15 dias para confessar - Climáx

|



Pov Narrador

O dia começa sempre cedo a partir do momento em que os bebés começam a chutar de um lado para o outro e Lua, ao sentir tudo aquilo, começa a mexer-se de um lado para o outro na cama acordando também Arthur que, no momento, dormia tranquilamente.

- São seis da manhã.
- Eu não tenho culpa! – Mostrou-se um tanto ofendida.
- Eu não estou a dizer que tens! – Mostrava-se ele também aborrecido.
- Podíamos então aproveitar, não achas? – Perguntou ela mais baixinho, passando a mão sobre o rosto dele.
- Agora?
- Sim… - Lua fez beicinho e aproximou-se de Arthur para o beijar.
- Bem dizem e é verdade… o desejo sexual das mulheres aumenta de uma maneira espetacular, fantástica, inexplicável,…
- Vais continuar com esses sinónimos ou vamos passar à ação?

(…)

Ainda na mesma manhã, o casal compareceu à reunião no tribunal marcada para as 10:30. Ashton não se sentia bem à vontade estando no mesmo espaço que John. Não suportava olhar para a cara dele. Não o conseguia encarar do mesmo modo. John, pela sua vez, olhava para Arthur com um ar triste e arrependido. Afinal, fez tudo pelo dinheiro.

- Bom dia! – Deu um dos superiores lá dentro. – Estamos cá reunidos a pedido de John e do seu advogado, pois este infrator tem algo a nos comunicar, segundo ele, muito importante, em relação aos casos retrógrados referidos ao Doutor Arthur Aguiar e a sua esposa. Para além dos atentados à sua casa, ao carro e ao emprego, já confessados por John, este diz ter mais algo a dizer e só o jurou fazer se você, Arthur, estivesse presente. John, por favor. – O ilustre deu palavra a John.
- Bom, eu vou tentar ser breve. O que eu tenho a dizer não me vai tirar daqui tão cedo. Mas passo as dois em claro e os dias em constante reflexão. Se estou aqui é porque algo que mau eu fiz, mas não mereço estar aqui sozinho. Não mereço passar por tal humilhação isolado quando na verdade havia alguém aliado a mim. Ou melhor, eu é que me aliei a ele. – John limpou a garganta e continuou. – Gaspar. Lembras-te Arthur? – Olhou para o amigo que mantinha o rosto baixo mas a expressão no seu rosto demonstrava espanto. – Foi o Gaspar quem começou tudo isto. Descobriu o quão bem a vida de Arthur estava e decidiu influenciá-lo. Primeiro, tudo não passava de uma brincadeira. Queria picá-lo de alguma maneira para o tentar afectá-lo no trabalho mas depois as coisas aumentaram de tom. Primeiro, começou a trabalhar no hospital. Depois, começou a tentar perceber as rotinas de Arthur: onde morava, com quem, os horários de idas e vindas, esse tipo de coisas. E depois as ideias de Gaspar tomaram conta dele e levou-o a fazer tudo o que fez até agora… Mas tem mais. – John suspirou. – Ele e Britney eram cúmplices. A Britney nunca te esqueceu e estava disposta a tudo para te ter de volta. Bom, tu lá sabes com que louca é que te meteste. Mas não sei qual foi a razão de ele a ter morto.
- Você tem noção do que está a dizer? – Todos na sala estavam chocados com as confissões ditas de John sem pestanejar uma única vez.
- Sim. Caso contrário, não pedia esta oportunidade.
- E porque razão faz isto?
- Para provar que não sou o monstro que pensam que sou. Fiz isto para salvar a minha família. Mas acabei por estragar tudo.

(…)

Uma hora depois daquela estrondosa confissão, Arthur encontrava-se mais calmo e disposto a conversar com John, caso fosse possível. Lua estava com medo das consequências daquela conversa, mas permitiu que ele assim o fizesse como melhor entendesse.
Ashton foi revistado à entrada e dirigiu-se a uma sala de espera, sentando-se numa cadeira indicada por um polícia que depois permaneceu na porta da mesma. Pouco depois, outro guarda leva até Arthur, John algemado. Ao sentar-se, são-lhe retiradas as algemas.

- Não esperava por esta tua visita.
- E eu não esperava por toda aquela tua confissão. Porque é que a fizeste? – Ashton falava de modo curto e grosso e não conseguia encarar John nem por um segundo, apesar de agora estar bem confuso quanto aos seus sentimentos por ele.
- Eu já respondi. Não quero que pensem que sou um monstro.
- O que queres dizer com isso? Quem é que tu não querer que pense isso? – Ashton fez as perguntas num tom mais elevado, não o suficiente para chamar à atenção das restantes pessoas naquele compartimento. John intimidou-se, baixando o rosto, mas após o levantar respondeu.
- Tu. Eu não quero que penses que sou um monstro. Tudo bem, não estou à espera que me perdoes, mas não quero que, pelo menos, me odeies. Olha para trás e vê tudo o que passamos. Eu estava aflito, não imaginas o quanto. Tinha ao meu lado a mulher que mais amo e o filho mais desejado de sempre. Mas fiquei sem trabalho. Vi portas a se fecharem. Fiquei desesperado até aparecer esta cena… acredita que pensei muito antes de cometer tais erros. Pensei que só o ia fazer uma vez e depois qu…
- Estás a brincar comigo? – Ashton bateu na mesma, agora suficientemente alto para o segurança da porta olhar na direção dos dois. – Uma vez só? Tu deitaste a perder uma amizade de anos. Eu pensei que era importante para ti. O que fizeste não tem perdão e esse teu argumento acabou de estragar todas as possibilidades que tinhas em ter a minha amizade de volta. – Ashton levantou-se. – Admiro a tua coragem ao me teres contado tudo isto, mas serão precisos muitos anos para eu voltar se quer a voltar a gostar de ti, ou melhor, a conseguir olhar-te sem nojo.

