Little Anie - Cap. 76 | 3ª Parte - Final

|

Little Anie
Little Anie | 3ª Parte – Final






Pov Lua

Eu não sei que horas eram. Mas fazia bastante tempo que estávamos aqui embaixo. Já tínhamos saído da piscina – depois de mais de uma hora dentro dela e três orgasmos que literalmente me deixaram de pernas bambas. Tive que me segurar em Arthur, apesar de saber que ele me manteria de pé. Comentei também que seria bom que secássemos a piscina quando saíssemos e Arthur disse que eu era paranoica. Eu só não queria deixar a água lá –, mas ainda estávamos do lado de fora da casa, especificamente na varanda – e já tínhamos transando mais uma vez. Eu não sei o que estava acontecendo. Mas eu ainda não tinha cansado e Arthur muito menos. Agora estávamos sentados um de frente para o outro. Eu tinha uma toalha cobrindo da cintura pra baixo, era até irônico eu querer me cobrir depois de tudo. E Arthur também, mas tínhamos nos enxugado e ele acabou deixando a toalha ali. Ele me encarava com um sorriso de lado. Daquele jeito maroto, muito, muito, muito safado. Estávamos em silêncio há mais de quinze minutos, apenas nos olhando. Mas isso não nos incomodava.

– O que foi? – Indaguei preguiçosamente.
– O que foi o quê? – Provocou, passando um dos pés na minha perna. Ele estava quase deitado na poltrona.
– Fica me olhando desse jeito, parece que vai me comer. – Respondi, chutando o pé dele.
– Ai. – Ele riu. – Mas eu ainda quero te comer. Como adivinhou? – Sorriu, daquele jeito sensual. – Só estou dando um tempo para eu me recuperar. Sabe, não sou de ferro, querida. – Disse, passando as mãos pelos cabelos.
– Seei... e acha que eu sou de ferro, por um acaso? – Provoquei, envolvendo meus seios com as mãos. Arthur me encarava demais.
– Claro que não. Mas essa sua libido insaciável não me deixa pensar outra coisa. – Falou, me jogando um beijo no ar.
– Ah, até parece que é só a minha libido mesmo. – Revirei os olhos.
– Deixa de fingir que isso te ofende, Luh. – Comentou, cheio de graça. – Sei que adora.
– Estou cansada. – Falei, soltando meus seios e descendo as mãos pela minha cintura. Arthur acompanhou cada gesto meu. Tirei a toalha que estava cobrindo minhas partes íntimas e deixei ao meu lado. Óbvio que eu estava mentindo e Arthur sabia disso.
– Aham... e quer vim mentir logo pra mim?
– Não acha que já transamos muito só agora?
– O que eu acho é que transamos o quanto queríamos e eu quero mais, caso você queira também e eu sei que quer. – Respondeu. – E não me olha como se isso te chocasse. Sei que deve estar querendo rir.
– Mas eu estou chocada. – Fingi direitinho minha voz de incredulidade e Arthur riu alto, me fazendo chuta-lo outra vez. – Também não é para acordar os vizinhos e muito menos a nossa filha. Cara, você nem sabe ser discreto. Eu hein, Arthur!
Cara. – Ele riu. – É muito engraçado você falando essa palavra. – Ele continuou rindo, me fazendo rir também.
– Para...
– Eu nem estou fazendo nada, Lua. – Comentou. – Aliás, o que é uma perda de tempo. Nem deveríamos estar falando agora. – Riu, piscando um olho.
– Sabe, eu não sou de ferro... – O imitei, me levantando da poltrona e ficando de pé na frente dele. – Mas acontece que você é quem tem a libido mais insaciável que a minha. – Tirei a toalha que estava sobre sua coxa, jogando-a para um canto qualquer. Arthur ficou me encarando e suas mãos subiram para a minha cintura, me puxando para mais perto.
– Aham... sou insaciável. E você?
– Eu... bom... eu... – Na verdade, eu não achei uma resposta rápida e Arthur riu.
– Deixa eu te dizer o que você é... – Começou. – Você é maravilhosa. Muito gostosa e safada. E eu adoro quando é safada quando estamos assim, sabe? Você me deixa excitado mesmo quando sua intenção não é essa. E fico com tanta vontade de me perder em você sempre que me olha assim... desse jeito que me provoca e fica me desafiando silenciosamente. – Contou, e eu sorri sem mostrar os dentes. Dando mais um passo para sentar em seu colo; de frente para ele. – Aah, não faz assim... sabe o que acontece quando faz isso? – Me perguntou quando arranhei sua nuca e passei os lábios por seu pescoço; distribuindo beijos molhados por ali. Neguei levemente com a cabeça, me fazendo de desentendida. E ele continuou. – A gente sempre acaba transando de novo.
– É?
– É... – Arthur assegurou.
– Você também é gostoso. E eu sempre quero mais quando estamos juntos. Porque é tão maravilhoso, que eu não canso. – Arthur desceu as mãos para as minhas coxas. E começou a beijar meu peito. – Eu adoro que seja você... – Não precisei dizer mais nada, porque ele sabia o que eu estava falando.
– Eu também. – Ele sorriu ao levantar o rosto para me olhar. – E que seja você. Que seja nós dois. Eu não consigo imaginar outras pessoas senão, nós dois. – Disse por fim, beijando meus lábios. Puxei seus cabelos levemente e o empurrei, para que ele encostasse as costas na poltrona.
– Eu vou ficar dolorida... – Comentei, fechando meus olhos para não ver a expressão de Arthur. Com certeza ele tentaria segurar o riso.
– Eu acho que vai ficar um pouco sim. – Eu podia notar um sorriso em seus lábios. Não que fosse engraçado. Mas comentar isso levava a ter essa reação, ele querendo ou não.
– Me faz lembrar de como foram as horas anteriores. – Falei. Arthur mordeu meu lábio inferior, antes de concordar.
– Sempre acaba sendo um pós-sexo gostoso. – Acrescentou.
– É...

