Foi apenas obra do destino - 16º Capítulo

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POV LUA

Deitamos na cama dele, brincamos um pouco. Ajeitei a cabeça no travesseiro, enquanto as mãos do Arthur desciam sobre o meu corpo. Namorávamos sobre meras palavras bobas. Passamos belos minutos assim.
Deitei sobre Arthur, vendo que ele estava prestes a adormecer. Não consegui segurar o riso, ao passar o meu dedo sobre toda a extensão do seu rosto e ver que ele não desperta.
Cruzei os braços sobre o seu peito e apoiei o queixo. Me sentia levantar e baixar conforme a sua respiração.

- Eu devia te acordar… - disse, enquanto passava o dedo sobre o braço dele – Até porque estou com fome. Desde que acordamos que ainda não comi. – conclui – Mas não tenho coragem de te acordar. – acabei por rir, baixinho.

Deitei o rosto sobre o seu peito, enquanto brincava com os meus dedos no ombro dele, até sentir as suas mãos subirem pelas minhas costas e se aproximarem da minha nunca, brincando com os meus cabelos.

- Sabe que horas são? – perguntei, baixinho para não lhe despertar muito
- Hum?
- Meio dia. Estou com fome. – olhei para o rosto dele, pousando as minhas mãos lá
- E quem era a Lua Blanco sem fome?
- Ahh, não exgera! – fiz bico – Você é bem pior que eu. Não que eu repare no que você coma, mas só ontem, você comeu três tostas mistas
- Ahh, eu estava com fome. – ele se defendeu, me abraçando e juntando cada vez mais os nossos corpos – Além disso, lá na clínica você puxa de mais por mim – ele reclamava, me fazendo rir
- Nem vem. Seu trabalho é leve de mais
- Eu sei. – ele se rendeu – Disso eu não me posso queixar. Estava só vendo o seu jeito
- Vamos levantar, é mais que horas disso. – mesmo eu querendo levantar, Arthur fez manhã para que eu voltasse a deitar ao seu lado e me rendesse aos seus carinhos e àqueles difíceis beijos de resistir.

Mas a cozinha me chamava. A muito custo, eu saí dos braços dele e desci até à cozinha, ainda com o gosto do beijo dele nos meus lábios.
Nem demorou muito para ele chegar e me abraçar por trás. Partilhamos o café da manhã, todo feito por mim: café e a tosta mista preferida dele. Devo confessar, fiz de propósito. Só queria ele mais perto de mim um pouco, roubando aquela minha tosta.

- E a clínica?
- Eu mandei mensagem a dizer o que tinha acontecido
- Mas e eu?
- Você se vira – dei de ombros, fingindo não me importar
- Lua, mas o pessoal de lá vai desconfiar. Ainda vão falar que sou o seu queridinho e depois eu é que sofro nas mãos deles e…
- Mas não vale a pena por mim? – pisquei várias vezes seguidas os olhos pra ele. Ele virou o rosto suspirando e soltando um leve sorriso
- Vale Lua, mas eu não quero que eles pensem que eu sou o queridinho que você ama e que desculpa tudo. Se fosse outro, no meu lugar, você colocava no olho da rua
- Arthur, não se preocupa. Isso não vai acontecer! – dei um selinho nele para que se despreocupasse

Enquanto terminávamos o café, o telefone de casa voltou a tocar.
Depois de todos aqueles carinhos de Arthur, eu me havia esquecido dos problemas. Haviam me esquecido do facto da minha irmã de 17 anos ter fugido de casa, “roubando” o dinheiro que eu havia guardado para as nossas férias, indo ter com os meus pais, que estão no outro lado do oceano, completamente sozinha. Ela atravessou o oceano sozinha, no meio de uma desilusão de amor, digamos. Não sei se de amor ou nunca desilusão por minha causa. Eu, irmã dela, que lhe menti sem só nem piedade.

- Você não vai atender? – Arthur olhou para mim, percebendo rapidamente o meu rosto de receio em atender aquela chamada.
- Vou… - suspirei. Ele pegou a minha mão e eu peguei no telefone, atendendo a chamada do aparelho que insistia em tocar

Era quem eu mais temia que fosse. A minha mãe. Sua voz aparentava estar mais calma do que a ultima vez que falamos. Não parecia estar chorando, embora que a sua voz de “mãe desapontada” ainda permanecesse tal e qual.

