Não foi um erro - 57º Capitulo

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No capítulo anterior…

POV LUA

- Viu? Ele continua igual! Pra mim, o Arthur sempre será o mesmo galinha, irresponsável, idiota e tudo mais! Eu conheço ele!
- Mas pelos vistos está enganado querido Chay! – Arthur chegou em casa fazendo todo o mundo se manter calado. Eu fiquei arrepiada, pois tinha medo das coisas piorarem e de todos discutirmos de novo

POV ARTHUR

- Boa tarde, antes de mais. – dei, antes de supostamente começarmos uma briga. Se bem que eu não queria discutir agora. Nem agora nem nunca. Com eles eu apenas queria paz. Queria que de uma vez por todas eles aceitassem o facto de eu e da Lua estarmos juntos
- Que bom que chegou. – Lua veio me dar um selinho e sentamos os dois no sofá, um ao lado do outro sobre o olhar atento de todos
- A Yasmin? – perguntou Mel
- Ainda está na escolinha dela. Ela só sai à tarde, mais ou menos na hora do lanche – disse eu
- Bom, já viemos cá, convivemos, conversamos e até bebemos suco. Já podemos ir né? – Micael se levantou
- Micael, não precisa de levar as coisas dessa maneira. Podemos resolver isso como pessoas adultas e não pessoas que só querem fugir dos problemas
- Quem fugiu aqui dos problemas foi você, não ele! – Chay defendeu Micael
- Fugi, mas voltei
- Se bem que podia mesmo ter ficado lá. Estávamos bem se você. Até a Lua estava bem sem você
- Sophia! – Lua a repreendeu – Estava tudo tão bem até agora!
- Estava Lua, pois estava, até o seu maridinho chegar e estragar o clima. – disse Mel – Eu acho melhor agente ir embora de uma vez
- Vamos conversar, por favor. – pedi
- Por favor gente, ouçam ele. – Lua pediu

Todos olharam para trás, perto da porta. Micael já estava brindo, mas Sophia o puxou para trás. Suspiraram quase em conjunto e voltaram para o sofá. Eu e a Lua voltamos a nos sentar e respiramos fundo também.

- Eu não estou pedindo que fiquem aqui por mim, pois sei bem que não o fariam, mas pelo menos pela Lua vocês devem fazer. Vocês sempre foram amigos e eu sei mesmo que sempre fui o odiado pelas coisas que fiz. Eu não quero que me perdoem, pois sei que isso não vai acontecer, nem que fiquem meus amigos. Porque nem daqui a 500 anos se isso vai acontecer. Mas se não vão ao casamento como meus amigos, que vão como amigos da Lua. porque sei que vocês são amigos dela… não é? – falei de modo mais sincero possível.

Sophia olhou para Mika que não queria dar o braço a torcer. Ele era o mais teimoso dos quatro. Eu nem conhecia ele, mas só por estes instantes que estamos juntos, podia compreender isso. Chay bagunçou o seu cabelo de modo a se fazer pensar e Mel olhou para Sophia, as duas com um ar cúmplice.
Lua me deu a mão e olhou para mim com um rosto de insegurança. Ela queria muito que eles aceitassem, mas ela conhece bem os amigos que tem.

- Bom, fique ciente que independentemente da decisão que tomarmos, não será mesmo por sua causa. – disse Mel, muito seria
- Sim, porque se fosse por sua causa, agente nem entrava aqui – Chay disse, de modo grosso
- Mas, agente conhece a Lua desde a faculdade. Sempre andamos juntas, sempre fomos amigas e partilhamos sempre os melhores momentos e o casamento não podia ser excepção. – sorriu Sophia
- E sim, agente vai ao casamento de vocês. – disse Micael, quebrando a cara dura e nos mostrando um sorriso, finalmente
- AHHHHH, OBRIGADA! VOCÊS SÃO OS MELHORES! – Lua gritou e riu de mais pulando para o colo deles, que estavam os quatro no sofá grande
- Mas só tem uma coisa… - Chay levantou a mão, implicando de novo
- O que? – Lua quebrou o sorriso
- Eu não vou assistir à missa e muito menos a beijos vossos! Eca, que nojo!
- Bobo! – Lua riu, fazendo todos nós rirmos também

O clima depois já nem ficou tão tenso. Fomos almoçar, convivemos mais um pouco falando das coisas legais nas nossas vidas que tinham acontecido nos últimos tempos e por fim viemos para o jardim tomar café.

- O que falta para o casamento?
- Pequenos detalhes. Coisas que serão feitas na véspera
- E a lua-de-mel, como será?
- Isso será o presente dos meus pais, ainda não sabemos. – respondi
- Otimo. A Yasmin está ansiosa?
- Logico! – Lua riu – Ela não fala em outra coisa. Está espalhando por todos os lugares que os pais dela vão casar
- Quem diria… - Mel riu – Eu nunca pensei tal coisa.
- Nem eu. Mas as coisas quase impossíveis acontecem. – Lua sorriu pra mim, retribui
- Bom, tenho de ir buscar a Yasmin. Nos vemos no dia do casamento?
- Claro! Sem falta! – respondeu Micael – Mas até lá, temos ainda umas contas a acertar
- Que tipo de contas?
- Resolvemos isso na despedida de solteiro – Chay me olhou de lado e depois passou o dedo sobre o olho querendo afirmar ‘eu estou de olho em você’

(…)

Passeávamos pela rua, num domingo à noite, depois de termos deixado a Yasmin de novo na casa da dona Maria. Ela ia ficar lá enquanto eu e a Lua ficávamos um pouco sozinhos. Estávamos a dias do casamento e nessa última semana não tivemos tempo nem para dar um beijo de boa noite. Eu chegava tarde do trabalho e ela ia dormir cedo porque no outro dia tinha de ir trabalhar cedo e era sempre assim.

