Foi apenas obra do destino - 5º Capítulo

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POV ARTHUR

Esqueci que a Lua era demasiado protetora, por isso mesmo, eu não devia ter-lhe dito que a Isabel quase me beijou. Bom, na verdade, beijou, mas foi apenas o canto da minha boca.

- O QUÊ? – Lua gritou
- Fica calma. Ela é que me beijou e…
- Arthur… ela é completamente apaixonada por você
- O quê? – foi a minha vez de gritar
- É verdade. A Isabel fala de você montes de vezes. Ela ama você! Tudo bem, amar é forte de mais, mas é quase isso. 
- Eu não fazia ideia – passei a mão pelos cabelos – Agora entendo a preocupação dela e a sua alegria quando eu fui morar lá pra casa. Talvez seja melhor eu procurar outro lugar para ficar…
- Não! – interrompi-o – Não precisa. Eu falo com ela.
- Mas vai lhe dizer o quê?
- Que você tem namorada e que não está interessado nela
- Mas ela sabe que eu não tenho namorada
- Passa a ter, uê! – dei de ombros
- Mas quem? – ele perguntou

(…)

Quando chegamos em casa, Isabel já estava. Chegou cedo de mais, deve ter faltado a alguma aula, para não variar. Eu estava um pouco nervoso, com a ideia da Lua, mas talvez assim a Isabel me esquecesse.

- Oi Arthur! – ela se levantou e me deu um abraço inesperado – Como foi o primeiro dia de trabalho?
- Foi bom! – olhei para a Lua e sorri
- Que bom! Vem, eu fui um lanche para nós. – ela me trouxe para a cozinha
- Isabel, estou um pouco cansado. Preciso de descansar – disse, enquanto tirava o casaco e colocava no sofá
- É… deixa ele Isabel. Ele trabalhou de mais. – Lua riu

Vi Isabel olhar para nós toda desconfiada. Subi de fininho, em direção ao meu quarto, mas antes, fiquei escutando a conversa.

- Como assim ele trabalhou de mais? Por que sorriram um para o outro? O que está acontecendo?
- Nada de mais…
- Como assim nada de mais Lua? me conta a verdade!
- Eu não te disse que ele gostava era de pessoas da idade dele? Então…
- Então o quê?
- Isabel, agente está namorando! – Lua confessou

Ouvi gritos e mais gritos das duas brigando. Não queria estar no papel da Lua, afinal, ela está mentindo, mas é para ajudar a irmã, porque se apaixonar por mim não era o certo.
Me meti no meu quarto e só pretendia sair de lá para jantar. 
Pelas 9horas da noite, bateram à porta do meu quarto. Eu estava arrumando uns CDs, quando mandei entrar.

- A minha irmã me odeia definitivamente! – disse Lua, sentando na minha cama – Não fala comigo, diz que me odeia e quer ir passar as férias longe de mim. Otimo, ganhei uma inimiga e um namorado falso
- É tudo culpa minha! – balancei a cabeça
- Não… é minha. Eu é que quis fingir namorar. 
- Talvez o problema seja esse…
- O quê?
- Agente finge namorar… - sorri e logo fui interrompido pela Isabel, que entrou no meu quarto batendo com a porta
- LUA, O JANTAR QUANDO É QUE FICA PRONTO?
- Você quer dizer que nós devíamos de namorar a sério?

Tudo aconteceu tão rápido. Enquanto conversávamos, Isabel entrou no meu quarto e de certo que ouviu parte da conversa.

- Mas vocês afinal namoram ou não? Começo a ficar farta de você, Lua. Sua mentirosa, falsa, metida, invejosa! – Isabel gritava
- Calma Isabel, não fala assim com a sua irmã. – pedi, quando me levantei e a encarei
- Como não? Ela é uma mentirosa. Disse tanto mal de você e agora quer namorar com você? Eu vi ele primeiro!
- Entende Isabel, eu e você somos só amigos
- E você e a minha irmã são o quê?
- Você não tem nada a ver! – Lua se levantou também – Agora sai, me deixa a sós com o Arthur
- Você vai se arrepender. – prometeu Isabel

A verdade é que nos dias seguintes Isabel ficou com falar connosco. Passava sem dar os bons dias, tomava o café da manhã na escola, jantava no quarto e nos finais de semana saía sempre.

- Talvez essa historia de namoro seja melhor terminar
- Mas nem começou – disse eu – Digo, nem nos beijamos, mal nos tocamos. Demos apenas um abraço à frente dela ontem. Eu acho que ela já entendeu a mensagem
- Então vamos acabar com isso?
- Acabar o quê? – eu ri – Agente nem começou
- Você entendeu o que eu quis dizer – ela riu
- Entendi. Mas tudo bem, acabamos. – concordei, enquanto jantávamos a um sábado à noite, na sala.

Isabel tinha saído na hora do almoço e voltou pouco depois do jantar.

