Foi apenas obra do destino - 13º Capítulo

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POV LUA

Arthur tinha entrado na cozinha, mesmo na hora que Ricardo se lançava a mim. Eu não conseguia desviar o corpo dele. Ele é enorme de mais para mim, já para não falar da sua sensualidade toda.
Arthur não gosta nem um pouco do que vê, indo quase embora.

- Espera Arthur… - afastei um pouco o Ricardo – Eu estou tirando o comer. Ajuda-nos a levar pra dentro, então.
- Não. O Ricardo tem mãozinhas, não é mesmo? – Arthur o encarou e saiu da cozinha. Não demorou muito tempo para eu escutar o bater da porta de casa.
- O que aconteceu com ele?
- Não sei… ele não estava bem, hoje. – menti, para que Ricardo não desconfiasse de nada – Me ajuda aqui.
- Claro. – ele voltou a se aproximar de mim

Quando pegamos os devidos pratos com a comida feita por mim, levamos para a sala de jantar. A mesa estava posta, bem decorada, pela Isabel. Ela adorava decoração, apesar de ser vida louca, por vezes.

- O Arthur saiu.
- O quê? – o meu coração começou a bater mais forte. Senti uma preocupação enorme. Não era bom ele sair de casa, ainda por cima, de cabeça quente
- Ele disse que precisava de apanhar um ar. Estava se sentindo um pouco mal
- Mas ele vem pra jantar?
- Acho que não – Isabel respondeu toda inocente, enquanto sentava à mesa
- Que bom, então ficamos só os três! – Ricardo sorriu para nós. Eu apenas disfarcei um sorriso falso.

Apesar do clima calmo, ao jantar, com velas de cheiro, com convívio entre nós três, eu estava preocupada com Arthur. Estava com medo do que ele podia fazer ou do que lhe podia acontecer. Ele não devia ficar assim. Devia ter disfarçado melhor os seus ciúmes. 

- Ricardo, é verdade que você e a Lua já deram uns valentes pegas? – Isabel ria, enquanto perguntava tal coisa tão descabida
- Isabel, me poupe! – me irritei
- Ainda não, né? – Ricardo olhou para mim, rindo, bem safado – Mas porquê?
- Meu sonho é você ser meu cunhado
- Nossa! – os dois se derretiam com a conversa “animada”
- Então com quem é que a minha irmã anda se pegando? – perguntou Isabel – Anda muito feliz quando chega do trabalho, sai mais cedo para ir com o cara e ainda chega em casa com marcas no pescoço
- Infelizmente, não sou eu! – Ricardo riu novamente, pousando os talheres de lado - Deveríamos repetir esse jantar. O que vocês acham?
- Quem sabe, um dia… - queria me despachar a arrumar a mesa e depois ir para o meu quarto e ligar para o Arthur – Deixemos para as férias grandes, da Isabel
- E onde vão passar o ano novo?
- Eu queria ir com os pais – respondeu Isabel
- Logo vemos Isabel. Agora me ajuda a arrumar a mesa, porque tenho de ir dormir
- Mas já? – Ricardo se levantou, pegando o seu prato, ao mesmo tempo que olhava para o relógio da sala – Ainda nem são 10horas da noite
- Mas amanhã eu acordo cedo. Desculpa.
- Tudo bem… - ele respondeu

Tratei de arrumar tudo e me despedi do Ricardo às pressas. Eu adorava ele, mas o Arthur agora estava em primeiro lugar.
Já no meu quarto, tranquei a porta para não ser interrompida pela minha irmã. Peguei o meu celular, vendo que não tinha nenhuma mensagem, e liguei para o Arthur. Liguei uma, duas, três, quatro, até cinco vezes e nada dele atender.

