8 Segundos - CAP. 42 | Últimos Capítulos

|


8 Segundos


Capítulo 42: 


Dois anos depois...
Pov. Lua
— Estou nervosa, Chay. — reclamei mais uma vez com meu amigo. Ele sorria alegremente, enquanto me ajeitava mais uma vez em cima do Ventania, o cavalo que Arthur tanto adorava.
— Fica calma, Cristal. Nós treinamos isso mil vezes, e o Ventania vai cuidar de você. — Colocou as rédeas em minha mão e apoiou a bandeira que eu levaria na outra. Não pude deixar de olhar sua mão esquerda. Ostentava uma aliança que brilhava, mas não tanto quanto os seus olhos quando o assunto era a Melanie. Ela e Chay tinham combinado que se casariam somente depois que ela terminasse a faculdade de odontologia, mas nosso amigo não era muito bom em cumprir promessas, e, assim que Mel completou 21 anos depois de quase dois de noivado, eles se casaram na capela da cidade. Por Chay eles teriam se casado na fazenda, mas Mel fez a vontade do pai e se casou na igreja. Foi lindo e emocionante, e, claro, eu e Arthur estávamos ao lado da Mel como os padrinhos dela. Na verdade, foi uma luta, pois Chay também nos queria. Por fim, Chay aceitou sua irmã e um amigo da faculdade como padrinhos. A família dele era adorável e amava Melanie, o que me deixava muito feliz. Finalmente tinha compreendido o sentimento de ciúme e proteção que Arthur sentia em relação a Melanie, pois eu estava ficando igual.
— Você sabe que ele vai ficar muito puto, né? — Chay tentou me convencer a desistir.
— A última vez que esperei uma atitude do Arthur, ele demorou cinco meses para agir. Não vou correr esse risco novamente. — expliquei. — E deixa de machismo. Se a Mel não tomasse as rédeas, você não estaria com essa coleira no dedo. Chay balançou a cabeça, concordando.
— Tenho que concordar, você tem um belo argumento. — A voz do locutor ressoou na escuridão da noite e eu sabia que a hora estava chegando. — É ele — Chay avisou.
Respirei fundo sabendo que não havia decisão mais certa a ser tomada. Eu me lembrei de tudo que vivi antes e depois do Arthur. Tudo o que suportei até conhecê-lo e o que sofri ao perdê-lo. Mas também me lembrei do nosso reencontro e de quanto nos amamos naquela noite. Confesso que nos últimos dois anos o medo de perdê-lo me atingiu várias vezes. Não foi fácil manter o namoro a distância, mas Arthur não me deixou abrir mão da faculdade. E nem eu queria. Entramos em acordo. Transferi o curso para o campus de uma cidade mais próxima à fazenda e nos revezávamos nos fins de semana. Entre trancos e barrancos, e muito ciúme de ambas as partes, deixamos o amor falar mais alto e aceitamos a felicidade que nos foi dada. E hoje estou na maior festa de peão do Brasil, montada no cavalo preferido do homem que eu amo. Se vocês acham que minha história termina aqui, se enganam. Ela está apenas começando.


