Milagres do Amor - Cap. 73º

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Milagres do Amor
Imperfeição e Dúvidas | Parte 1

Pov Narrador

O barulho de buzinas de vários tipos se ouvia ao longe. Inúmeros carros poluíam mais a movimentada L.A, em filas imperfeitas ao longo do caminho de Arthur para o escritório do FBI. Batendo as mãos várias vezes no volante, passando as mãos pelos cabelos revoltos, esfregando o rosto, apertando a buzina insistentemente, assim estava sendo sua manhã.

– Inferno! – rugiu trincando os dentes por estar a mais de meia hora parado no trânsito. É nessas horas que ele se arrependia de não ter uma comitiva de carros e seguranças ao seu encalço. Certamente ligariam a sirene e ganhariam espaço por entre os carros.

Respirou fundo e olhou para as lojas ao seu redor, enfeitadas com coração e dizendo frases melosas, bufou, pegou seu notebook e começou a fazer seu trabalho ali mesmo. Sentado desconfortavelmente dentro de um carro.

Estava acompanhando de longe Billy Blanco, sua vontade era de acabar com a vida do desgraçado, era não, é, mas ele já está até o pescoço com juras de morte. E é claro que ele não iria ser mais um com a suas, preferia esperar a oportunidade certa e acabar de vez com a vida do malandro. Além disso, ele está no Brasil, tentando ganhar mais inimigos por lá e se escondendo dos traficantes e policiais de LA.

Como ele aparentemente não apresentava perigo para Lua, não iria se deslocar para o Brasil para matá-lo, ele vai voltar um dia, se não for morto antes. E ai Arthur estará pronto para acabar com tudo, se vingar dos anos de sofrimento que sua esposa passou na mão do crápula.

Arthur migrou sua atenção para outro caso que seria solucionado hoje. Há tempos não descarregava sua arma em algum bandido metido a besta, já estava na hora de extravasar sua raiva.

O trânsito deu sinal de melhoras, e logo Arthur já pode seguir a algumas ruas restantes, chegando logo no FBI. Seu humor não estava nada bom, estava cansado e com sono, nunca viu mulher como a sua, insaciável é a palavra correta. Seu fogo era tanto que bastava colocar uma mão em seu corpo ou fazer um carinho que ela se acendia na hora, se derretia como queijo na chapa. Arthur é claro amava ver a mulher tão entregue a ele, se fartou em seu corpo, que mesmo com a barriga já saliente, estava a achando a mulher mais linda do mundo.

Resultado: se amaram a noite toda, só pararam perto do amanhecer e Arthur estava quebrado e com sono.

Subiu no elevador com mais duas pessoas, lhe deram bom dia, o que foi logo ignorado. Saiu do elevador bufando, passou pelo corredor amontoado de pessoas cochichando ou tomando cafezinho.

– Olha só que cena esplêndida, em vez de estarem trabalhando estão de papo por ai, maravilha. – sorriu sarcástico. – Querem dividir a fofoca do dia comigo? – sorriu, juntando as mãos. – Ah, vamos lá, eu vim hoje para bater papo e tomar café.

Os empregados engoliram em seco e olhavam de olhos arregalados para o general. Não esperavam por ele no prédio hoje, ainda mais em uma data especial.

– Desculpe…
– Não começa com a porra da desculpa, não quero ouvir merda nenhuma, voltem aos seus afazeres. E se eu pega-los assim novamente, todos irão para o olho da rua, e por justa causa. – foi para sua sala cuspindo fogo.

Todos imediatamente deixaram o papo para hora do almoço, jogaram o café goela abaixo, queimando a língua no processo. Sentaram-se nas suas respectivas mesas, afinal o chefe está o cão hoje, e ninguém segura o touro pronto para dar chifradas no primeiro infeliz que cruzar seu caminho.

– Bom dia, chefe. – cumprimentou Pérola.
– Vai catar pulga em cachorro Pérola. Não quero ninguém entrando nessa sala nas próximas duas horas e avisa para Bernardo e os outros que logo entraremos em ação. – bateu a porta com força, deixando uma Pérola congelada, que foi logo fazer o que lhe foi ordenado.

Às duas horas se passaram voando e com ela Arthur já tinha todo o plano esquematizado, já estava tudo pronto. Colocado as roupas adequadas, as armas estavam apostas e os ouvidos ajustados para os gritos de comando que o General soltava, enquanto explicava a madeira que iriam invadir o local, os homens foram em direção a mais uma casa de prostituição que servia como cativeiro de bandidos, armazenamento de drogas e tudo mais.

Em um casarão de dois andares, pintados de verde musgo, com lojas estrategicamente colocadas para não chamar a atenção para o que realmente é vendido ali. Arthur e sua equipe cercaram a casa, tudo silenciosamente e sem levantar suspeitas, os carros usados eram os normais, por isso não ouve alarde.

Arthur observou dois olheiros que sentaram um em cada lado do casarão com rádios escondidos.

– Bernardo, atira no da esquerda que o da direita é meu.
– Sim, senhor.
– Agora.

