8 Segundos
(Nada a declarar sobre o capítulo)
(Nada a declarar sobre o capítulo)
Capítulo 21:
Pov. Arthur
Estava feliz, apesar de tudo ter sido um pouco
diferente do que estava acostumado. Achei que uma noite seria o suficiente para
tirá-la do meu pensamento, mas me enganei. Eu queria mais e, por isso, planejei
o piquenique. Era meio romântico? Sim, mas não era porque não tínhamos um
relacionamento que não poderíamos fazer algo assim. Eu tinha sexo sem
compromisso com as mulheres com quem me envolvia, mas sabia tratá-las bem, com
respeito e sinceridade. Acho que era por isso que elas sempre queriam mais.
Tinha planejado uma noite maravilhosa, mas fui convocado pelo INDEA para
assumir o tratamento de alguns animais que estavam morrendo misteriosamente.
Conversei com um pecuarista pelo telefone e minha primeira suspeita foi de que
a causa era a ingestão de uma erva. Então chamei Chay, que relutou um pouco,
mas seu lado profissional falou mais alto e ele me acompanhou. Ficamos
confinados durante uma semana.
De cara eu e Chay descobrimos que realmente se tratava de um tipo de braquiária
venenosa que havia crescido no pasto, mas, até que os animais se recuperassem,
eu não poderia voltar. E ele ficou para me fazer companhia. Evitávamos qualquer
assunto que envolvesse as meninas, mas eu sabia que Chay falava com Melanie
todos os dias. Pensei em fazer o mesmo e ligar para Cristal, mas fiquei
inseguro, sem saber o que dizer. Pensava nela 24 horas por dia. Não conseguia
evitar. Sua imagem aparecia em minha mente sem pedir permissão. Então, assim
que cheguei à cidade, a primeira coisa que fiz foi lhe mandar uma mensagem.
Precisávamos conversar e decidir o que fazer. Não era somente sexo, eu era
experiente o bastante para saber que era mais que isso. Apenas não sabia ainda
o que significava.
Só não tinha ido direto para a Girassol porque o
Rodrigo havia me avisado que um dos juízes da Confederação Estadual de Rodeio
estaria presente no treino, e eu não poderia perder a oportunidade de trocar
algumas palavras com ele. Cheguei à fazenda do Henrique por volta das três
horas. Sorte que o clima estava ameno, nada de muito sol, e a chuva tinha dado
uma trégua. Estacionei minha caminhonete e fui direto para a pequena arena que
ele tinha montado. No percurso, cumprimentei a todos e tranquilizei o pai do
Henrique sobre as mortes dos animais. Os treinos eram a atração das tardes de
domingo, muita gente gostava de nos ver montando e aquilo se estendia até de
noite, com muita música e muita dança. Mas naquele dia o meu plano era treinar
e voltar para a Girassol. Estava ansioso para reencontrar Lua. Como a maioria
dos peões, eu vestia calça jeans e camisa de manga longa, e calçava botas, o
normal do dia a dia. A diferença era que por cima da calça havia uma proteção
de couro, e eu usava um colete de proteção nos ombros, para o caso de o touro
vencer e me derrubar. O mesmo equipamento que havia usado na montaria da festa
da igreja. Antes de chegar à arquibancada, avistei Henrique conversando com
dois caras, os mesmos que fizeram a tal aposta sobre Cristal. Eu ainda não
tinha tirado aquilo da cabeça. Andei em direção a eles, e, assim que notaram
minha presença, os dois covardes desconversaram e deixaram Henrique sozinho.
Este não vacilou, me encarou e se manteve firme. O desgraçado sabia disfarçar,
pois eu tinha certeza de que ele estava se borrando por dentro.
— Boa tarde, Henrique. — Coloquei o colete no chão e
apertei sua mão um pouco mais forte do que de costume.
— E aí, Ranger, beleza? — Henrique devolveu o
cumprimento com um sorriso sarcástico. — Achei que não iria aparecer, faz tempo
que não treina.
— Pois é, Rodrigo me avisou sobre o juiz. — expliquei.
— Mas, antes de ir para a arena, queria falar com você sobre a Lua. —
Ele abriu ainda mais o sorriso e eu fervi de raiva. Me
lembrar dos dois juntos, principalmente do Henrique a tocando, me deixava
possesso. Eu sabia que o que eu tinha com a Cristal nem era uma relação ainda,
mas estava disposto a ficar com ela pelo tempo que passasse na fazenda. E não
aceitava compartilhá-la, muito menos com o babaca do Henrique.