Arthur, por favor, atende as minhas chamadas. Eu estou preocupada com você. Volta pra casa, por favor
Pra quê? Pra ver vocês dois tão animados? Dispenso!
Aff, nada a ver. Ele já foi embora. Vem, por favor
Vou quando eu quiser!
Arthur, eu estou preocupada com você
Quando estava na cozinha com o seu amiguinho, não parecia
Poxa, volta pra casa :(

Tomei um banho, tentando relaxar. O meu coração não parava de bater forte, enquanto eu não escutasse Arthur chegando em casa.
Depois de vestir o meu pijama, e sentar na cama, esperando impacientemente pelo Arthur, o rapaz chega a casa. Ouvi um carro parar em frente à minha casa, e de seguida ouvir a porta bater. Saí do meu quarto, entre passos quietos, indo até ao andar de baixo, receber Arthur, mas Isabel foi mais rápida que eu.

- Ainda bem que chegou! – Isabel correu e abraçou ele. Não sabia se ela estava mesmo preocupada ou se tudo fazia parte da sua encenação pra conquistar Arthur – Eu estava preocupada. Onde você foi? Está com fome? Eu preparo algo bem rápido pra você… - desde quando ela cozinha? Nem um ovo deve saber fazer
- Não Isabel, eu não quero nada, obrigado. Eu estive vagueando por ai, parei num restaurante e comi. Não precisa de se preocupar
- Tem certeza?
- Sim! – com certeza ele sorriu pra ela e ainda se abraçaram. Eu estava vendo eles através das escadas, mas só metade do corpo, pois não queria que eles me vissem.

Quando Arthur subiu, eu corri até à porta do meu quarto, colocando um pé dentro e outro na saída, meia escondida. Quando Arthur passou, puxei ele pelo braço, para que entrasse no meu quarto. Fechei logo a porta e pedi que ele falasse baixo.

- Eu estava preocupada! – o abracei bem forte, colocando uma mão nas suas costas e outra na sua nuca. Ele nem retribuiu o abraço – Tem de ser tão frio comigo?
- Você ainda pergunta? – ele se mostrava frio comigo, sem me dar alguma chance de tentar explicar o que aconteceu – Eu começo a ficar cansado destes joguinhos. Ou você assume tudo o que tem comigo ou acabou tudo e olha que é de vez. – ele expressava aquelas palavras com ódio nos olhos, com raiva ou então eram os ciúmes falando mais alto 
- Você sabe bem a razão de eu não assumir nada com você. Primeiro, a gente nem namora, não temos algo que…
- Eu tentei, você é que falhou ao encontro
- Eu não sabia que você me ia pedir em namoro, naquela noite. A Isabel estava doente e eu sou responsável por ela
- A Isabel tem 17 anos, sabe se virar sozinha. Alias, ela tem o que você não tem: coragem. Ela assume o que sente, não tem medo de ir em frente e lutar pelo que quer. Ao contrário de você
- Ela é uma garota, não sabe nada da vida. Você é que se derrete por ter alguém babaca como ela, lutando por você
- Porque ela demonstra que me ama, você não! – ele continuava gritando comigo
- Ela nem sabe o que é o amor. E eu fico ainda mais triste por você pensar isso de mim – ele engoliu seco. Talvez agora estivesse arrependido de metade das coisas que disse agora – Eu te ajudei quando você mais precisava. Eu te dei uma casa, um trabalho, uma família… eu fiz você sorrir em momentos difíceis e quando você estava mal, eu estava ao seu lado. Eu deixei um estranho entrar na minha vida, permanecer nela e ainda marca-la.
- Se você diz isso, porque que razão tem medo de assumir que está comigo? A bem ou a mal, a sua irmã tem de aceitar. – ele continuava exigindo alguma ação de mim – Você agora é que sabe. A decisão está nas suas mãos
- Se você gostasse de mim, como diz, aceitava a razão da gente esconder o nosso namoro. – ele ia virar as costas, farto de ouvir aquilo que eu dizia – Você está fazendo isso tudo porquê? Por ciúmes? É de você que eu gosto, porra! – gritei bem alto. Ele parou com a mão na maçaneta da porta, mas ela mesmo assim se abriu
- O que se passa aqui? – Isabel interrogou, encarando nós dois
- Nada! Eu estava de saída, mesmo. – Arthur saiu sem olhar para trás
- O que ele estava fazendo aqui? Vocês estavam discutindo?
- Estávamos! O Arthur saiu no jantar… - eu me mostrava atrapalhada. Não podia dizer a verdade à Isabel 
- E daí Lua? você não entende nada, não é mesmo?
- O que quer dizer com isso?
- A vida é dele. Ele faz o que ele quiser! Aff!! – Isabel saiu do meu quarto cheia de si, batendo com a porta

