Partners (R.B.M.O.) - 4º Capítulo

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 Arthur
-Já soube da festa que vai rolar? –Kathy perguntou, sentando se em meu colo.
-Que festa?
Após Lua flagrar nós dois em uma cena um tanto constrangedora no estacionamento, Katy me implorou para eu fodê-la no banco de trás de seu carro e, com uma desculpa ridícula se enfurnou em meu apartamento.
Eu estava a exatos quarenta e três minutos tentando encontrar a ligação entre um dinheiro desviado e um político corrupto, e prestes a matar Kathy se ela não me deixasse em paz. Não sabia mais o que fazer para ela ir embora.
-A festa do novato. –lambeu meu pescoço.
-Pedro?
-Isso. Parece que ele é podre de rico e resolveu fazer essa festa para comemorar sua transferência ou pra conseguir comer alguém.
-E quando vai ser?
-Amanhã a noite, vai querer ir?
-Acho que vou sim. Aposto cem pratas que todas as mulheres daquele departamento estão de joelhos por esse babaca.
-Ele é muito gostoso, confesso. Mas pelo que pude perceber, a vadia da Lua já colocou as patas
-A Lua que é vadia? –ri.
-Sim, ela é e todo mundo sabe. Ela já deu pra pelo menos metade dos representantes daquela agência para conseguir chegar no lugar onde está. –explicou, se levantando do meu colo.
-Ah, por favor, Katharin. Não tenta diminuir a inteligência e o talento da Lua usando a única forma que você conhece de conseguir as coisas.
-Escuta aqui, Arthur. Eu não vim aqui pra ser ofendida.
-Realmente, você veio aqui porque você queria que eu te comesse aqui. Mas olha, isso não vai rolar. Minha casa não é lugar de vadias como você. –confesso que eu estava exagerando, mas a forma que ela havia falado de Lua tinha me deixado puto. –Cai fora. –Peguei sua bolsa e sapatos e segurei em seu braço, colocando-a fora do meu apartamento.
-Você é um babaca, Aguiar. –bocejei, encostado no batente como quem já estava acostumado com aquilo.
No exato momento que Kathy apertou o botão, o elevador se abriu revelando uma Lua risonha.
-Aposto que está com esse sorrisinho porque deu pro Pedri. –a garota raivosa a minha frente rosnou.
-Parece que alguém está sem o doce preferido. –Lua riu, debochando dela. –Não ta comparecendo, Arthur? –arqueei os ombros.
Com um breve sorriso de lado e um “tchauzinho” pra Kathy, Lua entrou na porta do lado da minha.
Entrei em casa e fui até a cozinha, preparar um café. Deixei a cafeteira trabalhando e procurei o açúcar no armário. Vazia, foi como encontrei a vasilha. Sorri.
Minha amada vizinha ia receber uma visita.

                      Lua

Soltei meu cabelo, deixando o grampo que antes o prendia em cima do aparador da sala. Despi-me rapidamente em meu quarto deixando minha calcinha e camisola de dormir separadas em cima da cama, para quando eu saísse.
Após uma rápida ducha e realizar minha higiene pessoal, saí do banheiro, completamente nua. O som da campainha me assustou e me enrolei na toalha, indo até a sala.
Olhei pelo mágico, para encontrar Arthur com uma xícara em sua mão. Abri a porta,fazendo-o me encarar.
Aguiar levantou a pequena xícara, posicionando-a ao lado do rosto com um sorrisinho.
-Preciso de um pouquinho de açúcar, vizinha.
-Entra. -abri um pouco mais a porta para que ele passasse. -Espera enquanto eu coloco uma roupa.
Poucos minutos depois eu estava de volta a sala, encontrando um Arthur relaxado, com os pés na minha mesa de centro, enquanto segurava uma pasta com uns papéis em sua mão. Presumi ser a pasta do próximo caso que pegaríamos na quarta, já que amanhã a empresa não abriria.
-Esse aqui parece que vai ser difícil.
Andei até ele, empurrando seus pés da mesa.
-Não sei quem te deu essa liberdade, mas não fui eu. Portanto, se você quer que eu te dê o açúcar, acho melhor se levantar desse sofá e me seguir até a cozinha. -falei, dando as costas a ele.
