8 Segundos
Capítulo 31:
Pov. Arthur
– Repete, por favor — Lua pediu, enquanto me encarava com os olhos cheios de
lágrimas.
— Eu. Amo. Você. — falei pausadamente para que me
entendesse. Apoiei as mãos na cama e me sentei.
— Arthur, meu amor. Eu não sei o que dizer. — Ela estava
visivelmente emocionada e tentava secar as lágrimas que teimavam em rolar pelo
seu rosto. Tão linda... Corada e descabelada depois da nossa brincadeira.
Deliciosamente nua e chorando pelas palavras que eu tanto tinha relutado em
dizer, mas que pularam da minha boca assim que a olhei se afastando. Não sei o
que me deu, mas senti uma vontade enorme de que soubesse o que eu sentia, o que
eu tinha descoberto com ela.
— Um “eu também” funciona, ou vou achar que sou um
idiota. — brinquei, pois ela já tinha dito que sentia o mesmo por mim. Minha
Cristal abriu um sorriso enorme e só não pulou em mim porque ficou com medo de
me machucar. Ela se sentou ao meu lado na cama e segurou meu rosto entre as
mãos. Estávamos tão próximos que pude sentir sua respiração.
— Eu sempre vou amar você. — disse ela, e eu sentia
toda a sinceridade em sua voz trêmula pela emoção. — Arthur, você me salvou. — Fiquei sem entender o que ela queria dizer com aquelas
palavras. Olhei confuso para a bela mulher em minha frente. Vários
questionamentos atravessaram os meus pensamentos, principalmente: se eu mesmo
não tinha conseguido me salvar, como a teria salvado?
— Não fui eu quem te salvou. — discordei. Ela balançou
a cabeça, fazendo que sim.
— Foi sim, meu amor. — reafirmou. — Me salvou de uma vida inútil e sem
objetivos. Lembro quando me chamou de boneca oca. — Fechei os olhos com ódio de
mim mesmo por ter dito aquilo. — Ei, não se sinta culpado, era verdade. Tudo
aquilo era verdade, porque eu era assim. Mas você mudou isso. —
Ela passou a mão no meu rosto e eu a segurei,
levando-a aos meus lábios. Dei um beijo na palma da sua mão direita e dobrei
seus dedos, fechando-a.
— Guarda com você. — pedi e ela abriu a mão sobre o
coração.
— Sempre. — ela respondeu sorrindo.
Trocamos um beijo apaixonado, cheio de sentimentos. Tudo aquilo me assustava,
mas eu me livraria do medo para me jogar de cabeça na relação. Lua havia
passado a fazer parte da minha vida. Significaria o meu recomeço, que, se Deus
quisesse, aconteceria o mais rápido possível. E eu fiquei ainda mais
esperançoso quando consegui satisfazer minha Potranca. Saber que mesmo na
situação em que me encontrava ela se contorcia de prazer comigo era algo que me
renovava. Descolei os lábios dos dela, quase sem fôlego. Abri os olhos e
usufruí da visão de minha linda Cristal, nua, sentada ao meu lado com os
cabelos ainda molhados do banho.
Beijei seu pescoço e ela inclinou a cabeça, me dando acesso à sua clavícula.
Aproveitei e lhe tasquei uma mordida no ombro, marcando sua pele.
— Que porra é essa? — esbravejou, esfregando a pele
marcada.
— Olha a boca! — eu a repreendi. — Por isso a Mel está xingando mais que um tropeiro. — Lua revirou os olhos e eu fiquei mais sério. — Isso foi
por ter me provocado com o Leandro. — Ela abriu um sorriso sapeca, me
confirmando o que eu já sabia: a filha da mãe tinha feito de propósito. — Se
olhar para ele por mais de oito segundos, eu vou te punir.
— Isso é uma promessa? — Passou a língua pelos lábios
sem receio em me provocar deliberadamente.
— Querida, agora que sei que nosso amigo está a pleno
vapor, — eu disse, passando a mão pelo meu pau semiereto, e Lua acompanhou meus
movimentos. — posso
te castigar e te deixar sem gozar por algumas semanas. — Ela soltou uma gargalhada, me pegando desprevenido.