Levantei um pouco os quadris, para que Arthur me penetrasse outra vez. E foi o que ele fez; bem devagar. Como se fosse me machucar se tivesse entrando mais rápido. Suas mãos passaram pelo meu bumbum e logo voltaram para a minha cintura. Comecei a me movimentar devagar; subindo e descendo sobre ele.

– Assim, amor... bem devagar... – Ele sussurrou em meu ouvido.

Soltei um gemido baixo, grudado os lábios nos dele. O beijo começou lento, e à medida que foi se intensificando, meu ritmo também foi aumentando e Arthur abandonou minha cintura, levando as mãos para o meu rosto.

– Eu vou gozar agora, se continuar assim. – Arthur disse. Segurando meu rosto para que eu o olhasse. Eu não me importava com essa ordem de quem tem um orgasmos primeiro. Apesar de gostar de chegar ao ápice junto com ele. Saber que Arthur estava no limite, me deixava mais excitada ainda.
– Eu não vou parar... se é isso que você está pedindo. – Assegurei, roçando o nariz no pescoço dele. Um de seus braços estava em volta da minha cintura. Sua mão me apertava ali cada vez mais. E sua outra mão segurava a minha junto ao seu peito. Enquanto eu acariciava sua nuca com a outra mão.
– Ai meu Deus! – Ele exclamou, me apertando contra ele. – Desse jeito... eu vou... – Arthur não precisou dizer mais nada. Senti seu corpo ficar rígido e segurei seu rosto, beijando-o, calando seu gemido.

Passei as mãos pela sua nuca, minutos depois e Arthur abriu os olhos.

– Você não...? – Ele me encarou e eu neguei com um manear de cabeça. – Eu falei pra diminuir o ritmo.
– Eu quero ir para o quarto. – Levantei um pouco, apenas para que Arthur saísse de dentro de mim.
– Ah, Lua! Você só pode estar brincando comigo. – Ele comentou incrédulo. – Meu amor... eu não quero te desapontar, mas eu ainda preciso me recuperar. – Ele abaixou a cabeça, me fazendo abaixar a minha também e olhar para onde ele estava olhando.
– Eu sei, Arthur. – Soltei um riso baixo. – Mas eu quero ir pra cama, quero estar lá da próxima vez. – Puxei seus cabelos e mordi seu lábio inferior.
– Dá próxima vez... – Ele repetiu.
– Uhm... Qual é, Arthur? Acha que não aguenta mais? Que seu amiguinho assanhadinho não levanta mais hoje, é? Olha, eu não conheci o meu marido assim. É bom que eu esteja errada. – Falei sem parar para não dar tempo dele me interromper.
– Engraçadinha... – Arthur me deu tapa meio forte no bumbum, que me fez gritar por não estar esperando. – Para a sua felicidade, ele ainda levanta e muito. Mas eu sou de carne e osso, e depois de... o que... cinco orgasmos? É natural que eu precise de um tempo para me recuperar depois de você ter acabado comigo mais uma vez. E nem vem fingir que não precisa de um tempo também... – Provocou. – E sim, você está errada. Eu ainda me garanto, Lua! – Exclamou.
– Que bom. E é, talvez eu precise de um tempo também. Coisa pouca. – Dei de ombros.

