Exchanged For a Game: Capítulo 10

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P.O.V’s Lua Blanco
-Acho que nós podemos fazer isso. –Sophia disse, fazendo-me sorrir.
-Obrigada, eu quero tanto como você sair desse lugar. –falei.
-Por onde iremos sair? –ela perguntou, fazendo-me lembrar da idéia que tirou boa parte do meu pequeno sono na noite passada.
-TRABALHEM! –gritou o segurança que estava na porta do meu quarto alguns minutos atrás.
 -Mais tarde te explico. –falei baixo para Sophia que apenas assentiu. 
  Eu, Sophia e outras garotas fomos escolhidas para limpar o banheiro masculino, e aquilo era a porta para o inferno, só de estar ali, me subiu uma enorme falta de ar.
-Por que não podíamos ficar com o feminino? Deve ser menos mal. –falei alto, enquanto entrava em uma das cabines nojentas.
-Tanto o masculino quanto o feminino são nojentos, acostume-se. –falou uma voz fina que não pude reconhecer por estar dentro da cabine.
  Depois de termos que limparmos todas as privadas, lavamos o chão, secamos a pia e passamos panos úmidos no enorme espelho que havia ali.
-Como sobrevivi a isso? –perguntei para Sophia que estava ao meu lado, ajudando a recolher os panos sujos e os sabões.
-Acho que a pergunta certa é: Como sobrevivemos a isso, gata? –ela corrigiu e piscou, me fazendo rir baixo.
-Acabaram? –perguntou um segurança que até agora, eu ainda não havia visto, fazendo todas assentirmos.  –Vamos. –ele nos chamou e formamos filas para voltarmos aos quartos.
-Iremos fazer mais alguma coisa? –a mesma voz fina perguntou e percebi que era de uma loira com longos fios lisos e olhos castanhos escuros, ela era nova por ter feito a tal pergunta.
-Agora irão arrumar os quartos do segundo andar. –ele disse simples, como ver pessoas serem exploradas era normal, de fato para ele era.
  Olhei para Sophia, e ela suspirou demonstrando cansaço.
  No segundo andar havia muitos quartos, eles eram maiores que o meu. Completamente luxuosos.
  Os seguranças colocaram cada garota para arrumar um quarto, incluindo o banheiro. O quarto esbanjava cheiro de sexo, cama bagunçada e camisinhas no chão. Acho que não cairia a mão de uma pessoa se ela jogasse pelo menos as camisinhas que usa na lixeira.
  Abri um armário, e nele havia roupas de cama de cores vermelhas e brancas. Escolhi a vermelha. Caminhei até a cama, e tirei a cocha de cama, branca com todo nojo que qualquer pessoa teria por saber que alguém gozou ali e a substitui pela outra. Varri o chão do quarto, do banheiro e passei pano. A privada do banheiro não era tão mal comparada ás privadas do banheiro da boate. Dobrei a roupa de cama branca que eu havia tirada e bati na porta, esperando que algum segurança a abrisse.
-Terminei. –falei simples.
- Trisha, suba para recolher as roupas de cama. -o segurança falou com alguém por um rádio.
-Tudo bem. –uma voz fina respondeu após um bip.
  Fiquei encostada na porta, esperando pela tal Trisha enquanto o segurança me vigiava, me deixando entediada por ter que olhar para aquela cara dele.
  Uma moça de cabelos castanhos cacheados, de altura média e um pouco gordinha apareceu no segundo andar arrastando um carrinho á sua frente.
  Coloquei os lençóis no carrinho e logo o segurança prendeu meus pulsos em suas mãos grandes e me levou de volta a “cela”.
P.O.V’s Arthur Aguiar
  Estava sentado na cadeira do meu escritório pensando em Lua. Seus lábios carnudos, a forma como ela mordia os lábios para abafar seus gemidos, o gosto dela, eu precisava fode-la de novo. Só de pensar nela, meu membro já dava sinal de vida.
-E ai, dude?  -Chay invadiu o escritório com Micael atrás.
-Porra, o que custa bater na porta antes de entrar? –perguntei irritado, por eles sempre fazerem a mesma coisa.
-Foi mal, tá nervoso? A Lua Blanco não deixou você, calmo o suficiente ontem á noite? –ele deu ênfase no nome dela, e Micael riu.
-Vai se fuder, Chay. O que vocês vieram fazer aqui?
- Tu encomendou alguma carga sem falar com a gente? –Micael perguntou.
-Não, por que? –perguntei confuso, querendo sabe aonde eles queriam chegar.
-Porque amanhã á noite, chega uma carga com uma grande quantidade de drogas aqui em Los Angeles. –Chay respondeu.
