Web de capítulo único - O voto do primeiro beijo.

|




Eu sei que é grande, mas vale a pena ler! Não é minha ok? 


Oi. Meu nome é Lua e eu tenho um voto de me guardar até o casamento, eu não sou freira, nem passo perto de uma pessoa católica, nem tô entrando na modinha Jonas Brothers por que eu nem sou tão fã deles, e é até diferente, não digo só de guardar a minha virgindade, mas também guardo o meu "primeiro" beijo. 
Eu já tive relacionamentos antes de tomar essa decisão, mas eu prefiro esquecer todos eles, já que por mais alegria e paixão que tivesse no começo, eu já sabia que mais cedo ou mais tarde ia acabar e um de nós ia sair machucado, porque é sempre assim, não é verdade? Quanto mais contato físico mais dor no final e eu tinha medo de ficar só nisso, pra sempre e não casar, mas você deve se perguntar, se você já teve relacionamentos antes como é o seu primeiro beijo? Por isso as aspas, eu considero como meu primeiro já que eu quero esquecer o passado. 

Eu sei que é estranho, já ouvi muita gente me apontar e falar que eu era doida, que eu não ia casar se não me relacionasse com ninguém... Bem, eu acho que se eu me casar vai ser com alguém que me ama por quem eu sou, com qualidades e defeitos, não porque eu beijo bem ou porque eu faço tudo que ele pede (se é que você me entende), além do mais hoje eu posso dizer que essas pessoas estavam erradas. 

Capítulo 1

Sábado final de tarde, eu estava no shopping com minha amiga, fomos ver um filme na estréia. 
- Cadê os ingressos, Ray? - Perguntei pra minha amiga, já que era estréia pedi pra ela comprar os ingressos na internet.
- Oi? - Respondeu ela com cara de preocupada e eu conheço bem essa cara.
- Não acredito.
- Desculpa, você sabe que eu sou uma cabeça de vento.
- Só você mesmo pra esquecer de comprar os ingressos! 
- Eu sei, eu sei...
- E agora? Aposto que os ingressos acabaram com essa multidão. 
- Eu vou lá ver! - Disse ela correndo até a bilheteria. 
Sentei-me em um banco ali perto, e olhei pras pessoas que entravam na sala do filme... Que raiva!
- Amiga! - Rayana gritou enquanto corria ofegante na minha direção.
- Tem? - Uma chaminha de esperança acendeu no meu cora...
- Não! - Sabe a chaminha? Já apagou. 
- E por que o escândalo então?
- Tem pra sessão de onze e meia. 
- O shopping fecha as dez, não é possível - Fiquei meio confusa.
- Deixa eu terminar?
- Fala.
- Onze e meia de amanhã de manhã.
- Esquece então - Disse levantando e indo pra escada rolante - E quero meu dinheiro de volta.

Nós estávamos descendo pra área de alimentação quando a Ray viu uns dois meninos sentados em uma mesa por perto (ela não faz o voto).
- Amiga! Eu sei da sua condição e tal com garotos, mas...
- Não.
- Por favor - Ela fez uma cara de cachorrinho abandonado na chuva.
- Não.
- Você é do mal! 
- Claro que não - Ela estava apelando. 
- Eu prometo que não arranjo ninguém pra você, só me acompanha. 
- Ai... - Odeio isso - Tá, mas rapidinho. 