— É por essas e outras que meu celular está cheio de
vídeos do Manuel Ferrara.
— Manuel quem? — perguntei sem entender merda nenhuma.
Levantou e sacudiu a mão.
— Não te interessa. Vou tomar outro banho e depois
volto pra te ajudar. — Saiu
me deixando sem respostas.
Essa mulher vai me matar!
Lua voltou minutos depois e me ajudou a sentar na
cadeira. Eu estava grudento e precisava de outro banho. Ela me deixou no
banheiro e eu mesmo me lavei. Quando saí, ela já estava vestida com uma das
minhas camisetas. Ficava ainda mais linda usando o que era meu.
Lua me ajudou, e, em poucos minutos, estávamos lado a lado na cama. Ela virada
de frente para mim com a cabeça sobre as mãos, como uma criança.
— Sempre vou te amar. — repetiu a sua declaração de antes.
— Sempre. — devolvi.
Tinha certeza de que nada nos separaria. Nosso amor
crescia a cada gesto, cada palavra, cada olhar. E eu não iria mais fugir do que
sentia. Lua era minha. Ela se aninhou em meu corpo, e beijei sua testa.
— Durma com os anjos, minha Potranca.
***
Acordei ouvindo um
barulho, e, quando abri os olhos, o relógio da mesa de cabeceira marcava sete
horas. Levei um susto. Quem entrou no nosso quarto? Tateei o meu lado da
minha cama.
— Lua? — chamei e
ninguém me respondeu. Eu me virei e estava sozinho na cama. Imediatamente
fiquei preocupado: ela nunca levantava cedo. — Cristal? — chamei um pouco mais
alto e logo um furacão adentrou o quarto.
— Aconteceu alguma
coisa, amor? — ela perguntou e se sentou ao meu lado. — Está tudo bem? —
Esfreguei os olhos. Os remédios que eu tomava me deixavam sonolento, e era
difícil acordar tão cedo.
— Eu é que pergunto.
Fiquei preocupado quando não te vi. Aonde você foi tão cedo? — Ela riu para
mim, ou de mim, e me dei conta de que eu estava agindo como uma criança
medrosa. Ela tirou os chinelos e um short extremamente curto — que me fez
ferver de ciúme por ela ter saído do quarto assim —, e se deitou novamente ao
meu lado.
— Estava me despedindo
do meu pai. Ele foi para a capital e volta em alguns dias. — explicou.
— Entendi. — eu disse
antes de pegar no sono novamente.
Voltamos a dormir e,
como se o tempo tivesse passado em um piscar de olhos, o sol tomou conta do
quarto, atravessando as janelas e iluminando tudo. Involuntariamente, tentei me
levantar. Sempre fazia isso, como se meu cérebro esquecesse que meu corpo não o
obedecia mais. Só que daquela vez senti algo diferente. Tentei novamente e
senti, juro que senti, meu pé esquerdo se mover! Deus, que seja verdade!, pedi
internamente, mas depois não consegui segurar os próprios pensamentos e os
transformei em palavras desesperadas.
— Deus, por favor. —
pedi, cerrando os olhos, como meu pai fazia, mas infelizmente nada aconteceu. —
Vamos lá! — tentei outra vez. Como antes, minhas pernas não me obedeceram.
Agradeci por Lua não estar no quarto para ver a cena humilhante que eu
protagonizava.
Alguns minutos depois, enquanto eu amaldiçoava o dia em que resolvera montar
aquele touro, ela entrou sorrindo.
— Adivinha quem já está
na fazenda — disse ela, animada.
— Coelhinho da Páscoa —
bufei sem paciência, mas, depois da cara que Lua fez, me arrependi.
— Alguém está
mal-humorado hoje? — Não foi bem uma pergunta, mas uma constatação. — Para o
seu governo, felizmente, não é o coelhinho da Páscoa, mas o seu fisioterapeuta.
— Ela soou dura. Caminhou levando a cadeira até mim.
— Como se adiantasse
alguma coisa. — murmurei antes de ela se virar.
— Disse alguma coisa?
— Não, só pensei alto.
— disfarcei, evitando começar o dia com um sermão daqueles.