Mentira. Mentira. Mentira.

Eu estava completamente dolorida, mas doida para sentir Arthur outra vez. É pecado? Se for, a culpa é toda dele por ser tão gostoso assim.

– Ah tá. – Retrucou descrente. E eu levantei de seu colo, pegando a minha toalha e me enrolando. – Vai secar a piscina?
– Por que tá insistindo nisso? – Ele também levantou e pegou a toalha. – Cadê minha bermuda e a minha cueca?
– Está aqui. – Respondi, mostrando para ele as roupas junto com a minha. – Então, vai deixar ela cheia? – Franzi o cenho e Arthur me olhou desconfiado. Como se tivesse me avaliando.
– Tá perguntando por que transamos lá dentro? – Ele não disfarçou que queria rir.
– Nós gozamos lá dentro. – Pontuei e ele desistiu de segurar a risada. – Para de rir. Parece que está tirando sarro de mim. – Reclamei.
– Desculpa, meu amor. Mas é engraçado. – Afirmou e eu lhe dei um tapa no braço. Antes de me virar para entrar em casa. – Ei, linda? Volta aqui! – Me chamou. Mas continuei andando até sentir meus braços em volta da minha cintura, me puxando para perto dele. – Para, Lua. Tá... amanhã eu seco ela, se você faz tanta questão assim. Deixa de ser boba. – Beijou meus cabelos.
– Não estou sendo boba. Falei uma coisa séria. Não uma piada. – Retruquei.
– Está bem. Está bem. – Ele concordou, desistindo de prolongar o assunto. Eu também não queria me aprofundar nisso.

Chegamos ao quarto e Arthur foi para o banheiro. Eu deixei as nossas roupas em cima de uma das cadeiras que tinha no quarto. E tirei a toalha, me deitando na cama logo depois. Uma vez nela, talvez eu só quisesse dormir. Estava confortável demais para eu mexer um músculo sequer. Isso se perdeu quando Arthur deitou ao meu lado. Ele estava nu. E eu não pude evitar um suspiro. Talvez agora eu não quisesse mais dormir. Ele sorriu.

– O que foi agora?
– Eu pensei que queria dormir. – Comentei e ele levou um das mãos até meus cabelos.
– Talvez você queira, mas não tanto quanto me quer... – Se gabou e eu acabei sorrindo.
– Talvez você esteja certo. – Encolhi os ombros e Arthur se aproximou.
– Uhm... Linda! – Beijou meus lábios lentamente.

Ficamos nos beijando durante um tempo, até o ar se fazer necessário. Nos afastamos e Arthur acariciou meu rosto.

