Foi apenas obra do destino - 11º Capítulo

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POV LUA

Acho que ninguém tem noção da maneira que eu acordei no dia seguinte. Sim, estava sem roupas algumas, estava ao lado dele, sendo abraçada bem forte, sentindo aquela sua respiração, aquele seu cheiro… mesmo sem abrir os olhos, sorri. Era bom eu me sentir protegida no meio daqueles braços bem trabalhados na academia. Ahh, como eu queria ficar assim para sempre.
Às 7h00 em ponto, o despertador toca.

- Ahh não… - reclamei, jogando o despertador para o chão. Acho que se partiu, porque deixou de tocar mesmo. 

Virei para o lado e vi que ele continuava dormindo. Sorri de novo ao ver aquele rosto de anjo, aqueles lábios fininhos que eu não cansei de beijar ontem. Como é bom estar apaixonada… bom, apaixonada não, mas… talvez sim.
Passei a mão, de leve, no rosto dele e aproximei o rosto para beija-lo. Foi apenas um selinho. Depois, me levantei da cama, mesmo nua ainda, e fui para o banheiro privado, do meu quarto.

Quando terminei o banho, voltei pra o quarto de toalha. Ele tinha acordado à bem pouco tempo. Estava sentado na cama, passando a mãos pelos cabelos e tinha outro no rosto.

- Bom dia! – dei – Dormiu bem?
- Você duvida? – ele sorriu. Aii, que sorriso! – Eu adorei a noite. Não me importava de poder repeti-la esta noite
- Bobo! Melhor não… deixemos para outro dia
- Mas porquê? Você não gostou? – perguntou assustado
- Eu adorei, Arthur. Adorei! – deixei claro, entre risos – Mas o problema é…
- A sua irmã, sim, já sei. – ele me interrompeu – Vem, me dá um beijo! – ele esticou os braços
- Jura que é um beijo rápido?
- Juro! – prometeu ele

Entre passos leves, sentei na beira da cama, ao lado dele, o abracei e beijei! É claro que ele me abraçou. É claro que ele me beijou. É claro que ele não cumpriu com a promessa dele, me puxando para cima de si e levando as mãos para o meu bumbum, que estava coberto apenas com a toalha.

- É serio Arthur… - disse rendida aos seus beijos – Nós temos de ir trabalhar
- Não… - mordeu a ponta da minha orelha – Vamos amanhã. Dá uma folga…
- Bobo! – mordi o seu queixo e me levantei, a muito custo – É melhor você ir para o seu quarto
- Podia me ter acordado, pra tomar banho com você
- Mas você estava dormindo que nem um anjinho e eu não tive coragem
- A minha roupa? – olhamos os dois à volta daquele quarto confuso
- Acho que você terá de ir assim
- A sua irmã vai adorar! – ele foi irónico
- Nem pensar! – me impus – Você é só meu
- Sou seu, é? – ele riu, passando aquela língua pelos seus lábios
- Todinho meu.

Antes que os carinhos começassem de novo, eu peguei as roupas dele, que estavam por baixo da cama e pedi pra ele se vestir, enquanto eu me arranjava também. 
Quando desci para a cozinha, Isabel estava pronta e já tinha tomado o café da manhã.

- Demorou!
- E você nem me chamou – disse eu – Acordei tarde
- Noite agitada?
- Muitos pesadelos! – menti
- E o Arthur?
- Não sei. Ele já saiu?
- Ele nem desceu. Ele dormiu em casa?
- Eu não sei – menti novamente
- Vou subir e ver se ele está lá em cima
- Está bem! – mas a minha vontade era dizer que não

Enquanto eu preparava algo rápido para comer e outro pra levar para o Arthur, ouço um grito. Era da Isabel. Depois dela dar o grito, começa a rir de mais e vem pela casa correndo, saindo de imediato, gritando.

- LUA, ADEUS, VOU PRA ESCOLA – ela ria enquanto gritava
- O que aconteceu? – tentei perguntar, mas ela não me respondeu

Vejo Arthur descer, com a blusa no ombro, ainda por vestir e colocando as calças direitas.

- O que aconteceu?
- Eu estava saindo do banho e ela…
- Não! – o interrompi – Mentira, né? – eu olhei incrédula para ele
- Eu não tive culpa. Ela é que entrou pelo banheiro a dentro e me viu nu
- Aff! – peguei o pão que fiz para nós e coloquei na minha bolsa, saindo de casa irritada

(…)

