Little Anie - Cap. 82 | 3ª Parte

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Little Anie | 3ª Parte 

Tem uma luz na escuridão
E eu sinto seu calor
Nas minhas mãos, no meu coração
[...]
Liberdade, paixão, o sentimento
Que eu pensei que era definitivo
Escapa pelos meus dedos, tentando fugir
Isso vem e vai como ondas
[...]
Isso vai voltar algum dia?
Tudo fora deixado para ser encontrado
– Waves | Dean Lewis

Pov Lua

Londres | Segunda-feira, 16 de novembro de 2015 – Sete horas da manhã.

Quando acordei, Arthur já tinha acordado. Mas ele ainda estava deitado. A manhã estava bastante fria e eu gostaria que fosse domingo. Me virei na cama e chamei Arthur.

– Arthur?
– Oi. – Ele respondeu se virando para me olhar.
– Você comprou as passagens?
– Ainda não. Vou fazer isso depois. – Ele me disse e passou a mão no rosto. – Eu pago a sua, certo? Não vai ter nada a ver com o nosso assunto ok?
– Tudo bem, Arthur. – Respondi.
– Aliás... como faço o pagamento? Eu acabei nem perguntando sobre isso.
– Também... Você assina as coisas e não ler. – Comentei e Arthur franziu o cenho.
– Eu achei que tinha assinado só a autorização pra você me representar e os documentos do apartamento. – Contou.
– Você nem perguntou quanto é, Arthur.
– Não importa, Lua. – Arthur assegurou. – Eu pago seja qual for o valor. – Acrescentou.
– São setecentos e vinte e quatro libras, Arthur.
– Certo. Depósito ou dinheiro?
– Pode ser depósito, mas se você quiser me entregar, tudo bem também. – Respondi.
– Tá ok. Quando chegarmos em Liverpool, vamos a um banco primeiro. Não vou levar dinheiro daqui. E eu terei que dar uma parte do dinheiro do apartamento para o advogado.
– Você vai pagar de quantas vezes? – Indaguei.
– Só de duas mesmo. – Arthur falou tranquilamente. – Você sabe que eu não gosto de ficar parcelando as coisas. – Finalizou e eu concordei com um balançar de cabeça. – Você quer tomar banho primeiro? – Me perguntou e eu assenti, bocejando logo em seguida e Arthur riu. – Eu vou pegar o notebook então... pra comprar as passagens.
– Tá bom. Vou logo tomar banho. O Marke disse que vai chegar umas onze horas... – Avisei.
– Então o que você acha de eu comprar as passagens de volta, para uma hora?
– Pode ser. – Respondi.
– Não vai ter problema pra você?
– É o meu trabalho, Arthur. O que você tá falando?
– Do seu chefe insuportável. – Ele pontuou e levantou-se da cama para pegar o notebook.
– Isso não tem nada a ver. – Assegurei e me levantei.

*

– Comprei para as oito e meia. Era o mais cedo que tinha.
– Tá ok. Vai logo tomar banho. Que até chegarmos no aeroporto... Você não tem ensaio hoje?
– Não. Eu avisei o John que eu tinha que resolver isso.

Arthur respondeu e eu fui para o closet. Escolhi um body preto rendado, uma meia-calça preta, um casaco preto de manga comprida com decote V, uma bota cano alto também preta e separei logo a minha bolsa branca com detalhes dourados; colocando os meus documentos dentro.


Eu já tinha secado mais ou menos os meus cabelos após o banho. Então eu só terminei de pentear e passar um creme. Fiz uma make bem básica e fui tomar café. Arthur ainda estava no banho.

– Bom dia, Carla.
– Bom dia, Luh. Já vou colocar o seu café.
– Obrigada. Os meus pais ainda não acordaram?
– Eu ainda não os vi. – Ela me respondeu. – O dia amanheceu bem frio hoje. – Comentou.
– Muito. Eu vou com o Arthur pra Liverpool.
– Aconteceu alguma coisa?
– Não. Ele tá comprando um apartamento.
– Entendi. – Ela sorriu e colocou um copo de suco de maracujá na minha frente e três panquecas.
– Obrigada. – Agradeci e Carla apenas balançou a cabeça.
– Falando em seus pais... – Ela disse apontando para a porta e eu me virei para olhar.
– Bom dia, meu amor. – Meu pai falou me dando um beijo na testa. – Você está linda.
– Bom dia e obrigada, pai. – Sorri sem graça. – Cadê a mamãe?
– Ainda está se arrumando. E cadê Arthur?
– Ainda está se arrumando. – Respondi e ele riu.
– Anie ainda não acordou?
– Não. Só acorda depois das oito. – Falei e ele sorriu. – Trocamos ela de horário no balé. – Contei. – Ano que vem já queremos que ela vá para a escola.
– Meu Deus! Ela está crescendo tão rápido.
– Sim. Sinto saudades dela ainda bebê. – Confessei.
– A gente acha que quando está pequeno é que dá trabalho, mas quando está grande é que realmente dá muito trabalho.
– Eu não dei trabalho...
– Aham... – Ele riu. – Hoje está mais frio que ontem... em Bibury não está assim.
– Esse ano o inverno parece que começou agora no outono. – Falei e meu pai assentiu. – Você já está indo para o trabalho?
– Não. Eu vou fazer uma viagem rápida com o Arthur para Liverpool. Ele tá comprando um apartamento lá... e eu estou ajudando-o com a documentação.
– Entendi. Vão de carro?
– Não. De avião. Ele acabou de comprar as passagens. E eu espero que os voos não sejam cancelados por conta do clima.
– Isso pode acontecer. Ainda mais se começar a ventar mais forte.
– Sim. E a sua consulta é que horas?
– Às oito e meia... e já vai dar oito horas. Obrigada, Carla. – Meu pai agradeceu quando ela colocou uma xícara de café na frente dele.
– De nada. Tem bolo, panqueca, biscoito...
– Quero uma fatia de bolo. Por favor...
– Só um momento.
– Vocês conversaram? – Meu pai indagou curioso.
– Não, pai. Arthur me contou que conversaram... eu perguntei, é claro.
– Imaginei...
– Arthur me deixou bastante chateada e eu acho que acabei fazendo o mesmo com ele. E foi sem querer... e toda vez que a gente começa a conversar, a gente acaba discutindo de novo... e eu não estou com paciência pra isso. Pelo menos a gente tá se falando agora.
– Eu só falei pra ele que vocês precisam conversar, porque depois esse problema mal resolvido vai deixando o clima ainda mais pesado. E às vezes tende a piorar, você não concorda?
– Eu concordo. Mas no momento, eu prefiro deixar assim. Ainda não chegamos ao ponto de nos ofendermos. Acho que desse modo as coisas se tornariam piores.
– Bom dia. – Arthur chegou à cozinha de barba feita. Eu ainda não conseguia dizer se ele ficava ainda mais irresistível sem barba ou com barba. Ele vestia uma camiseta branca, um blazer meio bege/marrom, uma calça comprida jeans, um sapatênis bege com azul, e um relógio cinza.