– Eu adorei esses dias. – Começou. – Estávamos precisando. É como se fosse uma segunda lua-de-mel. Por que demoramos tanto para fazer algo assim? – Me perguntou.
– Talvez porque nossas férias nunca tenham se coincidido?
– As suas não. Nem parece que você as tem. – Arthur retrucou me fazendo revirar os olhos. – Pode revirar os olhos. Estou com a razão mesmo! – Disse convencido. – Você sempre arruma uma desculpa. – Acrescentou.
– Não é verdade... – Tentei me defender. Era verdade.
– Ah tá. – Retrucou. – Mas enfim, conseguimos apesar de tudo. O que achou?
– Eu adorei. Quero repetir. – Falei contente, o fazendo alargar o sorriso.
– É claro que iremos repetir. Conseguimos mais tempo juntos do que imaginávamos, mesmo com a nossa filha aqui e ela se divertiu tanto. Eu faço qualquer coisa para ver toda aquela alegria sempre.
– Siiiiiim! Ela adorou! – Exclamei. – A parte da tartaruga foi a melhor. – Comentei divertida.
– Você já quis tanto uma coisa que não podia ter? – Perguntou. E automaticamente o problema de não poder ter mais filhos veio em minha mente. Acho que Arthur percebeu, porque chamou a minha atenção. – Não, Luh. Eu não quis dizer isso. Na verdade... Eu, eu estava falando de quando você era criança. – Esclareceu. – Entendeu?
– Tudo bem... talvez sim, acho que toda criança quer alguma coisa que não pode ter naquele momento. Você já? – Tentei boquear o assunto em minha mente.
– Talvez é uma resposta bem vaga. – Ele fez um bico. – Eu gostava de golfinhos. Sempre os achei inteligente. Pensei que dava pra criar na piscina de casa. Mas minha mãe disse que ele morreria se isso acontecesse. Eu também fiquei chateado como a Anie ficou quando falei que a tartaruga não estava à venda. – Contou e automaticamente eu comecei a gargalhar, me lembrando de uma coisa.
– Arthur, você sabia que o golfinho é o animal que tem mais tesão?
– Eu era criança, não sabia dessas coisas, Lua. Para de perverter tudo o que eu digo, tá? Sua safada... – Ele apertou minha coxa que estava sobre a dele.
– Fiz só um comentário. – Falei passando as mãos em seus cabelos.
– Hum... – Ele murmurou. – Diz logo que você sempre teve tudo o que quis quando criança? Aposto que era tão birrenta quando a Anie é hoje.
– Não foi eu quem ficou chateada por não poder criar um golfinho na piscina de casa. – Zoei. – Eu não me lembro de ter passado vontade de ter algo um dia. – Respondi.
– Depois diz que nunca foi mimada. – Arthur retrucou vindo para cima de mim.
– Eu nunca fui mesmo. – Assegurei e ele riu. – Estou falando sério!
– Eu acredito, ora. – Ele beijou meu pescoço. – Eu já me recuperei faz tempo, mas como você não insinuou nada. Eu resolvi fazer algo a respeito. – Falou baixinho, descendo os lábios para meus seios. Segurei em seus cabelos, puxando-os. – Espero que ainda esteja com aquele fogo todo. – Comentou, voltando a chupar um dos meus seios.
– Depois disso, nem se eu não quisesse estar. – Afirmei, gemendo logo em seguida.
– Eu te amo tanto, Lua. Nunca vou cansar de te dizer isso. – Falou me beijando rapidamente. E depois me penetrou devagar, como fez da última vez. Era fato que eu estava dolorida e Arthur sabia disso. Eu adorava esse jeito carinhoso, preocupado e cuidadoso dele. O que mais eu poderia exigir dele? Nada. Simplesmente nada.
– Entra mais fundo. – Pedi entre um gemido e outro. Eu tinha que ter falado antes que o amo também. Mas a primeira frase saiu mais rápido do que pensei. E Arthur sorriu, indo mais fundo, me fazendo arquear as costas. – Ai... mais rápido... por favor... – Implorei. Fechando os olhos quando o sentir voltar a envolver um de meus seios com a boca. E intensificar os movimentos, levantando um pouco mais minhas pernas. – Só mais um... pouco... – Pedi novamente.
– Tudo bem, meu amor... – Ele diminuiu o ritmo para me esperar. Levantou a cabeça e me beijou nos lábios. – Eu adoro quando é bem devagarzinho... – Confessou, diminuindo ainda mais o ritmo.
– Eu sei... eu sei, meu amor. – Soltei um gemido baixo. Apertando as pernas ao redor da cintura dele. – Eu... eu também... te... – Fechei meus olhos sentindo meu corpo tremer quando chegamos ao clímax.
– Shhh... – Murmurou, colando os lábios nos meus outra vez. Entrando e saindo sem parar, mas tão devagar, que a minha única reação foi aperta-lo dentro de mim toda vez que fazia isso.
– Por que não... – Tentei falar depois de um tempo. Arthur ainda estava dentro de mim. Mas agora imóvel.
– Não o quê? – Indagou beijando o vão entre meus seios.
– Me deixou falar... eu queria ter falado que te amo naquela hora. – Expliquei.
– Não quero me gabar... – Começou. – Eu sabia o que ia dizer, eu quis te beijar. Mas você pode dizer agora, vou adorar ouvir. – Sorriu.
– Eu também te amo tanto, Arthur. – Falei, sentindo ele me encher de beijos nada inocentes. – Eu estou completamente cansada e...
– Eu já sei. – Ele sorriu. – Tudo bem, já passou da hora de dormir mesmo.
– Eu ia dizer que estou com sono também. Seu engraçadinho. – Belisquei sua barriga.
– E o que foi que eu disse?
– Você pensou outra coisa, que eu sei.
– Isso é você quem está dizendo. – Arthur deu de ombros. – Você quer alguma coisa?
– Só mais um beijo e dormir... – Respondi.
– Ok, madame. – Arthur se aproximou, tocando meu rosto com o dorso da mão. E me beijou lentamente. – Bons sonhos. – Desejou.
– Bons sonhos... – Repeti sorrindo.

