Milagres
do Amor | Últimos Capítulos
Meu rei da Califórnia | Parte 1
Pov
Narrador
A
cada doloroso minuto o coração de Lua se apertava mais. Não podia acreditar que
seu marido e sua filha estavam correndo perigo. Nicole, tão pequena nas mãos de
pessoas asquerosas, sem nenhuma proteção. Lua rezava que não fosse mesmo Billy
que a levou, não sabia do que ele era capaz pela vingança. A rancorosa
vingança.
Ajoelhada
do lado da cama de Brandon, acariciando seus cabelos ralos e absurdamente
loiros, observava seu rosto sereno dormindo tranquilamente. Ainda não tendo
plena noção do inferno lançado sobre as cabeças de sua família. Melhor assim,
ele não merecia mais um sofrimento, é apenas um garoto esperto e mais
inteligente e perspicaz que os outros de sua idade. Porém, não deixa de ser
apenas uma criança indefesa tratada com crueldade e aspereza.
Lua
se levantou vagarosamente, definitivamente seu estado de espírito não combinava
em nada com o quarto fantasioso e alegre de Brandon.
Não
aguentava mais essa falta de notícias, estava tão preocupada. Desceu as
escadas, parando ao ouvir uma reportagem ao vivo na televisão.
Então
como pode, quando estico os meus dedos…
Sinto
que há mais do que distância entre nós
Nessa
cama do Rei da Califórnia
Nós
estamos há dez mil milhas de distância
Eu
aposto que a Califórnia está pedindo ás estrelas o seu coração pra mim.
Meu
rei da Califórnia.
–
Não sabemos ao certo o que aconteceu aqui, mas ouvimos uma explosão ensurdecedora,
e logo vários cacos de vidros e pedaços do prédio vieram abaixo. Uma certeza
temos: Arthur Aguiar e Bernardo Falcone se encontravam lá dentro…
Lua
arfou, não podia acreditar nisso. Não, seu marido, não, não e não. Sua
respiração estava suspensa, sua visão estava ficando cada vez mais turva, um
barulho alto tomava conta de seu ouvido. A imagem de Mel sendo consolada por
Ricardo era torturante. Suas pernas não tinham forças, estava prestes a desabar
da escada quando sentiu mãos fortes lhe segurarem e lhe erguer rapidamente.
Olho
com olho
Bochecha
com bochecha
Lado
a lado
Você
estava dormindo ao meu lado
Braço
com braço
Do
anoitecer ao amanhecer
Com
as cortinas torcidas
E
um pouco da noite passada nesses lençóis…
–
Lua, fala comigo. – reconheceu a voz potente de Chay. – Talvez eles tenham
conseguido sair. – sua voz estava agoniada, mal acreditando em suas próprias
palavras.
–
Ruth, pegue uma jarra de água. – ouviu Ricardo gritar.
Ricardo
tentava manter Mel acordada, enquanto Tyler consolava Rita e Ricardo dava um
pouco de água para Lua. A casa estava com uma luz negra sobre as cabeças ali
presentes, até Luke podia senti-la pairando no coração de cada um.
Com
a ajuda de Chay, Lua se levantou. Finalmente parando de escutar um zumbido
agudo em seus ouvidos, sua visão melhorou permitindo ver a tristeza que cada um
mantinha na face.
Até
difícil dizer quem estava sofrendo mais, talvez Ricardo e Rita por perder um
filho, um genro e uma sobrinha? Mel por perder o futuro marido e irmão, pois
Alana não fazia a menor falta, não para Tyler que se mantinha calado com sua
dor. Chay por perder um irmão ou Lua?
Sem
falar em Nicole.
A
dor de todos estava impregnada no outro, sendo sentida da mesma forma e
intensidade.
E
quando eu pensei em desistir de nós
Você
se virou e me deu um último toque
Que
fez tudo parecer melhor
E,
ainda assim, meus olhos ficaram mais úmidos
Tão
confusa, quero te perguntar se você me ama…
Mas
não quero parecer tão fraca
Talvez
eu esteja tendo um sonho californiano…
Lua
se levantou com um pouco de dificuldade e começou a andar para as escadas
novamente.
