Plano B II - Capítulo 27

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Pov Arthur.

As crises da Lua quanto ao facto dela emagrecer e o seu corpo estar coberto de estrias passou, até porque ela foi a um médico que lhe aconselhou a ir pra academia e tudo se resolveu.

Pior mesmo, foi quando à uma semana, mais ou menos, um parente dela morreu. Era o seu primo. Desde pequeno que brincavam juntos, mas depois ele foi estudar pra fora e se separaram. Ela recebeu a triste notícia de que ele tinha morrido de uma forma cruel e que nada tinha sido feito pra se fazer justiça. O caso estava entre as mãos da polícia, mas já se sabe que estes casos levam anos a serem resolvidos.

- O comer está na mesa. Preparei com tudo o que você mais gosta – esbocei um sorriso para ela. Desde que ela chegou a casa, que tinha ficado na cama – Vem?
- Estou sem fome. – respondeu ela
- Você chegou da academia e ainda não comeu nada. Não pode ser Lua…
- Que droga Arthur! Come você! Não foi você que fez o jantar? Então coma, apenas! – ela gritou comigo. Estes dias têm sido sempre assim.
- Mamãe, a Estrela me bateu porque eu…
- Não mamãe, ela é que me bateu por causa da…
- CHEGA! – Lua gritou. Vocês são grandes, que se entendam. Eu estou cansada de ficar o dia todo ouvindo ‘mamãe’ de um lado e do outro. Me deixem em paz, por favor!

Malu e Estrela ficaram sentidas com o grito que a Lua deu pra elas. Elas ficaram mais tristes do que antes estavam, por conta de uma briguinha de bonecas.
Fiz cara feia pra Lua. Elas não mereciam que ela as tratasse assim. Peguei nelas e fui jantar.

- A mamãe não gosta mais da gente né?
- Não amores, não é isso. – eu tinha cada uma no meu colo. – Ela está apenas cansada e um pouco triste. Mas logo, logo ela fica bem e vai brincar muito com vocês. Amanhã vamos aproveitar o final de semana que vem ai, para brincar muito com ela e vocês vão ver o quanto ela ama vocês.

As meninas assentiram e foram pra cama. Antes de eu ir dormir, ainda passei no quarto para lhes dar um beijo de boa noite.
Depois do meu banho, fui para o quarto. Lua estava acordada porque eu a vi mexer na cama, mas mesmo assim permanecia de olhos fechados, sem olhar ou falar pra mim.

- Vai continuar nessa até quando? – perguntei, antes de me deitar – Na boa, entendo que o Luís era importante para você. Um primo, quase irmão. Mas ele morreu Lua, acabou. Você não pode fazer nada contra isso. Se tá de mau humor, não descarregue nas suas filhas, que ficam tristes por ver você brigar com elas com tudo e com nada. Brigue comigo, mas com as nossas filhas, não!
- Você pensa que é fácil por acaso? – ela se virou para mim, com os olhos cheios de lágrimas – Acha que é fácil perder alguém importante na sua vida, pra sempre? você nunca passou por isto que eu estou passando, por isso não fale do que não sabe
- E do que é que eu não sei? Eu posso não saber o que você está passando, mas eu sei o que as nossas filhas estão passando! Qualquer dia elas não conhecem mais a mãe que têm em casa. Nem eu conheço mais a mulher que tenho… a Lua que eu conhecia não era assim
- Não me vem com essas coisas Aguiar. Estou sem paciência. – ela se levantou da cama e foi para o banheiro

Nem senti ela chegar à cama, adormeci logo de seguida.

(…)

No dia seguinte, acordei com as minhas duas princesinha pulando na minha cama. Estavam ansiosas por irem pró parque brincar, como eu havia prometido no dia anterior.

- Cadê a Malu?
- Foi com a fera
- Com quem? – perguntei à Mag
- Com a mamãe. Ela brigou com agente de novo. Eu não vou falar mais com ela. Sempre que eu falo, ela briga comigo. – disse Mag com os olhos brilhando. Mesmo eu ainda de cueca boxer, por ter acabado de acordar, peguei na peqiena ao colo e a mimei. Falta de carinho era tudo o que ela tinha. Estrela, vendo a irmã no colo, também quis e assim mimei um pouco as duas.
- Arthur, é meia dia, será que você não pode levar a bunda dessa cama? – perguntou a minha mulher, chegando no quarto, dando ordem
- Bom dia para você também! – a encarei
- Bom dia nada, é boa tarde já.
- Mamãe, você vai com agente no parque?
- Eu tenho mais que faça!

Eu não aguentava mais ver a Lua daquele jeito, tratando as meninas super mal. Saí de casa com elas bem cedo e só voltei à noite. Jantamos em restaurantes à escolha delas, fomos no shopping e ainda no cinema ver um filme para crianças. Foi um dia totalmente dedicado a elas.

- Depois diz que as suas filhas estão mimadas de mais. É você que mima tanto elas
- Elas precisam de atenção! Atenção essa que você não lhes dá
- Eu não dou? Me explica, quem é que fez o café da manhã? Quem é que limpou o leito derramado pela Malu? Quem vai limpar a sujeira que elas fizeram na roupa de hoje?
- E o beijo de boa noite, você deu pra elas? E o de bons dias, deu? E já lhe disse o quanto lhes amava hoje? Ahh pois é, esqueceu né? – a encarei

Pov Lua.

Ao inicio, pensei que era me fechando no meu mundo que tudo ia dar certo. A morte do meu primo foi demasiado cruel. Ele foi morto numa boate, da pior forma: espancado. Ele deve ter sofrido montes e o pior é que ninguém consegue encontrar quem lhe fez isso. Perder um ente querido é a pior coisa que pode acontecer. Ainda para mais sendo ele.
O Arthur não entende como eu me senti nesses dias. Eu queria ir ver o corpo dele, mas o Arthur não deixou. Disse que tinha de ficar cuidado das minhas filhas, tratando da minha loja, enquanto ele andava nas suas mercearias.

Eu precisava de carinho, de compreensão e tudo o que ele mais queria era que eu ficasse cuidando das filhas que também são dele. Passadas duas semanas, me sinto ainda mais sozinha. O Arthur mal conversa comigo. As meninas só querem ele e eu fico no meu canto. Me sinto bem, quando choro.

- Papai, papai, lembra aquele filme de barbies que eu queria ver? Passou na televisão que saiu no cinema… - disse Estrela
- Agente pode ir? – perguntou Mag
- Eu já sabia que aqueles beijos logo pela manhã traziam algo… depois eu vejo quando agente pode ir. – Arthur tinha acabado de chegar em casa. Ele tinha ido trabalhar e depois foi buscar as meninas.
- E será que eu não posso também ir? – perguntei, dando um leve sorriso
- Depende… você vai brigar com agente?
- É que se você brigar, você não vai. – disseram elas. Senti um nó no meu corpo
- Papai lindo, vem me dar banho? – perguntou Malu, com a boca cheia de chocolate. Provavelmente, Nutella
- Malu, o que você andou comendo? – perguntei
- Nada mamãe… - disse a garotinha, se escondendo atrás de Arthur
- Vem, vamos tomar um banho Malu.

Ele pegou ela ao colo e foi para o banheiro, sendo guiado pela Estrela e pela Mag. Mais uma vez, fiquei sozinha.


Boa noite gente, é a Cris!! Estou postando agora esta web e vou concluir ela. Vai acabar no 30º Capitulo!
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