Puxei o lençol para me cobrir e Arthur saiu da cama indo para o banheiro novamente. Eu não vi a hora que ele voltou de lá.

Pov Arthur

Quando voltei para a cama, Lua já havia pegado no sono. Me deitei com cuidado ao seu lado, mesmo sabendo que apesar do seu sono leve, ela não acordaria naquela hora. Estava muito cansada para isso.

Sorri baixinho, puxando o lençol para me cobrir também. Suas bochechas estavam rosadas. E eu queria abraça-la, mas o ar ainda estava muito quente. Mesmo depois de tomar um banho rápido, eu podia sentir a quentura que emanava do meu corpo. Era melhor que eu dormisse logo. Mas como dormir? Apesar do cansaço pós-sexo que não foi pouco, diga-se de passagem. Eu não tinha sono. Só conseguia pensar nas vezes que nos amamos na noite passada e na madrugada.

Lua era incrível e sempre me surpreendia. Um dia ela ainda me mataria. Só de pensar nisso, meu coração batia mais rápido só de pensar no tipo de morte que insinuei. Senti vontade de rir, mas não podia fazer barulho.

O fato era que tinha sido bom demais. Maravilhoso. Sempre era assim. E com certeza não íamos cansar nunca. Eu adorava quando Lua estava toda atrevida.  Eu adorava quando me provocava. Eu simplesmente adoro essa mulher. Ela é perfeita demais pra mim. Não consigo pensar na minha vida um segundo sequer, sem ela.

Fazia um tempinho, que não transávamos tanto assim em uma noite só. Acho que a última vez foi um pouco antes da última gravidez, que acabou bem antes de sabermos. E é, nós merecíamos repetir a dose.

Óbvio que já viemos várias vezes a Brighton. Muitas delas com os amigos. E algumas só nós dois. É a primeira vez que viemos só os três. Das outras vezes que trouxemos Anie, os caras e Sophia, Mel, Carla, Carol e uma das vezes, uma “amiga” de Harry veio junto também. Mas com certeza, não transamos tanto quanto nessa viagem. E com a casa cheia nem dar para fazer isso na bancada da cozinha. E dessa vez, ainda bem que a cozinha não fala, nem a sala, nem a varanda, nem a piscina, nem o banheiro – que apesar de ser no nosso quarto com o quarto ao lado ocupado não dar para fazer tanto barulho. Ainda bem que Harry não veio.

Talvez meu sorriso nem coubesse em meu rosto. De tão largo que eu sentia que estava. Era felicidade demais, que as vezes, dava medo de acontecer alguma coisa para acabar com tudo. Voltei a olhar para Lua e suspirei. Amo demais essa mulher. Por isso sinto medo.

Fiquei olhando-a por algum tempo, até cair no sono. Não me lembro exatamente que horas era. Mas era tarde, com certeza era muito tarde.

Domingo | 11 de Outubro de 2015 – Sete e cinquenta da manhã.

Abri os olhos e logo olhei para o relógio. Passava das sete e quarenta e cinco da manhã. Passei as mãos pelo meu rosto. E depois me virei para olhar para a minha mulher. Lua ainda dormia na mesma posição. Não que isso me surpreendesse, porque ela não se mexia tanto enquanto dormia. Pensei em mexer com ela, mas eu não queria acorda-la. Ainda estava meio cedo. E dormimos muito tarde. Mesmo com isso, eu não conseguia amanhecer dormindo. Me espreguicei soltando um gemido baixo. Minhas costas doíam um pouco, provavelmente Lua estava mais doída do que eu. Ela logo se mexeu, e soltou um exclamação baixa, abrindo os olhos.