Pov. Arthur
Nunca achei que subiria em um touro outra vez. Dois anos depois do meu acidente, eu estava totalmente recuperado, mas tinha riscado da minha vida montar profissionalmente. Era o meu sonho, mas as pessoas mudam, eu mudei, Lua me mudou, e hoje meus sonhos são outros. Sonhos que pretendo realizar ao lado da mulher mais incrível do mundo. O orgulho que sinto daquela Potranca ultrapassa qualquer barreira. É algo que não consigo disfarçar, e acabei me tornando um idiota apaixonado, talvez até mais que o Chay, como se fosse possível. 
Olhei ao redor e vi milhares de pessoas aguardando a próxima montaria. Depois que eu e Lua voltamos, ela fez de tudo para que eu me recuperasse cem por cento. Ela acreditava em mim, e, com a ajuda dela, eu consegui. Há alguns meses eu procurei o Henrique na fazenda, e, mesmo a contragosto, ele me ajudou a colocar um ponto final em tudo que passei. Eu montei o Tufão novamente e, claro, não consegui permanecer oito segundos. Mas a alegria de ter ultrapassado mais aquela barreira, de ter vencido mais um obstáculo, me trouxe o sentimento de dever cumprido. Sem contar que me levantar do chão e ver toda a minha família na arquibancada gritando o meu nome compensou qualquer prêmio que um dia eu pudesse receber. O orgulho nos olhos da Lua foi o que mais me emocionou. Estava pronto para pedir minha Potranca em casamento, ainda mais depois de ver a alegria da minha pequena e do meu melhor amigo no altar. Precisava apenas encontrar o melhor momento, e ele não demoraria a aparecer. 
Fui até o brete e, quando o animal chegou, eu o montei. Estava ali pela Lua. Depois de um artigo que ela havia escrito sobre a minha recuperação, que foi divulgado em todo o país, eu fui convidado pela Confederação Nacional de Rodeio para fazer uma apresentação especial em Barretos — a maior festa de peão do Brasil. Aceitei como forma de agradecer a nova chance que Deus havia me dado. De agradecer o meu recomeço. E de agradecer a Lua por ter entrado em minha vida. Eu amo aquela patricinha mais do que tudo no mundo. Jurei fazê-la feliz até os últimos dias da minha vida. Se vou conseguir? Não sei. Mas prometo lutar até o último suspiro para cumprir a melhor promessa que já fiz. 
O touro chegou até mim, e um arrepio percorreu minha pele. O medo sempre iria fazer parte, mas também me impulsionava a procurar a vitória. Estar em cima de um animal como aquele tinha mudado a minha vida, mas ali estava eu de novo. Mais uma vez eu sentia a adrenalina pulsar em cada célula do corpo. Eu me concentrei nas mãos, segurando as rédeas. O coração do touro e o meu batiam em um só compasso. Eu apenas sentia. Não via mais nada além das minhas mãos, e não ouvia mais nada. Levantei a mão direita autorizando a abertura do portão, e só pensava na Cristal. Quando o animal passou pela porteira, o meu único desejo era permanecer por oito segundos em cima dele. Não acreditei quando o sino tocou indicando que já fazia oito segundos que eu estava montado no touro. Aproveitei que ele pulava bem menos do que quando entrou na arena, e saltei dele, caindo em pé. Corri até a cerca mais próxima e pulei na trave para me proteger. Meu coração batia a mil por hora. Assim que o touro foi retirado, eu desci e corri até o meio da arena. Arranquei o capacete e o joguei para cima, pulando de alegria. Caí de joelhos na areia e levantei as mãos ao céu, agradecendo a Deus e a Nossa Senhora Aparecida pela vitória conquistada. Milhares de pessoas gritavam o meu nome, enquanto o telão reproduzia minha montaria. “Ranger” ecoava por toda a noite, me surpreendendo e me emocionando. Abaixei a cabeça e fiz o sinal da cruz, encerrando com Deus mais aquela etapa da minha vida. 
Foi quando a arquibancada parou de gritar o meu nome e começou a simplesmente bater palmas. Olhei para a porteira de saída e o que vi me deixaria de joelhos se eu já não estivesse. Fiquei paralisado enquanto Lua, montada no Ventania, contornava a arena. Ela galopava com propriedade em meu cavalo favorito, como se pertencesse a esse mundo desde sempre, e não como se tivesse caído de paraquedas em uma realidade que não era a dela. Segurava uma bandeira branca, e, quando Ventania parou na minha frente, consegui decifrar o que estava escrito nela: Casa comigo?
Lua fez um movimento com os pés e imediatamente o cavalo esticou uma pata dianteira para a frente e dobrou a outra, agachando-se para me saudar. Ela sorria por causa da minha cara de espanto, e eu ainda estava ali, de joelhos aos seus pés, como fiquei desde a primeira vez que a vi. Me levantei devagar e encarei minha Potranca. Ela usava calça jeans apertada, um cinto com uma fivela cravejada de cristais rosa que eu tinha dado de presente a ela e uma camisa rosa. Minha garota era uma cowgirl estilizada. O chapéu branco tinha um pingente com a letra C, uma homenagem à mãe.

