O tempo cura tudo - 19º Capítulo

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POV NARRADOR

- Chegou cedo de mais, não foi? – perguntou o recente papai
- É… eu não esperava que fosse tão cedo.
- Estou ansioso por pega-lo
- Acho que daqui a pouco você pode
- Como você acha que ele é?
- Lindo que nem você – ela sorriu – Eu não me importo com a sua beleza, eu quero é que ele seja saudável. A enfermeira falou que os prematuros sempre nascem com algumas sequelas
- Mas se deus quiser, o nosso menino vai ser saudável
- Como vai ficar o seu trabalho? – perguntou Lua
- O meu patrão disse que eu podia tirar o tempo que eu quisesse, porque você vai precisar de ajuda em casa ou aqui no hospital
- Eu acho que o Guilherme não vai assim tão cedo para casa
- É… eu acho que ele vai ficar aqui umas boas semanas
- Mas desde que isso melhore a sua saúde, por mim tudo bem
- Ele vai ficar bem – Arthur deu um sorrisão de confiança – Você imagina como vão ser as nossas noites? Não vamos conseguir dormir… - ele riu – Eu não me importo de passar as noites no quarto dele, nem que seja no chão mesmo.
- Você acha que a chegada dele vai fazer agente se aproximar? – ela perguntou
- Eu acho que ele já está fazendo isso… ou você não se lembra do nosso beijo?
- Arthur… eu estou numa fase de carência, eu me sinto… - ela suspirou – Eu nem sei como me sinto. Eu preciso de carinho, atenção, eu passei por fases ruins mesmo
- Eu sei e sei muito bem que toda a culpa é minha. Eu sou a causa desse bebé prematuro
- Ele nasceu prematuro porque Deus quis assim. Você não se pode desculpar
- Mas eu armei muitas coisas, muitos problemas e se essas coisas não tivessem acontecido você estaria em casa ainda de 7 meses de gravidez e bem da vida. Mas não, graças a mim, já está aqui, nesse estado, com o coração nas mãos por causa do bebé
- Tudo vai dar certo, temos que ter fé apenas – ela segurou a mão dele
- Eu já vou poder dormir no nosso quarto? Com você?
- Arthur, não leva as coisas desse jeito. Não tenha pressa.
- Eu só perguntei… e caso a sua resposta seja positiva, eu prometo nem te encostar
- E se eu quiser que você me encoste?
- Ai eu vou fazer com todo o prazer – ele riu de um beijo safado e encostou o seu rosto ao dela, porém, ela afastou
- Deixa de ser assim, safado
- Você gostava
- Eu ainda gosto
- Ama?
- Te amo!
- Também te amo! – ele pegou a mão dela e beijou

O climinha do casal foi interrompido pelo médico que trazia umas noticias boas e menos boas.

- Bom dia! – deu ele e se aproximou dos dois – Eu sou o Dr. Luís e estou a tratar do caso do Guilherme. Se bem se lembra, eu ajudei no seu parto
- É… eu me lembro do senhor – Lua sorriu
- Como se sente?
- Com umas dores pequenas… acho que agora estou sobre o efeito de medicamentos, por isso não sinto muitas dores
- Você terá de ficar aqui por mais dois dias pelo menos. Depois vamos ver como reage e só ai terá alta
- E o bebé? – Arthur perguntou
- O Guilherme apesar de ter nascido com poucas semanas, aproximadamente 30, ele teve pequenas sequelas. Os bebés que nascem com o tempo que ele nasceu, costumam ter problemas quanto à temperatura do corpo ou problemas na audição. Mas já fizemos os exames ao Guilherme e ele apenas ficou com problemas a respirar e a mamar. Mas existem maquinas que estão permitindo ele fazer isso bem
- Quando o vou poder dar de mamar?
- Pois, isso vai demorar um pouco. Talvez amanhã ou depois, depende de como ele reagir. Não se preocupe, o seu bebé está em boas mãos. Foi quase um milagre ele ter nascido com problemas tão simples. Quando ele crescer, não terá problemas nenhuns, eu lhe garanto porque a minha filha também nasceu assim e hoje é uma esperta na escola assim como fora da escola.
- Esperemos que o meu filho seja que nem a sua filha também – Lua suspirou com os olhos brilhando – Obrigada doutor pelo esforço que estão fazendo por salvar o nosso filho
- Não tem que agradecer. É o nosso trabalho – o médico sorriu
- Será que já podemos ver ele?
- Eu vou pedir pra trazerem ele aqui ao quarto, vou ver se é possível
- Doutor, quando vou poder me levantar?
- Talvez mais tarde… bom, tenho de sair e atender outros pacientes. Com licença – deu e saiu
- Será que demora pra ele chegar aqui?
- Eu não sei. – disse Arthur – Mas quando ele chegar, eu não vou parar de aperta-lo
- Quero pegar primeiro
- Mas você vai demorar – reclamou ele
- Mas você é que falou que não ia largar ele mais
- Mas é rapidinho Lua
- Não, eu pego primeiro!
- Vamos tirar à sorte
- O meu filho não é um brinquedo e não é pra ser disputado
- Nosso filho! – Arthur corrigiu
- Isso foi um pormenor – ela se endireitou na cama de hospital
- Pormenor importante! Muito importante, aliais
- Vamos parar com essa discussão
- É melhor mesmo… - Arthur se acomudou na cadeira

Esperaram a enfermeira trazer o bebé. Esperaram impacientemente. Mal a porta abriu, Arthur se levantou da cadeira e foi buscar o seu bebé. Ele vinha ligado a uns fios e só podia ficar com eles durante 10 minutos, depois tinha de voltar para o sistema.
Guilherme vinha deitado sobre a manta que Lua comprou pra ele. Tinha desenho o nome “Guilherme” na estampa, em azul turquesa.
O bebé tinha a pele meia vermelha, super sensível e ele estava encolhidinho o que lhe deixava com impressão de ser mais pequeno.
Arthur estava com medo de pegar ele. Como pode um bebé ser tão pequeno?
Os olhos dele se encheram de lágrimas. Emoção, claro. Gui agora mantinha os olhos fechados, a sua respiração estava, digamos, normal.

- Porquê tão perfeito meu filho? – as lágrimas caiam sobre o rosto dele, enquanto sentia Gui apertava o seu dedo indicador
- Arthur, deixa eu ver ele… - pedia Lua, deitada na cama

Arthur se aproximou devagar de Lua e colocou o Guilherme sobre o colo dela. Depois sentou-se ao seu lado e ficaram os dois admirando o pequeno dormir.

- Ele tem a cor do meu cabelo – sussurrou Arthur – E de que cor serão os olhos? Será que são da cor dos meus?
- Não… tem de ser dos meus. – disse a mamãe coruja
- Você disse que não se importava com a beleza… - Arthur encarou a loirinha
- Mas eu quero que ele seja parecido comigo…
- Ele é seu filho, é claro que vocês são parecidos. – Arthur deu uma gargalhada e abraçou Lua de lado, dando um beijo na testa dela
- Eu quero você na minha casa meu filho, quero você na minha casa… - Ela olhou para Lua, que lhe encarava de novo – Ops, nossa casa bebé, minha e do seu pai – os dois riram

Vou postar mais um capitulo desta web 

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