– Bom dia. – Sussurrei.
– Bom... dia... – Ela sussurrou de volta.
– Dormiu bem?
– Enquanto eu não me mexia, eu estava bem. – Lua riu. Me fazendo rir também. – Mas eu dormir muito bem. E você? – Perguntou.
– Demorei a pegar no sono. – Confessei. – Fiquei te olhando por horas... – Contei, fazendo-a fechar os olhos.
– Não me diz que eu estava babando? Sei lá...
– Não. – Comecei a rir. – Você não baba. Se fizesse isso, eu já tinha com certeza te zoado há muito tempo. – Falei ainda rindo.
– Paaraa... Nem consigo levantar um dedo. Tudo dói. – Fez um bico ao contar.
– Diz isso pra Anie quando ela entrar aqui se jogando na cama. – A lembrei.
– É verdade... – Concordou.
– Então deixa eu ser o primeiro. – Comentei, me aproximando de Lua, e colocando uma das mãos em sua cintura. – Vou ser beeem carinhoso. Prometo.
– Eu sei. – Lua sorriu. Nos beijamos. E eu acabei puxando um pouco o lençol para baixo, fazendo Lua rir entre o beijo quando nosso corpos se tocaram.
– Você precisa vestir uma roupa urgente, e nem é porque eu não posso resistir. – Acrescentei.
– Se você soubesse o tamanho da minha vontade de não me mexer nessa cama...
– Eu talvez consiga imaginar só um pouquinho.
– Quero um ou dois dias para me recuperar. – Pediu. E eu comecei a rir um pouco mais alto.
– Não era você que não precisava de tempo para isso ontem? – Comentei.
– Ontem. Agora eu quero. Não ri! – Mandou.
– Hoje voltaremos para casa. Só espero que toda essa libido que habitou em você nessas duas semanas, estejam mais vivas ainda quando chegarmos em casa. Não que não fosse assim antes, mas essa semana foi mais intensa e sei que concorda comigo. Meu amor... ah, lá em casa Lua. Você sabe o que te espera. – Falei, fazendo-a rir.
– É uma promessa?
– Não. É um aviso mesmo, meu amor.
– Estou ansiosa.
– Eu sei, e te dou só um dia para se recuperar. – Avisei.
– Ai, que marido mau...
– Como se você não gostasse.
– Pega uma roupa pra mim?
– Como se diz?
– Pega a minha roupa, Arthur. – Revirou os olhos.
– É assim, vou te ensinar: meu amor... – Comecei e ela me interrompeu.
– Pega. Logo. – Enfatizou.
– Cadê aquela educação matinal que faz parte de você? – Provoquei.
– Estou usando agora, não vê? – Retrucou me mostrando língua. E se levantou da cama.
– Se não tivesse dolorida, eu pegava de novo. – Falei olhando para Lua que estava nua e de costas para mim.
– Haha... hoje você não toca em nada.
– Quem te garante? – Indaguei e Lua caminhou para o banheiro.
– Você não foi gentil. – Pontuou. – Então...
– Espera! Eu pego agora a roupa. – Falei apressado, fazendo Lua soltar uma gargalhada. No mesmo instante em que a porta foi aberta. Anie tinha acabado de acordar e Lua entrou no banheiro rapidamente, ainda rindo alto.
– Oi, papai...
– Oi, meu anjo. Acordou agora, foi?
– Foi. – Ela respondeu andando até a cama.
– Bom dia.
– Bom dia, papai. – Anie subiu na cama, deitando ao meu lado e encostando a cabeça em meu peito. – Cadê a minha mamãe? Ouvi ela rindo. – Contou.
– Ela foi tomar banho. Não quer ir logo também?
– Não. Agola não. – Ela me abraçou mais forte.
– Vamos voltar hoje pra casa.
– É?
– Aham...
– Quelia ir no calossel de novo, papai.
– Eu sei que você adorou aquele brinquedo. Mas ontem você foi um montão de vezes.
– Mas eu quelia ir hoje de novo!
– Hoje não dá mais. Vamos tomar café e ir pra casa.
– Tá. Tá... – Anie suspirou.
– Você está bem, filha?
– Eu tô.
– E o que é então?
– Nada...
– Hum. Não sei porque não acredito, mas não vou insistir.
– Oi meu amor...
– Oi, mamãe.
– Se você fizer ela falar mais do que sete palavras. Eu juro que dou o que você quiser. – Falei e Lua me encarou.
– Aconteceu alguma coisa? – Perguntou e Anie estendeu os bracinhos para que Lua a carregasse.
– Eu não sei.
– Filha?
– Não, mamãe.
– Por que está tão preocupado? – Lua indagou.
– Desde quando Anie acorda assim? – Apontei para a pequena. – Ela é igual você, se falar pouco tem algo errado.
– Que exagero. Vai ver ela só está com sono ainda. Quer dormir mais um pouquinho, meu anjo?
– Eu quelo.
– Tá, bom. Mamãe vai deitar com você.
– Hum... – Não me convenci muito. Mas minutos depois Anie voltou a pegar no sono. Peguei meu celular e abri a galeria. – Vou postar essa foto. Eu estou apaixonado por ela. – Comentei, mostrando para Lua.
– Está linda e meio que não estamos fazendo pose. – Sorriu e eu concordei.
– Por isso gostei tanto. Tá espontânea.
– É. E eu quero postar aquela com a Anie. Posta pra mim?
– Deixa eu terminar aqui. – Respondi. – É tanto amor que eu sinto por elas, que outras palavras perdem o significado. Tchau, Brighton. – Falei a legenda e Lua me olhou com os olhos brilhando.


