Você nem teve grande culpa… quero dizer, apenas teve a infelicidade das suas se apaixonarem por você ao mesmo tempo. – ela sorriu – Mas relaxe, elas são uns anjos
- Eu sei! Eu quero lhe dizer que amo muito a Lua… eu gostava da Isabel, gostava muito. Parecendo que não, tivemos grandes conversas. Ela me ajudou muito, quando eu pensei que nada ia dar certo na minha vida. Mas infelizmente, ela confundiu as coisas. 
- Eu sei disso… eu só espero que amanhã ela fique bem. Quero avisar uma coisa para vocês – a minha mãe fez com que eu e Arthur ficássemos de olho nela – Só eu sei de toda a verdade. O vosso pai pensa que foi uma briguinha na escola, assim como os seus irmãos. Ele pensa que o namorado dela terminou tudo com ela por causa de você Lua. nem o seu pai, nem os seus irmãos, sabem da verdade
- Está explicado a razão de eles se darem tão bem com o Arthur! – eu ri

À hora do jantar, todos nós conversávamos muito animados. 
Arthur nunca tinha provado uma canja de galinha dessa maneira. Canja de galinha, é tipo, caldo de galinha (genteeee, esperam que entendam o que estou dizendo porque realmente não sei explicar melhor), só que sem massa alguma. É apenas aquela “água” bem quente, bom gosto à carne, que nós bebemos para nos aquecermos. 
À parte, a minha mãe fez pão com a carne de galinha que ela havia cozido junto. O meu pai comeu umas três sandes dessas, os meus irmãos duas como o Arthur e eu e a minha mãe apenas uma.

- Arthur, esse é um dos pratos típicos de natal, daqui da Ilha. Como está frio, a gente cozinha esse prato que nós ajuda a aquecer. – disse a minha mãe
- Amanhã vamos cozinhar o quê? Eu queria que ele provasse a carne vinho e alhos, aposto que ele vai adorar! – disse eu
- Mas amanhã vamos à festa do mercado do Estreito e no dia a seguir vamos à outra festa do mercado, mas cá do Funchal
- Tanta festa! – riu Arthur
- Está confuso? – perguntou o meu irmão
- Um pouco… é muitos nomes, festas e comidas diferentes… 
- Mas isso nem é o começo. Espere só até chegar as sobremesas e o bolo do caco e…
- Ahh, nem me fala! – eu ri – Tenho tanta saudade desse pão
- Mas é pão ou é bolo? – Arthur se mostrava confuso
- É pão com manteiga de alho, mas o nome é mesmo bolo do caco. Amanhã você vai provar tudo!

Depois do jantar, era hora de saber em que quarto Arthur ia ficar.
A mala dele ainda estava na entrada. Apesar dele já ter visto os quartos e todos os outros cómodos da cama, eu ainda não tinha a certeza de onde ele ia ficar.

- Bom, então, a gente vai subindo. – peguei a mão do Arthur, depois de me despedir de todos, que estavam na sala
- Moçinha, o quarto do Arthur é o de hospedes, não se esqueça. – avisou o meu pai – Eu não quero aqui misturas. Cada um para o seu canto! – quis ele deixar tudo bem claro
- Pai, eu e o Arthur já somos grandinhos
- É como eu estou dizendo Lua!
- Querido, deixa eles… - disse a minha mãe
- Não deixo não. Nas minhas filhas mando eu.
- Pois é Arthur. Hoje não tem Lua pra ninguém – Diogo, meu irmão, passou por Arthur rindo, batendo nas costas dele
- Não queria mesmo! – Arthur provocou, mas quando eu lhe atravessei os olhos, ele fez cara de manso – Brincadeira amor. Vou morrer de saudade!
- Pai, você é tão chato! – disse eu

Subimos de mãos dadas, mas ao virar na esquina, no corredor para os quartos, nos despedimos com um beijo. Beijo esse que eu deixei pelo meio… ou seja, não é tudo por hoje! 

Desculpem por ontem não ter postado. Mas o meu pc está meio louco :s
As minhas aulas começaram hoje -.- me zoem! O que significa que na semana que vem, os capitulos serão menos durante a semana.

Estão gostando de conhecer a minha Ilha ou estão achando chato? isso aqui é pequeno mesmo!
Mas amanhã colocarei mais cenas divertidas e palavras diferentes para aprenderem um pouco do Português de Portugal ahaha

9 comentários:

  1. A canja de galinha brasileira (ou a da bahia, sei lá) tem arroz dentro!

    ResponderExcluir
  2. Ameeeeeeeeeeeeiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
    Posta Mais hojeeeeeeeeeeeee pfpfpfpfpfpfpfpfpfpfpfpfpfpf

    ResponderExcluir
  3. posta +++ amei a foto do inicio lindaaa

    ResponderExcluir
  4. a canja de galinha pernanbucana tem arroz e pedaços de galinha e muito boa
    sou de Recife capital pernanbucana meu sonho e ir a inha de madeira nao sabia que vcs falavam o mesmo portugues achei que mudava algunas palavras

    ResponderExcluir