Mais uma vez eu tinha ficado sozinha, no meu quarto, a noite inteira, sem um beijo do meu “namorado” ou um abraço da minha irmã. Dormir? Eu não conseguia, muito menos ler um livro, até chegar o sono, pois não ia prestar muita atenção. Eu estava sem saber o que fazer, a noite inteira…

(…)

POV ARTHUR

Natacha era a única que me entendia. Há quem diga que não dá para confiar nos nossos irmãos; que é impossível que eles sejam os nossos melhores amigos. Pois bem, eu digo o contrário.
Estávamos na espalhada, à beira mar, tomando os primeiros raios de sol de verão. Uma tarde quente, para variar os dias ainda frios da primavera. Depois de eu sair do trabalho, fui buscar a minha irmã ao trabalho dela e viemos o caminho todo conversando sobre os meus problemas.

- Ela adora ter sempre razão. Só ela é que sabe o que está certo ou errado. O certo, pra ela, é esconder o que sente. Mas até quando? Até quando vamos esconder perante a irmã dela que gostamos um do outro? Tudo bem, a irmã dela gosta de mim, mas ela é uma garota, daqui a duas semanas me esquece de boa.
- Mas você já se colocou no lugar dela? – perguntou a Natacha, na pausa do seu café
- Já! E no inicio eu até compreendia, mas agora não dá mais! Ou ela assume tudo o que temos, ou então acabou
- E se ela não assumir?
- Acabou!
- E você quer que acabe?
- Você acha mesmo? – encarei a minha irmã. Olhei em volta e cruzei os braços – Eu adoro aquela garota. – sorri lembrando daquele seu sorriso – Adoro o seu jeito de ser. Ela é determinada para umas coisas, mas muito insegura para outras. Ela tem medo de desiludir a irmã, mas acho que primeiro dele estar a felicidade dela, estou certo ou não?
- Dá um tempo a ela… não faz besteira. Não termina tudo, por nada
- Eu sei. Eu vou dar um tempo a ela e esperar alguma ação da sua parte

Quando eu chegava em casa, a Lua olhava pra mim toda tristinha e eu me fazia de forte pra não ir abraça-la, beija-la e dizer-lhe o quanto gosto dela. Eu tentava ser mais forte do que o meu orgulho, apesar da gente se falar fotos os dias no trabalho, mas só por questões de trabalho mesmo.

- O meu paciente tinha consulta a que horas?
- Às 11:25 – respondi, verificando no computador
- Está atrasado! – ela se mostrava aborrecida – Quantas consultas tenho mais, hoje?
- Só mais duas. 
- Otimo! Podemos sair mais cedo então. – eu via que ela se mostrava disposta a conversar, mas eu me mantinha rígido, como sempre – Podíamos dar uma volta, o que você acha?
- Prefiro ir pra casa. Dormi mal, essa noite
- Eu reparei que chegou tarde… 
- Estive com a minha irmã
- Ela deve ser muito legal. Você passa muito tempo com ela – ela sorriu
- Ela é a única que eu posso confiar – respondi, enquanto olhava para o computador
- Você pode confiar em mim também… - desmanchou logo o sorriso
- Eu podia, se você confiasse em mim também! – encarei ela, que mais uma vez ficou mal com a minha resposta
- Bom dia! Cheguei um pouco atrasado… - disse o velhinho
- Não tem problema… - Lua saiu do transe e foi com o senhor para o consultório

(…)