– Bom dia. – Eu e meu pai falamos juntos e Arthur ficou me encarando antes de se sentar à mesa.
– Que horas você vai pra consulta, John?
– Daqui à pouco. A consulta é às oito e meia e Emma ainda nem veio tomar café. – Meu pai comentou e eu e Arthur rimos.
– Vocês podem usar o meu carro. A gente vai de táxi né, Lua? O outro carro a Lua tá usando... – Arthur disse e tomou um gole de café.
– Você tá sem carro, querida?
– Eu não quero mais o meu... enfim, eu deixei o carro do Arthur no estacionamento do escritório... eu vou pegar hoje, se eu não esquecer de novo a chave. – Respondi. – Vou pegar minha bolsa. – A gente precisa sair logo, ou vamos demorar chegar no aeroporto.
– Tá bom. – Arthur concordou. – Carla?
– Oi, Arthur.
– Chama um táxi, por favor.
– Pode deixar.

*

– Você já acordou, meu amor. – Falei dando um beijo na bochecha de Anie.
– Eu ainda tô com sono, mamãe...
– Volte a dormir, minha linda. – Falei acariciando seus cabelos. – Eu te amo, meu bebê.
– Eu também te amo, mamãe. – Anie disse sonolenta e eu sorriu. Arthur entrou no quarto, mas não disse nada para não acordar a nossa filha. Ela tinha acabado de voltar a dormir. Ele apenas lhe deu um beijo e disse que a amava.

Nós saímos do quarto e Arthur fechou a porta, descemos a escada e encontramos meus pais na sala.

– Vocês já vão? – Minha mãe nos perguntou.
– Sim. – Arthur respondeu. – Nosso voo sai oito e meia. Aqui está a chave do carro. – Arthur entregou para o meu pai.
– O táxi chegou. – Carla nos avisou.
– Obrigada, Arthur. Boa viagem.
– Boa viagem. – Minha mãe também desejou.
– Obrigada. – Falei e abracei os dois.
– Obrigado. Arthur também agradeceu e nós saímos juntos de casa. Eu já tinha falado com Carol sobre Anie e que Arthur a levaria para o balé à tarde.

Aeroporto de Londres | Heathrow – Oito e quinze da manhã.

– Vamos fazer o check-in, Lua. Acho que até já chamaram... – Arthur me disse e me puxou pela mão.
– Acho que não. – Apontei para o painel com o nome dos destinos. E no voo 8657 com destino a Liverpool estava escrito “ATRASADO” e o horário tinha mudado para nove e meia.
– Portão B e balcão três. – Arthur falou enquanto caminhávamos até o balcão.

Fizemos o check-in e ficamos esperando a chamada para o embarque. Agora já era oito e meia. Mandei uma mensagem para Marke falando desse pequeno atraso do nosso voo.  Só para avisa-lo, caso ele chegue primeiro que nós ao apartamento, que é onde marcamos de nos encontrar. Sentei em uma das cadeiras e cruzei minhas pernas. Arthur ficou em pé ao meu lado.

– Eu vou comprar uma água. – Ele me disse e saiu.

Senti vontade de rir, mas acabei pegando meu celular e acessando o meu instagram. Arthur não demorou nem cinco minutos e sentou-se ao meu lado.

– Você quer? – Me ofereceu.
– Não. Obrigada. – Respondi e continuei vendo as postagens. – Harry é muito louco. – Falei mostrando para Arthur, uma foto que ele tinha postado dele com o Mika e a Sophia.
– Ainda bem que dessa vez ele expôs o Micael. Olha a cara da Sophia... – Arthur comentou rindo.
– Escuta só o que ele escreveu: Sophia não queria deixar Micael me abraçar. Mas ele não desistiu, beijos. – Li e Arthur riu.


– Você ainda está chateado com ele, Arthur?
– Eu não fiquei chateado com ele, Lua. O meu problema é com você. Você sabe disso.
– Mas você não estava falando com ele. – Pontuei.
– Lua, eu não queria conversar com ele sobre a saideira de vocês que resultou no chá de cadeira que você me fez tomar. Dá pra entender? – Arthur me encarou tomando mais um gole de água.
– Ai você é muito ressentido. – Comentei. – Já tô me cansando.
– A tá... só eu mesmo que sou ressentido. – Ele ironizou. – Se eu tivesse feito isso com você, as coisas provavelmente estariam bem piores. – Arthur pontuou.
– Não foi você, Arthur. Foi eu. Que saco! Espero que esse voo não atrase mais. – Suspirei.

Mas Arthur não disse nada. E provavelmente, se ele dissesse, nós nunca terminaríamos de discutir. Continuei vendo as fotos no instagram e depois desliguei o celular.

“Voo 8657 com destino a Liverpool, embarque no portão B.”

– É o nosso, Lua. Vamos? – Arthur se levantou e deu uma das mãos para que eu segurasse. – Vem logo, Lua... – Ele insistiu quando viu que eu não me mexi. – O que foi agora? –Perguntou ao mesmo tempo em que se inclinou e deu um beijo no meu pescoço. – Vamos? Você não vai querer que eu implore né?
– Não seria uma má ideia se você se ajoelhasse. – Comentei e Arthur riu.
– E você que vai se ajoelhar, Lua. E não vai ser pra pedir nada. Você entendeu?
– Eu nem vou te responder, Arthur. – Comentei e ele sorriu. Mas eu senti vontade de me ajoelhar e não pedir nada.
– Vem... a gente estava se dando bem hoje mais cedo. Não quero mais discutir com você. – Me disse eu segurei em sua mão.
– E você acha que eu quero? – Retruquei e Arthur apenas me olhou. – Eu estou falando sério! – Ressaltei.
– Tudo bem. Hoje você está muito gostosa. E parece que eu não sou o único que estou achando isso. – Arthur notou, soltou minha mão e colocou o braço em volta da minha cintura. – Essa bota te deixa bem sexy. – Ele sussurrou apertando a minha cintura.
– Eu não vou transar com você. – Deixei bem claro.
– Eu sei. Não estou falando de sexo. Ou agora eu não posso mais te elogiar? – Ele me encarou.
– É claro que pode. Mas eu só estou te lembrando mesmo... – Sorri e Arthur fez o mesmo.
– Eu não acredito que você não está sentindo falta.
– Eu estou de boa, Arthur. Por que? Você não está?
– É claro que não. – Ele disse sério. Nós estávamos na fila para passar no detector de metais.
– Ai, ai...
– O que foi? – Arthur indagou diante do meu riso.
– Depois eu te conto. – Falei, porque tinha chegado a minha vez.

Tive que tirar meu relógio, minha aliança, meu colar e entregar a minha bolsa para ser revistada. Depois passei no raio-x e me entregaram minhas coisas. Fiquei aguardando Arthur. Ele também fez o mesmo processo, tirou o relógio, a aliança, entregou a carteira e as chaves. Depois passou no raio-x e pegou as coisas de volta.

– E então...? – Arthur indagou colocando a aliança e depois o relógio. – Pode falar. – Estávamos no corredor que nos levaria a pista de voo. Eu olhei para trás, mas as pessoas estavam um pouco distante de nós.
– Você não sabe o que eu estou vestindo por baixo desse casaco. – Comecei.
– Eu posso imaginar. – Arthur retrucou.
– Um body todo rendando. – Sussurrei quando duas mulheres se aproximaram de nós. – Quer ver?
– Só se for pra eu tirar. – Arthur me encarou ao responder.
– Eu já disse que não vamos transar. – Pontuei.
– Então não me provoca. – Arthur me avisou.
– Eu só estou te contando... – Me fingi de inocente.
– Aham, Lua. – Arthur disse irônico.
– Você ficou com a poltrona do lado da janela? – Perguntei assim que encontramos nosso lugar.
– Foi, Lua. – Arthur respondeu. – Mas pode sentar nela. Não tem problema. – Ele acrescentou e eu sorrir. Quase joguei um beijo pra ele.