- Lua, onde você andou? – perguntou Isabel. Eu estava na porta do colégio, esperando ela. Saí mais cedo, para dar um tempo do Arthur. Eu estava chateada com ele ainda
- Eu? Em lado nenhum, porquê?
- Você tem marcas no seu pescoço – ela afastou o cabelo para eu ver – Quem foi o gatinho? – ela perguntou, rindo. Droga! Eram chupões, feitos pelo Arthur
- Ahh, ninguém… - comecei a andar
- Ahh claro, porque você fez isso sozinha, né? A sua boca chega ao pescoço num fechar de olhos. – disse irónica – Vai Lua, conta quem é ele. É o Ricardo? Aquele gostoso, seu amigo? Eu sei que ele era rapadão em você
- Não, não é ele
- Então é quem?
- Eu não posso contar…
- Porquê? Estão namorando em segredo?
- Ainda não estamos namorando. Mas são só uns pegas, nada de mais
- Ohw, que lindo! Ainda bem que você esqueceu o Arthur. Ele é de mais para você.
- Ah! Olha quem fala, pequena
- Eu não sou pequena. Desde esta manhã que eu sinto que ele foi feito para mim. Afinal, já nos beijamos algumas vezes e hoje ele foi especial
- Como assim, especial? – quis saber
- Eu vi ele no banho. Eu tenho a certeza que ele sabia que eu estava lá, mas mesmo assim ele nem disfarçou. Quando eu deixei alguma coisa cair, ele olhou para a porta, colocou a cortina nas partes intimas e sorriu para mim, piscando de seguida. Ahh, adoro ele!
- Ele não serve para você. É muito velho. Além do mais, tem namorada
- Como sabe?
- Ela estava na nossa casa esta noite
- Como sabe? – me perguntava sempre o mesmo
- Eu ouvi uns barulhos… - dei a entender pra ela o que era – Eles transaram a noite inteira
- Mentira?
- Verdade! E hoje de manhã eu escutei a porta bater forte, da nossa casa. Devia ser ela, saindo. Daí eu acordei tarde por causa dos meninos andarem gemendo descontroladamente. – disse eu, à minha irmã. A minha imaginação era nota10!
- Meu deus! Devia ser uma p-ta qualquer. Tenho a certeza. – falou com raiva – Mas ele vai ver. Ahh, vai! 

Quando chegamos em casa, o Arthur já havia chegado. Apesar de eu ter saído mais cedo que ele, vim a pé e ainda fui ao colégio da Isabel, buscar ela. Ele tem carro, por isso chegou mais rápido. 
Ele estava na sala da nossa casa, como se nada fosse, vendo tv e mexendo no celular. Passei reto para o meu quarto, subindo as escadas apressadamente, enquanto a Isabel foi com ele.

POV ARTHUR

- A sua irmã? – perguntei à Isabel, que sentou ao meu lado
- Foi para o quarto. Deve ter ido falar com o namorado
- Namorado?
- É. Eles estiveram juntos hoje
- Você viu? – perguntei assustado
- Não. Mas ela saiu mais cedo e chegou ao meu colégio com várias marcas no pescoço. Acho que estiveram juntos.
- Ahh, bom…
- Arthur, precisamos de conversar! – ela desligou a tv
- Diz… - me acomodei no sofá
- É sobre de manhã… quando te vi nu
- Ahh, deixa pra lá. – fiquei desconfortável – Foi sem querer, eu sei.
- Pois… mas eu não ia dizer isso
- Então ia dizer o quê?
- Que ele é enorme! – engoli seco. Menina aproveitadora
- Q-QUÊ? – gaguejei
- Sim, ele é enorme Arthur! – ela tinha um sorriso malicioso nos lábios
- C¬-COMO ASSIM?
- O duche é enorme Arthur. Não é?! Como não teve tempo de se esconder antes…
- Você estava falando do duche?
- Sim, o que mais eu estaria falando? – ela riu e foi embora
- AFFF! – bati na minha própria cabeça

Quando subi, reparei que a Isabel estava no seu quarto, então, entrei no da Lua. Nós precisávamos de falar. Ela não me dirigiu a palavra de manhã e nem me disse que ia sair mais cedo.

- Não acha que precisamos de falar? – ela pediu para eu me calar, pois estava ao telefone
- Sim mãe, a Isabel já chegou. Eu fui buscar ela ao colégio (…) As notas dela? uma maravilha! (…) O comportamento? Bom, é mais ou menos. Você sabe como ela é (…) Namorados? Não, ela não tem (…) Eu? – ela olhou para mim – Eu também não mãe, onde eu ia arranjar tempo para namorar? Esqueceu que eu tenho uma clínica própria, uma casa e uma criança? (…) Pois é, mãe. (…) Está bem, um beijo! Estou morrendo de saudade. Te amo! – ela desligou o celular e respirou bem fundo – Eram os meus pais!
- Eu percebi… não tem namorado, é?
- Mesmo que eu tenha, eles não podem saber
- Porquê?
- Você não conhece o meu pai, nem a minha mãe. Se eles sabem que nós estamos namorando, eu ou a minha irmã, eles enviam um dos meus irmãos para cá, para cuidar de nós
- Mas Lua, você é uma mulher. Sabe da sua vida e…
- Fala isso pró meu pai! – me interrompeu – Ele é muito protetor. De mais, até
- Entendo. Quer dizer que eles não sabem que eu moro aqui?
- Não. Nem podem saber. O meu pai não ia gostar nem um pouco da ideia.
- E a Isabel sabe que não pode dizer?
- Claro que sabe. – ela veio e me abraçou forte – Ahh, droga! Estou chateada com você, não te posso abraçar. – ela me largou
- O quê? – eu ri – Ficou tolinha?
- Não. Mas não gostei nem um pouco do que aconteceu de manhã
- Nem me fala… a sua irmã veio me dizer que ele era grande
- Ele? – Lua fez uma careta, entendendo o mesmo que eu entendi
- Sim, ele. O DUCHE! ELA ESTAVA FALANDO DO BANHEIRO E NÃO DO MEU… você sabe!
- Mas caso fosse dele, ela tinha razão! – Lua riu, vindo me beijar 

Se tiver muitos comentários, eu posto mais um hoje!



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