O tempo cura tudo - 20º Capítulo

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POV NARRADOR

Depois de umas belas e longas semanas de preocupações e muita quarentena, Lua e Guilherme voltaram para casa. Graças a deus, o garotinho veio sem sequelas algumas, mas de vez em quando, terá de ir ao hospital para ver se está mesmo tudo certo com ele.
Lua passou dia após dias ao lado do seu filho. Mimava ele, falava com ele, dava de mamar a ele e muita atenção. Não desgrudava nem um minuto. Arthur trabalhou alguns dias para poder poupar mais um dinheiro pois um bebé dá muita despesa. Todos os dias, depois do trabalho, ele voltava ao hospital e ficava lá com a sua família.

No dia em que os dois voltaram a casa, Arthur se via muito atrapalhado. Queria deixar tudo arrumado e pronto para dar as boas vindas aos dois a casa, mas estava nervoso de mais. Felizmente, tudo deu certo.

- A carne ficou boa? Cozeu de mais?
- Não Arthur…
- E o arroz? Ficou soltinho?
- Sim Arthur…
- E o suco? Você preferia mesmo com gás? Tinha aquele de frutas…
- Arthur, está tudo otimo, para com esse nervossismo, você me conhece! – Lua riu – Tá assim porquê?
- Porque eu queria te surpreender
- Pode crer que já me surpreendeu nesta vida e muito.
- Pelo bom ou mau sentido?
- Pelos dois… mas não se preocupe, você agora está indo bem. – Arthur suspirou ao ver que o seu trabalho tinha sido recompensado – Daqui a dois dias, o Guilherme faz dois meses
- O tempo não passou muito rápido? Me lembro como se fosse hoje que ele nasceu
- Arthur, o ditado é “lembro-me como se fosse ontem”
- Mas eu me lembro como se fosse hoje, o que tem de ruim?
- Bobo! – Lua se desmanchou a rir – Você quer fazer uma festa pra comemorar os dois meses dele?
- E convidamos quem? Os gatos? Os cães da rua?
- Pois…
- Você reparou que agente não fez amigos nenhuns? Agente tem estado sempre envolvido aqui em casa com os nossos problemas.
- Eu conheci o meu psicólogo, que levava como amigo e você conheceu o Caio, aquele que você me disse que desabafava no trabalho
- Mas eu não quero o psicólogo aqui na festa… já chega de problemas com ele
- É… eu própria não teria coragem de lhe convidar
- Porque?
- Teria vergonha, ou você não teria?
- Está com vergonha de mim? – perguntou incrédulo
- Arthur, eu não me orgulho do seu passado nem um pouco. Acho que até você não se orgulha. Eu prefiro o nosso você…
- Mas o meu passado faz parte de mim
- Mas eu prefiro o seu presente e talvez o seu futuro
- Talvez?
- Eu não sei se você vai voltar a cometer erros
- Você não confia em mim? Eu disse que vou mesmo recuperar e é isso que tenho feito. Aquele dia foi apenas uma recaída… eu queria pelo menos você do meu lado. – Arthur estava magoado com Lua

O bebé começou a chorar. Desde que chegaram a casa que ele dormia no seu novo quarto, todo decorado e arrumado.
Arthur se levantou sem dizer nada e foi até ao quarto, pegar no Guilherme ao colo. Lua se sentiu mal ao ver que Arthur ficou triste. Ela não queria lhe magoar, mas ela apenas disse o que sentia. Ela disse a verdade, mas Arthur não gostou muito.
Ela se levantou e foi até ao quarto. Viu Arthur sentado no chão, conversando com o Guilherme que estava acordado no colo dele.
Guilherme desde que saiu do hospital que não para de olhar para os novos lugares que os pais lhe trazem. O seu quarto está cheio de cores e objetos e aqueles olhos lindos não param de olhar de um lado para o outro.
Os bebés com a idade dele ainda não conseguem ver as cores, mas isso não é razão para não estarem curiosos quanto às novas coisas que vêm pela primeira vez.

- Eu pensei que a sua mãe ia acreditar na minha recuperação. Ela diz que não se orgulha do meu passado… tudo bem, eu também não. Eu fiz muita merda mesmo, é esse mesmo o termo, mas foi graças ao passado que você chegou aqui. Ela podia ao menos dizer o que disse por outras palavras porque parecendo que não ela me magoou ao dizer que não se orgulhava do meu passado e que ainda por cima tinha vergonha.
- Eu não tenho vergonha de você… e desculpa se te magoei. – Lua entrou no quarto, pois antes estava na porta apenas escutando a conversa. Arthur se assustou pois não sabia que ela estava ali
- Me assustou… - ele se levantou do chão e se encostou ao berço do Guilherme – Acho que ele está com fome
- E eu estou arrependida de te ver assim… desculpa o que eu disse antes. Eu juro que entendo a sua posição, mas entente uma coisa: você já me fez muito mal e é difícil pra mim ter confiança numa pessoa. Você me conhece
- Você também me conhece… acredita em mim
- Dá tempo ao tempo
- Você sempre diz isso, mas isso me irrita! – ele levantou a voz e fez o Guilherme chorar

Amanha posto capitulos maiores *-*

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