Milagres do Amor - Cap. 61º

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Milagres do Amor
Cure o Passado. Viva o Presente.

Pov Narrador

Arthur velou o sono de Lua a noite toda, ela não estava em um sono tranquilo a todo o momento se virava e se remexia inquieta. Ele só caiu no sono quando o relógio marcava quatro horas da manhã. Duas horas depois Lua acordou, se sentia cansada, não parecendo que dormira mais de dez horas seguidas. Sua cabeça doía insistentemente, suspirou e virou na cama, ficando de frente para Arthur que dormia pesadamente.

Acariciou seu rosto suavemente, lhe de um beijo na bochecha e se levantou indo direto para o chuveiro, tomou um banho relaxante e quentinho, se secou e saiu enrolada na toalha, indo para o closet escolher sua roupa. Ficou uns dez minutos escolhendo, quando por fim optou por uma calça jeans rasgada, uma blusa branca e uma jaqueta marrom por cima, calçou um sapato de salto alto, colocou alguns cordões e pegou sua bolsa de marca que combinava perfeitamente com sua roupa. Colocou um pouco de maquiagem e prendeu seu cabelo em um rabo de cavalo firme.

Deu uma última olhada para Arthur, que estava esparramado pela cama, e desceu calmamente. Colocou sua bolsa no sofá e foi para o jardim, cedo ou tarde terá que pensar em tudo que descobriu sobre sua vida.

Caminhou tranquilamente pelo imenso jardim e parou em um banco de madeira, onde se tinha uma perfeita visão do imenso jardim. Com o sol fraco e o vento fresco acariciando seu rosto, percebeu o quanto Arthur realmente sabia de seus gostos, toda a casa estava exatamente com ela queria um dia e até melhor, o jardim e a piscina estavam esplêndidos, tinha muito espaço não só dentro da casa, mas no quintal também. Lugar perfeito para criar seu filho que crescia em seu ventre.

Ela já amava aquele minúsculo ser, ainda não tinha visto seu rosto, seu corpinho, estava muito cedo para senti-lo se mover, ainda não tinha barriga que só estava mais arredondada. Mas já sentia seu corpo completamente diferente, era uma coisa inexplicável saber que em breve seria mãe e teria um serzinho que dependeria dela para tudo a amedrontava, mas sabia que teria muita ajuda de Arthur e de sua família.

Não conseguia entender como uma mãe é capaz de abandonar ou não querer seu próprio filho, sangue de seu sangue. Sentia-se rejeitada, duas vezes ainda por sua mãe de sangue e adotiva. Toda sua vida foi uma completa mentira, uma ilusão. Não sabia nem ao menos seu sobrenome verdadeiro, não fazia sentido perguntar.

Lua até que tentou fugir de pensar nesses assuntos que tanto a machucavam, mas cedo ou tarde tudo viria como uma bomba relógio e explodiria sem aviso algum, estava cansada de chorar por quem não merecia suas lágrimas, estava decidida a parar de ser tão fraca.

Contudo não sabia se seria capaz de aguentar isso tudo, se seria forte. Teria que ser por Arthur e por seu bebê que sofriam junto com ela. Iria esquecer do seu passado, tentar bloquear qualquer pensamento relacionado a ele, tentaria de tudo para ser feliz.

Olhando para a imensidão verde e as flores coloridas e perfumadas do jardim, jurou que daria todo seu amor e carinho a seu filho e ao pai dele, ela merecia ser um pouco feliz.

– Oi. – escutou uma voz baixinha e infantil ao seu lado, era Brandon com seus magníficos olhinhos da cor do mar e seu rostinho de anjo.
– Oi anjinho. – se levantou e beijou sua bochecha rosada.
– Por que está chorando? – perguntou levando seus dedinhos finos no rosto de Lua, capturando uma lágrima.

Lua nem tinha percebido que estava chorando, limpou a umidade e riu pra ele.

– Não é nada. – respondeu se sentando novamente no banco.
– Eu não choro por nada, só sempre que estou com fome, dor ou medo. – falou sentando ao seu lado.
– É eu sei, mas já passou. - acariciou seus cabelos loirinhos.
– Então tá, obrigada pelas roupas. Eu gostei muito. – disse se levantando e mostrando sua roupa para ela.
– Que bom que gostou meu anjo, eu ainda vou comprar mais coisas pra você.
– Como o quê? – perguntou curioso.
– Como brinquedos, bola e carrinhos.
– Oba. Jane não me dá brinquedos, eu sempre vejo na televisão, mas ela nunca me deu um. – respondeu triste.
– Não fique assim, eu lhe darei vários.

Ele sorri e vai mais para os eu lado, de dando um abraço carinhoso, meio de lado, Lua retribui maravilhada.

– Por que você não é minha mamãe? – perguntou ainda com a cabeça apoiada em seus seios e os bracinhos envolta de seu corpo.