-Porra, quem será esse filho da puta? –perguntei nervoso, batendo minhas mãos na mesa.
-Fábio, já tentou localizar de onde vem á carga e quem vai receber, mas nem pistas. O cara realmente não quer ser reconhecido. -Chay falou calmo, o oposto de mim.
-Reúnam os seguranças, quero todos escondidos no galpão que chegará a carga. Quero saber quem é o filho da puta.
-Dude, pode ser uma cilada, tu tem muitos inimigos. –Chay falou dessa vez.
-Reúnam os seguranças, só façam o que eu to mandando. –eles assentiram e Chay tirou se celular do bolso se comunicando com alguém. –Pegaram o dinheiro das boates?
-Fábio ficou lá pra recolher com Pérola. –Micael respondeu com a atenção no celular.
  Puxei a primeira gaveta, e tirei dali um cigarro de maconha, aquilo tirava todo nervosismo ou tensão que eu sentia. Assim que terminei, joguei o resto do cigarro no chão, e pisei no mesmo.
-Vou lá em baixo comer alguma coisa, vão ficar ai?
-Não, to cheio de fome também. –Micael levantou-se do sofá de couro e olhou para Chay que levantou, mas continuou com a atenção no celular.
-Chay, não acredito que tu tá demorando tanto,  pra se comunicar com Kenny. –falei enquanto descíamos as escadas.
-Kenny, o caralho! To conversando com uma vadia gostosa, pra traçar ela, hoje á noite.
-E ai, coroa? Não sabia que tu tava aqui hoje. –falei assim que passei por minha mãe que tava sentada no sofá da sala assistindo um programa culinário que não me interessava.
-Cadê o respeito, muleque? –ela gritou da sala.
-Rose, prepara uns sanduíches pra gente. –falei para a empregada que lavava louça, enquanto sentamos nos bancos que ficavam próximos ao balcão.
-Preparo sim, senhor Aguiar.
-Não me chama de senhor, Rose. Você me viu crescer, deveria me chamar só de Arthur.
-Parece que estou faltando com respeito. –ela disse, me fazendo rir.
  Rose era uma senhora, de cabelos ruivos e baixinha, ela cuidava de mim enquanto minha mãe trabalhava.
-Como foi com a Lua ontem, Arthur? –Chay perguntou, faz Micael rir.
-Ela é uma puta de uma gostosa, vou foder ela de novo, hoje. –falei, e Rose ligou o rádio mostrando estar incomodada com o assunto, nos fazendo rir. –Ela era virgem. –eles gargalharam.
-Pegou leve com ela, né dude? –Chay perguntou.
-Claro. Apertada pra caralho. –Lembrei da dificuldade que tive pra entrar nela, e seus gritinhos no meu ouvido.
-Me poupe dos detalhes. –Micael falou pela primeira vez naquela cozinha.
-Gay. –Chay zoou.
-O gay aqui, faz sucesso.
-Aqui está. –Rose colocou os sanduíches sobre o balcão, interrompendo nosso assunto.
-Ro, pega o refrigerante pro seu Chay, por favor. –ele pediu com a boca cheia, á fazendo corar.
  Terminamos de comer, e os caras foram embora.
P.O.V’s Lua Blanco
  Olhei para o pequeno despertador, ele marcava, 09:15 p.m.
  O que custava deixar a chave do guarda-roupa? Eu precisava dar um jeito de escolher uma roupa vulgar, que seja um pouco confortável.
  Comi a maçã que estava na bandeja do lanche da tarde que Morgan havia trazido.
  Tudo naquele quarto era completamente entediante. Notei que havia uma penteadeira que eu ainda não havia mexido, andei até a mesma e abri as gavetas. Haviam maquiagens, jóias, escovas de cabelo, secador e uma pequena chapinha. Sequei meu cabelo que estavam úmidos, por eu ter tomado banho á pouco tempo, e fiz um coque bagunçado com grampos que seriam útils mais tarde. Usei um delineador preto, batom rosa e dei leves batidas em minhas bochechas, para que ficassem coradas. E usei o brinco grande, com detalhes dourados e pedrinhas pretas.
  Escutei o batente da porta e Pérola passou por ela.
-Tá mais apresentável do que na noite passada, menos mal. –ela disse. Como se eu realmente me importasse com sua opinião.
-Venha ver sua roupa. –ela destrancou a porta do guarda-roupa.
-Eu que escolho? –perguntei sem me mover da onde estava.
-Não quero perder meu tempo com você, garota. Então, venha logo. –ela estava facilitando as coisas para mim.
  Andei até o guarda-roupa e peguei um top e um short colado, facilitaria a saída, apenas o salto exagerado que não ajudaria.