Me sentei na poltrona ao lado da janela e Arthur sentou-se do meu lado. E depois que todos se acomodaram e alguns minutos se passaram, a aeromoça pediu que colocássemos o cinto de segurança que o avião já iria decolar.

– Me empresta seu celular?
– Pra quê? Você não trouxe o seu?
– Eu desliguei, Arthur. É pra tirar uma foto. Já devolvo. – Expliquei. Arthur revirou os olhos e tirou o celular do bolso. – Quando a gente chegar em Liverpool, eu posto. – Ri e entreguei de volta o celular para Arthur.

O voo foi bastante tranquilo e extremamente silencioso. Arthur dormiu o voo inteiro e eu me senti entediada. Ainda bem que ele comprou as passagens para um voo sem escala. Chegamos em Liverpool meio dia. E assim que desembarcamos, eu mandei uma mensagem para Marke. Ele já estava sabendo do atraso do nosso voo. E eu avisei que passaríamos no banco antes de irmos para o apartamento; ele já estava lá.

Pegamos um táxi e fomos para o banco. Arthur fez a transferência do dinheiro para a conta do escritório no caixa e depois ele teve que falar com o gerente para sacar a quantia da primeira parcela do apartamento que ele entregaria a Marke. Como a quantia era grande, Arthur não podia sacar no caixa. O processo foi rápido. E eu aprovei para postar a foto que eu tinha tirado no avião. Já que esse assunto do dinheiro era só ele quem podia resolver.


Retornamos para o táxi e rumamos para o apartamento. Já era quase meio dia e meia. Arthur já tinha entrado em contato com a companhia aérea e adiado a hora do nosso voo da volta. Ele pagou o táxi e nós entramos no prédio. Arthur falou com o porteiro, que disse que nós podíamos subir.

– Eu não achei que fôssemos praticamente passar o dia todo no avião.
– Nem eu. Ainda tinha esperança de chegar umas duas horas no escritório. – Falei e Arthur balançou a cabeça.
– Isso não vai te trazer problemas, não é? – Indagou me olhando.
– Claro que não. Afinal de contas, é uma viagem de trabalho. Estou aqui como sua advogada.
– Certo. – Arthur concordou e o elevador parou no quarto andar. Arthur deu passagem para que eu saísse primeiro e depois deu duas batidas na porta do apartamento.
– Quanto você vai dar de entrada? – Perguntei.
– Dez mil e quatrocentas libras. – Ele respondeu. E Marke abriu a porta do apartamento.
– Boa tarde. Eu sou o Marke Cooper. – Ele estendeu a mão para Arthur.
– Arthur Aguiar. E essa é a Lua Blanco, minha advogada e minha esposa. – Arthur disse e Marke sorriu ao apertar minha mão.
– É um prazer falar com você pessoalmente, Lua. Já ouvir falarem em Nova Iorque muitas coisas boas a respeito do seu trabalho. – Marke contou e eu sorri um pouco sem graça talvez.
– É um prazer pra mim também. – Falei soltando sua mão. – Eu não fazia ideia de que falavam de mim em Nova Iorque. – Comentei.
– Falam... e parece que Ryan não quer perder a melhor advogada daquele escritório. – Nos contou e Arthur me encarou meio debochado. Senti vontade de bater nele. – Você deve ter muito orgulho da Lua, não é Aguiar? – Marke se voltou para Arthur.
– Bastante. Ela sabe disso. – Arthur respondeu sincero. O ar debochado tinha ido embora.
– Ouvir algumas conversas de que queriam fazer propostas a você e a Adam. Mas Ryan gastou bastante dinheiro para não perdê-los. Os grandes escritórios de Nova Iorque gostam de apostar, e raramente eles erram o alvo.
– Eu não pretendo me mudar para Nova Iorque. Mas eu não sei de proposta nenhuma.
– Foi o que eu disse, Ryan gastou bastante dinheiro. – Marke pontou e Arthur ficou me encarando com as sobrancelhas erguidas. – Vamos ao nosso negócio?
– Vamos. – Eu e Arthur falamos juntos.

Marke já tinha separado os documentos em cima do balcão que dividia a cozinha. O apartamento estava sem móveis, então ficamos em pé mesmo. Arthur assinou mais dois documentos, eu li primeiro e expliquei a ele. Arthur repassou o dinheiro da entrada do apartamento a Marke, que conferiu tudo; era bastante dinheiro.

– George disse que você pode pagar o restante daqui há um mês. Só mais uma vez mesmo?
– Sim. – Arthur assegurou. – Vou fazer transferência. – Avisou.
– Certo. Eu vou te repassar agora o número da conta. – Marke pegou um papel, anotou o número da conta e entregou a Arthur. – Agora só falta irmos autenticar esses documentos. E o apartamento já é seu. – Ele concluiu e Arthur concordou.

*

Fomos ao cartório de Liverpool e ainda bem que não tinha ninguém para ser atendido além de nós. Eu já estava morrendo de fome e já era uma e dez da tarde. Eles autenticaram todos os documentos e Marke entregou a chave do apartamento para Arthur.

– Foi um prazer fazer negócio com você, Arthur.
– Igualmente. – Eles apertaram as mãos novamente.
– Lua. – Marke estendeu a mão para mim. – Também foi um prazer negociar com você.
– Obrigada. – Sorri.

Nós despedimos e pegamos um táxi. Marke não voltaria hoje para Nova Iorque.

– Eu tô com muita fome, Arthur.
– Eu também, Lua. E a gente vai ter que almoçar rápido. – Ele Pontuou. – Já são quase uma e meia e eu adiei as passagens para duas horas.
– Não parecia que ia demorar tanto. – Comentei. – Você tá feliz?
– Estou. – Arthur sorriu e apertou levemente minha mão e não falou mais nada.

Aeroporto de Liverpool | John Lennon – Uma e meia da tarde.

Chegamos ao aeroporto e fomos logo fazer o check-in. Não ia demorar muito para que começassem a chamar para o embarque, mas antes, eu e Arthur iriamos almoçar.

– O que você vai querer comer? – Arthur me perguntou assim que encontramos um restaurante mais vazio. Nenhum de nós gostávamos de comer em lugares cheios, a gente nunca conseguia comer à vontade; as pessoas ficavam olhando. O bom de viagens rápidas, era que as pessoas não sabiam que ele estava ali.
– Carne assada, salada, verduras cozidas e batata-frita. – Respondi e Arthur riu.
– Depois fala da filha. – Ele comentou pegando o cardápio.
– E você?
– Uma torta de frango com salada. – Me respondeu. –  Suco de maracujá, certo? – Me perguntou e eu assenti. Depois ele chamou o garçom. Fez nossos pedidos e ficamos aguardando. – Você vai marca a consulta quando?
– Quando eu chegar em Londres. Amanhã é dia da Eliza consultar também. – Respondi.
– Certo. Você me fala depois o que ela disser.
– Tá bom. – Concordei. – Mas parece que já tá parando.
– Mesmo assim. Quase dez dias, Lua. – Arthur comentou calmamente e me encarou. – O que foi?
– Nada. Será que vai dar tempo de você levar a Anie na aula de balé?
– O voo deve chegar umas quatro e pouco, Lua. Vai dar tempo de ela ir na aula das cinco. Com certeza seus pais vão querer ir vê-la.
– Isso é verdade.