–
Aonde vai? – perguntou Chay segurando seu braço.
–
Preciso ficar sozinha. – respondeu em um sussurro.
Subiu
as escadas rapidamente, quando chegou ao quarto bateu a porta e se jogou na
cama. Apertou o travesseiro de Arthur contra o rosto, sentindo seu cheiro tão
característico impregnado ali.
Ela
não queria acreditar que em um passe de mágica sua vida perfeita e feliz tinha
virado cinzas. Foi tudo tão rápido e trágico. Sua filha, tão meiga e frágil
desaparecida. As lágrimas não puderam mais ser contidas, o cheirinho de bebê
que ela tinha se acostumado. Nas manhãs, o jeitinho que ela sugava seu seio
matando sua fome.
Nessa
cama do Rei da Califórnia
Nós
estamos há dez mil milhas de distância
Eu
aposto que a Califórnia está pedindo ás estrelas o seu coração pra mim
Meu
rei da Califórnia.
Lua
virou na cama e deu de cara com uma foto dela e Arthur sem dúvidas eles eram
tão diferentes. Ela tão inferior a ele, em todos os sentidos possíveis.
Ela
se arrastou na cama e alcançou outra porta retrato, uma foto tirada em sua lua
de mel ele estava tão lindo, como sempre foi na verdade. O seu homem perfeito.
Devolveu
a foto para seu devido lugar e se enrolou com uma bola na cama. Sentia-se
assustada, fraca e despedaçada.
As
lembranças corriam por sua cabeça, sem sinal que iriam ter fim. Ela queria que
tivesse um fim, que essa realidade apenas fosse o mais terrível dos pesadelos
existentes. Queria apenas acordar e encontrar seu marido dormindo
tranquilamente agarrada a sua cintura, sua filha no outro quarto chorando
pedindo seu alimento. Brandon, assistindo Bob Esponja em seu quarto. Queria sua
vida de volta. Não é pedir muito. Deus não poderia permitir isso, lhe mostrar a
felicidade e lhe arrancar tão violentamente assim. É a sua vida, a sua longa e
modesta vida, que conseguiu em tão pouco tempo encontrar seu eixo.
Lua
queria gritar, socar… Respirar, estava tão difícil aguentar tudo. Parecia que
seus pulmões estavam se fechando, não permitindo a entrada do oxigênio, seu
coração sangrava e as lágrimas, as tão desgraçadas lágrimas não paravam de
descer de seu rosto, encharcando o travesseiro. A dor tomando conta de cada
poro de seu corpo.
Sentou-se
na cama, abraçando seus joelhos. Talvez assim o oxigênio voltasse a encher seus
pulmões. Porém isso só permitiu que flashes de sua vida passassem por sua
cabeça, os momentos tristes, felizes, as loucuras… Maravilhosas lembranças
espalhadas por todo chão.
Nessa
cama do Rei da Califórnia
Nós
estamos há dez mil milhas de distância
Eu
aposto que a Califórnia está pedindo ás estrelas o seu coração pra mim
Meu
rei da Califórnia
As
enrascadas que se enfiou, mas ele sempre esteve lá para salva-la e acalmá-la.
Ele estava em toda parte. Contudo, agora ela queria que ele estivesse aqui, com
ela. Faria tudo para tê-lo com ela novamente. Sua família inteira, e não aos
pedaços.
Tinha
que ser forte por Brandon, mas nunca iria perder as esperanças. Encontraria
Nicole nem que isso fosse à última coisa que fizesse na sua droga de vida,
assim como o pai fez. A verdade é que ela queria jogar a toalha e se deixar
engolir pela dor e a depressão que cada vez chegava mais perto. Talvez se
Brandon não existisse, ela se mataria, talvez não… Isso era uma certeza.
Doentio?
Não para quem já amou alguém e em um segundo é tirado sem pena de você. O amor
machuca sendo bom o ruim. Não tinha forças para lutar mais, nada estava sobre o
seu controle agora. Não saberia como sobreviver daqui pra frente.