Sentamos-nos numa mesa próxima a deles e Rayana ficou trocando olhares com um menino baixinho que estava na ponta da mesa, e sim, tinha um menino me olhando,olhando não, me secando!
- Por que vocês não sentam com a gente? - Perguntou o menino que encarava Rayana
- Ah... Não sei - a Rayana disse fazendo doce.
- Ah vem, vocês estão aí sozinhas.
- Tá bom então.
Ela disse se levantando e sentando ao lado do menino e me obrigando a sentar ao lado o secador-ambulante.
- Meu nome é Pedro - Disse apontando pra si mesmo - E ele é o Arthur - Disse apontando pro menino ao meu lado.
- Rayana - Ela respondeu sorrindo.
- E você? - Perguntou o tal Arthur.
- Lua. - Respondi seca. 
Rayana e Pedro já estavam em altos papos reservados e eu me roendo de pânico, porque pra falar a verdade, o Arthur era muito bonito, muito mesmo e esse voto era muito importante pra mim, eu tinha medo de quebrar ele.
- Então... - Ele estava puxando assunto - você tem namorado?
Droga! Era isso que eu temia. 
- Não – Respondi.
- Hm... Eu também não.
- Legal - Disse meio indiferente.
- Tá ficando com alguém?
- Não.
- É que você... 
- O que?
- Tá meio distante.
- Ah.
Eu cruzei meus braços e balancei minha perna no sinal da minha impaciência. 
- Então... - Ele ia tentar de novo - Me surpreende você não ter namorado.
- É - Não perguntei "por que", já conheço a conversa.
- Você é muito linda pra ficar sozinha - Ele disse mesmo assim se ajeitando na cadeira e sorrindo pra mim. 
Com certeza isso causou uma reação em mim, uma super reação, eu estava vermelha e por mais que eu não quisesse, eu precisava sair dali antes que acontecesse uma tragédia.
- Obrigada - Disse desviando o olhar dele.
- Você não vai me dar uma chance? - Ai droga! Droga!
- Desculpa, mas eu não posso - Nem acredito que eu consegui falar isso.
- Por quê? Você não tem namorado né?
- É. Mas eu...
- Não tá interessada.
- Não, me deixa falar!
- Tá fala!
- Eu não posso, é muito complicado - Eu evito ficar falando do voto, porque as pessoas não costumam entender.
- Você tem alguma doença?
- Vira essa boca pra lá menino! 
- Tá legal, então... - Ele disse meio triste vendo Rayana e Pedro dando uns amassos em um canto.
- Desculpa mesmo.
- Pelo menos eu posso ficar com seu telefone.
- Tudo bem - Eu sei que ele não vai ligar mesmo, depois disso...
Ele me passou o celular dele e eu salvei meu número.
- Valeu.

Rayana voltou ajeitando a roupa e com um sorrisão.
- Vamos agora? - Perguntei levantando da cadeira.
- Vamos! - Ela disse dando um selinho no menino e indo pro meu lado.
- Tchau Lua - Arthur se levantou pra me beijar pra despedir, mas meio que em um sinal de pânico eu estendi minha mão pra manter distância.
Ele apertou minha mão e eu e a Ray fomos embora

Capítulo 2

Domingo inteiro ouvindo a Rayana falar no meu ouvido, "você não sabe o que está perdendo", "ele beija tããão bem", "ele pegou meu telefone aposto que vai me ligar", essas típicas frases, eu me virei na cama do meu quarto tentando não ouvir a voz dela. Meu telefone tocou.
- Deve ser sua mãe Ray! - Eu disse abafada no travesseiro.
- Alô! – ela atendeu - Ah! Oi... Espera um pouco que eu vou chamar ela.
Ela me olhou com um sorriso que eu conheço bem, peguei o telefone da mão dela e atendi
- Oi
- O.. Oi Lu - respondeu um menino do outro lado.
- Quem é?
- Sou eu. Arthur! De ontem no shopping - não acredito que ele me ligou.
- Ah! Oi Arthur, tudo bem? - agora eu estava nervosa
- Tudo... É que eu não consigo esquecer ontem, eu preciso que você me explique o que é tão complicado.
- É uma longa história.
- Eu tenho todo tempo do mundo.
- Tudo bem então, eu tenho um voto - pronto falei logo pra ver se ele me esquece
- Um voto? Tipo pra um político?
- Não! Um voto de não me relacionar tipo de forma amorosa com ninguém - disse tentando escolher as palavras.
- Ah... - Ele não entendeu.
- Não posso beijar ninguém até eu me casar.
- Que?! - Agora ele entendeu.
- É... É isso.
- Tipo Jonas Brothers?
- Não! Não tem nada a ver! Esquece eles... Por favor.
- Nossa... Bem, eu entendo, eu acho, desculpa tentar atrapalhar seu voto... - acho que me livrei dele (infelizmente...) 
- Tá tudo bem.
- Eu te ligo amanhã então pra gente conversar - ele desligou na minha cara.
Eu fiquei mais alguns segundos com o "tu tu" no meu ouvido sem conseguir acreditar, sai do meu transe quando vi a Rayana me encarar.
- Quem era esse menino com essa voz super sexy te ligando? - Ela perguntou com um sorrisão.
- Era... Era o Arthur.
- O Arthur?! Do shopping? - Já vi que era o babado do momento.
- É... Ele pediu meu telefone e eu dei.
- Amiga! Você saiu do voto? Pegou ele?
- Claro que não!
- É uma pena... Pelo visto você contou pra ele do voto agora.
- Foi.
- Ele fugiu. - Não foi uma pergunta, ela afirmou isso.
- Não!
- Insistente esse hein?
- Pois é.
O celular dela tocou e eu vi pela cara dela quando leu o visor que era Pedro.
- Oooooi - Ela quase gritou no telefone - Claro! A gente se vê às... - Ela disse pausando pra ele falar - Quatro? Tá! Quatro está bom pra mim... - Eles estavam marcando um encontro - Eu também, eu estou ansiosa... Até daqui a pouco... Beijo - Ele desligou e riu pra mim, com certeza já esqueceu do Arthur.
- E aí? - Perguntei deitando na cama pra ouvir.
- Na praça, as quatro, hoje... Ele disse que está sentindo falta do meu beijo - Ela disse com aquela cara de sonhadora.
- Que fofo amiga - Juro que me esforcei pra sair verdadeiro.
- Ai cala boca - Ela disse jogando uma almoçada em mim e caindo na gargalhada. 