Nosso almoço chegou e comemos rápido. Porque já estavam chamando para o embarque. Arthur pagou a conta e nós fomos para o portão D.

– Não dorme de novo, Arthur. Foi entediante. Fiquei acordada o voo inteiro. – Falei assim que me sentei na poltrona. Arthur riu.
– E porque você não dormiu também?
– Até parece que eu consigo. – Revirei os olhos.
– E eu vou ficar acordado fazendo o quê?
– Sei lá... a gente pode conversar sobre alguma coisa... – Sugeri.
– Já sei... Então quer dizer que o Ryan não quer perder você?
– Outro assunto, Arthur. Por favor. Eu nem sabia dessa história. – Afirmei e ele riu.
– Não quero nem pensar na possibilidade de você receber uma proposta para ir trabalhar em Nova Iorque. – Arthur confessou. – Embora eu torça bastante para que você seja realizada no seu trabalho. Eu creio que eu posso suportar ainda mais o Ryan se você estiver feliz trabalhando aqui.
– Por favor, Arthur. Nunca passou pela minha cabeça mudar de cidade. Você sabe. Nossa casa é aqui. Eu sou feliz aqui. – Assegurei e Arthur segurou minha mão.
– Ryan tem que entender que ele é só o seu chefe.
– Eu não estou nem aí se ele imagina que seja algo a mais. Porque ele não é, e você sabe. – Pontuei.
– Eu sei, Lua. Eu tenho ciúmes e você sabe. E eu também não gosto que outras pessoas ajam de forma que parece bem possessiva sobre você.
– Só você... – Comentei divertida e Arthur fez careta.
– Eu não sou possessivo. Sou seu marido. E eu não decido as coisas por você. – Arthur deixou claro.
– Eu sei, Arthur. Eu não gosto que as pessoas decidam as coisas por mim. – Afirmei. – E eu só vou para o escritório hoje, porque tenho uns documentos para analisar. – Contei. – E não quero fazer isso em casa.
– A gente pega só um táxi. Você fica no escritório e depois eu vou pra casa. – Arthur praticamente deitou na poltrona.
– Tudo bem...
– Me dá um beijo... – Arthur pediu virando o rosto para me olhar.
– A gente já falou sobre isso. – Comecei e Arthur virou o rosto. – Falei que da próxima vez que discutíssemos, não íamos fazer as pazes assim, sem conversar.
– Tá certo.
– Não quero que fique chateado. Não somos mais adolescentes. Já somos maduros suficientes para entender que temos que conversar depois das nossas discursões.
– Não estou chateado. – Arthur retrucou.
– Então me olha. – Pedi e ele virou o rosto para me olhar. – Você sabe que se ficarmos nos beijando, vamos transar. – Pontuei e Arthur continuava a me olhar sério.
– Pedi um beijo, Lua.
– No escritório também começou com um beijo.
– Não transamos no escritório e íamos conversar naquela quinta-feira que você me deu um bolo. – Ele começou. – Mas como você bem ressaltou, somos maduros. E eu já entendi. Se você não quer e acha melhor assim, vamos fazer assim. Não vou insistir. – Ele afirmou.
– É por isso que precisamos conversar. – Enfatizei.
– Quando você quiser. – Arthur retrucou.

Não falamos mais nada o restante do voo e eu só queria que chegássemos logo em Londres.

Londres – Quatro e cinco da tarde.

Pegamos um táxi e Arthur falou o endereço do escritório para o motorista.

– A gente estava se dando bem... Por que você tinha que querer um beijo? Não consigo te beijar. Olho pra você e lembro que a gente tem tantos i’s para colocar os pingos. – Falei e Arthur me olhou.
– Pedi um beijo porque quero um beijo. E isso não é estranho. Eu tô sentindo sua falta. Estou dando o braço a torcer, mas você não quer. Não posso fazer nada, Lua. – Ele me disse.
– Você não está dando o braço a torcer. Quer que esqueçamos nossa briga sem conversar.
– Ah não? Você quer que eu peça desculpas por uma coisa que você fez. Isso não tem lógica nenhuma. – Ele me disse sério. – Você fala tanto em conversar, mas você não me diz quando quer conversar.
– Você disse que nem queria olhar na minha cara e nem ouvi a minha voz. – Falávamos baixo, mas com certeza o motorista estava escutando.
– Mas eu continuei olhando na tua cara e você não parou de falar. Então, não tenta arranjar desculpas, Lua. – Arthur suspirou. – Eu já estou cansado dessa discussão. A gente sempre volta para o mesmo ponto.
– Eu também não aguento mais. – Falei cruzando os braços.

O motorista dirigiu por mais alguns quilômetros até parar em frente ao escritório. Eu odiava cada discursão com Arthur. Porque eu sentia a necessidade olhar para ele todos os dias. E por mais que eu quisesse ignora-lo, eu não conseguia. E eu sabia que isso também acontecia com ele. Porque Arthur podia estar sentindo a maior raiva do mundo de mim, mas ele estava sempre preocupado comigo e perguntando se eu estava bem. E eu não conseguia sentir raiva dele. Arthur é um marido incrivelmente bom pra mim; embora, me estresse um pouco.

– Chegamos. – Falei e me virei para ele. – Foi bom fazer negócio com você. – Admiti.
– Eu acho o mesmo. Obrigada por me ajudar. – Arthur disse e me entregou o comprovante do depósito.
– Desculpa se eu tratei você mal quando estávamos resolvendo esse assunto. Eu confesso que devia ter sido mais profissional. – Suspirei e Arthur assentiu.
– Não tem o que se desculpar. Isso não nos atrapalhou. – Ele abriu os braços e eu não consegui resistir aquele abraço e eu também nem queria resistir.
– Mesmo assim, Arthur. – Sussurrei ainda abraçada a ele.
– Era por isso que eu queria que fosse você, Lua. – Confessou. – Só podia ser você. – Arthur beijou minha bochecha e nos afastamos.
– Obrigada. – Agradeci e ajeitei meu casaco. – Dá um beijo na Anie. – Pedi.
– Pode deixar. – Arthur sorriu.
– Talvez eu chegue um pouco mais tarde. – Avisei antes de fechar a porta do carro e Arthur assentiu sem dizer nada.

Pov Arthur

Ainda no táxi, mandei uma mensagem para Carol. E ela disse que Anie já estava arrumada me esperando para ir a aula de balé e que estava muito inquieta também. Eu podia imaginar. Anie odiava se arrumar e ficar esperando para sair; nisso ela se parecia comigo. Mas eu não tinha muita escolha, tinha que esperar ela e Lua se arrumarem do mesmo jeito.

Cheguei em casa quinze para as cinco. Paguei o taxista e peguei a chave para abrir a porta de casa. Anie estava no sofá balançando as pernas sem parar.

