Foi apenas obra do destino - 7º Capítulo

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POV LUA

Na segunda, logo pela manhã, acordei, me arrumei e desci para tomar o café da manhã. Quero dizer, primeiro tinha de faze-lo. Enquanto estava no balcão, fazendo cafés e as torras com manteiga, senti umas mãos de volta da minha cintura e um beijo leve no meu pescoço. Era ele.

- E ai, pensou? – ele ficou ao meu lado, no balcão
- Pensei – sorri, sem olhar pra ele
- E então? – sorriu de volta

Arthur deu um salto para o lado da mesa, quando sentiu uns passos. Era com certeza a Isabel. Ela ia connosco, pois ia para a escola.

- Bom dia! – disse ela. Estava pronta para ir para a escola, faltava apenas comer
- Acordou de bom humor? – perguntei
- Acordei. Mas assim que te vi, perdi ele. – disse ela, toda arrogante
- Calma meninas. Não comecem.
- Se ela não fosse invej…
- Chega Isabel! – disse Arthur
- Isso mesmo, defende a queridinha. – ela passou um guardanapo pelos lábios e saiu da mesa
- Onde você pensa que vai? – gritei com ela
- Embora! O ambiente aqui está péssimo – ela chegou mesmo a ir embora de casa
- Entende agora a razão de eu não querer nada com você? Se eu ganhar você na minha vida, eu perco ela
- E enquanto isso eu tenho de sofrer por amor? Por você? – ele perguntava sério, falando e fazendo gestos com as mãos
- Não sei – cruzei os braços – Você adora que eu fale que gosto de você e que quero você… mas na hora de você dizer o que sente por mim, você não fala nada.
- Acredite que quando chegar a hora, eu falo tudo o que você quiser. – ele pegou a minha mão e beijou
- Eu preciso de me arrumar… - saí um pouco atrapalhada

Fomos, no carro dele, calados até à clínica. Eu estava ainda preocupada com a Isabel. Não queria que ela faltasse de novo às aulas, pois já, já, as aulas acabam e ela vai perder de ano, tendo de ficar de recuperação. Isso seria uma desilusão para os meus pais, em relação a mim e a ela.

Eu estava trabalhando, atendendo os meus pacientes, mas a minha cabeça estava longe. Quando parei cinco minutos para descansar, recebi uma mensagem dos meus amigos, combinando algo pra sair. Nesse momento, Arthur entra na minha sala também.

- Faltam 30 minutos para irmos almoçar
- Acho que nem vou – disse eu – Tenho de adiantar umas coisas, porque vou ter de sair mais cedo
- Por quê?
- Uns amigos estão combinando algo pra sair e espairecer
- Entendo. – ele suspirou – Eu tenho de fazer uma pausa. Começo a ficar confuso com tantos papeis seus
- Eu disse que a minha vida não era fácil – eu ri
- Ficaria mais fácil de um jeito
- Como?
- Você falando a verdade… - ele ficou brincando com as suas próprias mãos, para que não olhasse para mim
- Arthur… - eu ri. Balancei um pouco na cadeira, rodei de um lado para o outro e coloquei as mãos na mesa, em frente pra ele – Eu confesso! É lógico que eu queria algo com você. Mas a minha irmã…
- Não pensa tanto nela, pelo amor de deus. – ele riu – Vive a tua vida primeiro, amor.
- Do que você me chamou?
- Amor? – ele riu, passando aquela língua nos seus lábios
- Não fala isso – eu ri – Eu fico sem jeito. – ele colocou as mãos no ar, para se render – Eu quero ficar com você. Mas escondidos…
- Sério? – ele riu e se levantou. Eu assenti. Ele veio até mim, rodou a minha cadeira e me pegou pela cintura, me dando um beijo – Espera, espera… estamos trabalhando. – afastei ele, alisando a minha roupa
- Em casa continuamos isso? – ele passou novamente a língua nos lábios 
- Quem sabe! – eu ri

Como o combinado com os meus amigos, eu fui sair com eles e para isso, saí mais cedo da clínica. Fazia tempo que não nos encontrávamos. Devo lembrar que eles são meus amigos desde a época da faculdade.

