Belo Desastre
Capítulo 9 : A aposta
— Definitivamente, ele está encarando você. —
sussurrou Melanie, se curvando para dar uma espiada do outro lado da sala.
— Para de olhar, besta, ele vai ver você. —
Melanie sorriu e acenou.
— Ele já me viu. E ainda está te encarando. —
Hesitei por um instante e, por fim, consegui reunir
coragem para olhar na direção dele. Parker estava olhando direto para mim, com
um largo sorriso no rosto. Retribuí o sorriso e então fingi que estava
digitando algo no laptop.
— Ele ainda está me encarando? — murmurei.
— Sim. —
ela respondeu, dando risadinhas.
Depois da aula, Parker me parou no corredor.
— Não esquece da festa nesse fim de semana.
— Não vou esquecer. — falei, tentando não começar a
pestanejar ou fazer algo ridículo do gênero.
Melanie e eu cruzamos o gramado até o refeitório para
encontrar Arthur e Chay para o almoço. Ela ainda estava rindo do comportamento
de Parker quando eles se aproximaram.
— Oi, baby. — disse Melanie, beijando o namorado na boca.
— O que é tão engraçado? — Chay quis saber.
— Ah, um carinha na aula que ficou encarando a Lua
durante uma hora. Foi tão fofo!
— Contanto que ele estivesse encarando a Lua. — disse Chay, dando uma piscadela para a namorada.
— Quem era? — Arthur fez uma careta.
Arrumei a mochila nas costas, o que fez com que ele a
tirasse dali e a segurasse para mim. Balancei a cabeça.
— A Mel está imaginando coisas.
— Lua! Sua grandessíssima mentirosa. Era o Parker
Hayes, e ele estava dando muito na cara. Estava praticamente babando. —
Arthur fez uma expressão de nojo.
— Parker Hayes? — Chay puxou Melanie pela mão.
— Vamos almoçar. Vocês vão desfrutar a fina culinária
do refeitório essa tarde?
Melanie beijou-o novamente em resposta, e eu e Arthur
os acompanhamos. Coloquei minha bandeja entre a da Melanie e a do Finch, mas
Arthur não se sentou no lugar de costume, na minha frente, foi se sentar um
pouco mais longe. Foi então que me dei conta de que ele não tinha dito muita
coisa durante nossa caminhada até o refeitório.
— Você está bem, Thur? — perguntei.
— Eu? Ótimo, por quê? — ele respondeu, aliviando um
pouco a expressão no rosto.
— Você está quieto. —Vários jogadores do time de
futebol americano se aproximaram da mesa e se sentaram, rindo alto. Arthur
parecia um pouco irritado enquanto revirava a comida no prato. Chris Jenks
jogou uma batata frita no prato do Arthur.
— E aí, Thur? Ouvi dizer que você comeu a Tina Martin.
Ela estava falando um monte de você hoje.
— Cala a boca, Jenks. — disse Arthur, sem tirar os olhos da comida.
Eu me inclinei para frente, de forma que o gigante
sentado diante do Arthur pudesse sentir toda a força do meu olhar fulminante.
— Para com isso, Chris. — Os olhos de Arthur perfuraram os meus.
— Eu posso me cuidar sozinho, Lua.
— Desculpa, eu…
— Não quero que você peça desculpas. Não quero que
você faça nada. — ele retrucou, se afastando bruscamente da mesa e saindo como
um raio pela porta.
Finch olhou para mim com as sobrancelhas arqueadas.
— Nossa! O que foi aquilo? — Enfiei o garfo na batata e bufei.
— Não sei. — Chay deu um tapinha nas minhas costas.
— Não foi nada que você fez, Lua.
— Tem umas coisas acontecendo com ele. — acrescentou Melanie.
— Que tipo de coisas? — perguntei.
Chay deu de ombros e voltou à atenção para o próprio
prato.
— Você já devia saber que é preciso ter paciência e
saber perdoar para ser amigo do Arthur. Ele tem um mundo próprio.