Dito isto, abandonou o local sem olhar para trás.
No exterior do departamento, encontrou-se com Lua que devorava um gelado na altura.

- Como foi? – Pergunta ela assim que Arthur entra no carro.
- Péssimo. – Arthur olhar para o gelado dela e no mesmo instante rouba-lhe da mão.
- A sério? – Perguntou ela com os olhos no gelado em que Arthur roubou.
- Já reparaste que só recebo desilusão atrás de desilusão? Sinto que tudo o que passei foi em vão. Os meus colegas, as minhas aprendizagens, as nossas juras de amizade, promessas, conversas,… porra, o que andei todo este tempo a fazer? - Nisto, Arthur liga ao carro e começa a dirigir para casa. – Pensei que ia levar amigas para toda a minha vida e olha… acabei sem ninguém.
- Talvez assim o destino estava fadado.
- Como? Acabar sozinho? – Ele suspirou. – Pensei mesmo que iriamos ser os melhores amigos para sempre. Bom, pelo menos o John. Afinal, também ele me atacou nas costas. Mas a partir de hoje, eles morreram mesmo. Não quero saber de nenhum dos dois. Prefiro morrer sozinho do que lhes voltar a dirigir uma palavra.
- Mas ainda não sabemos do Gaspar… não sabemos se se encontra no mesmo país ou se ainda está no mundo dos vivos.
- Também sinceramente não me importo. Desde que deixe a minha família em paz…

A pouco de chegarem a casa, Lua volta a tocar no mesmo assunto.

- Tu não estás sozinho.
- Eu sei… Tenho o Louis. Apesar de não ter sido meu amigo desde o secundário, foi meu amigo desde a universidade. E damo-nos bem até hoje. Espero que não me traia.
- Mas eu sou o quê para ti? – Lua cruzou os braços. Arthur gargalhou.

Em dois segundos chegaram a casa. Lua foi à frente até ao interior da mesma, saindo disparada para a cozinha. A fome volta a atacar.

- Tu és importante para mim, está bem? – Arthur apareceu na porta do mesmo cômodo de Lua. Esta voltou-se para ele, com uma maçã na mão, e sorriu.
- Tu também és importante para mim. E lembra-te que antes de começarmos a namorar, chegamos a ser grandes amigos. Perdi o meu bv contigo e a minha virgindade também.
- Não te esqueças que eu também perdi a minha contigo. – Arthur gargalhou e foi de encontro a Lua, encostando-a ao balcão. Segurar-lhe daquela maneira já se tornava um pouco incomodativo pela presença da imensa barriga de gémeos que ela carregava.
- Totó. – Lua deu uma grande dentada na maçã e Arthur decidiu morder metade dela.

As gargalhadas misturaram-se até eles inverterem as posições para Lua não ficar tão subcarregada e poderem beijar-se à vontade. As mãos dele seguravam-lhe com vontade sobre a cintura enquanto devorava os lábios carnudos dela. Adorava poder sentir o gosto dela, sem segundas intenções. Adorava beijar-lhe num tom de carinho, para alegrar-lhe o dia e para ela perceber o quanto ele lhe ama. Já ela, adorava segurar-lhe pelos colarinhos da camisa deixando o beijo com um ar mais selvagem. Nesta altura da gravidez, é natural esta sua vontade com segundas intenções atingir o clímax várias vezes ao dia.

No momento, a campainha tocou e os dois estranharam. Não lhes passava nada pela cabeça.

- Estás à espera de visitas? – Perguntou Arthur.
- Não. E tu?
- Também não. – Estranharam.

Arthur dirige-se para a porta e decidi receber as visitas cara a cara.

- Vocês? – Mostrou-se surpreendido.

(...)

Notas finais:

Volteiii!!! Amanhã vou postar mais um, ok? Prometo acabar a fic em meia dúzia de capítulos porque entendo que seja chato só ler um capítulo de séculos a séculos :// mas não consigo de outro jeito.

4 comentários:

  1. Finalmente o Jonh contou a verdade!!! Eles merecem ser felizes!!!

    ResponderExcluir
  2. ai quem sera??morrendo de curiosidade.Ainda bem que jonh abriu o jogo

    ResponderExcluir
  3. Meu deus quem é? Posta logo

    ResponderExcluir