8 Segundos - CAP. 25

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8 Segundos


Capítulo 25: 


Pov. Lua
— Ei — chamei, e ele virou o rosto para me encarar. — Estou aqui. — Cheguei mais perto, e Arthur parecia ainda mais distante. Medo... Foi o que senti.
— Pedi para Mel não desfazer minhas malas. — disse ele, mas sem parar de olhar a porra da janela. — Já que seu namorado chegou, não tenho mais o que fazer aqui. 
Porra! Lucas estava mal. O meu Ranger nunca se entregaria daquela forma. Não antes de fazer uma cena de homem das cavernas, sem gritar como um louco e ameaçar quem quer que o estivesse incomodando. Fiquei alguns segundos em silêncio, imaginando que tudo o que acontecera o abalara psicologicamente. Claro que era uma besteira sem tamanho, mas naquele momento ele se sentia menos homem. Alguém que não era digno de mim. Era como se ele tentasse me dizer: “Fique com ele. Ele pode andar, eu não.” 
Então eu disse:

— Ok, vou arrumar minhas malas. — Arthur se surpreendeu com as minhas palavras.
— Como assim? — questionou, um pouco incrédulo.
— Você não vai a lugar nenhum sem mim. — Estava firme em meu propósito. Eu estaria perdida sem ele, e já não faria diferença me jogar em um precipício, desde que fosse com Arthur. — Você quer ir embora sem ao menos me ouvir? Tudo bem! Mas fique sabendo que vou com você até o inferno. — Cruzei os braços e fiquei aguardando uma resposta. Via claramente a surpresa em sua fisionomia. Também pudera: eu mesma estava confusa com as minhas atitudes. Se alguém me contasse, um mês antes, que eu estaria feliz morando em uma fazenda, e ainda por cima apaixonada por um peão veterinário, eu riria da cara do cidadão e diria que ele estava sofrendo de insanidade mental gravíssima. Tipo: você é louco de pedra! Mas lá estava eu. Tentando convencer um cabeça-dura a ficar comigo.
— O que esse babaca está fazendo aqui? — perguntou Arthur com uma voz grossa e ameaçadora. A mesma que tinha me feito me contorcer debaixo dele, com os seus comandos durante o sexo. Bingo! Funcionou. Dei a volta e me sentei bem ao seu lado. Seus olhos, que antes estavam distantes, praticamente me obrigavam a falar.
— Vai manter a calma e ouvir tudo? Ele fechou a cara diante do meu comentário.
— Acho que não tenho para onde ir mesmo. — A amargura em sua voz deixava claro que Arthur estava inseguro. Eu precisava conversar com Santiago e Melanie para ver a melhor maneira de não deixarmos o problema derrubá-lo.
— Olha, Arthur. Você só me conhece há um mês, mas sabe que a Lua que chegou aqui era bem diferente da Lua que está na sua frente. — expliquei. — Confesso que não sei exatamente em que momento mudei, mas sei que isso aconteceu. Não posso negar o meu passado, mas posso lutar por um futuro. Um futuro com você. Como? Ainda não sei. — completei um pouco insegura. Realmente não sabia como agir. Era tudo muito novo para mim, uma completa escuridão. Mas eu sabia quanto queria o Arthur, e estava disposta a tentar.
— Desembucha logo! — Arthur disse autoritário. Adoro esse estilo do meu Ranger.
Ainda ao seu lado, eu contei a ele quase todo o meu passado. Falei sobre minha amizade com a Letícia e aproveitei para dizer que ela também estava na fazenda. Contei sobre meu envolvimento com o Rafa, e como vivíamos antes de eu voltar para a fazenda. Falei sobre o meu acordo com ele: sexo e orgasmos em troca de status na sociedade e presentes caros. Nesse momento, Arthur fez uma careta e ficou inquieto.

— Está na cara que esse mauricinho de merda quer o seu dinheiro. Como você pode ser tão burra, Cristal? — ele me repreendeu, e eu fiquei um pouco chateada pela forma como falou. Vendo que recuei, ele voltou atrás. — Desculpa, mas não consigo aceitar um homem barbado vivendo às custas de uma garota.
— Eu gostava desse acerto. — Arthur arregalou os olhos com a naturalidade da minha resposta. — Funcionava bem para os dois. Sentada, abracei os meus joelhos apoiando minha cabeça sobre eles.
Arthur estava certo, eu tinha sido uma estúpida, mas eu não conhecia outro tipo de relacionamento. Rafa era o último, aquele com quem fiquei por mais tempo, mas basicamente todos os caras — de antes e até de durante o meu relacionamento com o Rafael — me tratavam daquela forma simplesmente porque eu deixava.