Capítulo 3

Já fazia um ano desde o incidente do shopping, e quer saber, o Arthur continuava me ligando, duas vezes por semana no mínimo. Ele e eu estava muito próximos, de vez em quando a gente marcava de sair, nunca sozinhos,normalmente com o Pedro e Ray que estavam namorando.
- Lua - Arthur disse numa das vezes que a gente saiu.
- Oi.
- Eu tô de olho em você, tá bom?
- Em mim? O que eu fiz?
- Eu tô vendo você dando em cima daquele menino ali - Disse ele apontando pra uma criança de três anos embolada numa briga com um sorvete de chocolate.
Eu ri. Ele me fazia rir, eu gostava dele de verdade, muito mesmo. 

Certa vez eu estava no banho quando o telefone tocou, eu sai correndo tropecei na mesinha mas cheguei viva até o telefone.
- Quem morreu? - perguntei ofegante.
- Eu. 
- Que?!
- De saudade de você - falou Arthur rindo. 
- Eu estava tomando banho, Arthur!
- Desculpa, mas o assunto é sério.
- Fala rápido que o shampoo tá caindo no meu olho - ele riu e continuou.
- O Pedro me disse que vai terminar com a Ray - eu gelei, a Rayana era louca por ele, louca mesmo, literalmente.
- Não! Ele não pode
- Ele vai... - eu desliguei na cara dele e corri pro chuveiro pra tirar o sabão. Que foi? Eu não posso fazer nada pelada e cega!