-Se vista, esperarei aqui fora. –Pérola falou e saiu, batendo a porta.
  Eu estava extremamente sexy, aquela maquiagem misturava as coisas, ao mesmo tempo que eu era meiga, havia uma Lua ousada. Meu coque, deixava alguns cachos de fora do grampo, dando um ar de penteados antigos.
  Bati na porta e Pérola a abriu, ela não olhou para mim. Sophia era uma das primeiras da fila, ela usava um short de couro e corselet preto, com um decote perfeito. Apenas sorri para ela. Fui para o final da fila, e começamos a subir para o centro da boate.
  Olhei por uma brecha da cortina e notei que o local estava lotado, dificultando as coisas.
-Vocês já sabem. Formem grupos e dancem naquele ferro. –Pérola disse enquanto sentava em um sofá de couro, vermelho que havia ali.
  Eu e Sophia entramos no primeiro grupo, a música havia sido rápida. A boate estava cheia, e estávamos evitando todos os homens que se aproximavam. Notei que Aguiar estava na área vip, merda. Nada podia dar errado.
-E ai, qual é o plano? –Sophia perguntou.
-Vamos no banheiro. –Segurei a mão dela, a guiando para os fundos.
  Nos trancamos em uma cabine, e eu falaria baixo para que ninguém pudesse escutar.
-É o seguinte: Entraremos em alguma sala que tenha ventiladores industriais, aqueles que ficam no teto, eu já vi em alguns filmes de ação que dentro deles dá sempre passagem para outro local. –ela assentiu concentrada no eu que falava. –Teremos que encontrar alguma sala, dos outros andares, e para isso levaremos homens para o quarto, quando estivermos com eles, teremos que dar uma desculpa, falando que esquecemos alguma coisa, algo do tipo. Nos encontraremos no corredor, notei que não há muitas câmeras naquele andar, caso você veja alguma, vá até ela e a gire disfarçadamente para que ela não pegue seu rosto. Na escada do segundo andar para o terceiro não há seguranças, e é lá que fica o escritório de Arthur, a sala das câmeras, e sala do sistema todo, com certeza nela deve haver seguranças, vamos distrair eles falando de um tiroteio que está ocorrendo na boate, para que possamos desativar os ventiladores. Teremos que agir rápido, porque se for preciso virarmos alguma câmera, eles notarão. Fiz esse penteado com grampos para que eu possa girar os parafusos da passagem para o ventilador. Você entendeu?
-Eu to com medo que dê errado. –ela choramingou.
-Faça isso como se dependesse da sua vida, e de fato depende. –Sophia era mais frágil do que eu, compararia a meiguice dela com a de Julie.
-Tudo bem. –saímos da cabine e não havia ninguém no banheiro.
  Sophia conversava com um velho, barbudo, ela apenas lançou um olhar pra mim, dando a entender que eu poderia subir com o homem que estava para o quarto.
-O que você de subirmos? Te achei bem gostoso. –Dei um beijo no pescoço do homem, ele não era nada mal.
-Apressadinha, gosto assim. Vamos subir, anjo. –ele deu um beijo melado no meu ombro.
  O velho que estava com Sophia combinava o preço do programa no início da escada, enquanto eu observava tudo com o homem moreno que estava ao meu lado.
  (...)
  Eu enrolava o máximo possível para não chegar aonde ele queria.
-Acho que quem tá apressadinho é você, querido. –subi em cima de seu quadril, tomando o controle da situação. –O que acha de eu pegar um vinho para comemorarmos nossa transa antes da hora? –perguntei mordendo sua orelha, eu parecia uma vadia no cio.
-Acho uma ótima idéia. –ele respondeu.
-Já volto. –Levantei da cama e puxei o zíper do meu short, que estava quase fora do meu corpo.
-Não demora, docinho. –ela era um homem maduro, mas aquelas palavras não soavam sexy vindas da boca dele.
-Pode deixar, gato. –Pisquei para ele, e sai do quarto.
  Sophia estava parada em frente a porta, na qual teria seu possível programa.
-Puxa, você demorou! Pensei que tinha desistido. –ela continuou no mesmo lugar para que uma câmera não á pegasse.
-Nunca, vem logo! –ela girou a câmera e tirou o sapato Scarpin que usavam, para facilitar nossa corrida.
  Subimos pela escada, e assim com eu havia dito na frente de duas salas haviam segurança, aquilo havia dificultado, pois era uma das duas que ficava a sala do sistema inteiro da boate.
-Moço! Nos ajude! –Gritei chamando a atenção dos quatro seguranças, e tirando o silêncio daquele local.
-O que está acontecendo? –perguntou um negão com uma voz grossa.