— Esquece isso, cara. — Henrique abanou a mão e saiu
andando. — Ela já se explicou. A Potranca te enganou direitinho. — Ele riu de
mim ou para mim, não entendi. — Ela está lá. — Divertido, ele apontou para um
ponto no meio da arquibancada.
Não sei o que me deu, mas imaginar que Lua estava ali, principalmente com
Henrique, depois de tudo que havia acontecido entre nós, me deixou sem chão.
Furioso, andei em direção à arquibancada. Era pequena, somente para que os
amigos acompanhassem os treinos. Subi dois degraus, passando por algumas
pessoas, e a chamei pelo nome. Erro meu. Não só Lua se virou, mas outros quatro
pares de olhos me fitaram: eram Ângela, Andressa, Ana e Alessandra, as filhas
do sr. Ananias, dono do pequeno mercado da cidade. Bem, as duas primeiras eu já
tinha pegado. E, segundo o boato que rolava na cidade, as outras duas estavam
na fila. Não tinha culpa se elas cobiçavam o que as outras tiveram. Andressa
foi a primeira, me teve somente por uma noite, mas foi o suficiente para
despertar a inveja nas irmãs. Como elas eram lindas e eu sou um homem livre e
desimpedido, não perdi tempo.
— Oi, Arthur! — as quatro disseram em uníssono e eu revirei os
olhos. Além da beleza, o que elas tinham em comum era o descaramento. O pior
foi ver a expressão de raiva nos olhos da Lua. Claro que, com aquela recepção,
ela tinha entendido o que estava acontecendo. Neste caso específico, o que
tinha acontecido.
— Oi, meninas — cumprimentei com um sorriso forçado e
elas suspiraram. — Lua,
posso falar com você? — perguntei e fiquei alguns segundos esperando, até que
ela levantou e segurou minha mão, que havia estendido para ajudá-la a descer os
degraus. Caminhamos até debaixo de uma grande árvore e encontramos Henrique no caminho.
Ele nos deu um sorriso de provocação: ou o cara estava procurando encrenca ou
se fazendo de idiota. Quando chegamos, ela se encostou na árvore e eu a
encurralei com meu corpo. Coloquei uma mão de cada lado do seu rosto, não dando
chances para ela escapar. Encarei seus olhos verdes à procura de respostas,
mas, antes de encontrar, eu a beijei. Estava com tanta saudade que tomei seus
lábios com uma intensidade descomunal. Lua não se afastou, devolvendo o beijo
com a mesma vontade. Suas mãos puxaram minha cintura em sua direção e eu deixei
que minha pélvis encontrasse o seu quadril. Mas, antes que aquilo virasse um
ato obsceno em plena luz do dia, me afastei ofegante. Eu queria mais, e teria,
mas não ali.
— O que está fazendo aqui? Eu avisei que ia te buscar
mais tarde. — eu disse com a voz ainda falha pelo beijo e embargada pela
decepção de saber que ela havia voltado a procurar aquele babaca. Lua entortou
um pouco a cabeça e sorriu moleca. — Não quero você perto do Henrique. — soltei
antes de pensar no que falava. Porra! Estava com ciúme. Desde quando sabia o
que era isso?
— Ciúme, garanhão? Estava com saudade. — Ela puxou
minha camisa e sua língua deslizou para fora, molhando os lábios. Não pude
deixar de me lembrar da sua boquinha perfeita me chupando enquanto a chuva caía
sobre nós.
— Nada disso. — Eu me afastei antes de passar
vergonha. Estava começando a exibir uma ereção, e isso não era bom para quem
pretendia montar um touro que pesava oitocentos quilos. — Eu e Henrique não nos
damos bem, é só isso. — expliquei remexendo as pernas, tentando acalmar meu
amigão lá de baixo.
— E o que eu tenho com isso? — Ela cruzou os braços.
Estava séria... e linda. Usava um vestido curto tomara que caia xadrez vinho,
um cinto largo que marcava sua cintura fina, e calçava botas sem saltos. Já seu
cabelo estava preso em uma trança lateral um pouco bagunçada pelo vento. Isso
tudo me fez pensar que, se algum dia eu me apaixonasse, seria por alguém como
ela. Não a Cristal intocável, mas a Lua simples. Parei em sua frente outra vez
e toquei seu rosto antes de começar a falar. Tinha preparado aquilo para a
noite, antes ou depois de me enterrar naquele corpo maravilhoso, mas precisava
marcar território naquele momento.