Quando eu sai do banho e me vesti eu tentei ligar pra casa da Rayana, ela não estava, liguei pro celular estava desligando, liguei pra casa do Pedro ninguém atendia, eu comecei a ficar angustiada, era umas sete da noite quando a Rayana apareceu. Na minha casa com uma cara daquelas, mas ela não estava chorando.
- Amiga... - Eu disse me sentando ao lado dela no sofá.
- Tá tudo bem Lua - Ela disse forçando um sorriso - Ele não terminou comigo.
Agora eu estava confusa.
- Não?
- Eu sei que o Arthur te contou, mas a gente conversou e ele não vai terminar comigo.
- Como assim conversou?
- Você sabe... Mais cedo ou mais tarde ia acontecer mesmo - Ela disse e eu vi uma lágrima escorrer no rosto dela.
- Acontecer o que? - Eu já tinha sacado, mas não queria acreditar.
- Você quer que eu seja mais clara?
- Eu não sei... Você quer?
- A gente transou - Ela disse e eu parei.
- Rayana... 
- Ele ia me largar, eu não posso ficar sem ele, você sabe - Ela disse atropelando as palavras, e chorando muito, bem... a essa altura eu também estava chorando, por ela.
- Você não tem que se explicar pra mim - Eu falei me sentando longe dela - Eu não vou te julgar, mas você sabe que está errada, se não você não estaria aqui chorando.
- Nós usamos proteção - Ela disse chorando ainda mais.
- Isso não tá diminuindo a sua culpa.
- Eu não tô me sentindo culpada - Eu levantei e a abracei.
- Tá sim, eu te conheço - Falei pra ela.
- Ele me ama amiga - Ela disse. 
- Não ama nada, senão ele não ia terminar com você, senão ele ia esperar até o momento certo.
- Amiga...
- Eu sei que pode doer ouvir isso, mas você precisa encarar a realidade.
- Ia acabar mais cedo ou tarde.
- Então por que você fez isso? Se prendeu a uma pessoa que você não está disposta a assumir um compromisso de verdade?
- Eu não queria que acabasse agora - Ela me olhou um pouco - Quer saber? Quem é você? Você se prende em um voto idiota e acha que tem direito de me julgar?
- Eu não tô te julgando...
- Tá sim! - Ela explodiu.
- Eu tô tentando impedir que você acabe com a sua vida por causa de um namoradinho.
- Me esquece Lua. 
Ela saiu e não falou mais comigo por um bom tempo depois disso.

Capítulo 4

- Ela não quer mais falar comigo - Eu já tinha contado tudo pro Arthur.
- Não chora, você sabe que ela não consegue ficar longe de você - Ele estava tentando me consolar.
Era a primeira vez que nós saímos sozinhos, claro que pra um lugar público, não quero correr o risco. Você vai rir, mas a gente EStá numa igreja.
- Eu queria ajudar ela... 
- O Pedro é um idiota, ela vai perceber isso.
- O amor é cego. 
- É... - Disse e me abraçou - vamos mudar de assunto, tentar esquecer isso.
- Tudo bem, o que você sugere? - Eu disse enxugando as lágrimas e me ajeitando no banco pra ficar de frente pra ele.
- Então... Você tá com dezessete anos. 
- Mês que vem dezoito - Lembrei ele. 
- Sim, sim - Ele falou olhando pro banco 
- Tô até me sentindo velha já...
- E aquele estágio que você estava fazendo?
- Agora já é emprego com carteira assinada! - Eu disse sorrindo - E você? Dezenove hein?
Ele riu - E trabalhando! - Ele completou.
- Trabalhando? caraca! Que bom! - Eu abracei ele.
- É, consegui uma vaga numa firma de advogados.
- E o salário é bom? - Perguntei levantando uma sobrancelha.
- É ótimo! - Ele arregalou os olhos e riu - Mas... - Agora ele estava sério.
- O que?
- Eu estava pensando, você tá ai com quase dezoito e esse seu voto - Iih! Lá vem bomba.
- O que tem?
- Como você vai fazer sabe... pra achar a pessoa certa. 
Eu preciso fazer uma confissão, eu estou totalmente apaixonada pelo Arthur a mais ou menos uns três meses, sério! Eu tento me controlar o máximo possível. E esse é o motivo principal de eu ter escolhido uma igreja pra gente sair, e ele nunca saiu com menina nenhuma desde que eu conheci ele, pelo menos não que ele me conte, e ele é engraçado, bonito... Tá parei, mas vocês entenderam, eu já tinha me esquecido do voto, acho que se tornou mecânico depois de um tempo mas agora ele me lembrou que o meu voto tem um propósito.
- Eu não sei, Arthur. Vai acontecer, eu sei - Respondi tentando disfarçar meus pensamentos.
- Por que... Você deve ter percebido que desde que a gente se conhece eu nunca fiquei com ninguém - Ele disse engolindo seco, parecia nervoso.
- Agora que você falou... É verdade - Nossa! Eu sou muito sínica!
- É meio engraçado, mas eu resolvi fazer esse voto aí, já faz um tempo - Ele sorriu e meu chão sumiu. Como assim? Fazer o voto?
- Sério? Por quê?
- Eu queria sentir o que você sente sabe, toda a pressão, eu queria entender mesmo o porquê desse voto - Ele tava muito nervoso.
- Ah. E então?
- Foi bem difícil, mas eu aguentei esse tempo todo não é? - Ele sorriu.
- Que bom - Eu sorri de volta.
- E agora eu estava pensando se você não tá afim de...
- Hm?
- Eu não sei como falar nessa situação, é diferente - Ele riu um pouco e fez uma cara pensativa.
- Acho que eu entendi- Eu sorri e tinha sacado mesmo.
- Você quer ser minha namorada-sem-beijo? - Ele riu com o trocadilho bobo e eu sorri.
- Eu quero - Disse abraçando ele.