— Só descobri como um homem de verdade deveria ser e agir quando cheguei aqui na fazenda. — continuei, falando com a cabeça baixa. — Vendo você, Chay e até Rodrigo foi que percebi como era idiota. — Eu revelava toda a minha alma com aquelas palavras, mas não sabia como deveria agir. 
Senti um toque em meu braço, então levantei a cabeça. Arthur tentava se inclinar para a frente e me alcançar. Vendo o esforço que fazia para tentar me consolar, me deitei ao seu lado e descansei a cabeça em seu peito. Assim eu me sentia protegida e segura.

— Nunca tinha precisado de ninguém na minha vida até descobrir você... E então percebi que aquilo não era vida. — Foda-se! Acabei de me declarar! Fechei os olhos e apertei a camiseta do Arthur entre os dedos, esperando suas palavras.
— Eu também me sinto assim. — Fiquei tão surpresa que me levantei para encará-lo. — Eu sei que ainda é cedo e também não sei como vai ser de agora em diante. — Seu olhar estava distante, como acontecia toda vez que falava sobre o futuro. — Mas queria que você soubesse que nenhuma mulher mexeu comigo como você. No começo achei que fosse só sexo, que nossa implicância mútua era química e nada mais. Só que, quando vi você com o Henrique, algo acordou dentro de mim. E, no dia em que transamos na chuva, eu percebi que não era e não poderia ser só sexo. — Arthur me puxou novamente para os seus braços e me beijou de forma carinhosa. Um beijo que fez minhas dúvidas desaparecerem. — Eu quero você ao meu lado, sei que não posso dar tudo de que você precisa, que deveria me afastar, mas sou egoísta a ponto de te prender a alguém como eu. Quero você comigo. — Arthur terminou de falar e eu não conseguia respirar. Tentava fazer meus pulmões trabalharem, mas algo travava meu corpo. Minha voz não saía, e meus ouvidos zumbiam. Eu não conseguia escutar mais nada. Estava tão emocionada e tão feliz com aquelas palavras, e ao mesmo tempo tão furiosa por Arthur ter se diminuído, que queria beijá-lo e estapeá-lo com a mesma intensidade. 
Assim que meu corpo voltou a responder aos meus comandos, eu tomei uma atitude. Montei em Arthur com cuidado. Segurei todo o meu peso nas minhas pernas, para não correr o risco de machucá-lo.