— Quero ficar com você pelo tempo que estiver na fazenda.
— Percebi que Lua segurava a
respiração, então soltou um suspiro de alívio. Talvez ela estivesse tão ansiosa
para ouvir aquilo quanto eu estava para falar. — Com exclusividade — completei,
e ela arregalou os olhos.
— E o que acontece com o oi, Arthur? — ela imitou a voz das meninas com desdém, e eu
gargalhei.
— Não tenho culpa se todas me querem. — provoquei para
que ela também sentisse a raiva que me possuía por causa do Henrique. Lua
cerrou os olhos, e eu percebi nela a mesma possessividade que eu sentia.
— Como foi a viagem?
— Depois do treino, eu te conto tudo.
— Voltamos para a arquibancada, e Lua se sentou novamente perto das meninas, mas dessa vez
mantendo certa distância. Fui para o lado esquerdo do cercado, onde os touros
estavam sendo colocados no brete. Vesti meu colete e ajeitei o protetor de
couro por cima da calça jeans.
— E aí, Conrado, beleza? — cumprimentei o funcionário
da fazenda que sempre me ajudava nos treinos. — O que temos para hoje? —
perguntei, apontando para os animais que estavam sendo preparados. Olhava para Lua na arquibancada, enquanto ouvia Conrado explicar
sobre os touros que estavam no ponto para serem montados.
— Ranger, eu te aconselho a montar o Tufão. Rodrigo
tentou e não parou seis segundos. — comentou sorrindo e eu o acompanhei. Na
verdade, imaginava que o Rodrigo estaria por ali. Mesmo contra a vontade do
pai, montar era o sonho dele. Olhei para o touro. Ele bufava com raiva, era
enorme, todo preto com manchas brancas na testa e nas patas. Fiquei apreensivo,
pois eu não treinava com um animal tão grande havia semanas e não sabia se
estava preparado para o desafio. Respirei fundo e tomei a decisão.
— Prepara ele, Conrado. — Ele assentiu, desceu da
cerca e foi em direção ao local onde Tufão estava. Coloquei o capacete para
proteger o rosto e a cabeça. Sempre usava os equipamentos de segurança. Tentei
me convencer de que não precisava fazer aquilo para impressionar ninguém, mas
sabia que Lua estava me observando e queria mostrar a ela do que eu era capaz.
Coisa de homem. Sabia que ela não tinha me visto montar na noite da festa. Subi
na cerca e ouvi os gritos de todos que assistiam. Eu me concentrei no animal
que estava chegando e, assim que ele se posicionou ao meu lado, eu o montei.
Segurei o arreio com as mãos, tentando me equilibrar em cima dele, até estar
preparado para pedir a abertura da porteira. Montar sempre foi algo único. Eu
sentia a adrenalina do touro atravessar meus ossos. O animal tremia, eu tremia,
meu coração tremia. Fechei os olhos e me lembrei das palavras do tio Santiago: “Desligue-se
de tudo e concentre-se no animal. Durante oito segundos, você e o touro serão
apenas um.” Respirei fundo e assenti para que Conrado abrisse a porteira.
Tudo ficou silencioso ao meu redor, não escutava mais os gritos e nada do que
as pessoas pronunciavam. Levantei a mão e, assim que a porteira se abriu,
cometi um grande erro: olhei para a arquibancada e vi Henrique ao lado da
Cristal. Os dois estavam sorrindo e olhando para mim. Não deu tempo de parar,
era tarde demais. O portão se abriu e Tufão saiu em disparada, pulando e
rodopiando. Minha cabeça girava na mesma intensidade com que o animal se
debatia. Fechei os olhos por um segundo, e no seguinte eu estava no chão.
Minhas costas bateram na areia e senti uma dor insuportável descer pela minha
coluna até as pernas. Dois funcionários da fazenda, juntamente com Conrado,
entraram na arena para tentar afastar o touro de mim. Tentei levantar, mas não
consegui. Um pânico tomou conta de mim: não sentia as pernas. Rezei para que
fosse apenas por causa da pancada. Como veterinário, sabia que, se tivesse
acontecido algum dano à minha coluna, o recomendado era ficar imóvel. A dor que
sentia deu lugar ao frio. Foi como se estivessem colocando meu corpo em um
tanque com gelo.
— Deus, não tire meus movimentos... — implorei de
olhos fechados e, quando abri novamente, vi um par de olhos verdes me
encarando. Lua!