LIGAÇÃO ON

- Era só para te dizer que a Isabel já chegou, não precisa de se preocupar mais. – suspirou - Eu nem lhe ia dizer nada, mas a sua irmã é que insistiu.
- Eu posso falar com ela?
- Ela está dormindo agora. Está cansada da viagem. Foi muita confusão em menos de 24horas para uma jovem de 17 anos
- Mãe, eu posso explicar tudo o que aconteceu…
- Não, não deve fugir muito do que a sua irmã nos contou.
- Mas cada um tem a sua versão… e acredite, a minha é…
- Eu não quero saber. Eu preciso de descansar. Não sei se sabe, mas são 3horas de diferença, certo? Eu só acordei mais cedo porque pensei que você ia trabalhar
- Hoje não. Não estou em condições mãe
- Você que sabe!
- Mãe… - a chamei antes que ela desligasse a ligação – Eu posso ir ai nas férias… com o Arthur?
- Você é que sabe! Adeus Lua.

LIGAÇAO OFF

Ela me desligou a chamada sem que eu pudesse dizer mais alguma coisa.
Pela minha cara, Arthur entendeu como a conversa tinha corrido e logo me abraçou. Coloquei a cabeça sobre o ombro dele, e pude sentir o seu cheiro. Fechei os olhos enquanto ele passava as mãos sobre as minhas costas, para baixo e para cima, para que eu me acalmasse. Não que eu estivesse nervosa… eu só estava triste.


Férias. Era tudo isso que eu precisava.
Mesmo sem o Arthur trabalhar lá a um ano, eu consegui fazer com que ele tirasse férias dando um ou dois aumentos na clínica. Deixaria aquilo à responsabilidade das duas pessoas que eu mais confio. Espero que não me desiludam.
Quero passar o natal e o fim de ano junto dos meus pais, em Portugal.

- Eu acho isso uma loucura! – Arthur dizia pela milésima vez, apos eu lhe ter mostrado os bilhetes de avião
- Mas agora já está. Caso os meus pais não me aceitem lá, a gente aluga um hotel ou um apê
- Ainda por cima, Portugal? Você sabe que são quase 11horas a andar de avião? Ainda por cima temos de parar em Lisboa? Lua, é de mais… - ele balançava a cabeça, se queixando a toda a hora
- Eu não tinha coragem de deixar você sozinho aqui
- Mas eu me virava…
- Mas alguém podia te pegar – eu fiz bico
- Quem? – ele me encarou
- O bicho papão ou… - acabamos por rir e eu sentei no colo dele – A viagem é daqui a três dias. Ainda temos muito que fazer aqui
- É?
- É! – beijei ele, parando com selinhos e colocando os meus braços à volta do seu pescoço, apertando pra valer – Temos de levar umas coisas daqui para lá. E tenho de fazer compras, porque em Portugal é inverno!
- O quê? Ainda mais essa? Não vamos passar a virada do ano na praia?
- Só se você quiser congelar – abri o jogo pra ele
- Você já foi lá?
- Uma vez… mas foi muito rápido. Nem deu para visitar tudo. Será a nossa primeira viagem – beijei o rosto dele, ainda o abraçando e imaginando cada detalhe

Querendo eu ou não, o destino colocou o Arthur na minha vida. Aquele acidente da minha irmã, por um lado, alegrou muito a minha vida. Eu me sinto mais confiante e mais dona de mim, ao lado do Arthur. Ele me dá forças para continuar a escolher aquilo que eu quero.
Eu quero ele do meu lado. Quero que os meus pais aceitem ele de braços abertos e a mim também, apesar da minha relação com os meus pais andar bem tremida. Espero que esta viagem mude um pouco o rumo desta vida…


A Debora me deu a ideia de falar um pouco da cultura de Portugal numa das webs, por isso, vou falar um pouco nesta xD tem coisas muito diferentes, mas eu vou tentar explicar tudo ao máximo para vocês, para que entendam tudo.
Daí que o capítulo é dedicado a ela!! <3

6 comentários:

  1. Pêre, vou ali chorar e já volto :')
    Te amo amiga !

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  2. posta ++++++ aí essa viagem promete

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  3. Ameiii *-*
    Postaaa maiissss

    By: Chris

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  4. ameeeeeeeeeeeeeeeeei

    Ana

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  5. Ameeeeeeiiiiiiiiiiiii!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
    Posta Mais hojeeeeeeee pfpfpfpfpfpfpfpfpfpfpf

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