— Sabe o que eu acho? — perguntei com o rosto dele em minhas mãos. — Somos dois idiotas apaixonados — respondi, e Arthur sorriu. — Adoro o seu sorriso. — Não pude deixar de elogiá-lo. Andava tão difícil arrancar um sorriso dele que eu tinha que aproveitar cada centelha de alegria que ele oferecia.
— Ok! — Ele passou a mão no meu cabelo, afastando os fios que caíam no meu rosto. — Você venceu, minha Potranca. — Arthur e seus apelidos para mim. Eu já tinha me acostumado com os dois: Cristal e Potranca. — Mas quero o babaca fora daqui. — Soava bastante sério, e eu assenti. — Está na cara que a fonte secou e agora ele precisou vir atrás de você.
— Vou conversar com ele. — prometi, e Arthur torceu o nariz lindamente. Meu Deus, cada expressão dele me deixava ainda mais apaixonada. — E com a Lê também. — Eu me lembrei da minha amiga. Dei um beijo na ponta do seu nariz e pulei da cama. — Já volto, e vamos conversar sobre o seu fisioterapeuta e sua enfermeira. — Estava na hora de recomeçar o tratamento. Arthur sorriu e eu fiquei sem entender o motivo. Olhei para ele, que deu de ombros.
— A fantasia de todo homem: uma enfermeira gostosa em um vestido branco. — ele brincou, e eu adorava que ele estivesse se descontraindo um pouco, mas infelizmente tive que cortar o barato do Arthur.
— Estou apaixonada, mas ainda não fiquei louca. Sua enfermeira tem 50 anos e cinco filhos. — Nem morta eu contrataria alguém que pudesse dar em cima do meu namorado. Apesar de ter dúvidas de que mesmo ela, uma senhora, se comportaria e não acabaria caindo de quatro por ele. Todas caíam.
— Droga de mulher ciumenta que eu fui arrumar! — reclamou ele, ainda sorrindo. Soprei um beijo em sua direção e saí do quarto. Precisava falar com minha amiga e o Rafa. Seria uma conversa séria, mas mesmo assim um sorriso idiota estampava meu rosto.
— Pelo visto o caipira te laçou. — Ouvi a voz da minha amiga assim que cheguei à sala. Letícia estava sentada no sofá com os pés na mesa de centro e uma revista de moda nas mãos.
— Só um minuto, Lê. — Levantei um dedo pedindo para ela aguardar. Fui até a cozinha e, como eu esperava, todos estavam sentados em volta da mesa. — Mel, você pode ficar com o Arthur um minuto? Não quero que ele fique sozinho. — Ela se levantou imediatamente e, sem responder, caminhou em direção ao corredor com uma cara de poucos amigos que revelava certa raiva de mim. — Mel! — gritei, e ela se virou. Cruzou os braços e me encarou séria. — Não se preocupa, eu vou resolver isso.
— O que você vai fazer não me interessa. Mas fique avisada de que se magoar meu irmão será uma mulher morta, porque eu vou arrancar cada pena de você! — ameaçou apontando o dedo na minha cara. Então, Mel passou pela sala e eu vi quando ela e Letícia trocaram olhares nada amistosos. Era só o que me faltava!
— Lê, preciso do Rafa fora daqui ainda hoje — soltei, sem rodeios. Minha amiga e eu sempre fomos muito francas uma com a outra, então eu não precisava fazer cerimônia com ela.
— Eu entendo — respondeu ela, se levantando do sofá. — Acontece que o carro dele estragou na viagem e vai levar uns três dias para consertarem. E eu realmente não acredito que o Rafa vai deixar o brinquedinho dele aqui nesse fim de mundo. — Seu tom de voz já não era tão amigável ao tratar a fazenda com desdém. Ela era exatamente como eu quando cheguei ali.
— Droga! Arthur vai ficar puto comigo. — esbravejei.
— E desde quando você se preocupa com o que os homens pensam a seu respeito? — minha amiga me perguntou, surpresa.
— Desde que o homem em questão ganhou meu coração. — expliquei, ainda pensando preocupada em como chutar o Rafa da fazenda.

Pov. Arthur

– E o que você vai fazer? — perguntei, assim que Lua entrou no quarto. Fiquei com a Melanie enquanto ela conversava com os visitantes. Estava extremamente irritado e não podia fazer nada para chutar o desgraçado para fora: estava entrevado em uma cama, e todo mundo insistia em se revezar para não me deixar sozinho, como se eu fosse uma criança, e ainda mais essa. Parecia brincadeira. Essa história de carro quebrado não colou comigo.
— O que eu já fiz, você quer dizer — disse ela, caminhando até mim. Minha prima saiu do quarto assim que Lua chegou, e, pela cara da Mel, ela estava bem chateada com a amiga. Conversaria com ela depois. Lua se sentou ao meu lado e me fitou diretamente nos olhos. Estava impressionado com a sua firmeza. Na verdade, desde que chegou ela sempre teve esse olhar altivo, mas o fato de aceitar tão bem estar apaixonada por alguém naquelas condições me deixava muito surpreso. Sem falar em tudo que fez para me receber em sua casa.
— E o que você fez? — Eu ainda queria uma resposta.
— Pedi ao Santiago que deixasse o Rafael em um hotel na cidade. Letícia vai ficar aqui, no meu quarto. Ela vai voltar com o meu pai, que deve chegar em alguns dias. — explicou. Ouvir Lua falar sobre o pai — que também era meu patrão — me deixou incomodado. O que ele iria pensar ao ver um simples empregado morando com a sua filha na sua fazenda? 
Meu Deus, onde eu estava com a cabeça quando aceitei essa maluquice?