— Oi, Perigoso. — Abriu um sorriso ao me ver andando em sua direção.
— Oi, Potranca. — Segurei sua mão para que descesse do cavalo em segurança. Lua pulou em meus braços apoiando uma das mãos em meu ombro, enquanto a outra ainda segurava a bandeira. Balancei a cabeça, inconformado com sua impaciência, e disse: — Você sabe que eu deveria fazer esse pedido, certo? São as regras.
— Desde quando eu sigo regras? — retrucou, e eu apenas concordei.
De repente, ouvimos o locutor com sua voz grossa incitar a multidão. Milhares de pessoas começaram a gritar: ACEITA! ACEITA! Olhei para as arquibancadas, e as luzes da arena se apagaram. Somente os celulares ligados iluminavam o local. Uma cena que eu nunca esqueceria. Várias câmeras nos filmavam e fotografavam. Voltei a fitar minha Cristal, e alguém havia colocado um microfone em sua mão. Seus olhos rasos de lágrimas deixavam claro que ela estava tão emocionada quanto eu, embora eu me segurasse para não chorar em público.
Arthur, acho que te amei desde a primeira vez que te vi. Sua generosidade, sua bondade, sua honestidade e seu caráter me pegaram desprevenida quando cheguei à Girassol. Nunca tinha conhecido um homem com todos esses princípios e que, além disso, possuía o par de olhos azuis mais lindos que já vi na vida. Te amo incondicionalmente. Nosso amor surgiu de forma inesperada. Era improvável que desse certo, mas mesmo assim, depois de muita luta, aceitamos ser felizes. — Lua tirou um saquinho de veludo do bolso da calça e retirou um par de alianças. — Deixa eu fazer parte da sua vida hoje e sempre. Casa comigo, Arthur Ranger? Os gritos foram ensurdecedores. Eu só poderia estar sonhando. Ser pedido em casamento em plena Festa do Peão de Barretos pela mulher mais incrível do mundo era uma felicidade imensurável. Puxei Lua para os meus braços e a rodopiei no ar. Seu chapéu caiu na areia e nenhum de nós se importava: choramos juntos, abraçados.
— Sim, minha Potranca linda, o que eu mais quero é ter você para sempre na minha vida. Eu te amo! — sussurrei em seu ouvido.
— Para sempre. — ela completou.

N/A: Hello Hello, amorecos! :) 
NOSSO CASAL VAI CASAR \o/ Depois de dois anos, Lua resolveu tomar um atitude e pedir o Arthur em casamento... Quem ai gostou dessa surpresa?? 

Com mais 10 comentários, posto o próximo capítulo. 


Ps: Próximo capítulo já é o penúltimo :( 

14 comentários:

  1. Quuuue lindooos não acredito que está acabando a web.. foi muito rápida kkk lua sempre doidinha
    Fany

    ResponderExcluir
  2. Aiii q Tudo esse pedido de casamento,amei,amei,amei,chorando aqui pra o Próximo já é o penúltimo capítulo...
    Brenda vai ter baby ???

    ResponderExcluir
  3. Quanta coragem em Lua... Que lindos... Sou apaixonada por essa web :)

    ResponderExcluir
  4. Não podia acabar :( não me conformo com isso. Nos capítulos anteriores você me fez chorar mais que tudo é nesse foi só alegria..

    ResponderExcluir
  5. Meu Deussss, que cap mais lindooo! To muito apaixonada com a história desses dois, vai ser mt difícil desapegar :c Brenda, ja pode ir dando sinais da próxima pq suas fics são maravilhosas demais. Maria Julia

    ResponderExcluir
  6. Que lindoooo , não acredito que o próximo é o penúltimo :(

    ResponderExcluir
  7. Que lindossssss.. Ahh não penúltimo nao.. E quando vai chegar o babá?! Querendo muito capítulos extra dessa web!!

    ResponderExcluir
  8. MEU DEUS que lindoooos!!! Vão casar!! Conseguiram sustentar esse relacionamento!!
    Mel e Chay casaram e agora é a vez do nosso casal *--*
    Já ta acabando, vai ter bebê por aí?
    Helena

    ResponderExcluir
  9. To mais que ansiosa pro próximo capítulo, eles podiam ter um baby né? Ai ficaria mais perfeito ainda, posta mais!

    Gabrilla

    ResponderExcluir
  10. Que lindinhos! Posta mais!

    ResponderExcluir
  11. Ahh q lindoo...a Lua é mesmo uma mulher com atitude mds

    ResponderExcluir