Olhou
para a porta, desejando que ele entrasse arrebatadoramente como sempre fazia.
Ganhando a atenção de qualquer pessoa em qualquer lugar no mundo, enchendo o
ambiente com seu cheiro viciante.
Pessoas
frias e calculistas sem dúvidas eram as que menos sofriam, não permitindo que
seu coração se abrisse e abrigasse alguém pelo qual pensasse em cada minuto,
ser o motivo de estar vivo e respirando. Contudo eram os que mais perdiam, pois
sem o amor… Ninguém consegue viver realmente. É só uma casca superficial que ao
menor toque se quebrava mostrando sua verdadeira face.
Lua
tentou se levantar, mas estava um pouco tonta. Desequilibrou-se e bateu na
mesinha de cabeceira fazendo com que ela balançasse e deixasse um dos
porta-retratos cair. Justo o com a foto de Arthur… cacos de vidro se
espalharam, ela se agachou e começou a limpar, colocando delicadamente em sua
mão.
Ao
olhar para foto não prendeu um soluço forte, permaneceu alguns minutos
olhando-a quando sentiu algo quente escorrer por sua mão. Percebeu assustada
que estava apertando os cacos e consequentemente eles se enfiaram em sua mão,
machucando-a.
Ela
correu para o banheiro, jogando os cacos no lixo. Um continuou fincado em sua
mão, Lua gemeu e o arrancou, fazendo o corte pingar sangue. A dor aguda se
intensificou, mas não era nada comparado com a dor de seu coração.
Ela
entrou no Box, tirando as roupas desajeitadamente com uma mão apenas. Abriu o
chuveiro e deixou a água quente cair sobre sua cabeça. Relaxando seus músculos
calmamente, não tendo o mesmo efeito com sua cabeça que fervilhava. Deixou seu
corpo escorregar pela parede gelada, juntou as pernas e repousou a cabeça em
seus joelhos.
Só
queria gritar, seu coração pedia por isso. Soltar tudo que estava aprisionado
em seu interior. Fincou as unhas em seu couro cabeludo, sentindo os soluços
chacoalharem violentamente seu corpo. Era como se as lágrimas fossem sangue,
assim como escorria de sua mão. Fechou os olhos fortemente, até ver pontos
brancos, apenas queria não se lembrar como, nem o porquê, não queria se lembrar
de nada… Apenas o nada. Claro que seu desejo não foi atendido.
Não
tinha como nem pra onde fugir, o mundo continuava a girar, enquanto ela sentia
sumir ao poucos. Ser engalfinhada pelo cansaço da vida. Caindo em um precipício
sem fim, ela não queria começar de novo.
Ela
não poderia suportar a dor, não podia mandá-la embora, não sozinha…
Continua...
Se leu, comente! Não custa nada!
Caramba! Que capítulo hein? Coitada da
Lua, tá sofrendo muito, como se não bastasse o sofrimento de uma vida inteira,
ela tinha que sofrer mais um pouco :( Será que Arthur entrará pela porta
daquele banheiro para salva-la? Será que ele se salvou?
PS:
Não deu para postar
ontem, aqui tá chovendo muito. A net não carrega nada, é uma luta. Tá lenta
demais.
Sem: Maaais. Continua. Posta
mais. +++++++++.
Obrigada!
Beijos.
Aí meus deus diz que o Arthur se salvou tadinha da lua
ResponderExcluirO Arthur nmpode morrer pelo amor de Deus
ResponderExcluirBixinha da Lua :(
ResponderExcluirDiz que o Arthur vai entrar por aquela porta e vai consolar Lua e toda sua família :(
Coitada da família de Arthur e de Lua :(
ResponderExcluirCoitada da família Aguiar!😢
ResponderExcluirNossa coitados deles
ResponderExcluirAí mds Arthur nãooooo
ResponderExcluirAí mds Arthur nãooooo
ResponderExcluir+++++++
ResponderExcluirMeu Deus! To triste!
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