Balancei a cabeça em negativa.
— Esse é o Arthur que todo mundo vê… não o Arthur que
eu conheço.
Chay se inclinou para frente.
— Não tem diferença entre um e outro. Você só tem que
seguir a onda.
Depois da aula, fui com Melanie até o apartamento e vi
que a moto do Arthur não estava lá. Entrei no quarto e me encolhi como uma bola
na cama dele, apoiando a cabeça no braço. Ele estava bem aquela manhã. Tínhamos
passado tanto tempo juntos, e eu não conseguia acreditar que não havia notado
que algo o chateara. E não era só isso, me perturbava o fato de que parecia que
Melanie sabia o que estava acontecendo, e eu não.
Minha respiração se acalmou e senti os olhos pesados,
não demorou muito para que eu caísse no sono. Quando acordei, o céu noturno já
tinha escurecido a janela. Ouvi vozes abafadas vindo da sala pelo corredor,
entre elas o tom grave do Arthur. Fui sorrateiramente até o corredor e parei
quando ouvi meu nome.
— A Lua entende, Thur. Não fique se martirizando. —
disse Chay.
— Vocês já vão juntos na festa de casais. Qual o
problema em chamá- la pra sair? — Melanie quis saber.
Meu corpo ficou tenso, e esperei para ouvir a
resposta.
— Não quero namorar a Lua… só quero ficar por perto.
Ela é… diferente.
— Diferente como? — perguntou Melanie, parecendo
irritada.
— Ela não atura as minhas merdas, e isso é
reconfortante. Você mesma disse, Mel. Eu não faço o tipo dela. Só não é… assim
com a gente.
— Você está mais próximo do tipo dela do que imagina.
—Melanie disse.
Recuei fazendo o mínimo de barulho possível e, quando
as tábuas do assoalho rangeram sob meus pés descalços, estiquei a mão e fechei
a porta do quarto de Arthur. Então voltei pelo corredor.
— Oi, Lua. — disse Melanie, com um largo sorriso. — Como foi o
cochilo?
— Desmaiei durante cinco horas. Isso está mais próximo
de um coma que de um cochilo. — Arthur ficou me encarando por um instante e, quando
sorri para ele, veio direto na minha direção e me puxou pelo corredor até o
quarto. Fechou a porta, e senti meu coração bater forte no peito, esperando que
ele dissesse algo para esmagar meu ego.
Ele juntou as sobrancelhas e disse:
— Desculpa, Flor. Fui um babaca com você hoje. —
Relaxei um pouco ao ver o remorso nos olhos dele.
— Eu não sabia que você estava bravo comigo.
— Eu não estava bravo com você. Eu só tenho o péssimo
hábito de atacar verbalmente aqueles com quem me importo. É uma desculpa tosca,
eu sei, mas eu sinto muito. — ele disse e me envolveu em seus braços.
Aninhei o rosto no peito dele e me ajeitei.
— Com o que você estava bravo?
— Nada de importante. A única coisa que me preocupa é
você. — Eu me
afastei para olhar para ele.
— Consigo lidar com seus acessos de raiva.
— Seus olhos ficaram tentando ler a expressão no meu
rosto antes de um sorrisinho se espalhar por seus lábios.
— Eu não sei por que você me aguenta, e não sei o que
faria se fosse diferente. — Eu podia sentir o cheiro de cigarro e menta em seu
hálito e olhei para sua boca. Meu corpo reagia à nossa proximidade. A expressão
no rosto de Arthur ficou diferente, sua respiração ficou instável… Ele também
tinha notado. Ele se inclinou milimetricamente na minha direção, e ambos demos
um pulo quando o celular dele tocou. Arthur suspirou e tirou o telefone do
bolso.