– Onde tá seu celular?
– Acho que... – Ela olhou em volta. – Eu deixei em cima daquela mesa. – Apontou para a mesa que ficava no canto do quarto. Me levantei e fui pega-lo.
– Ainda é aquela senha?
– Aham...
– Qual é a foto?
– Aquela que eu estou meio que jogando ela para cima. A roda-gigante aparece bem atrás.
– Essa? – Lhe mostrei a foto.
– Sim.
– Qual a legenda?
Amor da minha vida. – Falou e olhou para a nossa filha, que seguia adormecida em seu colo. Sorri.


– Achei que eu era o amor da sua vida. – Brinquei e Lua me olhou divertida.
– E é. Só que é outro amor. – Respondeu.
– É?
– Aaham... Em casa eu te mostro. – Comentou tentando controlar a risada. E eu a encarei, passando a língua nos lábios.
– Eu vou cobrar. Você sabe disso. – Avisei.
– Eu sei. – Afirmou.
– Vou tomar banho e depois trago o seu café, ok? Anie não parece que acorda logo. – Comentei.
– Não mesmo. – Lua voltou a olhar para a filha e passou a ponta dos dedos pelo rosto da pequena. – Você acha que ela tem alguma coisa? – Agora ela me olhou.
– Não sei. Só sei que ela acordou quieta demais e essa não é a nossa filha. Primeiro, que ela não fala pouco. – Respondi, segurando a mão de Anie. – Mas talvez ela só esteja triste porque vamos embora hoje e ela não vai mais brincar no carrossel. – Acrescentei.
– Talvez seja isso mesmo.
– É. Até porque, quando você fica chateada ou triste com algo, você não fala muito também. – Comentei e Lua me olhou.
– E isso ela puxou de mim?
– Sim. É o que eu sempre falo. – Me inclinei dando um selinho rápido em Lua. – Vou tomar banho. – Avisei.
– Tá...

Continua...

SE LEU, COMENTE! NÃO CUSTA NADA.

N/A: Oi, meninas. Tudo bem?

Explicando a demora... Era para eu ter postado no sábado passado. Porque eu finalizei o capítulo na sexta-feira, mas já era muito tarde para eu postar. Então eu fiquei de fazer isso sábado de manhã. Mas acontece eu fiquei sem internet de madrugada. E só hoje que eu pude postar. Uma semana depois...