— Pelo amor de Deus, Arthur! Diz que está bem!
Pov. Lua
Henrique andou em minha direção e, se ele se sentasse
ao meu lado, eu teria que mudar de lugar. Prometi ao Arthur que me afastaria
dele e estava disposta a cumprir. Fiquei muito feliz com a proposta de tê-lo
com exclusividade. Ficar comigo, exclusivamente comigo, pelo tempo que eu
passasse na fazenda, ou seja, acho que teria que ligar para o meu pai e dizer
que ficaria na fazenda por tempo indeterminado. Vi que Henrique se sentou
próximo às meninas e puxou conversa com elas. Eu havia explicado a ele que
nossa farsa tinha chegado ao fim. Era impressionante como a Operação Segura
Peão tinha sido eficiente. O Chay estava aos pés da Mel e eu estava nas
nuvens pelos momentos que tinha passado com meu garanhão. Henrique tinha
entendido tudo e ainda fez piada. Ele era o típico galinha pegador, mas muito
divertido. Escutei uma gritaria, e todos à nossa volta começaram a bater
palmas. Como no outro dia, o nome Ranger era gritado aos quatro ventos. Olhei
na direção da arena e vi Arthur em cima de uma estrutura de madeira, um
cercado.
Deus! Meu coração disparou como nunca antes. Será que...? Não! Impossível. Eu
não poderia estar apaixonada por um homem que eu conhecia havia menos de um
mês. Então, Arthur sorriu para um cara que estava ao seu lado enquanto ele se
preparava para montar e... Puta merda! É, eu estava apaixonada por aquele
caipira.
— Ranger! Ranger! Ranger! — As quatro cabritas
saltitantes que estavam ao meu lado soltavam gritinhos sincronizados. Olhei
para elas querendo fuzilar todas. Percebendo meu semblante de mulher das
cavernas, Henrique não perdeu a oportunidade de me provocar.
— Isso daria um livro. O peão e a patricinha. — disse
sarcástico, porém não detectei maldade em seu comentário. Pelo contrário,
concordei, pois era verdade. — Olha lá! — Apontou para a frente, e eu vi a
porteira se abrindo.
— Puta merda! — Arthur montava um dinossauro. O touro era enorme. Que cara
maluco. Meu coração subiu para a garganta e fechei os olhos por um segundo.
— Meu Deus! — Escutei a voz do Henrique e, quando abri
os olhos, vi Arthur
deitado no chão, se contorcendo. Henrique desceu alguns degraus e eu o segui. —
Fica aqui, Lua.
— Nem a pau. — Passei por ele, pulei dois degraus e
cheguei ao chão. Corri até a porteira de entrada da arena, mal esperei
retirarem o touro e entrei. Corri até Arthur, que havia parado de se mexer. Me
ajoelhei ao seu lado.
— Pelo amor de Deus, Arthur! Diz que está bem! — pedi e, assim que ele abriu
aqueles lindos olhos azuis para mim, eu tive a certeza de que realmente estava
apaixonada. E eu não poderia perdê-lo. Não depois de tudo.
— Ranger, cara. — Henrique se ajoelhou do outro lado,
e eu pude ver que ele realmente estava preocupado. Arthur tinha uma expressão de pânico no olhar.
— Não sinto, Henrique... Não sinto minhas pernas. — Arthur gemeu e eu levei as mãos à boca para conter o grito
que insistiu em sair mesmo contra a minha vontade. — Tira ela daqui! Tira a Lua daqui! — Arthur gritou e eu senti meus braços serem puxados.
— Não! Quero ficar com você! — implorava, mas o olhar
dele era de raiva. Mas por que raiva? Olhei para trás, e as mãos que me
arrastavam para longe do Arthur eram do Rodrigo.
— Vamos, Lua, deixa o pessoal ajudá-lo. — Ele tentava me acalmar,
esfregando as mãos em meus ombros. — Vai ficar tudo bem. — Joguei os braços para cima e comecei a chorar.
— Como assim bem? Não tem nenhuma ambulância. Tem pelo
menos hospital nessa porra de cidade? — Estava desesperada. Arthur precisava de cuidados. De longe, acompanhei o
resgate. Estava muito aflita, algumas pessoas começaram a ajudar o Arthur. Não
sei de onde surgiu, mas havia uma maca antiga, na qual ele estava sendo
colocado e imobilizado.