Lua segurou a cadeira
para que eu me sentasse. Com a cadeira ao lado da cama, eu passei para lá,
puxando as pernas e colocando-as no apoio específico. Minutos depois, a
enfermeira já estava no quarto para me ajudar com as minhas necessidades.
Aquela era a parte mais chata... Tentava fazer o possível para me virar
sozinho, mas ainda tinha problemas em passar a sonda urinária. E nem morto que
deixaria Lua enfiar uma mangueira no meu pau. Com que cara ela olharia para o
meu pau novamente? Depois que tomei banho, a enfermeira saiu e Lua entrou de
novo. Estava animada, contando a conversa que tinha tido com o dr. Fábio.
Fomos para a sala e cumprimentei o fisioterapeuta. Conversamos um pouco sobre o
que seria feito durante a reabilitação. Ele era sério e quase não sorriu.
Grande e forte, devia ter uns 35 anos e não me parecia uma ameaça. Eu não via
nada que me fizesse pensar que teria problemas com ele e as meninas. Fábio
tinha uma postura muito profissional e eu gostei dele, apesar de ter certeza de
que não pegaria leve comigo. Combinamos que tomaríamos café e logo depois
começaríamos minha primeira sessão de fisioterapia fora do hospital.
***
— Como está a sua
sensibilidade, Arthur? — perguntou ele, tocando minha perna. Lua tinha
preparado um quarto para a realização do tratamento. Quando entrei, fiquei
surpreso: o cômodo estava equipado até com aparelhos de musculação. Ela contou
que tinha organizado tudo enquanto eu ainda estava no hospital.
— Eu sinto onde está
tocando, consigo identificar o local — respondi, encarando o teto. — Acho que
mexi o meu pé hoje de manhã — contei, e ele olhou surpreso.
— Isso é ótimo! Pelo
visto vou ter pouco trabalho por aqui.
— Deus queira que sim.
Fizemos vários
exercícios, incluindo alguns com bolas e cordas. Ele me ensinou alguns
movimentos que eu deveria fazer de manhã, antes de me levantar. Eram importantes
para ativar a circulação das pernas. Naquela hora, Lua e Mel, que tinha acabado
de chegar, estavam atentas a cada palavra que ele dizia, aprendendo tudo.
Quando terminamos, eu
estava exausto. Os exercícios me deixaram muito cansado e aproveitei para descansar
depois do almoço. Lua não saía do meu lado e, quando se afastava, nunca ficava
mais de dez minutos sem aparecer para ver como eu estava. Era irritante me
sentir vigiado, mas ao mesmo tempo eu me comovia com o seu cuidado.
Foi assim durante toda a semana. Dormia, acordava, comia e fazia fisioterapia.
Como previ, Fábio era muito rígido e não me deixava fazer corpo mole. Recebi
algumas visitas, entre elas a da Carol, que me pediu desculpas pela cena na
frente da minha casa. Claro que eu não poderia culpá-la, também não tinha sido
um poço de gentileza naquele dia. Raquel foi outra que me visitou, e mais uma
vez Lua quase teve um ataque de tanto ciúme, fuzilando minha amiga desde que
ela estacionou a caminhonete na fazenda. Na verdade, as duas até conversaram
sozinhas, mas nem sob tortura Lua quis me contar o assunto. Chay e Mel não eram
mais considerados visitas, pois entravam e saíam da sede o tempo todo. A única
pessoa que me preocupava era a tal da Letícia. A garota vivia se insinuando
para mim, dando sorrisinhos ou jogando indiretas quando Lua não estava por
perto. Até que perdi o pouco da paciência que ainda restava.
— Vem cá... — chamei
quando atravessou a sala somente de toalha. — Sua amiga sabe que você não vale
nada? — perguntei sério, mas Letícia abriu um sorriso irônico antes de me
responder.
— Sempre soube. E você
sabe que ela continua a mesma egoísta e mentirosa de antes? — Seus olhos
brilharam de pura maldade.
— O que quer dizer com
isso? — Eu confiava na Cristal, via a mudança nela a cada dia, mas desde que o
pai tinha ido embora eu a sentia um pouco retraída e distante. Talvez aquela
onça soubesse o que estava acontecendo.