- Não queria que as coisas entre nós ficassem assim. Eu acho que você pensa que eu me devo estar sentindo bem com tudo isso. Mas não… de nós dois, a pior sou eu. Eu é que estou em risco de perder alguém. Se eu assumo algo com você, perco a minha irmã. Se eu não assumo, perco você. – ela suspirou – Esperava que você me entendesse. Se pensa que o meu lado é fácil, se engana. 
- Ahh claro, você é que tem sempre razão mesmo! – quanto mais ela falava, mais eu sentia raiva e mais eu descarregava a mesma raiva no acelerador do carro – Eu é que tenho de ser o paciente da relação. Apensar de ter vinte e tal anos, tenho que namorar como se tivesse doze. Tenho que fazer de conta que não gosto de você, tenho de fazer de conta que não sinto saudade do teu beijo, do teu abraço e do teu gemido na cama. Eu tenho que suportar a saudade que sinto, porque você quer proteger a sua irmã. Ela é mimada, tem tudo o que quer sempre e você está contribuindo para isso
- Ela já sofre demasiado com a falta dos meus pais, eu não quero que sofra agora por tua causa – ela gritou comigo – Arthur, dirige mais devagar! – pediu ela. Eu fiz o que ela pediu, não podia correr riscos com ela dentro do carro

Ela continuou falando um monte de coisas e eu não dei mais resposta para nada. Se eu falasse algo, seria: “estou morrendo de saudade, você tem razão. Me beija!”. Não poderia fazer tal coisa. O meu orgulho é bem maior que isso…

- Eu quero ficar com você… por favor! – depois de falar tanta coisa, ela fecha a porta e se declara. Eu estava à sua frente de costas viradas, mas depois de tal coisa, eu não podia ficar parado

Me virei para trás, pra ela, e vi aqueles olhinhos lindos brilhando. À tempos que eu não via um sorriso naquele rosto. Sorri pra ela. Ela tomou segurança, verificando o meu sorriso verdadeiro e sorriu junto, com lágrimas nos olhos. Dei três passos largos até chegar a ela e abraçar-lhe. O rosto dela estava mais aliviado com aquele abraço. Quando aproximei a minha boca da dela, Lua fechou os olhos e foi de encontro ao beijo. “Os olhos não fazem falta quando o coração já sabe o caminho…”. Os meus braços seguravam firmes o corpo dela, tentando encontrar a droga do sofá.

O pior veio depois… no sofá, senti o meu coração bater mais rápido, à medida que eu encostava os meus lábios aos dela e sentia que eram bem entregues. Eu estava por cima dela, ambos deitados no sofá, apesar de eu estar pesando no corpo dela, virando o rosto de um lado para o outro, pra dar sequencia ao nosso beijo. Uma saudade quase insuportável daquele gosto, daquela pele e daquele cheiro. 

- Vamos para o meu quarto
- Não, vamos antes para o meu. – sorri, me levantando primeiro e puxando a mão dela para a ajudar a levantar. Entre sorrisos e beijos roubados, fomos para o meu quarto.

Vocês bem que podiam comentar sempre, como fizeram no capitulo 12 né? ahaha obrigada!

18 comentários:

  1. por favor cris posta outro , por favor por favor.....

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  2. Ameeeeeeiiiiiiiiiiiii!!!!!!!!!!!!!!
    Posta Mais hojeeeeeeee pfpfpfpfpfpfpfpfpfpfpf

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  3. Ahhhh posta mais amo essa web rsrsrsrs
    Ass.yasmin

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  4. Postaa Maiiiisss *O*
    Acho que a Lua deve sim ficar com Arthur, independentemente do querer da irmã dela...

    By: Chris

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  5. Eu acho q o Arthur tem q falar com a Isabel q ele gosta é da Lua e não dela, e ela assumir o Arthur.

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  6. Arrasou,também acho que eles deviam assumir!

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  7. +++++++++++++++++++ por favor

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  8. Amei, quero mais, mais! õ/

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