— Calma, Lua. Alguns de nós fizemos curso de primeiros socorros,
inclusive o Henrique. Vamos dar assistência ao Arthur e na cidade tem
ambulância. Se for preciso, ele vai ser levado ao hospital da região. Mas fica
calma, ainda não sabemos o que aconteceu. — Rodrigo me abraçou e eu tentei não chorar, mas foi
impossível. Chorei pedindo proteção para aquele que era dono do meu coração.
Uma caminhonete entrou na arena e vários homens
levantaram a maca que mantinha Arthur imobilizado. Seu rosto estava pálido, e
seus olhos, arregalados. Quando vi a maca sendo colocada na caçamba da
caminhonete, corri em direção a ela.
— Me deixa ir com ele? — pedi ao Henrique, que
balançou a cabeça negando. — Por favor! — implorei.
— Ele precisa de espaço, Lua. Avisa ao Santiago e diga
que estamos levando ele para o Hospital Regional. — Henrique disse apressado e
entrou na caminhonete.
Saí correndo em direção ao meu carro. Não tinha levado o celular e precisava
falar com o Santiago e com a Mel. Meu Deus, como eu ia contar para ela que o
Arthur estava... Ai, meu Deus, não gosto nem de pensar. Rodrigo me acompanhava
a passos largos, com o celular na mão e um olhar de frustração.
— Você não está em condições de dirigir. — disse ele,
e eu não argumentei, pois não estava mesmo. Dei a volta e me sentei no banco do
carona, enquanto o Rodrigo ajustava o banco para dirigir meu carro. Ele me
entregou o celular e vi o nome do Santiago nos contatos. — Fica tentando ligar.
Não está completando chamada. — Rodrigo ligou o carro e partiu rápido em direção à
fazenda.
Tentei ligar várias vezes para Santiago e para Melanie, mas nada de a
ligação completar. Graças a Deus o Rodrigo foi rápido e, pouco depois de passarmos
a porteira da entrada da Girassol, paramos em frente a uma casa simples,
rodeada por um cercado branco. Não conhecia o local, nem de quando era criança.
Vi a caminhonete do Chay estacionada na entrada. Eu e Rodrigo descemos juntos,
e Mel, Chay e Santiago foram nos receber.
— Que porra você está fazendo aqui? — Chay chegou gritando e eu entrei na frente antes que ele
partisse para cima do coitado do Rodrigo.
— Lua,
você está chorando? — Mel
perguntou, vendo meu estado. Eu estava encolhida, abraçando o meu próprio
corpo, sem forças para falar.
— O Arthur...
— O que tem meu sobrinho? — Santiago questionou,
nervoso. Vendo minha fraqueza, Rodrigo se aproximou de mim, ficando ao meu
lado.
— Arthur caiu no treino e foi levado para o hospital. — Vi Mel empalidecer e se agarrar ao Chay, que a segurava para que ela não desabasse. Santiago
franziu o cenho, preocupado. Engoli em seco antes de completar a notícia:
— Ele não sentia as pernas. — Minha voz saiu
estrangulada pela dor. Dor que a Mel passou a compartilhar comigo.
— Calma, Mel. — Chay acariciava seu cabelo. Vi Rodrigo virar o rosto e
notei que ele realmente sentia algo a mais pela Melanie.
— Pegue suas coisas, faça uma pequena mala com itens
pessoais para o Arthur e vamos direto para o hospital. — Chay foi racional, e Melanie assentiu, tentando conter o choro.
Mel caminhou para dentro da casa e eu fui atrás dela.
Deixei os homens conversando e rezei para Chay e Rodrigo não se estranharem em
um momento como aquele. Ajudei Melanie com a mala. Segundo ela, sempre havia
coisas do Arthur por lá, o básico. Provavelmente, depois teríamos que passar em
sua casa. Abracei Melanie, antes de sair do quarto.
— Ele vai ficar bem. Vou ligar para o meu pai, e Arthur terá o que precisar. Ele vai sair dessa, Mel. — Não
sabia se estava acalmando a ela ou a mim. Mas ela deu um sorriso forçado.
— Obrigada. — disse ela, dando um beijo em meu rosto. — Arthur
e meu pai são tudo que eu tenho. — Eu conseguia sentir
o amor que ela devotava ao irmão e fiquei ainda mais impressionada com tantos
sentimentos novos que descobria. Depois saímos e encontramos todos prontos para
partir. Mel também tinha feito uma mala com coisas para nós duas que eu
carregava. Não poderia perder tempo passando na sede e também não arredaria o
pé de perto do Arthur.