— Alô. O Hoffman Meu Deus… tá bom. Esses mil vão vir
fácil, fácil. No Jefferson? — Ele olhou para mim e piscou. — Estaremos lá. —
Então desligou e me pegou pela mão. — Vem comigo — e foi me puxando pelo
corredor. — Era o Adam. — ele
disse ao Chay. — O Brady Hoffman estará no Jefferson em uma hora e meia.
Chay assentiu e se levantou, pegando o celular do
fundo do bolso. Digitou as informações rapidamente, convidando para a luta os
que sabiam do Círculo. Aqueles dez membros, mais ou menos, enviaram mensagens a
outros dez e assim por diante, até que todos soubessem exatamente onde o ringue
estaria.
— Lá vamos nós! — exclamou Melanie, sorrindo. — É
melhor a gente se arrumar.
O ar no apartamento estava tenso e alegre ao mesmo
tempo. Arthur parecia ser o menos afetado, calçando rápido as botas e colocando
uma regata branca como se fosse sair para resolver algo trivial. Melanie foi
comigo pelo corredor até o quarto do Arthur e franziu a testa.
— Você tem que se trocar, Lua. Não pode usar isso pra
ver a luta.
— Usei uma droga de um cardigã da última vez e você
não falou nada! — protestei.
— Não achei que você fosse mesmo da última vez. Toma.
— ela me jogou umas roupas. — Veste isso.
— Não vou vestir isso.
— Vamos logo. — Chay gritou da sala de estar.
— Anda logo! — Melanie falou irritada, entrando
correndo no quarto de Chay.
Vesti o top frente-única amarelo decotado e a calça
jeans de cintura baixa que Melanie tinha jogado para mim. Depois coloquei
saltos altos e passei um pente no cabelo enquanto cruzava o corredor Melanie
saiu do quarto do Chay com um vestido verde curto, estilo baby doll, e sapatos
de salto combinando. Quando aparecemos, Arthur e Chay estavam parados à porta.
Arthur ficou boquiaberto.
— Ah, não! Você está tentando fazer com que eu seja
morto? Você tem que se trocar, Flor.
— O quê? — perguntei, olhando para baixo.
Melanie levou as mãos ao quadril.
— Ela está uma graça, Thur, deixe a menina em paz! —
Ele me pegou pela mão e me conduziu pelo corredor.
— Coloque uma camiseta… e tênis. Alguma coisa
confortável.
— O quê? Por quê?
— Porque, com essa blusinha aí, vou ficar mais
preocupado com quem está olhando pros seus peitos do que com o Hoffman. — ele
disse, parando na porta.
— Achei que você tinha dito que não ligava a mínima
para o que as pessoas achavam.
— A situação é diferente, Beija-Flor. — Arthur olhou
para o meu peito e depois para mim. — Você não pode usar isso para ir ver a
luta, então por favor… só… se troca, por favor. — ele gaguejou, me enxotando
para dentro do quarto e fechando a porta.
— Arthur! — gritei.
Eu me livrei dos sapatos de salto com um chute e
enfiei meu par de All Star Converse nos pés. Depois me contorci e tirei o top,
jogando-o do outro lado do quarto. Enfiei a primeira camiseta de algodão que vi
pela frente e corri até a sala, parando na entrada do apartamento.
— Tá melhor? — perguntei, bufando de raiva e puxando o
cabelo para prendê-lo num rabo de cavalo.
— Agora tá! — Arthur respondeu aliviado. — Vamos!
Fomos correndo até o estacionamento. Pulei na garupa
da moto enquanto ele ligou o motor com tudo e saiu voando pela estrada até a
faculdade. Apertei a cintura dele, tamanha era minha expectativa a correria na
hora de sair tinha enviado ondas de adrenalina por minhas veias. Arthur subiu
no meio-fio com a moto e a estacionou na sombra, atrás do Pavilhão Jefferson de
Humanas. Pôs os óculos de sol no alto da cabeça e me agarrou pela mão, sorrindo
enquanto seguíamos sorrateiramente até a parte de trás do prédio. Paramos ao
lado de uma janela aberta perto do nível do chão. Arregalei os olhos quando me
dei conta do que faríamos.