– Oi, meu anjo. – Falei fechando a porta.
– Papai! – Ela exclamou. – O senhor demolou por quê? Eu já tô arrumando um monte de tempo. – Ela reclamou.
– Desculpa, filha. Mas eu já cheguei. Só vou no banheiro rapidinho, ok? Cadê seus avós? Acho que eles querem te ver na aula. – Comentei subindo a escada e Anie veio atrás de mim.
– Tão lá em cima. É. Eles vão me ver. – Ela assegurou.
– Sua mãe te mandou um beijo. – Falei.
– E cadê a minha mamãe? O senhor tava com ela?
– Sim. – Respondi.
– Aaa tá... ela vai demolar?
– Só mais um pouco.
– Tá bom. – Anie se contentou.
– Você está uma boneca, sabia? – Falei e Anie sorriu. Ela estava toda de rosa. E eu só queria aperta-la.
– Obligada. Mas eu quelia outa roupa, mas a Carol disse que é essa.
– Sim, filha. Você tem que usar essa também. Quelo de outas coles. O senhor compla?
– A gente pode falar sobre isso com a sua mãe, certo? Ela que entende dessas coisas, Anie. – Respondi e Anie se deitou na cama.
– Cadê o celular?
– Já falei que não tem celular, filha. – Coloquei a carteira sobre o criado-mudo e fui para o banheiro. Quando saí, Anie ainda estava deitada na cama. – Deixa eu tirar uma foto da dona do coração do papai? – Perguntei, mas Anie colocou as mãos na cintura bastante chateada.
– Eu não quelo tilar fotos! Eu estou chateada! – Exclamou.
– A é? E eu posso saber por quê? – Indaguei me controlando para não rir.
– Por que eu não posso mais jogar no celular, papai?
– Porque eu decidi que você ainda é muito bebê pra ficar mexendo em celular.
– Mas eu quelo!
– Vamos! Eu vou tirar uma foto sua mesmo emburrada. E todos vão ver que você é uma garotinha birrenta.
– Eu não sou bilenta! – Ela falou bem na hora que eu tirei a foto.
– Ah não...?! – Sorri. – Vamos. Antes que você seja uma garotinha birrenta e atrasada. – Falei e saímos do quarto. Postei a foto de Anie no instagram com a legenda: A dona do coração do papai.


– Ah, você chegou. – Emma disse ao me ver. – Achei que Lua viesse com você.
– Não. Ela ficou no escritório. Nosso voo de ida atrasou uma hora. Chegamos bem tarde. – Expliquei. – Ela disse que chegará um pouco mais tarde.
– Entendi.
– Então vamos? Essa pequena bailarina estava muito inquieta. – John comentou segurando em uma das mãos da neta.
– Eu sei. Ela odeia se arrumar e ficar esperando alguém. – Contei. E John me entregou a chave do carro.
– É que eu quelia ir logo. – Anie se defendeu.

Entramos no carro e rumamos para a escola de balé de Anie.

Pov Lua

Ryan Advocacy and Consultory | Cinco e cinco da tarde.

– Lua? Eu preciso falar com você. – Ryan entrou na minha sala e fechou a porta com uma certa força. Eu me espantei com esse novo jeito que ele escolheu para avisar sua chegada e ergui o olhar para olha-lo.