-Lua, tenho sentido que você anda muito estressada ultimamente. Quer falar sobre isso?
-Meu estresse vem apenas de você Aguiar. -murmurei, pegando o pote branco em meu armário.
-Eu costumo causar esse efeito nas mulheres. -sorriu. -Quando você vai esquecer aquilo? Já faz tanto tempo e você sabe que eu me arrependi.
-Esquece Aguiar, o máximo que você terá de mim será na empresa. -senti algo em minhas costas e, antes que eu pudesse reclamar de algo, Aguiar encostou sua boca em meu pescoço, fazendo-me suspirar.
-Olha, eu sei que vacilei com você. Mas eu também sei como nós dois somos bons juntos, quanto nós damos certo. -falava tudo isso enquanto me prensava na bancada e acariciava meu corpo. -Eu só quero que você me dê uma chance, uma segunda chance.
-Você me decepcionou. -num súbito de consciência o afastei de mim, indo até meu quarto e trancando a porta. -Vai embora.
-Tudo bem Lua, mas eu não vou desistir de você.
A noite se passou e o dia também. Passei a tarde no shopping cuidando do meu cabelo, unhas, aparência no geral. Também aproveitei para comprar algumas roupas e um vestido para usar hoje a noite na festa do Pedro.
Ao chegar em casa, tomei um banho, com cuidado para não desfazer meu cabelo e logo me vesti. Fiz uma maquiagem simples mas bonita, e calcei a sandália de salto.
A campainha tocou, fazendo-me ir até a sala e dar de cara com Aguiar arrumado já sentado no sofá.
-Você precisa aprender a trancar a porta. -soltou.
-O que você está fazendo na minha sala?
-Eu disse que não ia desistir e descobri que você ia na festa daquele babaca. Então vim te buscar.
-Obrigado mas eu tenho meu próprio carro. -sorri, pegando minha bolsa.
-Talvez os pneus do seu carro estejam furados e você precise de uma carona. -o encarei perplexa.
-Você não fez isso.
-Sim, eu fiz e vou pagar pneus novos pra você. Mas amanhã. -falou.
-Ok.
-Assim? Sem tapas, gritos e nem tiros? -brincou.
-Não estou afim de me estressa Aguiar, quero me divertir essa noite e você não vai atrapalhar isso.
-Tudo bem, vamos.
O caminho até a casa de Pedro foi tranquilo e o único som no carro era uma música, até então desconhecida por mim. Arthur estacionou o carro e nós descemos.
-Vejo você mais tarde, Aguiar. -acenei, andando em sua frente.
Meu vestido preto com decote na frente atraiu diversos olhares até o bar, onde sentei e pedi uma bebida ao barman.
-Posso lhe acompanhar?
-Pedro, estava pegando essa bebida e logo ia falar com você. Como você está?
-Estou bem. -disse se aproximando. -E completamente doido pra te beijar.
Olhei ao seu lado, enxergando Aguiar me encarando e me afastei.
-Espera, eu não estou me sentindo muito bem. Com licença.
O empurrei, pegando meu drink e indo em direção a uma placa neon branca, que apontava o banheiro feminino.
Apoiei na bancada, olhando minha imagem ao espelho, até que ouvi um barulho e fingi estar lavando minhas mãos.
Kathy parou ao meu lado e senti que logo ela começaria a destilar seu veneno.
-Boa noite, Lua.
-Boa noite.
-Vi você chegando com Arthur. -murmurou me encarando. -Posso saber o que está rolando?
-Sinto que perdi alguma coisa, não me lembro do momento em que eu comecei a te dar satisfações da minha vida.
-Eu e Arthur estamos juntos, a partir do momento que ele chega acompanhado de uma vagabunda, é do meu interesse. -falou, achando que me ofenderia. -Anda, Lua. Pode começar a explicar.-soltou, ao ver que eu lhe encarava quieta.
-Não vou gastar meu tempo com você, Katharin. Saia da minha frente.
Com minha visão periférica, observei que as mulheres  que antes estavam usando os boxes do banheiro já observavam nossa conversa.