Agora definitivamente eu estava meio-feliz, por que meio? Lembra que a minha melhor amiga tá perdida? Então, eu sinto a falta da Rayana... Ela era muito importante pra mim, queria poder contar pra ela tudo o que aconteceu sobre o Arthur, falando nele, ele está aqui em casa, eu conheci os pais dele ontem e foi muito engraçado, o tio Euclides dele se engasgou com uma uva e o pai dele tentou fazer uma tentativa de resgate, quando ele cuspiu a uva, a infeliz grudou na parede fazendo a mãe dele surtar com a pintura nova, mas são todos boas pessoas... Enfim, hoje ele veio conhecer meus pais, apresentações feitas, meu pai e ele ficaram jogando sinuca e tendo aquela conversa de "suas intenções com a minha filha?" e minha mãe me perguntava os detalhes do pedido, agora meus pais estavam vendo TV na sala, eu e Arthur estamos aqui na sala também só que sentados no chão perto da porta, por que? Não sei é só um canto que ele achou legal de sentar, vai entender os homens...
- Muito legal aqueles pufs que tem no seu quarto - Ele disse segurando minha mão.
- você foi ao meu quarto?
- Sua mãe quis me mostrar a casa... - Ele riu - adorei o papelzinho na parede...
- Que papel? - Me fiz de idiota, eu sei muito bem que papel é esse. 
- Aquele que tá escrito "LuaAguiar" cheio de corações em volta - Ele caiu na gargalhada.
- Tudo bem, eu vou tacar fogo naquele papel agora - Comecei a levantar quando ele me puxou.
- Não vai não, por que eu adorei ver como meu sobrenome fica bem com o seu nome - Ele sorriu.
- Sério? - Eu estava deslumbrada, na verdade, apaixonada.
- Claro! Falando dos pufs de novo, quando a gente casar pode colocar uns daqueles pros convidados sentarem na festa.
- Casar? - Eu sorri.
- É claro! Tá achando que eu vou deixar você fugir de mim tão fácil assim? - Ele disse rindo.
- E quem disse que eu quero fugir de você?
- Não quer não?
- Claro que não! Eu te amo seu bobo! - Ele sorriu e me abraçou.
- Eu te amo mais do que você imagina tá? - Eu percebi que a gente tava muito próximo, e isso era perigoso, muito perigoso.
- Eu sei - Disse me afastando um pouco.

Capítulo 5

Já faz oito meses que:

- Eu e o Arthur estamos juntos (noivos).
- A Rayana sumiu.
- E eu fico delirando com a mesma ideia.
Que ideia? Eu vou casar! Não agora ,claro, mas em dois anos exatamente.
Dois anos pra dar tempo de comprar um lugar pra gente morar, e organizar a festa.

- Lua! A gente tem que ficar com esse! - Gritou Arthur em uma das casas que a gente visitou.
- Por quê? - Eu disse meio assustada com o escândalo - Eu achei o banheiro do quarto meio pequeno...
- Mas você já viu isso? - Ele disse me puxando pela mão e me mostrando um quarto sem nada.
- Um quarto vazio...
- Não! Um quarto a mais, pro nosso filho - Ele disse com um sorriso enorme.
- É, você tem razão - Eu disse olhando pra ele, como ele estava feliz com toda essa idéia de casamento, montar uma família, sabe... Ele é o homem mais perfeito que eu poderia conhecer na minha vida - Eu te amo tanto!
- Eu amo mais sua boba - Ele disse me abraçando - E ai?
- Vamos ficar com essa!