— Consegui falar com eles. — Rodrigo me avisou. — Eles o levaram para o Regional
mesmo. Levo seu carro e volto com o Henrique. — Concordei.
Mel e Santiago foram com o Chay e eu com o Rodrigo. A viagem que durou trinta minutos
pareceu uma eternidade. Rodrigo ligou o rádio, mas todas as músicas que tocavam
me faziam lembrar o Arthur, e eu comecei a chorar. Então, Rodrigo desistiu e
desligou. Quando chegamos ao hospital, o sol já estava se pondo. Chay já havia
chegado, tinha sido impossível acompanhá-lo em meu carro.
— Como ele está? — fui logo perguntando a Melanie. Ela estava sentada e, quando me viu, se levantou
para me abraçar. Retribuí o gesto de carinho, mas logo me afastei, querendo
saber notícias. Ninguém falava nada e todos trocavam olhares tristes. Além de
nós, Henrique e outro homem, que me lembro de ter visto na fazenda, estavam na
sala.
—
Ainda não sabemos. — Santiago respondeu. — Ele está passando por exames para
verificar se houve algum dano mais sério na coluna. Parece que uma vértebra foi
trincada ou algo assim. — explicou, e eu segurei Mel
nos meus braços. Não sabia que podia ser tão forte a ponto de servir de apoio
para outra pessoa. Mas era assim que me sentia naquele momento: um porto
seguro, mesmo que estivesse totalmente destruída. Me sentei no sofá com Melanie
ao meu lado e ficamos horas naquela posição. Nenhuma de nós se mexia. Um médico
se aproximou e nos levantamos na expectativa por notícias.
N/A: Eu sei que vocês vão querer me matar depois deste capítulo, mas confesso não tenho culpa. Afinal, eu só adaptei. Porém, eu prometo que vocês vão se emocionar e se apaixonar pela história e pelos próximos capítulos.
Eai, o que será que o médico vai falar sobre o Arthur?? Será algo grave?
COMENTEM MUITOOO!!!
Ah tomara que o arthur não culpe a lua !
ResponderExcluirCoitado do Arthur, tomara msm q ele n culpe a Lua.. E q n tenha acontecido nada de grave com ele.. Rafa
ResponderExcluirAí Tadinho do Arthur,espero q ele sai bem dessa,e q não perca os movimentos das Pernas,Tadinha da Lua agora q eles estação se acertando ,q eles Tavao tão bem...
ResponderExcluirAnciosa para o Próximo Capítulo
Começou um capítulo tão romantico, Arthur pedindo exclusividade com a Lua!! Tomara que não aconteça nada com ele e que ele não culpe a Lua pela distração.
ResponderExcluirCada vez mais ansiosa para o próximo!!
Helena
Coitado do Arthur
ResponderExcluirTadinho do Arthur, bem que eles poderiam ter um bebê né? Seria perfeito! Posta mais
ResponderExcluirCoitado do Arthur, e a Lua tadinha, depois dessa proposta maravilhosa do Arthur. Mas espero que tudo fique bem pelos próximo capítulos!!
ResponderExcluirDeus queira que não pelo amor , fiquei tão triste. .
ResponderExcluirMeu deus mulher não me faça chorar.. tomara que fique tudo bem.
ResponderExcluirFany
Ahhhhhhh mdsss... Não acredito, ele não pode deixar de andar.. Socorrooooo!! Precisooo de outro capítulo.. Pelo amor!!
ResponderExcluirMdssss, tadinho do Arthur, ele não pode morrer nem parar de andar.. Tava tudo tão lindo entre eles, não acredito!!
ResponderExcluirMeu Deus! Que capitulo triste! Estou ansiosa pelo próximo capítulo! Posta logo rs
ResponderExcluirTadinho da Thur :(( e da Lú tbm, tomara q ele n culpe ela // rt :( posta maisss, preciso de mais um!!!
ResponderExcluirTadinho da Thur :(( e da Lú tbm, tomara q ele n culpe ela // rt :( posta maisss, preciso de mais um!!!
ResponderExcluirEstou sofrendo por eles que triste :,(
ResponderExcluirBRENDA, VC QUER ME MATAR? POSTA MAIS URGENTEMENTE, EU TO MORRENDO DE CURIOSIDADE. ESPERO QUE O ARTHUR FIQUE BEM E QUE NÃO COLOQUE A CULPA NA LUA, TADINHO DELES, TO TRISTE.
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