* O que acharam da “casa” deles em Brighton? Como devem saber, essa casa não é só da Lua e do Arthur – falei isso em um capítulo aí. Lembrando... O quarto da Anie também não é só dele. E a casa também é dos outros rapazes e das meninas. Certo? Por isso os quartos todos divididos. Fiz questão de mostrar cada cantinho, para que pudessem aprofundar a imaginação haha É lindo, né? <3 Adorei fazer isso. É uma casa de praia bem moderna. E sei que ficaram curiosas para saber como era haha Espero que tenham gostado tanto quanto eu. Comente!

* O que acharam dos posts estilo instagram? Confesso que eu amo demais fazer essas montagens. Apesar de todo o trabalho que dá. Eu tomo cuidado até com as legendas em inglês haha Mas eu me divirto muito fazendo isso. Além de iludir vocês, eu acabo me iludo também. <3 Comente!

Vocês gostaram dessa sequência de capítulos? Brighton está tendo seu "The End". Eu adorei escrevê-la, mas sei que podia ter exposto mais coisas. Só que eu acabei gostando de tudo mesmo assim. Eles estão numa fase tão boa. Ou pelo menos, tentando ficar bem. E não deixar que os problemas afetem o casamento. Que eu até estou me sentindo culpada por estar pensando em fazer alguma coisa para que eles se separem. </3 Mas é a life...

COMENTE, TÁ? É IMPORTANTE! :-D Eu sempre tento responder todos os comentários de vocês. Os do capítulo anterior, eu ainda não respondi a todos. Mas vou fazer isso. Então, podem fazer perguntas se quiserem também. Aqui ou no grupo.

Um grande beijo. E até breve!

11 comentários:

  1. Milly,lindo capitulo!
    Pelo amor,não faça eles se separarem,faz apenas uma daquelas brigas!
    vai ser difícil superar uma separação!
    sempre arrasando nos capítulos,ansiosa pelos próximos sempre!
    com carinho,Ana Julia!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá, Ana Julia. Boa noite!

      Obrigada. Fico muito feliz em saber que está gostando tanto da história a cada capítulo. E que eu estou no caminho certo <3

      Bom, aí eu já não posso prometer nada. Eu mesma ainda estou bem em dúvida do que fazer, eu ainda não consegui me decidir. Então... nem eu sei bem o que vem nesse intervalo, mas vai ser triste... Se preparem!

      Aaah, obrigada novamente! Logo, logo posto o próximo.

      Beijos!

      Excluir
  2. Não faça eles se separarem por favor,o diferencial desta fanfic é justamente isto de não ter separação e nem traição! Amei o capítulo de hoje!
    Carla

    ResponderExcluir
  3. Arrasou , a casa é linda . Que fogo desses dois hein, aproveitaram mesmo cada canto da casa kkkkkkkk , lua deve tá com a pepeka pegando fogo rsrsrs. Ansiosa para o capítulo de amanhã ... tadinha de anie , um amorzinho querendo andar no carrossel pelo última vez , tadinha quería levar ele pra casa. Essas fotos ficaram lindaaas mesmo . XX adaline

    ResponderExcluir
  4. Adorei saber a parte do golfinho kkkkkkk O que é a Lua toda safada? O Arthur adoraaa kkkkk Adorei as montagens, parece tão reais.Não se supero uma separação deles não, não cheguei nem a superar ela não poder mais engravidar, sei lá, mas acho que se eles vão se separar pode ter algo com isso. Ansiosa para o próximo

    ResponderExcluir
  5. Aiii, Milly! Que capítulo mais 😍 !! Ass: Manu

    ResponderExcluir
  6. Amei essa casa deles e amo essas montagens tipo instagram!! Esse fogo dos dois não acaba, acordaram todo doloridos!! Pena que Brighton ta acabando, eles precisavam dessa semana só dos dois.. que possam fazer mais viagens em família assim! Já quero o próximo cap!
    Helena

    ResponderExcluir
  7. Já sofro só de pensar na separação deles �� foi incrível essa viagem deles �� ñ é só a Anie que tá triste por eles irem embora pq essa sequência de capítulos foi inesquecível ansiosamente a espera do próximo capítulo �� ass: noemi

    ResponderExcluir
  8. Incrivel,você escreve muito bem ��
    By: Camis

    ResponderExcluir
  9. Adorei, Amei as fotos do Instagram,Lua e Arthur bem safadinha, anie uma fofa.

    ResponderExcluir
  10. Que a lua fique grávida de novo e de tudo certo

    ResponderExcluir