– Pode falar. – Respondi deixando de lado os documentos que eu estava lendo.
– Eu gostaria de saber, o porque do seu atraso de hoje. Você praticamente chegou aqui no fim do expediente, Lua. – Ele começou.
– Você provavelmente deve saber com quem eu estava e o que eu estava resolvendo. Já que eu avisei a Hanna. Essa sua fala de desinformado não vai colar. Porque eu sei que você sabe. Agora você poderia ser mais direto e perguntar o que realmente quer saber, Ryan. Eu não estou com muita paciência hoje.
– Lua, Lua... viagens com o Arthur não fazem parte do seu trabalho. – Ele disse e minha reação foi rir diante do sarcasmo.
– Ryan, Ryan... – Eu me levantei. – Fazem sim, uma vez que foi uma viagem a trabalho. E você bem sabe que eu estava resolvendo o assunto da compra de um apartamento. Já que você é o dono do escritório e sempre está bem informado. – Finalizei.
– Você não está entendendo.
– Então me explique. Porque até agora, eu realmente estou tentando entender essa sua atitude um pouco... estranha. Você não está achando? Que tipo de satisfação você acha que te devo? Porque eu entendo que não seja nenhuma. – Pontuei, enquanto Ryan andava de um lado para o outro na minha sala. Eu permaneci em pé, com as mãos apoiadas na mesa.
– Eu sou o seu chefe, Lua. Você me deve satisfação sim. – Ele lembrou. Eu não sei o que esse cara tinha tomado. Estava parecendo até pegadinha.
– Eu viajei a trabalho. Ou você está tentando discutir o fato do Arthur ser meu marido também? Se fosse outro cliente, você teria vindo tomar essa satisfação? Eu não estou te entendendo, Ryan. – Confessei ainda sem acreditar no que ele estava me dizendo. – Aonde você quer chegar com essa conversa? – Acrescentei.
– Eu não pago você pra viajar com o seu marido. – Ele enfatizou.
– Cara? Qual o teu problema? Arthur pagou as passagens... – Comecei, mas Ryan me interrompeu.
– Eu só espero que ele não tenha incluído essas despesas no pagamento. – Ele deixou claro e eu rir.
– Se essa for a sua preocupação, pode ficar tranquilo. Arthur jamais faria isso. Inclusive... – Falei pegando o comprovante de depósito. – Ele já depositou o dinheiro na conta. Pode até ver... – Falei entregando o papel a ele. – Não tem nada a menos. E eu nem preciso ver esse papel. Ele pagou o táxi, as passagens e o almoço. O que mais você quer saber?
– É... parece que não viu mesmo. – Ele riu.
– O que você quer dizer com isso? – Perguntei já sem paciência.
– Tem cem libras a mais, querida Lua. Realmente Arthur deve ter adorado o seu trabalho.
– Aah... mas você não insinuou o que eu estou pensando. Olha, Ryan... mas me escuta bem. Nunca, jamais, em toda a minha vida até agora, um homem falou comigo dessa forma. Eu sou o tipo de mulher, que não costuma levar desaforo pra casa. Eu tenho uma paciência bem curta, mas tão curta, que você pode nem ver. O meu marido sabe exatamente como eu sou. E ele sempre me respeitou, como mulher e como profissional. Se eu viajei com ele no meu horário de trabalho, foi porque esse assunto só poderia ser resolvido em Liverpool. Arthur veio aqui, falou com a Hanna, assinou o contrato e fez o pagamento. Eu não estou entendendo essa sua revolta. Você não costuma pedir relatórios dos clientes que eu atendo. E eu acho melhor permanecer desta forma. Eu não estou me importando se você é dono dessa empresa, se é o meu chefe... a partir do momento que você me ofende, eu tenho todo o direito de me defender e cá entre nós, nós dois somos conhecedores desse direito. – Suspirei tentando controlar a minha raiva. Mas juro, a linha já estava quase invisível. – Quando você me contratou, eu não me lembro de ter assinado algum documento que me proibisse de trabalhar para o meu marido ou qualquer outra pessoa da minha família ou até mesmo, um amigo em uma eventual situação. – Acrescentei.
– Você sabe como as coisas funcionam, Lua. Eu nunca escondi de você.
– É melhor você me respeitar, Ryan. Eu acredito que você não esteja me confundindo com a Olívia. Pois nós somos completamente diferentes. E é claro que você já deve ter notado isso ao longo de todos esses anos que trabalho aqui, já que eu sempre ignorei como as coisas funcionam, como você mesmo acabou de dizer. Não é mesmo? – Insisti e ele sorriu debochado.
– Eu jamais te confundiria com ela, você deve saber que é bem melhor.
– Profissionalmente você tem toda a liberdade para fazer esse tipo de comparação. Mas eu não costumo perder meu tempo fazendo esse tipo de coisa. Agora se você estiver levando para o outro lado, eu preciso te dizer que, você jamais saberá. Espero ter deixado claro. Não gostaria de ter que repetir isso uma outra vez. Eu odeio ficar repetido as coisas.
– Você precisa saber quem é que manda. – Ryan se aproximou da mesa. Mas eu não me movi.
– Eu mando em mim. – Deixei bem claro. – E eu não tenho medo de você, Ryan. Meus pais me ensinaram a enfrentar as coisas e nunca abaixar a cabeça para ninguém. Seja quem for. Se você acha que com a sua posição, o seu tom de voz, a sua postura, você vai me intimidar? Aah... mas você está extremamente enganado. Somos adultos, e eu tenho um marido que ama me provocar falando nas entrelinhas, então, eu sei exatamente do que você tá falando e aonde você quer chegar. E eu te aconselho a parar... porque eu costumo tomar as minhas próprias decisões e posso te garantir, que eu saindo daqui, não perco nada. Já você... parece que já perdeu bastante dinheiro em Nova Iorque, não é mesmo?
– Do que você está falando? – Ele perguntou espantado e se afastou uns dois passos da mesa.
– Ah... você sabe exatamente do que eu estou falando.
– Quem te contou, Lua? DIZ! – Ele gritou.
– NÃO GRITA COMIGO! QUEM VOCÊ PENSA QUE É? – Gritei de volta batendo na mesa. A minha paciência é quase inexistente e nesse momento ela tinha voado para bem longe. – Eu acho melhor você abaixar esse tom de voz. Porque eu não tenho medo de gritaria. – Contei.
– Você trabalha pra mim. Me deve respeito. Eu não quero saber de viagens em horário de trabalho. Eu sabia que teríamos problemas desde que vi Arthur aqui quase a semana toda.
– O seu problema não foi a viagem. Foi ela ser com o Arthur. O que você precisa entender e eu nem devia estar explicando, é que eu e ele somos casados. O que acontece entre eu e ele, eu não preciso te dizer. Isso não te interessa. E quanto a viagem, foi extremamente profissional. Nós sabemos muito bem separar as coisas. – Finalizei respirando fundo. – E se for continuar dessa maneira, eu peço demissão. Uma coisa que eu não nasci, foi pra aturar ordem de homem, ainda mais de homem que acha que manda em mim. Realmente, você não me conhece, Ryan. Porque se conhecesse, jamais teria vindo falar comigo dessa forma. Ainda mais, sobre esse assunto. – Ressaltei.
– É você que não me conhece, Lua.
– Você tem razão, e o pouco que eu conheço, eu não gosto. – Dei de ombros.
– Eu só quero deixar bem claro uma coisa, não irei tolerar outra dessa.
– O mesmo eu te digo. E se eu tiver outro assunto para resolver e eu precisar viajar para isso, eu vou viajar. E não vai ser você quem vai dizer que sim ou que não. – Falei séria. – Que isso fique bem claro pra você. Como eu já disse, a minha paciência é pouca para tolerar esse tipo de coisa.
– Eu sempre deixei meus interesses bem claros, Lua. Você sabe muito bem disso. Não sei por que está surpresa. – Ele parou novamente em frente a minha mesa.
– Não estou surpresa. Eu só gostaria de não está passando por essa situação que não me agrada nenhum pouco. Você está querendo cobrar de mim, coisas que você não tem direito nenhum. Nós não temos nada fora desse escritório, Ryan. E eu nunca dei esperança de que um dia teríamos.
– Talvez esse tenha sido o seu erro... eu não costumo perder. Creio que a ainda não acabamos. – Ryan me avisou.
– Nunca vamos nem começar. – Afirmei. – E é melhor que você entenda. Arthur já não suporta você e eu tenho certeza de que quando ele souber... Aah, Ryan... as coisas ficaram bem mais complicadas.
– Por que? Você vai contar? Achei que resolvesse seus problemas sozinha.
– Eu estou resolvendo. Ou você me viu chamar alguém para tirar você daqui com todo esse seu autoritarismo e falta de respeito? – Provoquei. – Mas uma coisa que eu e Arthur fazemos questão de que nunca falta entre nós é contar absolutamente tudo o que está nos incomodando e no momento, você ultrapassou todos os níveis dos meus incômodos. Portanto, eu vou contar, apesar de não dever a você nenhuma satisfação do que eu pretendo fazer. – Conclui e Ryan riu.
– Certo. Se eu tivesse uma mulher como você, eu também faria questão de saber tudo. – Ele passou levemente o dedo indicador sobre os lábios.
– Do jeito que você age com mulheres como eu, você nunca terá uma. Mulheres como eu não se relacionam com homens como você. – Pontuei.
– É por isso que homens como eu, gostam de mulheres como você. – Ele insistiu. – Nós não costumamos desistir fácil. – Ryan acrescentou.
– Eu acho melhor você se retirar da minha sala. – Avisei.
– A minha sala. – Ele me corrigiu.
– Então faça bom proveito. – Falei irritada e peguei minha bolsa. – No fim do mês, quero o meu bônus além do meu salário. Afinal, eu sempre faço um ótimo trabalho. – Falei saindo da sala.
– LUA VOLTA AQUI! – Ele exigiu.
– O que tá acontecendo? – Hanna estava nervosa do lado de fora da sala.
– Ryan passou de todos os limites! – Exclamei. – Que droga! Cadê a chave desse carro?! – Falei irritada revirando minha bolsa.
– Ele fez alguma coisa com você? – Ela me perguntou preocupada me seguindo até o elevador.
– Só se ele me matasse antes. – Bufei de raiva. – É por isso que eu te digo que ele não vale a beleza que tem. – Acrescentei.
– Mas Luh... eu falo aquilo de brincadeira, você sabe. – Hanna justificou.
– HANNA! – Ryan gritou chamando-a.
– Se eu fosse você, não deixaria ele gritar dessa forma. – Avisei.
– Eu sou só uma secretária, Lua. – Hanna disse baixo.
– Até se eu servisse cafezinho, eu jamais deixaria ele gritar comigo também. – Falei e entrei no elevador. – Você vem?
– Quando eu crescer quero ser como você. – Hanna confessou, mas não entrou no elevador.

Pov Arthur

Londres | Segunda-feira, 16 de novembro de 2015 – Seis e meia da tarde.

Já tínhamos chegado da escola de balé da Anie. E ela adorou que os avós estavam lá. Agora Carol tinha ido banhá-la. John e Emma tinham ido para o quarto e eu também iria tomar um banho. Eu estava exausto.

Depois do banho peguei meu celular e fiquei vendo algumas fotos. Lua tinha postado uma foto da janela do avião e eu comentei a foto de Harry: Você costuma valer a pena. E coloquei um emoji de coração. Ele provavelmente comentaria de volta alguma indecência.

A porta do quarto foi aberta e eu acabei me assustando.

– O que aconteceu já? – Indaguei depois que vi que não era a Anie e sim, a Lua.
– Você nem imagina. – Ela jogou a bolsa sobre a poltrona e depois começou a tirar as botas.
– Deve ter sido algo grave. – Comentei e deixei o celular sobre o criado-mudo. – Você parece bastante irritada. Dessa vez espero não ter feito algo que eu nem saiba. – Acrescentei e Lua deu um risinho forçado.
– Estou bastante irritada mesmo. Mas dessa vez não é com você. – Lua respondeu.
– Achei que chegaria mais tarde...
– Eu também... vou tomar banho. Depois a gente fala sobre isso. Onde está Anie?
– Carol estava banhando ela. – Respondi e Lua foi para o banheiro depois de tirar o casaco e a meia-calça.