-Não dessa vez, querida. Eu estou cansada de você estar em todos os lugares, se intrometendo em tudo e estragando minha vida. -Ela aumentou o tom da voz e eu quase senti pena dela naquele momento. Atenção, eu disse: Quase.
-Baixa o tom de voz e a bola, querida. -debochei.  -Não se esqueça das posições que ocupamos naquele departamento, secretária. Vê se me deixa em paz e vai me buscar algo para beber. -disse, dando as costas a elas. Pude ouvir algumas risadas mas estava tão irada que ignorei, andando em direção a porta.
Saí do banheiro mais confusa do que entrei. O que deu em mim para afastar Mason daquela forma? Ou para falar esse tipo de coisa para a Kathy? Sei que ela mereceu mas eu não costumava falar assim com ninguém que não fosse Arthur.
-Opa, Lua. Por que está com essa cara? -parecendo ouvir meus pensamentos, Arthur apareceu ao meu lado.
-Pergunte a sua namorada. -sugeri.
-Namorada? Eu perdi alguma coisa? -segurou meu braço, ao mesmo tempo que Kathy saiu do banheiro. -Vocês brigaram?
Arthur estava com uma feição desentendida, enquanto eu tentava me acalmar e Kathy me encarava receosa.
-Eu apenas a coloquei no lugar dela. -Katharin disse, jogando o cabelo.
-Tirando a parte que você me afirmou que você e Arthur estão juntos. -ri.
-Juntos? -Arthur gargalhou e encarou algo atrás de mim. -A gente só estava transando. Me diz, se eu estivesse com você, eu faria isso? -perguntou, me agarrando. No primeiro momento em que senti seus lábios me atacando, pensei em me afastar e até dei leves empurrões nele. Mas, pensando em segundo plano, imaginei a cara de idiota daquela secretáriazinha, segurei seus braços, aprofundando ainda mais aquele beijo.
Após o que pareceram minutos nos beijando, abri os olhos e, ao não ver a mulher que deveria estar ali, me separei dele.
-Você me deve essa. -comuniquei, passando ao lado de Aguiar.
A festa estava razoavelmente boa, de vez em quando eu encontrava Melanie, mas em geral eu fiquei sozinha no "bar", apenas observando a festa.
Subi a escada, procurando algum banheiro que eu pudesse utilizar, já que o do primeiro andar estava inacessível. Abri a segunda porta a direita -como não tive sucesso com a primeira, encontrando um casal em uma cena, digamos, constrangedora. - e entrei no quarto. Apesar de bem decorado, era perceptível que ninguém dormia ali, um quarto para hóspedes.
Deixei meu copo sobre a escrivaninha ali presente e observei os porta retratos, com fotos de Pedro pequeno cercado de sua família.  Ele era realmente podre de rico.
-O que você está fazendo? -ouvi uma voz dizer, fazendo eu me assustar.
-Ai Aguiar, por um segundo eu pensei que fosse o Pedro.
Devolvi a foto para o lugar, retomando minha taça e pretendendo sair do quarto. Senti uma mão puxando meu braço e encarei Arthur.
-Espera, você disse que eu estava te devendo. Posso te pagar agora.
-Sem brincadeiras, Arthur.
-Acontece, Lua -debochou meu apelido. -que eu não gosto de dever a ninguém. -sussurrou essa última parte em meu ouvido.
Ele começou a me beijar, me apertando de todas as formas certas e fazendo-me esquecer o juízo e me entregar ao momento.
Eu não conseguia acreditar que estava deixando aquilo acontecer, mas alguns meses sem sexo e os beijos que Arthur deixava pela minha boca e pescoço não me deixavam pensar em outra coisa a não ser aquela boca deliciosa em outro lugar.
-Venha cá. -Arthur pressionou nossos corpos e eu pude sentir evidentemente sua ereção, para logo me levantar em seu colo. Senti me distanciar da parede e quando percebi, estava sendo atirada na cama. O contato de nossas intimidades ficou ainda maior, fazendo com que eu liberasse um gemido. -É tão bom te ouvir outra vez.
-Cala a boca. -soltei e voltei a beijá-lo, mas agora descendo, também, em direção a seu pescoço. Meu vestido passou pela minha cabeça, e em seguida eu arrastei minhas unhas pelas laterais de seu corpo, sentindo-o se retrair um pouco e se arrepiar.
-Eu vou pagar minha dívida e tudo que aconteceu antes vai ser apagado. Você vai gostar tanto que irá pedir mais. -sua boca dançava em minhas coxas, subindo em direção a minha calcinha. -Vire. -ordenou.
Virei meu corpo, ficando de lado. Ao sentir Arthur afastando minhas pernas e deixando uma pelas apoiada em seu ombro eu suspirei, deixando o êxtase daquele momento me atingir. Com dois dedos, ele afastou minha calcinha e, ao mesmo tempo em que os penetrou em minha vagina, deixou um beijo em meu clitóris. Soltei um gemido alto, o que incentivou Aguiar a acelerar os movimentos.
-Gostosa. -gemeu ao se afastar por um segundo, dando um tapa em minha bunda, com a mão que estava livre.
Deixei minha mão sobre meu seio apertando-o e em seguida abaixei o olhar, encontrando o dele, que me encarava. Segurei seus cabelos com minha mão livre e o pressionei ainda mais naquele local. Eu gemia cada vez mais alto, completamente sem controle, por conta do prazer que ele me proporcionava. Ele soltou uma risada, e, quando a vibração que aquele som emitiu tocou minha vagina eu me entreguei ao orgasmo, rebolando em seu rosto. Por alguns segundos foi como se eu tocasse o céu. Arthur continuou prolongando a sensação, chupando até eu puxar sua cabeça distante dali. Continuamos nos beijando por algum tempo, mas apenas isso. O que foi bem estranho. Aguiar tinha acabado de me proporcionar um oral avassalador e nem tentou prolongar aquilo para uma transa.
Demoraram alguns minutos para que eu me recuperasse, me levantando da cama e buscando meu vestido.
-Eu sei o que você está pensando.  -ele sorria na cama. -Mas Lua, eu sei que você está um pouco alterada pela bebida e, provavelmente vai se arrepender disso depois. -se levantou, parando em minha frente. -Não vou me aproveitar de você.
-Agradeço sua gentileza, apesar de bem estranho e da sua recíproca não ser verdadeira, parece ser uma ação legal. -segurei seu braço, me aproximando dele e encostando a boca em sua orelha. Eu até poderia me fingir por alguns minutos, para que tirasse proveito da situação. -Mas eu adoraria estar com minha boca em outro lugar. -deixei que minhas mãos atingissem a frente de sua calça, e, com rapidez abri o cinto, descendo-a junto com a cueca. Envolvi Arthur em um beijo quente e feroz, o fazendo ficar sentado na cama, encostado na cabeceira. Sentei ao seu colo, rebolando ali, enquanto beijava todo o caminho entre seus braços, ombros e rosto. Aos poucos, querendo provocar, desci os beijos por seu peito, descendo meu corpo para chegar onde eu realmente queria. Ele já estava bem excitado e eu nem precisei fazer muito.
-Parece que alguém está bem animado. -ele respondeu apenas, colocando a mão em minha cabeça e empurrando em direção a seu pênis. Comecei dando apenas beijos na glande e depois passei a chupar aquela área, massageando ao redor.
Sei exatamente como é perder o controle em um momento desses.
Quando eu percebi já estava de quatro na cama, com Arthur enfiando o pau dele em minha boca enquanto eu massageava suas bolas com uma mão e me tocava com a outra.
-Puta que pariu, Lua. Você tá tocando uma? -perguntou, fazendo-me levantar os olhos em sua direção e assentir ainda com o membro dele em minha boca. -Vadia, eu vou gozar. -jogou a cabeça para trás, se deixando levar pelo orgasmo.
Empurrei-o sobre a cama e montei sobre seu corpo. Provoquei seu pau em minha entrada, deixando pequenos gemidos escaparem e Arthur me segurou pelas nádegas, apertando fortemente.
Num lapso de consciência, me pus de pé, e me recompus rapidamente, vestindo minha roupa. Fui em direção a porta e, quando estava prestes a fechá-la, encarei Aguiar e soltei:
-Estou completamente sóbria.


Notas finais:

Desculpem a demora, mas a Eduarda só me mandou esta semana este novo capítulo.
Espero que gostem,

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