Estávamos pintando a casa e eu resolvi colar um adesivo daqueles enormes na sala.
- Lua... - Arthur disse enquanto tentava limpar a tinta que caiu na camisa dele - Acho melhor você pegar uma escada.
- Eu alcanço - Disse nas pontas dos pés tentando pressionar o adesivo na parede.
- Pula! – Ele sugeriu ,eu pulei e nada.
- Péssima idéia, mas valeu a ajuda.
- Tudo bem, seu super noivo marombado e sexy está aqui - Disse ele vindo na minha direção.
- O que você vai fazer? - Entraria em pânico, mas eu confio nele.
- Tive uma ideia - Ele disse me levantando e eu consegui alcançar a parte mais alta e colar.
Nos afastamos pra ver o resultado e ele sorriu.
- Ficou horrível... - Eu disse.
- E tá torto - Ele completou.

- Arthur! - Eu gritei presa entre a parede e cama, quando nós estávamos mobiliando a casa.
- Oi, fala amor! 
- Tô presa - Disse rindo e apontando pra cama. 
- Eu pedi pra você me esperar - Ele riu tentando puxar a cama - Empurra!
- Tô empurrando.
- Espera que eu vou pular aí e a gente empurra junto - Ele disse subindo na cama.
- Não você vai ficar pre... - Ele já tava do meu lado - Tá né.
- Um... Dois... Três... Empurra! - Empurramos juntos e a cama mexeu, acho que eu coloquei força de mais que eu cai junto com a cama.
- O colchão tá aprovado, amor! - Gritei quando cai em cima da cama e Arthur riu. 

A casa estava comprada, pintada e mobiliada, nada melhor que uma festa de inauguração, foi um ano e dois meses de cuidados nessa casa, ou seja, faltam oito meses para o casamento, resolvemos fazer uma festa a noite, mais pra um jantar, família e amigos, estava perfeito, ficou mais perfeito ainda quando vi a Rayana chegar junto com os meus pais.
- Rayana! - Eu gritei e corri pra abraçar ela - Você não sabe quanta falta eu senti de você! - Falei sentindo as lágrimas pularem dos meus olhos.
- Oi, Lu - Ela parecia meio sem graça - Também senti sua falta, me desculpa por ter dito aquilo tudo, eu estava fora de mim...
- Tá tudo bem amiga, já passou.
- Passou mesmo, ele terminou comigo - Eu não fiquei surpresa, nem respondi - Mas ainda bem que não acabou em uma tragédia.
- É mesmo.
- Então, como anda o seu voto? - Eu ri.
- Mais firme do que nunca!
- Eu sabia que você não ia desistir... Fiquei surpresa quando cheguei à sua casa e seus pais me chamaram pra vir conhecer a sua casa nova, tá morando sozinha é?
- Sozinha? Nunca!
- Não entendi então...
- EU VOU CASAR! - Gritei, acho que fiquei tanto tempo guardando pra contar isso pra ela que saiu meio exagerado e ela arregalou os olho.s
- Casar? Amiga! Com quem?
- Arthur! 
- Oi, chamou? - Falou Arthur atraído pela confusão - Rayana! Quanto tempo, você fez falta!
- É, vi que eu perdi muita coisa... - Ela falou ainda se recuperando do choque, quando ele me beijou na bochecha e voltou pra festa.
- Não é perfeito? - Eu disse com os olhos brilhando.
- Você vai me contar todos os detalhes. AGORA! - Ela gritou me puxando pro sofá.

Capítulo 6

Hoje é o dia do casamento, eu estou eufórica. Rayana é minha madrinha, por mais ridícula que seja a idéia, Pedro é o padrinho de Arthur, eu não concordei em nenhum momento, mas ele veio com a história de que ele estava no dia em que nos conhecemos e blá blá blá, eu acabei concordando. 
A igreja estava linda, arrumada em branco e azul bebê, era um sonho, nada podia dar errado.
Meu pai chorou quando me viu arrumada e eu ri por dentro com aquela cena.
- Filha, agora eu vejo como você cresceu - Ele disse me abraçando - você escolheu o caminho certo e Deus te honrou com o Arthur, que te ama de verdade. Qualquer um de longe vê o quanto ele te ama, eu sei que você vai ser muito feliz ao lado dele.
- Obrigada, pai
- Boa sorte filha - Minha mãe veio me abraçar - Estou lutando contra as lágrimas por que você sabe né? Maquiagem saiu muito cara - Nós rimos. 
- Claro, mãe, tô na mesma luta - Respondi apontando pros meus olhos. 