— Nada, não. — Soprou
um beijo em minha direção. — Arthur Vitor. — disse meu nome completo, me
deixando ainda mais encucado.
Filha da mãe! Eu tinha que descobrir um jeito de abrir os olhos da Lua
sobre a cobra que ela estava abrigando em casa.
Na quinta-feira à
tarde, nos sentamos na varanda para ver o pôr do sol.
— Queria te fazer uma
pergunta. — Cristal disse em uma cadeira ao lado da minha. — Mel não pensa em
fazer faculdade? — Segurei suas mãos, entrelaçando nossos dedos.
— Ela terminou o ensino
médio no ano passado e, como não tinha decidido que curso fazer, optou por
aguardar mais um ano. — Sorri ao me lembrar da situação em que minha prima se
encontrava. Chay queria que ela fizesse agronomia, eu, é claro, tentava
arrastá-la para a medicina veterinária, e meu tio ainda insistia para que Mel
fosse enfermeira.
— Eu queria tentar. — A
voz da Lua soou tão baixa que pareceu mais um sussurro.
— Tentar o quê? —
questionei, sem entender do que ela falava.
— Fazer faculdade. —
respondeu, envergonhada. — Mas não sou boa em nada, então não sei o que fazer.
— Levantei seu queixo para que me olhasse. Toquei de leve meus lábios nos dela
e trocamos um beijo carinhoso. Me senti mal ao ver que Lua se diminuía tanto.
Eu sabia que tinha uma parcela de culpa nisso. Quando chegou à fazenda, eu a
tratei como uma patricinha fútil, mas não era isso que ela estava demonstrando
ser.
— Você vai conseguir,
meu amor. — incentivei, e meu peito se encheu de orgulho pela mulher que estava
ao meu lado. Uma grande transformação. Da água para o vinho.
O resto da noite foi
agradável, e, antes de dormirmos, Lua e eu trocamos carícias até chegarmos a um
orgasmo alucinante. Descobri que minha Potranca tinha uma habilidade e tanto
com as mãos, e eu, é claro, fiz a minha língua trabalhar, dando todo o prazer
que ela merecia. Ainda não me sentia seguro para arriscar o sexo com
penetração. Lua também tinha um pouco de medo de me machucar sem querer. Mas,
apesar de limitado, o sexo com ela era ótimo. Mais uma vez adormecemos juntos.
Estávamos cada dia mais ligados, como se um elo invisível unisse nossas vidas
de uma forma surpreendente.
N/A: Hello Hello, meninas!
Por motivos pessoais não deu pra eu atualizar a fic esse final de semana, me perdoem.
Esse casal ta num amor só, que lindos *-* to apaixonada, Lua toda dedicada ao Arthur.
To querendo postar mais um capítulo, vocês topam???
COMENTEM!!!
Ps: Se preparem vem capítulos tensos por ai...
Ps²: A noite posto o final de BC.
Lua ta cuidando mesmo do Arthur, e se ela não contar esse segredo logo, a "amiga" dela conta, toda oferecida essa Letícia!! Esses dois estão cada vez mais apaixonados, não se desgrudam nunca!!
ResponderExcluirMedo desses caps tensos :/
Helena
O Arthur vai termina com a lua :(
ResponderExcluirBy" Lucas
Que lindo o jeito como a Lua cuida do Arthur, posta mais eu topo. Já to com medo desses capítulos tensos, acho que luar vai brigar :(
ResponderExcluirAhh mdssss o q será... Querendooo muitoooo o próximoooo!!! Eles são tão lindos juntos!! Postaaaaa
ResponderExcluirAí muito deus já fiquei com medo desse "capítulo tenso"
ResponderExcluirAmei o capitulo
CLARO QUE TOPAMOS! POSTA MAISSSS
ResponderExcluirAnsiosa demais , to amando
ResponderExcluirAi que fofo
ResponderExcluirTa perfeito!!! Posta mais
ResponderExcluirAí Tá um Amor esses Dois,espero q essa "Amiga" da Lua não estrague as coisas entre eles,Anciosa para o próximo *--*
ResponderExcluir