Saíram de dentro do carro e dispararam contra os dois homens, Arthur acertou de primeira seu alvo com êxito, já Bernardo disparou duas vezes. Fazendo Arthur trincar os dentes e olhar feio pra ele, a sorte era o que a arma estava com silenciador.

Arthur pegou seu rádio e mandou os outros entrarem na casa, meteu o pé na porta e entrou com tudo, fazendo as pessoas que estavam ali se assustarem e tentarem correr.

– Mais um passo e eu atiro.

Palavrões foram escutados, os bandidos e até as meninas que se encontravam ali, olharam em sua volta não tinha maneira de fugir, estava completamente cercadas.

O interior da casa mais parecia um inferninho, algumas mulheres sem roupas e outras apenas de calcinha, muitas jovens e menores de idade. O ar impregnado com o odor forte de drogas e música alta. Sofás e cadeiras espalhados por todo lugar, cortinas tampando algumas camas, camisinhas jogadas pelo chão. Tudo muito nojento e intragável.

– Senhor, nós não fizemos nada. – disse um homem sem camisa e com as calças arriadas.
– Te perguntei alguma porra? Então fica quieto ai. – respondeu seco.

Arthur deu um passo em direção ao interior da casa, um dos homens tirou a arma da calça e enlaçou uma jovem pelo pescoço.

– Fica ai Mané, senão eu mato a putinha aqui.
– Mané? – Arthur suspirou.
– Desculpa ai Aguiar, mas sabe como é que é né? A coisa está difícil aqui. Eu só quero me mandar, me deixe passar que eu não machuco ninguém.
– Ah claro, e eu vou aceitar exigências vindo de um merdinha como você? Faça-me rir. – apontou sua arma em um rompante e atirou na testa do indivíduo, que caiu imediatamente sem chance de fazer algo contra a garota, que se encontrava em choque, tremendo e chorando compulsivamente.

O silêncio pairou no local, deixando apenas os soluços das garotas e de alguns bandidos encher o ar. Aproveitando da distração dos agentes, um dos bandidos foi em direção a um quarto, não sem antes alguns agentes atirarem em sua direção, mas nenhum acertou.

– Merda. – Arthur trincou os dentes e atravessou a sala correndo, seguindo o mesmo caminho que o homem passou há poucos minutos. Chegou no cubículo que chamavam de quarto, a tempo de vê-lo pular a janela e se agarrar a escada do lado.

Arthur balançou a cabeça e o seguiu, desceu as escadas, descendo em um terraço de uma casa ao céu aberto, onde mais escadas desciam, agora para a rua. Ele se enfiou em algumas ruas, correndo sem parara com Arthur em seu encalço, ele tinha absoluta certeza que ele cansaria primeiro e é claro que não deixaria barato. Essa maratona forçada realmente estava o deixando irritado já, porém parecia que o bandido estava perdido.

Entrou em uma rua, onde correu até o seu fim, era uma rua sem saída. Arthur sorriu, o homem tentou escalar o muro ou entrar em alguma casa, sem êxito. Estava sem sua arma, pois caiu na pressa para fugir.

Arthur parou e ficou esperando ele cansar, o homem engoliu o nó em sua garganta e começou a tremer e rezar.

– Eu tenho família, Aguiar, eu não posso morrer. Me leve preso. – suplicou arfante pela corrida.

Arthur deu um sorriso amarelo para ele, o que até poderia significar sua prisão. Contudo seus olhos não mentiam, a raiva estava incrustada ali, como uma chama acesa, e a única maneira de apagá-la, seria sua morte.

– Você acha que eu corri atrás de você todo esse tempo para colocá-lo na cadeia? Ah, dá um tempo! Um último pedido? – quando o homem ia falar, foi interrompido. – Não eu acho que não. – Atirou sem medo em seu coração.

Arthur respirou fundo, acalmando seu coração acelerado e ligou para sua equipe, mandando alguém vir pegar o corpo. Ao contrário do bandido que jazia frio ao chão, ele sabia muito bem onde estava se enfiando quando o seguiu, o bandido provavelmente ficou nervoso e acabou se perdendo, o que foi fatal.

(…)

– VOCÊS SÃO UM BANDO DE INCOPETENTES. – berrou Arthur.
– Senhor Aguiar, nós tentamos…
– TENTARAM? OLHA AQUI, EU QUERO VOCÊS COM A MIRA PERFEITA NA PRÓXIMA VEZ, CASO CONTRÁRIO, É RUA. – entrou em sua sala socando a porta e bufando de raiva, sem ao menos escutar o ‘’sim, senhor’’ dos homens.

Depois de passar a tarde toda no casarão, pegando as provas do crime, e depois interrogando as garotas e os bandidos, foi a vez de colocar pra quebrar com sua equipe. Que pareciam mais novatos, do que homens com anos de experiência. Arthur não admitia falha desse tipo, onde pode levar a morte de inocentes. Sem dúvidas iria pegar firme, mas do que vem pegando com eles.

Continua...

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Oooh! Arthur é bem ignorante quando quer. Ou seja, ever, né? E muito “sem dó e piedade” mas isso até Nicole nascer, vocês vão ver a manteiga que ele irá virar. Aguardem! Haha <3

Bom, é o último cap. de hoje. Amanhã eu atualizo, ok?
Beijos!!!

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