Lua paralisa no lugar, não sabe o que responder, sabia que o garotinho é maltrato e até apanhava sem razão da mãe, não tinha carinho nem uma prova de amor da pessoa que o colocou no mundo, era carente apesar de ser um garoto de ouro. É altamente inteligente e esperto para sua idade.

– Hãn… Você já tem mãe meu anjinho.
– Ela não gosta de mim. – responde desanimado.
– Ela gosta, apenas não demonstra. – ela pega seu rostinho entre as mãos e encontra o rostinho fofo com marcas de lágrimas, seu coração se apertou. – Não chore. - limpa com os dedos as teimosas lágrimas.
– Quando você tiver um bebê também não vai demonstrar? – pergunta olhando no fundo dos olhos de Lua.
– Não meu querido, cada pessoa é diferente. – responde sem jeito.

Ele assente e volta a abraçá-la com carinho e ternura.

– Você gosta de mim?
– Claro anjo, gosto muito.
– Muito quanto?
– Me deixa ver, do tamanho do céu. – diz rindo, tentando não chorar.
– O céu é grandão. – dá uma gargalhada gostosa. – Eu também gosto esse tanto de você. – Lua o aperta mais em seus braços.

(…)

Lua subiu mecanicamente para seu quarto, a breve conversa que teve com Brandon mexeu muito com ela, entrou e fechou a porta encostando-se a ela em seguida. Colocou as mãos na cabeça e não pode segurar seu choro acumulado.

Arthur estava saindo do banheiro, apenas com a calça jeans, quando encontrou Lua nesse estado.

– Lua… - foi em sua direção e a abraçou fortemente. – Não chora, amor se acalma. – acariciou seus cabelos e costas. – Eles não merecem nenhuma lágrima sua.
– Não estou… Chorando por eles, não só por eles. – respondeu com dificuldade, pelos soluços que surgiam em sua garganta.
– Pelo que então? – perguntou preocupado a levando até a cama, onde se sentou em sua frente.
– Brandon. – falou simplesmente.
– O que tem o garoto?
– Você sabe que a mãe dele bate nele e também não o deixa chamá-la de mãe, ele veio falar comigo que o porquê de não ser meu filho e que gostava muito de mim. Ele é tão carente. – respondeu chorando.
– Não se apegue a esse menino amor, não se apegue. – falou a puxando para seus braços, prevendo que essa história não ia prestar.

Lua não respondeu nada apenas continuou abraçada e ele, sentindo seus músculos definidos em seu rosto, e apreciando o cheiro maravilhoso que emanava dele, se acalmando aos poucos.

– Então, pronta para saber o sexo do bebê? – perguntou Arthur.
– É hoje? – perguntou se levantando.
– Sim, esqueci de te avisar antes.
– Então vamos logo. – disse o puxando pela mão.
– Você quer que eu vá assim?

Lua olhou para ele e fez um careta sapeca, se aproximou e passou as mãos pelo seu abdômen o sentindo estremecer.

– Claro que não amor. A médica vai pirar. – respondeu beijando seu peito.
– É melhor você parar por ai, se não vai ser difícil sair hoje do quarto. – riu a puxando para um beijo e a soltando em seguida.

Vestiu uma camisa preta, pegou sua carteira e a chave do carro e foram em direção à cozinha. Tomaram um café rápido e saíram para a cidade movimentada. Poucos minutos eles já entravam no hospital, o mesmo que Ricardo trabalhava. Arthur foi até a recepção e falou o nome de Lua, ganhou um olhar sugestivo da secretária, que foi completamente ignorada, sentaram-se esperando ser chamados.

Lua olhava sorridente para uma mulher de pele escura com um barrigão enorme.

– Em breve você vai ficar assim, amor. – disse Arthur entrelaçando sua mão na dela.

Ela assentiu sorridente.

– Lua Aguiar. – uma moça jovem de cabelos curtos e vermelhos chamou. – Bom dia… Lua Monroe? Oh, prazer em conhecê-la, sou Pâmela sua médica.
– O prazer é meu. – disse apertando sua mão e entrando no consultório.
– Bom dia senhor Aguiar.
– Bom dia.

Eles entraram na sala bem decorada em tons de verde e branco, sentaram-se.

– Eu não liguei seu nome à famosa Lua Monroe, é uma novidade você ter escondido a gravidez dos curiosos de plantão. – disse sorrindo.
– Na verdade eu não escondi, ninguém perguntou sobre isso, então não falei.
– Sim claro. Bom estou com os exames que você fez a mais ou menos um mês e está tudo em ordem com você e o bebê. Mesmo assim vou medir sua pressão e fazer algumas perguntas ok? – perguntou extremamente simpática.
– Tudo bem.

A médica pegou o aparelho e mediu sua pressão, estava tudo normal. Pediu para que ela fosse ao banheiro e colocasse a roupa para fazer a ultrassonografia. Lua voltou com uma cara meio estranha.

– Você não gosta de hospital não é? – perguntou a médica vendo sua cara.
– Não. - Arthur a ajudou a se deitar na cama e ficou ao seu lado segurando sua mão.
– Mas é necessário você vir, ok? – Lua assentiu. – Tem preferência para o sexo do bebê?
– Não.
– Papai?
– Eu não tenho preferência, mas acho que é uma menina. – respondeu sorridente.
– Hum… Você está na décima sétima semana, ou seja, quatro meses de gravidez. – dizia enquanto levantava a roupa e colocava o gel gelado em sua barriga arredondada. – Seu bebê está com quase treze centímetros e pesa por volta de cento e quarenta gramas. Seu bebê já boceja e tem impressões digitais.

Lua e Arthur escutavam tudo com a maior atenção possível. A médica pegou o a aparelho e começou a passear pela barriga de Lua, quando ecoou pelo quarto o som dos batimentos cardíacos do bebê.

Lua mordia os lábios nervosamente tentando segurar suas lágrimas, que logo desceram pelo seu rosto. Ouvir o ritmo acelerado do coração de seu bebê era a coisa mais emocionante e reconfortante que já sentiu. Arthur estava do mesmo modo, emocionado e feliz, mas é claro que não tinha uma gota de lágrima escorrendo pelos seus olhos, apenas um riozinho começava a se formar.

Ele se baixou e sussurrou em seu ouvido um eu te amo emocionado, ela virou o rosto e sorriu entre as lágrimas, Arthur depositou um beijo casto em sua boca e testa.

– O papai acertou, é uma menina. – disse tentando mostrar na tela desfocada.
– Oh meu Deus! – Lua chorou mais.

Ela passou o aparelho mais algumas vezes em sua barriga.

– O bebê está ótimo. – limpou o gel com um pedaço de papel e pediu para se trocar novamente.

Voltaram para a mesa e sentaram-se, para receber algumas informações adicionais.

– Olha, é importantíssimo que você faço algum tipo de exercício físico, como natação, caminhada leve, hidroginástica, ioga para gestantes, massagem linfática e relaxamentos são muito indicados. Porque fazendo atividades melhora a circulação sanguínea além de descansar e relaxar. Devido ao aumento da pressão sanguínea poderá haver sangramentos em gengivas e nariz, mas não se assuste é normal.

Eles assentiram.

– Ah, nada de salto mamãe, como este que está usando agora. – Lua fez uma careta e corou. – Eu sei que é difícil, mas eu vou te explicar o porquê, com o crescimento do seu útero, seu centro de gravidade foi modificado, portanto, é bem provável que você esteja ou se sentirá meio desequilibrada. Estou receitando alguma vitamina pra você e sempre coma comidas saudáveis. Bom por hoje é só, nos vemos no próximo mês. – estendeu sua mão e os cumprimentou.
– Se sentir alguma coisa é só me ligar ok? – deu seu telefone.
– Sim, obrigada.
– Nos vemos em breve. – disse Arthur e pegou a mão de Lua saindo pelos corredores. – É dona Lua, esse salto hein.
– Agora que você viu? – falou emburrada.
– Óbvio que não, eu apenas pensei que não tinha problema, mas vejo que tem.
– Eu também pensei que não, ainda nem tenho barriga.

Eles saíram do hospital e vários fotógrafos os esperavam, assim que os viram os flashes foram disparados.

– Merda! – Arthur tampou Lua com seu corpo, ganhou espaço entre eles e abriu a porta pra ela, ignorando as perguntas absurdas lançadas. Entrou batendo a porta do carro e de cara feia. – Agora esses inúteis vão andar atrás que nem pulga.
– Deixa, é apenas o trabalho deles. – disse sorridente, feliz demais para se preocupar com outra coisa, passou as mãos na barriga e mordeu os lábios, segurando o choro. O que já era difícil quando não estava grávida agora que estava impossível, suas emoções estão a flor da pele.

Arthur espalmou suas mãos na dela, fez um bico quando a viu chorando, se aproximou e beijou seus lábios calmamente. Quando acabaram o beijo, juntaram suas testas.

– Você acertou, é uma menina.
– Sempre em meus sonhos eu vejo uma garotinha. – disse beijando sua bochecha e ligando o carro.
– Mesmo?
– Sim. Com os seus olhos e cabelos.
– Ah não, tem que ser como você. – fez um muxoxo.
– Não é justo, você vai carregar por nove meses, vai amamentar e vai parecer comigo?
– É, eu não ligo pra isso. E vamos parar por aqui, que vai ser como eu quero. – gargalhou.
– Claro, madame. – riu também.
– Aonde vamos? – perguntou quando o viu fazendo o sentindo contrário de casa.
– Vamos almoçar e depois ao shopping, comprar algumas coisas para o bebê.
– Ótima ideia. – sorriu brilhante pra ele.

Continua...

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Oie? Cá estou! Sim, sei que sumi kk mas não morri não, tô de volta.

Bom, pensei em uma maratona de Milagres do Amor, topam? Mas só irei fazer se vocês colaborarem com comentários em todos os capítulos, ok?

Então, comente aí.... Bye!

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