- O que eu gosto mais em você é o seu sorriso. Adoro o sorriso de quando você tá brava comigo, mas está desejando correr para os meus braços. Adoro o sorriso que você dá quando eu te elogio. Adoro o seu sorriso quando acorda com vários beijos meus e da Yasmin e adoro o sorriso que você tem agora. Ele é apegante. – dei um selinho nela
- Lindo! – demos outro beijo – Bom, mas o que eu mais adoro em você, tirando o seu corpo, claro… - rimos – É o facto de você ser tão responsável e preocupado com aqueles que mais você ama. É o facto de ser você, amo o seu jeito de ser. Quero dizer, o que agora claro, não o de à uns 6 anos atrás. Adoro o seu rosto de dengo e especialmente o de safado. Adoro quando faz birra e também quando fica com ciúmes
- Mas eu nunca fico com ciúmes seus
- Nem eu de você. – disse ela

Compramos algodão doce e enquanto esperávamos lá na fila, umas meninas de uns 16 ou 18 anos pararam perto de mim para tirarem fotos comigo. Uma me abraçou, falando que eu era o ídolo dela pelo facto de eu nunca ter desistido da carreira de modelo. Ela disse que graças a minha tinha ganho coragem de entrar para uma agência também. Outra menina me abraçou, quase sufocou e me encheu de beijos. E teve outra, a mais velha das três, que pediu um autógrafo no peito. Bom, fiquei meio sem jeito ao dar-lhe o autógrafo naquele lugar. Não que fosse mesmo no peito, foi um pouco a cima, mas mesmo assim ela ainda baixou um pouco o decote da blusa, mas eu juro que não vi mais nada que isso.
Lua tinha ficado afastada um pouco da confusão. Ela já tinha comido o seu algodão doce e já estava comendo o meu.

- Meninas loucas, aquelas. – sentei ao seu lado. Ela continuou comendo e não disse mais nada. – Quer ir já embora?
- Sim! – disse apenas isso e mais nada

Fomos andando até ao carro. Ela continuava comendo o meu algodão doce e eu nem me atrevi a dizer nada, pois se falasse muito, o sofá ia ser a minha cama nos próximos dias, como ela uma vez fez.
Chegando ao carro, ela continuou da mesma maneira e eu não aguentei e quebrei o silêncio.

- Que foi hein? O algodão doce estava ruim? Não gostou de passear?
- Eu adorei tudo, menos a parte em que você assinou os peitos dela! – Lua me encarou
- Você ainda à pouco falou que não tinha ciúmes de mim
- Não são ciúmes. É simplesmente o facto de você ter dado autógrafos naquele lugar. Você é safado mesmo né? – ela colocou a mão na cintura – Não pode ver uma moça de peitos grandes que já dá em cima dela
- Lua, eu não dei em cima dela. Ela é que se jogou pra cima de mim com a historia do autografo
- E você se aproveitou
- Eu não me aproveitei. Apenas fiz o que ela me pediu
- E se eu te pedir pra você se jogar de uma ponte, você se joga?
- Você viria comigo? – tentei dar a volta à situação
- Arthur, vamos embora por favor. – ela baixou o rosto

Fomos buscar a Yasmin à casa da minha sogrinha, digamos assim.
Por falar nela, tanto ela como o senhor Blanco estão bem de saúde. Graças àquele remédio milagroso e à viajem que fizeram, que a saúde dos dois melhorou de dia para dia. Bom, a dona Maria não tinha nada de perigoso, como o senhor Blanco, mas sempre tinha aquelas dores chatas que de repente aparecem.

Chegando em casa, Lua foi direta para o quarto. Eu ainda fiquei na sala com a Yasmin.

- Papai, queria te dizer que eu estou muito feliz com o Panda. Ele é o melhor cãozinho de sempre.
- Ainda bem que você gostou. – eu me sentei no chão, ao lado dela e do Panda. O cão era manhoso e adorava que fizéssemos festinhas nele e na sua grande barriga gorda
- Eu amei papai, foi o melhor presente que você me poderia ter dado. – ela me deu um abraço enorme. Fiquei com o pêlo do cão, mas pouco me importei – O meu desejo afinal se concretizou. Mas ainda falta um pouquinho
- E o que falta?
- Falta a cobrinha voltar de férias e me dar um irmãozinho. Será que se eu puzer chocolate na rua, ela vem mais rápido?
- Não me parece – eu ri – Mas um dia ela vem.
- Papai… - ela disse, escondendo o rosto depois
- Diz minha filha – coloquei o seu cabelo para trás da orelha
- Eu amo você, papai lindoooooo! – ela me abraçou de impulso e eu não consegui fazer nada, para além do sorrisão que dei no momento.

Que momento único. Que palavras lindas de se ouvir.

- Papai, você está chorando? – droga, ela notou!
- Não linda, claro que não. – ri e limpei algumas lágrimas, de emoção claro – O papai também te ama muito. Você é a coisa mais importante da minha vida, sabia?
- Agora eu sei. E o Panda, ele é importante para você?
- É… ele também é. – ri e sentei a Yasmin entre as minhas pernas, no chão, e deixei ela continuar a brincar

Depois de mais uns minutinhos brincando, ela decidiu subir até ao nosso quarto, pra ver a Lua. eu fiquei fechando as portas, janelas e desligando a tv. Na hora que ia subir, Yasmin veio descendo as escadas correndo, chocando contra mim.

- Que foi pequena? Praquê essa pressa? Esqueceu de alguma coisa?
- A mamãe está chorando no quarto… - ela disse com um bico enorme

Faltam 3 capitulos pra web terminar *-*

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