- Não trouxe a sua irmã? – perguntou o Cauã
- Não. A peste ficou em casa
- Com quem? – perguntou a Lisa
- Com um amigo
- Dela? – a Nicole riu – Seus pais sabem disso, por acaso?
- Gente, claro que não, né? O amigo nem é dela. mas bem que ela queria.
- Opa, o que perdemos? – perguntou Ricardo
- Muita coisa! – tomei um gole do copo – O cara lhe atropelou, quero dizer, quase lhe atropelou e foi super fofo com ela. Tratou dela, trouxe ela pra casa e enfim. Mas ele tinha sido despedido nesse dia, estava em risco de ficar sem a casa e o carro. Mas ela adorou ele. Ela ama ele! Então pediu para ele ficar na nossa casa, enquanto entregava a casa dele ao banco, para pagar as dividas que ele tinha. Concluindo, ele trabalha para mim, na minha clínica, enquanto vive lá em casa. 
- E como ele é? É da nossa idade? – Lisa perguntou toda agitada
- Sim, é da minha idade. Dois dias mais velho, apenas. Mas ele é lindo. – tenho a certeza que os meus olhos começaram a brilhar – Ele é baixinho, não muito moreno, cabelos e olhos castanhos, um cheiro maravilhoso, uns lábios finos… gente! Ele é um deus!
- Tá apaixonada? – perguntou Nicole
- Pior que estou! – confessei

POV ARTHUR

Enquanto Lua se divertia com os amigos, eu ficava em casa. Não que eu me importasse. Quero dizer, não me importava de sair com ela, conhecer os seus amigos e tudo mais, mas ficar em casa, me fez começar a pensar na volta que a minha vida deu. E que volta!

Eram 9horas da noite e eu começava a ficar preocupado com a Isabel. Ela ainda não tinha chegado, não tinha atendido todas as minhas chamadas e tenho a certeza que não avisou que ia chegar mais tarde a casa.
Estava no meu quarto, quando ouvi um grande barulho em baixo. Sai de lá, indo até à entrada da casa e me deparando com a fugurinha da Isabel, chegando completamente bêbada.

- Shiuu, eu falei pra você não fazer barulho, vagabunda! – ela falava  para a porta, eu acho – Ahw, desculpa! – ela alisou a porta – Vagabunda mesmo é a minha irmã. Quem ela pensa que é pra ficar com o Arthur? O Thur é meu! Meuuuu! – ela rodou, até cair nos meus braços – Olha, por falar nele – ela começou a rir, toda desorientada e lançou os braços para a volta do meu pescoço
- Por que você faz isso? Beber pra quê?
- Você ainda pergunta? Quando eu to bêbada, as coisas são mais legais. Tudo parece fácil. Aturar a minha irmã é fácil, mandar os professores à merda é fácil e até te beijar é fácil. – mesmo bêbada, ela conseguiu um novo beijo meu, mas não tão longo como o primeiro – Ahh Arthur, o que é agora? 
- Pára Isabel, pára! – agarrei dela ao colo e a levei para o seu quarto
- Opa, o que vamos fazer aqui hein? – ela ria, me olhando toda safada – Eu estou pronta para tudo Thur, vem em mim! – ela tirou o casaco, jogou para o chão e deitou na cama
- Vou precisa de dormir. Amanhã o dia será longo
- Vamos dormir, só depois de fazer…
- Não fala besteira! – pedi, a interrompendo. Tirei os sapatos dela e a fiquei com ela até adormecer. O que não foi difícil – Não mereço isso! – falei pra mim mesmo

Eu nem sabia como contar tudo à Lua. O certo é que nem dei por ela chegar em casa. Passei a noite inteira no meu quarto.
Só no dia seguinte, bem cedo, é que acordei pra ir ao quarto da Lua. Ela precisava de saber o que tinha acontecido. 
Entrei devagar no seu quarto. Vi roupa jogada de um lado para o outro, sapatos no mesmo estado, fazendo um caminho em direcção à cama. Estaria ela só de roupa interior? 

- Lua… Lua, acorda. Precisamos de falar linda. – beijei a sua testa. Aos poucos, ela foi acordando. Sentou na cama, se cobrindo com o lençol, pois tal como eu calculava, ela estava apenas de roupa interior, e olhou para mim, passando antes as mãos pelos olhos
- Oi? Arthur?
- Bom dia! – beijei de novo a testa dela, descendo os beijos para a boca
- Está tarde já? estamos atrasados?
- Não… - eu ri – Se você soubesse que horas eram, me mataria! Quero apenas te falar da tua irmã…
- O que ela aprontou? Pode falar, estou pronta! – Lua baixou a cabeça, colocando a mão na testa
- Fica calma, ela… - a abracei, enquanto contava o que aconteceu

Amanhã tem mais!! Amanhã vou TENTAR postar dois :)

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