- Não tem fome? – perguntei
- Tenho. Mas não é arroz e carne que vai encher essa minha fome – ela riu
- Ainda bem que está mais bem-humorada
- De que vale eu estar mal humorada? – ela tirou as botas – A minha irmã não pode vencer
- Vencer o quê?
- Esta guerra
- E estão lutando por causa do quê?
- De você! – disse Isabel – Poxa, eu tinha falando pra ela que eu gostava de você, que você era lindo, tinha um sorriso perfeito e era super gostoso. Ela dava de ombros, pouco se importava e do nada começa a namorar com você? Quero dizer, eu sei que isso não foi namoro. Eu ouvi a conversa lá no quarto.
- Isabel, eu sou velho de mais para você. Tente entender isso. Agente “namorou” – fiz aspas com os dedos – Para que você me esquecesse
- Impossível eu te esquecer! – ela sorriu. 

A partir daí, tudo aconteceu rápido. Ela deu uns três passos até mim, sempre rápido, colocou os braços de volta do meu pescoço e me beijou. Gente, eu sou homem, não sei desviar um beijo, muito menos de uma garota linda como ela. Apesar de saber que ela é mais nova, mais frágil e irmã da Lua. segurei os braços dela, tentando fazer com que ela se afastasse, mas não resultou.

- ISABEL! – Lua gritou
- Tinha de ser! – Isabel passou a mão nos lábios e olhou para Lua – O que foi dessa vez?
- Isso pergunto eu! Larga o Arthur, ele não é pra você porra.
- Invejosa! – Isabel gritou
- Chega! – gritei eu – Se isto continuar entre vocês duas, eu vou embora.
- NÃO! – gritaram as duas
- Aff, odeio você! – Isabel gritou e subiu para o quarto
- Eu não tive cul…
- Me deixa! – Lua foi para a cozinha, não deixando eu explicar o que realmente aconteceu
- Lua… - fui atrás dela – Ela é que me beijou. Eu juro que eu não tentei nada.
- Eu não quero saber. – ela se virou para mim com uma faca na mão e eu engoli seco – Eu só não quero que ela fique louca e que me odeie. É melhor eu esquecer os meus possíveis sentimentos
- Como assim? Que possíveis sentimentos?
- Esquece Arthur, esquece. – Ela ficou cortando brutalmente uma maça e eu fui para o meu quarto

Agora eu me sentia dividido novamente, entre a irmã mais nova e a irmã mais velha. Quero dizer, é lógico que eu não quero nada com a Isabel, se bem que a Lua é aquela garota mais interessantes e discreta, que um cara sonha desvendar todos os seus mistérios.
Fui relaxar a cabeça, indo tomar um banho quente, mas bem rápido. Quando cheguei ao quarto, Isabel estava lá, deitava na minha cama, vendo um dos meus CDs.

- Isabel? O que faz aqui?
- Queria falar com você… - ela me olhou de cima a baixo, mordendo o lábio. Eu estava apenas de toalha na cintura. Vi aquele seu olhar e segurei bem a toalha
- Sobre o quê?
- Sobre nós dois. – ela sorriu
- Eu preciso de vestir uma roupa
- Fique à vontade. Faça de conta que eu não estou aqui
- Não Isabel, é melhor você sair
- Eu me viro e juro que não espreito você – ela se virou para a janela
- Não Isabel, é melhor não.
- Chato! – ela se levantou da cama, passando por mim, apertando a minha bunda e saiu correndo
- Mereço! – fechei a porta, balançando a cabeça e pegando a minha roupa, enquanto tirava a toalha
- ARTHUR! – Lua entrou no meu quarto gritando e se deparando comigo sem roupa
- DROGA! – gritei, colocando à minha volta a toalha
- DESCULPA! – ela tapou os olhos e fechou a porta do quarto, porém, ficou dentro dele. – Eu queria te pedir desculpa. – ela se aproximou de mim, já de olhos abertos, visto que eu estava com a toalha à volta – Eu realmente sou uma idiota. – ela começou a chorar – Eu devia te dizer o que eu sinto. E o que eu sinto é simples. Eu gosto de você e acho que deveríamos nos beijar também. 

Lua se aproximou de mim e eu senti um cheiro estranho. Ela tinha andando a beber? Parecia ser aqueles licores de natal, eu não tenho a certeza. Levou uma mão ao meu cabelo, outra à minha bunda, apertando e depois me beijou. Eu estava bem concorrido! 
Primeiro, um beijo com a Isabel. Depois ela aperta a minha bunda. Agora um beijo da Lua e é lógico que ela também colocou as mãos onde (não) devia.
Coloquei as mãos de volta da cintura dela e pouco me importei com a toalha. Nós dois nos enrolamos com os pés, caindo na cama. Lua ficou por baixo, enquanto eu a beijava. Não demorou dois minutos, até ela adormecer… (risos)

Se tiver muitoooooooos comentários, eu posto mais um hoje!

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