Eu não sei o que tinha acontecido, mas Lua estava muito irritada. Ela demorou quase meia hora no banho e quando saiu de lá, foi direto para o closet. Voltou vestindo uma camisola de listras e de manga comprida.

– O que foi que aconteceu? – Perguntei novamente e Lua sentou-se na cama.
– Uma coisa muito chata entre eu e o Ryan lá no escritório. – Lua começou.
– O que esse filho da puta fez com você, Lua? – Perguntei mudando meu tom de voz. Se ele tivesse encostado aquelas mãos na minha mulher, eu ia quebrar a cara daquele desgraçado. – Me diz, Lua. – Ela estava nervosa, mas não porque estava com medo. E sim porque estava com raiva.
– Ele chegou na minha sala todo autoritário querendo saber da viagem que nós fizemos. Mas ele não estava perguntando de um jeito que queria saber sobre o assunto que foi resolvido. Ryan queria porque viajei com você, Arthur. – Ela suspirou e eu não acreditei.
– Ele o quê? Parece brincadeira. – Eu rir sem vontade.
– Ele questionou as cem libras a mais...
– Achei que você tivesse visto. – Comentei.
– Não vi, Arthur. Eu só guardei o comprovante. De tudo o que ele disse, essa foi a pior parte.
– Do que você tá falando? – Eu me ajeitei na cama e encarei Lua.
– Ele insinuou que eu você tivesse me pagando por outros serviços. Falou que você realmente deve ter adorado o meu trabalho. – Lua passou as mãos pelo rosto e depois me encarou.
– Eu depositei aquelas cem libras a mais, pelo fato de saber que você tinha deixado seus outros trabalhos de lado para me ajudar com a compra desse apartamento e eu sei que você gostaria de ter dado conta dos outros trabalhos que você tinha para resolver. Você fez um ótimo trabalho, eu só reconheci. Esse dinheiro não foi do seu marido. A gente não já tinha falado sobre isso? Falei que jamais pensaria em te prejudicar no trabalho, porque sei o quanto você ama o que faz. Eu estava lá como um cliente. Por que ele veio implicar com isso?
– O problema dele nunca foi esse assunto, e sim, você. Ele tentou me intimidar, mas você sabe como eu sou. Eu falei muita coisa pra ele. Inclusive, falei em pedir demissão. Falei do assunto de Nova Iorque e ele ficou muito nervoso. Gritou comigo. Eu perdi a minha paciência hoje.
– Eu não vou conseguir não fazer nada, Lua. – Avisei e Lua me encarou.
– Eu estou te contando porque eu precisava falar disso pra alguém. Mas você não vai arrumar confusão. Está me ouvido?
– Você acha que eu vou deixar esse escroto falar com você desse jeito? Te tratar dessa forma? Eu sei que você é teimosa o suficiente e sabe se defender, mas você é minha mulher e nenhum homem vai falar com você desse jeito. – Deixei bem claro. – Quem ele pensa que é? – Perguntei sem acreditar. – Você sabe que eu já odiava esse seu chefe, agora então, nem sei que palavra usar.
– Ele ficou me ameaçando, dizendo umas coisas nada a ver... eu nunca liguei para ele dessa forma, você sabe, Arthur. Falei que acreditava que ele não estava me confundindo com a Olívia. E ele disse que eu sabia que era bem melhor que ela. E Ryan não estava falando de trabalho.
– Eu sei, Lua. E é por isso que eu não suporto ele. Sei que ele vive dando em cima de você. Mas eu confio em você. – Me aproximei dela. – Mas eu não confio nele. – Ressaltei. – Ele não tem direito de sentir ciúmes de você. Você não tem nada com ele. Como ele pode achar que tem algum direito de questionar a nossa relação, se nós somos casados? Eu não consigo entender.
– Eu também fiquei sem acreditar. Mas eu não fiquei surpresa com a postura dele. Eu sempre ignorei esse jeito dele de achar que manda em mim. Eu nunca dei esperanças pra ele, Arthur.
– Eu sei, Lua. Homens como ele não sabem cuidar de mulheres como você. – Pontuei e Lua começou a rir. – Do que você tá rindo? – Perguntei meio confuso.
– Eu disse isso a ele, Arthur. Ai eu não acredito que você falou isso. – Ela ainda ria.
– É a verdade, Lua. – Assegurei.
– Falei que a gente conversava sobre tudo o que estava nos incomodando. E que ele tinha ultrapassado todos os níveis dos meus incômodos. E ele disse que se tivesse uma mulher como eu, também iria gostar de saber de tudo. E eu falei que a forma que ele age com mulheres como eu, ele jamais teria uma. Mulheres como eu, não se relacionam com homens como ele. – Ela finalizou e eu sorrir de lado. Como eu queria beijar aquela boca.
– É por esse e por todos os outros motivos, que tenho orgulho de você. – Confessei. – E por mim, você nem voltaria mais lá. Mas como eu sei que você decide as suas coisas, eu não vou ficar discutindo com você sobre isso. Mas eu vou encontrar o Ryan, Lua. E você não vai se meter. – Avisie. – Você é a mulher que eu mais respeito no mundo. Eu jamais tratei você dessa forma. Você acha que eu vou ficar sem fazer nada ouvindo você me dizer que ele insinuou que eu paguei a mais porque fizemos outras coisas? Isso não seria uma postura de um homem que mesmo sabendo que você sabe se defender, ainda sim, sempre está preocupado e cuidando de você. Mesmo que você me ache um chato às vezes...
– Só às vezes... – Lua sorriu.
– Eu sei, Lua. Vem aqui... – Chamei ela para um abraço e eu estava rezando para que ela não recusasse.
– Eu vou só porque quero muito abraçar você também. – Confessou se aproximando.
– Tá bom... – Sorri puxando-a para abraça-la. – Nunca vou deixar ninguém achar que pode mandar em você. Eu estou tentando me controlar... – Confessei.
– Eu sei, Arthur. Eu te conheço. – Lua afirmou e me olhou. Nós ainda estávamos abraçados. – Mas eu já deixei bem claro para o Ryan que ninguém manda em mim. Só eu.
– Atrevida. – Pontuei. – Eu gosto disso, você sabe.
– Você me ama, Arthur. Quando é que vai me dizer isso de novo? – Lua perguntou com um sorriso contido.
– Eu te amo. E não é esforço nenhum eu te dizer isso. – Apertei a ponta do nariz dela.
– Você é o amor da minha vida. – Lua acariciou o meu rosto.
– Gostou que eu tirei a barba?
– Às vezes ela me pinica...
– Imagino onde. – Provoquei e Lua riu alto.
– Você sempre perverte a minha fala.
– Uhm... até parece que você falou em outro sentido. Mas agora não tá pinicando nada faz um bom tempo.
– Que exagero. Só uma semana, Arthur. – Lua pontuou.
– Uma semana que eu não te beijo, agora imagina contar os dias que a gente não transa?! Quando eu digo que você é má, eu não estou mentindo.
– Eu não sou má, Arthur.
– É sim. – Insistir e Lua me deu um tapa no braço. – Eu sei que você tá falando essas coisas todas, mas que ainda está nervosa. – Suspirei. – Deixa eu pensar em uma coisa pra você relaxar...
– Eu só relaxaria com uma coisa que eu não posso fazer no momento. – Lua retrucou.
– Falando nisso, você marcou a consulta?
– Marquei. Vai ser amanhã.
– Me liga quando acabar.
– A gente pode almoçar?
– Claro. É só você falar o horário. Eu vou está na produtora. Não parou ainda?
– Não... – Lua respondeu e eu rir. – Já até sei do que você tá rindo, idiota. – Lua revirou os olhos.
– Tá tudo bem?
– Um pouco bem. Esquece isso, Arthur.
– Eu sou tão carinhoso com você e você vem e faz essa besteira. – Comentei.
– Ai eu vou te matar! – Lua exclamou me empurrando na cama. Comecei a rir enquanto desviava dos tapas dela.