Eu entrei no carro e me sentei ao lado do meu pai, tentando não amassar o vestido e ajeitando as flores do buquê, a viagem foi em silêncio até a igreja e eu estava nervosa. 
O carro parou e meu pai me ajudou a descer do carro, enrolou os braços nos meus e fomos até a porta da igreja, eu podia ouvir as vozes lá dentro se calarem e uma música calma começar a tocar. Meu coração acelerou. 
A porta se abriu e no minuto em que vi Arthur sorrindo no altar meu coração se acalmou e eu vi que tudo estava do jeito certo, eu não conseguia desviar os olhos dele e nem para de sorrir. Era o momento mais incrível da minha vida. 
Meu pai me passou para ele e o pensamento de que em breve eu iria beijá-lo me deixou ansiosa e ele também parecia.
- Lua Blanco, você aceita Arthur Aguiar como esposo? - Perguntou o pastor. 
- Aceito - Disse tentando não gritar e olhando pra ele. 
- Arthur Aguiar, você aceita Lua Blanco como esposa? 
- Aceito - Ele também estava olhando pra mim e sorrindo. 
De repente meu coração acelerou, era agora. Eu não sabia como seria minha reação e fiquei com medo de passar vergonha.
- Então... - Ai meu Deus! Parecia que eu ia explodir - Podem trocar os votos e alianças.
Alarme falso, como eu pude esquecer os votos? Enfim meu nervosismo não passou. Estendi minha mão pra ele colocar a aliança. 
- Eu prometo te amar e respeitar, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, até que a morte nos separe - Ele falou e me olhou, estava até então encarando a aliança - Eu te amo mais do que você imagina - E ele riu, eu não pude evitar de rir de volta.
Eu coloquei a aliança nele e repeti os votos de sempre colocando um - Eu amo mais do que você acha que eu imagino - No final e fazendo boa parte das pessoas rirem de mim.
- Eu os declaro marido e mulher - Agora não era alarme falso e meu estômago embrulhou - Pode beijar a noiva.

Pausa: Esse é o momento mais esperado da minha vida desde que eu agarrei esse voto, eu não estava me reprimindo se é isso que você está pensando, mas estava guardando para o "primeiro" beijo com a pessoa que eu amo seja o mais especial e agora eu tô aqui, na frente do homem mais lindo, perfeito e que me ama, diante de todo o propósito do meu voto e eu tô prestes a explodir, meu coração está batendo a mil, meu estômago está revirando e eu estou suando, mas é bom, é um sentimento incrível pra falar a verdade e eu não vejo a hora de sair dessa pausa e senti que finalmente nós somos um. Então... PLAY!

Ele me olhou sorrindo e eu já sabia que era o momento, quando olhei nos olhos dele me acalmei. Senti que tudo ia dar certo. Ele se aproximou e eu não me mexi, ele parou um minuto não hesitando, mas olhando o meu rosto enquanto eu sorria. Então aconteceu, ele tocou meus lábios de leve e eu me senti voando, esqueci de tudo e de todos que estavam a nossa volta e só senti o momento, eu sei que a partir eu não preciso me segurar, porque estamos juntos, de verdade.

Pósfácio

Enfim, agora eu posso dizer aquelas pessoas que me apontaram no início suspiram com o Arthur, toda vez que minhas amigas me visitam e ele aparece de surpresa com uma rosa ou um presente novo. Eu ainda me sinto da mesma forma que eu me senti no nosso primeiro beijo. Em cada beijo.

Créditos: Por: Luana Cortes. 
Beta-Reader: Dani P. - Fanfic addiction 

O que acharam? Comentem viu? Se tiver pedidos eu posto : O voto do primeiro beijo - Parte 2! 
Ansiosos para PB? Um beijo :* 


12 comentários: