8 Segundos - CAP. 43 | Penúltimo Capítulo

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8 Segundos


Capítulo 43: 


Pov. Arthur
– Cristal, volta aqui! — gritei, mas foi em vão. Ela saiu correndo da caminhonete e entrou em casa como um carro de boi, arrastando tudo que via pela frente.
— Vai pro inferno, Ranger. — Bateu a porta do meu quarto e se trancou, me deixando de fora. Tirei o chapéu para coçar a testa e o coloquei de volta. Aquela garota tirava o meu juízo, e eu a amava demais por isso. Estávamos na cidade e tínhamos acabado de encontrar com o Rodrigo e a Carol. Lua havia decidido que nosso casamento seguiria o modelo americano. Então, eu teria três padrinhos me acompanhando no altar e ela, três madrinhas. Mel e Silvia —amiga da faculdade — eram as suas escolhidas. Carol, então namorada do meu futuro padrinho Rodrigo, completava o trio, até que o jumento deixou escapar que eu e Carol fomos “quase” namorados. Quando Rodrigo soltou as palavras, eu tirei o chapéu e escondi o rosto com medo do barraco que viria. Minha Potranca, ciumenta como era, não deixaria barato, mas, me surpreendendo mais uma vez, ela sorriu docemente para Carol e se despediu do casal como se nada tivesse acontecido. Só pela reação já me fez tremer dos pés à cabeça, mas eu descobri que realmente estava fodido quando já na caminhonete, no caminho para casa, eu perguntei se alguma coisa a estava incomodando. Lua fechou a cara e disse que não era nada, ou seja, TUDO, no dicionário feminino. Eu estava frito!
— Chegamos em uma hora ruim? — Ouvi a voz da Mel atrás de mim e parei de esmurrar a porta para olhá-la. Agradeci silenciosamente, pois, se alguém poderia fazer Lua me ouvir, era a minha prima. Como sempre, Chay estava com ela, pois não desgrudava um minuto da sua Mel. Caminhei até eles e dei um beijo na testa da minha pequena.
— Conversa com ela, Mel. Dessa vez eu não tive culpa. — pedi, já desesperado.
— Cara, você ainda não aprendeu? — Chay perguntou, com um sorriso no rosto. — Aconteça o que acontecer, nós homens sempre seremos os culpados.
— O que você fez dessa vez, maninho? — Ignorei a parte da pergunta de Melanie que indicava que eu era o culpado e comecei a explicar tudo. Enquanto me ouvia atentamente, Chay não parava de sorrir pela minha desgraça, e eu me segurei para não socar aquele comedor de queijo filho da puta. Quando terminei, Mel me olhou, e eu sabia que ela me ajudaria. Nunca tinha me negado nada e não começaria naquele momento.
— Bem feito! — Arregalei os olhos para o que ela me dizia. — Ninguém mandou trepar com praticamente a cidade inteira. Agora, além de mim, que sou sua irmã, e da Silvia, que não mora aqui, Lua não pode nem ter uma madrinha com a qual você não tenha fodido.
— Melanie, olha a boca! — eu a repreendi, e ela fez uma careta.
— Deixa de ser idiota. Sou uma mulher casada. — Levantou a mão esquerda para comprovar. — Posso dizer “foder” quanto eu quiser.
— Não na minha frente, pequena. — falei irritado, pois não conseguia ver Melanie daquela forma. Para mim ela sempre seria minha princesa, mesmo que o meu melhor amigo a tivesse levado para o mau caminho.
— Mel, deixa essa palavrinha para mais tarde. Adoro quando você fala sacanagem enquanto eu... — Chay sussurrou algo no seu ouvido, que a fez corar.
— Cara, vocês são nojentos! — exclamei. Deixei os dois na sala e voltei a bater na porta do quarto. — Minha linda, Mel está aqui. Que tal vir recebê-la? — Tentei persuadi-la e funcionou. Lua abriu a porta e me olhou com raiva. Ostentava um bico do tamanho do mundo e eu quase ri da sua birra infantil, mas me contive, pois seria um homem morto se fizesse isso. — Desculpa não ter te contado. Acontece que a última vez que fiquei com a Carol eu nem te conhecia, meu amor. Além disso, ela e Rodrigo estão namorando há mais de dois anos. — Vi seu semblante se suavizar e era hora de jogar meu charme. Cheguei mais perto e enlacei sua cintura. Beijei seu pescoço e um pouco abaixo da orelha, onde tinha descoberto que a deixava louca. Lua arfou e deu uma risadinha safada. — Me perdoa, vai? — pedi com jeitinho.
— Ok. Eu perdoo, mas vai ficar de castigo. Sexo só na noite de núpcias. — Arregalei os olhos, e no começo pensei que ela estava brincando, mas, quando saiu puxando Mel pelo braço, eu percebi que ela tinha falado sério.
— Ei, volta aqui, Lua Alcântara, nosso casamento é daqui a quinze dias, e eu não posso ficar sem sexo até lá! — gritei, mas ela já tinha entrado no seu carro, levando Mel. Chay também saiu e tocou o meu ombro, balançando a cabeça em negativa.
— Bem-vindo ao meu mundo, meu amigo. Estou de castigo há cinco dias, simplesmente porque não consigo abaixar a tampa da privada depois de usar.
Encarei meu melhor amigo e olhamos para a estrada por onde tinham partido nossas mulheres. Acho que não havia homens mais ferrados do que nós. Abri um sorriso com o pensamento, pois também não havia ninguém mais feliz do que eu e Chay.
— Cerveja? — Bati nas suas costas, convidando-o.
— Queijo. — Os olhos dele brilharam, e eu só consegui sorrir. Aquele era o Chay.
***
— Cara, você consegue, vamos tentar mais uma vez.
— Que porcaria de nota. Não consigo acertar essa porra. — esbravejei e minha vontade foi de tacar o violão com toda a força na parede. Não sei onde estava com a cabeça quando deixei Chay me convencer dessa loucura. Queria fazer uma surpresa para Lua, ainda mais depois do que ela havia feito para mim em Barretos, mas acho que tinha escolhido errado o que fazer. Eu tocava violão quando criança, meu pai havia me ensinado, mas quando ele se foi eu desisti e praticamente esqueci tudo o que um dia tinha aprendido.
— Vamos tentar a última parte novamente.
E nesses traços vou tentando descrever 
Que mil palavras são tão pouco pra dizer 
Que o sentimento muda tudo 
Muda o mundo 
Isso é o amor

“Na linha do tempo” — Victor & Leo
Eu me olhei no espelho e a visão que tive foi surpreendente. Nunca havia me imaginado usando um terno e a poucos minutos de me tornar um homem casado. Escolhi um modelo todo branco, com um pequeno girassol enfeitando a lapela do paletó. A barba por fazer tinha dado lugar a um rosto completamente liso, e o cabelo estava um pouco lambido pelo gel, como mandava a tradição. Uma batida na porta me fez olhar atentamente para a entrada do quarto.
— Preparado para se tornar um homem casado? — Tio Santiago entrou feliz da vida, me cumprimentando.
— Mais do que preparado, tio. — Ele segurou minha mão enquanto a outra repousava em meu ombro. Eu via a felicidade nos olhos daquele que foi meu segundo pai.
— Seu pai teria orgulho de você. — afirmou ele, emocionado.
— E eu dele, tio. Sinto falta deles. Santiago balançou a cabeça e me abraçou, tentando me consolar e afastar a faísca de tristeza de meus olhos. 
Ele se despediu e me deixou sozinho para que me concentrasse em minha entrada na cerimônia. Saí da sede da Girassol, e o Ventania já me aguardava todo produzido para me levar até a tenda onde seria realizado o casamento. Eu o montei e acariciei sua crina, pois mais uma vez ele faria parte de um grande momento em minha vida.

Cavalguei até o grande toldo montado em frente à plantação de girassóis. Lua fez questão de escolher uma data em que o campo estivesse florido. Aquilo significava muito para ela, pois representava a presença da sua mãe no dia do seu casamento. Meus três padrinhos já estavam de pé no altar: Chay, Rodrigo e, claro, Henrique, o meu segundo castigo por tê-la feito concordar com a Carol como sua madrinha. Poucos familiares e somente os amigos íntimos prestigiaram nosso enlace, sentados em cadeiras distribuídas na tenda. Caminhei sorridente pelo tapete vermelho enquanto a “Ave Maria” era cantada por um coral da igreja. Entrei sozinho, pois, apesar de saber que minha mãe não tinha sido a melhor pessoa do mundo, eu a amava incondicionalmente e não queria substituí-la em um momento tão importante. Cheguei ao altar, e Chay fez um sinal de positivo. Verifiquei se o violão estava no lugar certo e senti um alívio quando notei que tudo corria como eu havia planejado.
Uma música instrumental começou a tocar, e a primeira pessoa que vi entrar na capela montada foi Melanie. Acho que ela chorava mais do que em seu próprio casamento. Usava um vestido lilás na altura dos joelhos, e os cabelos estavam soltos, com uma fina trança de cada lado que se encontravam atrás da sua cabeça. Apesar das lágrimas, sorria abertamente e, contrariando os protocolos, em vez de ir direto para o seu lugar no altar, ela caminhou até mim e me deu um beijo no rosto.
— Você é meu segundo pai. Amo você, maninho. — falou com a voz embargada pela emoção.
— Eu te amo, minha pequena. Mel, enfim, se posicionou no lugar reservado às madrinhas, seguida por Silvia e Carol.
A charrete da fazenda chegou, toda enfeitada com tecidos esvoaçantes, e eu sabia que ela trazia a mulher da minha vida. Senti algo me cutucar, e, quando olhei para o lado, Chay me estendia o violão. Passei a alça pelo pescoço e respirei fundo. Era a minha deixa.

N/A: Boa Tarde, amorecos! :) 
Ta chegando a hora, nosso casal enfim vai casar \o/ Lua com um leve ciúmes para não perder o costume, haha. 


Com mais 10 comentários, posto o último capítulo. 

12 comentários:

  1. Que emoção *-* eleeeeees vão casaar uhuuul.
    Fany

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  2. Lua pouco ciumenta kkkk até que enfim chegou o dia!!! Finalmente vão casar *-* quero só ver essa música que o Arthur escreveu!!
    Helena

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  3. Naooooooo Acredito vai rolar os finalmentes simmmm

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  4. Áiii q tudo eles vão se casar,aí meu Deus só se sabe q o próximo capítulo será o último,dá um aperto no coração 😢😢😢...
    Anciosa para o próximo Capítulo *--*

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  5. Quando eu comecei a ler esse capítulo tomei um susto... A Lua ta super certa rsrs
    Eles são tão lindos juntos.

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  6. Poxa vida já tá no final :(
    Caramba... Eu que todo dia ao chegar da escola e do trabalho vinha até aqui para ver se já tinha postado mais capítulos não vou mais fazer isso... Foram tantas emoções... Alegria, tristeza, raiva, até vontade de matar uma pessoas eu tive... Vou sentir falta da web...
    Perfeita

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  7. Que lindinhos! Ansiosa pelo último capitulo! Posta hj!

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  8. Sinto que vou chorar um pouco muito com o próximo capítulo :') Maria Julia

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  9. EU AMEI, JÁ DEU 10 COMENTÁRIOS, POSTA MAISSSS

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  10. Lkk como ela é má,15 dias?tadinhoo do Arthur.
    JÁ é o ultimo? Mds 😢

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