-Lá em baixo! Está acontecendo um tiroteio, e conseguimos sair de lá para nos esconder aqui. –Sophia fingiu uma respiração descompensada.
-Não saiam daqui! –o mesmo homem falou, e saiu correndo com os outros três seguranças atrás de si.
-Fácil! –Sarah falou e sorriu.
-Uma dessas salas é a das câmeras de seguranças, e com certeza há alguém as vigiando, então vamos abrir com cuidados as duas portas. –ela assentiu.
  A porta na qual eu abri devagar, havia três homens de terno preto conversando sobre algo, enquanto tomavam café.
-Acho que é essa, ela está trancada. –Sarah cochichou.
  Fechei a porta devagar para que não notasse, e tirei um grampo do meu penteado para abrir a porta.
-Acho que eles estão vindo. –Sophia falou desesperada por ouvir vozes grossas no final do corredor.
-Consegui. –Entramos na pequena sala.
  Havia um armário aberto com fios de várias cores e botões que controlavam algo da boate.
-E agora? –Ela perguntou aflita.
  Havia um pequeno caderno personalizado, com letras de forma, imitando algum catálogo e notei que ele indicava as funções dos fios e botões.
-Aqui! –falei e Sophia ficou ao meu lado.
  Páginas e páginas foram viradas, até que finalmente encontramos a que indicava o fio dos ventiladores.
-O fio azul! –falei e começamos a procurar de onde saia até onde ia.
  Sem medo algum de levar choque o puxei, e saiu apenas um cisco de fogo e vi os ventiladores no teto pararem.
-Pega aquela cadeira pra mim. –falei para Sophia, apontado para uma cadeira giratória de cor azul. –Segura, por favor. –pedi para que ela segurasse a cadeira.
  Tirei o grampo que eu havia usado e estava preso no meu top, o girei, e aquilo estava dando trabalho.
-Lu, acho que aqueles seguranças estão aqui na porta. –ela disse por ter escutado vozes masculinas.
-Apenas fique em silêncio. –pedi e ela assentiu.
  Consegui. Subi para a espaço apertado que havia no teto, era totalmente escuro, e o ventilador ficava um pouco mais acima, era preciso ficar deitada.
-Procura nessas gavetas, uma lanterna. –falei baixo, e Sophia rapidamente começou a vasculhar as gavetas onde ficava um computador.
-Não tem, mas achei isso. –ela mostrou um isqueiro.
-Serve, agora vem. –ela jogou o isqueiro e subiu na cadeira. –Fica calma, pensa que não há ninguém naquela porta e isso não é uma fuga, apenas faça em silêncio. –ela assentiu.
  A segurei pelas mãos ela deu impulso pulando na cadeira, fazendo um certo barulho. Segurei Sophia pela mão, e ela colocou uma de suas mãos em um lado no pequeno buraco para o teto.
-Pronto. –falei e tampei o pequeno espaço com a placa que eu havia tirado para passar, fazendo o local ficar totalmente escuro.
-Se esse ventilador estivesse funcionando, eu estaria sem meu cabelo. –ela falou pelo fato de o local ser apertado.
-Nós estaríamos. Agora me segue. –falei e liguei o isqueiro, iluminando um pouco o local e queimando boa parte do meu dedão.
  Chegamos a uma pequena janelinha, com frestas imitando listras e dando ligação para um telhado. Puxei a janela com força para o lado de dentro, e empurrei um pouco Sophia.
-Desculpe.
-Tudo bem.
-Vamos ter que pular. –olhei a altura e ela não era pequena.  –Vou primeiro. –Tirei os sapatos altos e os deixei ali.
   Me joguei e rolei até o final do telhado, não fui direto para o chão, porque me segurei.
-Eu não vou conseguir, Lu. –ela gritou.
-Você consegue! Eu juro que não deixo você passar do telhado e ir pro chão. –gritei e em um ato inesperado, Sophia pressionou os olhos e se jogou.
  Segurei ela para que ela não rolasse até o final do telhado.
-To toda arranhada. –comentei, olhando meus braços que sangravam pouco com arranhões.
-Eu também. Nós conseguimos. –a abracei e ela retribuiu, com um abraço forte.
-Obrigada, por ter aceitado fugir comigo. –sentei no telhado e ela sentou-se ao meu lado.
-Pra onde você irá agora? –ela perguntou.
-Não quero ir pra minha casa, eu posso ir pra sua? –pedi. –Por favor, não quero olhar para a cara do meu pai.
-Tudo bem. Vamos logo, antes que apareçam os homens de Arthur procurando por nós. –assenti. –Acho que iremos andando.
-Pra mim, tanto faz. –sorri.
  Nada parecia importar. Eu estava livre. Me sentia como andorinhas, livres.

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