— Lua... — chamei, e seus olhos verdes me encararam. — Não sei se é certo eu estar aqui. Você não tem obrigação de cuidar de mim, seu pai pode não gostar de me ver aqui. Na verdade, estou me sentindo mal com tudo isso. — Tentei não soar ingrato. E, assim como eu esperava, ela fez cara de desgosto.
— Garanto a você, meu amor, que meu pai fez questão que você tivesse o melhor tratamento possível. — disse passando a mão pelo meu rosto, fazendo um carinho. Seu toque era um acalento em meio ao turbilhão de coisas que eu sentia. — E é isso que eu também desejo. O melhor para o melhor. — Sorriu lindamente e eu me esqueci do assunto da conversa.
— Vem aqui. — Eu a puxei para a cama. Lua se aninhou ao meu lado e começou a subir e descer os dedos no meu peito. Estremeci ao sentir sua mão macia descer até a barra da minha camiseta e tocar minha pele. — Lua. — murmurei em advertência, mas ela ignorou minha súplica e continuou a me torturar. Sua mão passeava por baixo da minha camiseta e subia pela minha barriga em direção aos meus mamilos. Não sei se foi pelo fato de estar há semanas sem sexo, mas aquilo me deixou extremamente excitado. Fiquei surpreso, pois pensava que não conseguiria sustentar uma ereção, mas, só de sentir sua mão em minha pele, fiquei duro.
— Vamos tentar. — implorou ela com a voz carregada de desejo. Sua boca distribuía beijos no meu pescoço, e minha pele se arrepiava com sua língua próxima à minha orelha. — Te desejo tanto que chega a doer.  — Não aguentei ouvir seu pedido e me virei em sua direção. Nossos olhos se cruzaram e imediatamente encarei sua boca, que implorava para ser beijada. Não contive a vontade. 
Lua levantou um pouco o corpo, ficando com o rosto bem próximo de mim. Tomei sua boca com urgência. Quando senti o gosto daqueles lábios, eu enlouqueci. Como eu queria estar inteiro para ela... Estávamos sozinhos em uma cama, e minha vontade de me enterrar em seu corpo perfeito era avassaladora. Desejei voltar no tempo e reviver o único dia em que estivemos juntos. Tão juntos e completos como um só. 
Lua levantou mais minha camiseta e começou a gemer em minha boca, o que me excitou ainda mais. Não suportava o tesão que me possuía e comecei a tirar sua blusa. Foda-se! Precisava dela, de estar com ela, de vê-la gozar. De ver seus olhos verdes brilharem enquanto ela gritava meu nome. Precisava fazê-la minha de novo.


N/A: Woow! Casal fogoso esse em hahaha. Achei lindo Arthur e Lua se declarando um pro outro <3 

Com mais 10 comentários, posto o próximo capítulo. 

15 comentários:

  1. Ainda bem que Lua conversou com Arthur e ele entendeu, tomara que esses 3 dias passem rápido. Essas declarações dos dois *--*, espero que o pai da Lua não fique contra esse relacionamento dos dois.
    Helena

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  2. São muito lindos! Adoro! Posta mais hj heim kkk

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  3. Q Fofos os dois se declarando um para o outro,e q fogo esses dois têm em,só por Deus,espero q esse Rafael não estrague o romance desses dois e espero q o Pai da Lua não implique também *--*

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  4. Ahhh esse Rafa tem que ir embora logo, mas tô sentindo que ele veio pra causar problemas e essa Letícia também

    By: Naat

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  5. Não sei o que esse maldito do Rafael foi caçar aí... Ainda bem que não conseguiu fazer estrago...

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  6. A Mel está assim por causa do Arthur? Ou por ciúmes da Lua por causa da Letícia? Kkkkk

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  7. Poxa mel!!!
    Quero mais web :(

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  8. Onnnnn eles são tão lindosss.. Muito amor envolvido. Eithaaa será q agora vai?! Ansiosaaa pelo próximo!!

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  9. Nada apaga o fogo desses dois Hein kkkk

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  10. Q declarações mais lindass *--* e q fogo hein?! Kkkkkkk , tomara q o pai da Lua n seja contra o relacionamento deles...

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  11. Aiin que cute.. será que vai rolar ou não heim? Ansiosa pra saber esse segredo do pai da lua ><
    Fany

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  12. Adorando a Lua assim, toda carinhosa e romântica com o Arthur, ele fica tão fofa preocupada con ele! O amor é incrível, muda as pessoas!
    Esses dois não mudam tao fogosos!
    Posta mais please;)

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