Continua...

SE LEU, COMENTE! NÃO CUSTA NADA.

N/A: Olááá! Boa tarde, meninas! Mais uma atualização! Estou feliz que estou conseguindo postar mais cedo hahaha

PS¹: Meninas! Como assim vocês não chamam a minha atenção para o meu equivoco de trocar o nome da cidade onde os pais da Lua moram? Eu escrevi Brighton no capítulo anterior em vez de Bibury. E eu fiz isso também na distância da cidade de Liverpool, eu coloquei a mesma de Brighton. Eu não sei o que me fez trocar o nome das cidades. MDS! Vocês sabem que eu sou muito detalhista haha eu não consegui alterar a distância, porque ia mexer no capítulo. Enfim, mas nesse aqui, eu coloquei a distância certa.

Espero que gostem do capítulo. Fiz ele bem grandão novamente (estou nessa vibe haha) WOW! Que teve um estresse inesperado aí para a Lua, mas que já vinham aparecendo em alguns capítulos os comentários do Ryan para com ela.

O que acharam do Ryan cobrando de Lua coisas que não são do interesse dele? Foi engraçado e meio esquisito. Mas a gente sempre soube que ele dá em cima dela, até na frente do Arthur. Mas Lua sambou muito né? Bem plena na classe com suas respostas. Fiquei impactada aqui escrevendo haha

Comentem bastante! Eu estou adorando a interação de vocês e estou sempre respondendo as dúvidas e agradecendo os comentários. Obrigada mesmo!!!

Anie que coisa mais fofa haha Toda chateada com o pai. Vocês gostam dos links do post do insta? Eu amo! <3

PS²: Gostaram da publicação do insta do Harry? Haha encontrei essa foto e achei a cara dele (inclusive, é ele na foto. Real.oficial)

O nosso casal segue tentando ter uma conversa (que sairá no próximo capítulo. Spoiler) O que acharam da reação do Arthur? Ryan que se prepare! Ninguém avisa ele não.

Eu amo esse casal <3 É isto! Fim. Mentira hahaha eles podem tá precisando de uma conversa urgente, mas eles se respeitam tanto e se aaaaaamaaaam!

PS³: Quem aí abriu os links dos looks? Lua bem sexyyy mesmo! Por isso o Aguiar não estava resistindo. Mas né, ela segue firme e forte no “precisamos conversar antes.”

PS4: Agora vocês conhecem o Ryan. (Abriram o link né?)

PS5 (e o último): Me leve de volta pro sentimento de quando. Tudo fora deixado para ser encontrado... Aaaah esse trecho dessa música que foi trilha sonora do capítulo deu certinho com o finalzinho do capítulo não é mesmo? <3

Um grande beijo e até a próxima atualização...

15 comentários:

  1. Porraaaaaa, milly q capítulo foi esse,muitoooo bom estou sem palavras. Ryan é um gato mesmo, mais como lua disse o caráter dele ñ vale a beleza q tem. O cara é maluca de falar com a lua daquele jeito, com total falta de respeito querendo cobrar coisas q ñ é do interesse dele. Lua é totalmente dona de si, achei bem pregado tudo o que ela disse com ele. Já estou louca para ver oq o Arthur vai dizer com o merda do Ryan. Anie estava um amorzinho, toda impaciente puxou ao papai. Estavam lindos os looks e sim lua estava muito sexy, foi para provocar o Arthur só pode, mais o Aguiar tbm é uma tentação vamos comninar rsrs. Xx adaline

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    1. AAAAAAAH MUITO OBRIGADA, ADA SUA LINDA! 🥰❤

      Sim, ele é bonito mesmo. É como a Hanna diz: É um pedaço de mal caminho. Mas pena que é escroto, gosta de mandar nos outros que não tem nada com ele. Enfim...

      Lua é muito maravilhosa! Não se cala pra ninguém e nem tem medo! É disso que a gente gosta, Brasil!!! Bem dona de sim como você bem colocou.👏😊

      Meeeeninaaa... Arthur também está ansioso para este encontro. Ryan que se prepare.

      Aaaah Anie faria falta se não estivesse nessa fanfic. Que neném mais fofa 😍

      "Lua estava muito sexy, foi para provocar o Arthur só pode" Sim, claro ou com certeza? hahahaha 😂😂 #ElaPode

      Arthur é um liiiiindooooo! E ele nem faz esforço pra provocar.🌚🤭

      Obrigada pelo comentário e pelo carinho de sempre.

      Um beijo!

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  2. Cade essa reconciliação???? Eu amo esse casal.
    A Lua deveria converaaer mais com o Arthur..
    Radinho só quer um beijinho hahahah

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    1. Acontecerá em breve. Dei spoiler no N/A pode ver haha

      Eles estão sempre conversando... só não conversaram sobre essa última discussão que é o que está rendendo. 😩

      KKKKKKKKK Lua tá deixando o Aguiar sofrer um pouquinho.

      Beijos.

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  3. vou ler algum cap que eles estão juntos, pq to com saudade do meu casal

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    1. Kkkkkkkkkkkkkk logo, logo (no próximo capítulo) vocês matarão a saudade de ver esse casal juntos ❤

      Beijos.

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  4. Que capítulo foi esse Brasil? Não vejo a hora deles se acertarem, Anie chateada é a coisa mais linda. Amei o look da Lua! Ryan é um idiota total.
    Lily

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    1. Em breve eles irão conversar. Não se preocupe. Hahaha Anie é a bebê mais fofa 😍🥰

      Sim. Ryan foi muito idiota!

      Obrigada pelo comentário, Lily.

      Beijos.

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  5. Ameiii demais Milly *___*
    Nossa nunca gostei do Ryan mas nesse capítulo o meu desgosto por ele aumentou mais ainda, que cara escroto, ainda bem que a Lua respondeu a altura e colocou ele no lugar, mas ainda quero que o Arthur fale com esse ridículo do Ryan.
    Gente o que é esse casal,simplesmente maravilhoso, em um momento eles estão quase se matando e no outro estão se amando kkkk não vejo a hora deles conversarem e colocar os pingos no i's!!!
    Anie é a coisa mais fofa do mundo!!! *___*
    Já estou mega ansiosa para o próximo capítulo!!!
    Caroline

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  6. Amei muito esse capítulo!

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  7. Amei capítulo.
    By:Sofia costa

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  8. Milly, eu ameiiii o capítulo meu Deus, esse Ryan não vale nada mesmo, Lua simplesmente arrasou.
    Eu amo demais esse casal com todas as forças e a Anie é simplesmente um amorzinhoo!!

    Finalmente to conseguindo atualizar!

    Feh :)

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