— Você só pode estar brincando! — Arthur sorriu.
— Essa é a entrada VIP. Você devia ver como o resto do
pessoal entra. — Balancei
a cabeça enquanto ele enfiava as pernas ali para entrar, sumindo de vista logo
depois. Eu me abaixei e o chamei no meio da escuridão.
— Arthur!
— Aqui embaixo, Flor. É só descer, os pés primeiro.
Vem, eu te seguro!
— Você está louco se acha que vou pular no escuro!
— Eu te seguro, prometo! Anda logo, vai!
— Suspirei, levando a mão à testa.
— Isso é loucura! — Eu me sentei no parapeito da janela e fui indo para
frente, até que metade do meu corpo ficou pendurado no escuro. Virei de barriga
para baixo e tentei tatear o chão com os dedos dos pés. Esperei que meus pés
encostassem na mão do Arthur, mas perdi a pegada, soltando um gritinho agudo
quando caí para trás. Duas mãos me seguraram e ouvi a voz dele no escuro.
— Você cai que nem menina. — ele disse, dando uma
risadinha. Ele me
pôs no chão e me puxou ainda mais para a escuridão. Depois de uns doze passos,
eu já podia ouvir a gritaria familiar de números e nomes, e uma luz se acendeu.
Havia uma lanterna no canto, que iluminava a sala o suficiente para eu
conseguir ver o rosto do Arthur.
— O que estamos fazendo? — perguntei.
— Esperando. O Adam tem que fazer o discurso de
abertura dele antes de eu entrar. — Fiquei inquieta.
— É melhor eu ficar esperando aqui ou entrar? Pra onde
eu vou quando a luta começar? Cadê o Chay e a Mel?
— Eles foram pela outra entrada. É só me seguir, não
vou deixar você entrar naquele tanque de tubarões sem mim. Fique perto do Adam,
ele vai impedir que te esmaguem. Não posso cuidar de você e dar socos ao mesmo
tempo.
— Me esmaguem?
— Vai ter mais gente aqui hoje. O Brady Hoffman é da
Estadual. Eles têm o Círculo deles lá. Vai ser a nossa galera e a galera deles,
então vai ficar uma doideira lá no salão.
— Você está nervoso? — perguntei. Ele sorriu, baixando o olhar para mim.
— Não. Mas você parece que está um pouco.
— Talvez. — admiti.
— Se isso fizer você se sentir melhor, não vou deixar
nem ele encostar em mim. Não vou deixar ele me acertar nem uma vez, pra agradar
os fãs dele.
— Como vai fazer isso? — Ele deu de ombros.
— Geralmente deixo que eles acertem uma… para parecer
justo.
— Você… deixa as pessoas te acertarem?
— Que graça teria se eu só massacrasse o adversário e
nunca levasse nenhum soco? Isso não seria bom para os negócios, ninguém
apostaria contra mim.
— Que monte de baboseira. — falei, cruzando os braços. Arthur ergueu uma
sobrancelha.
— Você acha que estou te zoando?
— Acho difícil acreditar que você só leva um golpe
quando deixa.
— Quer fazer uma aposta, Lua Blanco? — ele me
perguntou sorrindo, com um brilho nos olhos.
Sorri de volta.
Hello Hello :)
Acho que vem uma aposta por aí eim... Vamos ver no que vai dar...
Com mais 10 comentários, posto o próximo capítulo.
Posta mais ,acho q o bicho do cies picou o thur em
ResponderExcluirBrenda como sempre deixa agente no suspense, Já quero outro Capítulo, Vamo comenta gente *---*
ResponderExcluirPosta posta posta !! Ta muitooo boomm
ResponderExcluirPosta mais esssa fic e perfeita
ResponderExcluir++++++++++++++++++
ResponderExcluirPodia rolar uma maratona né ,posta mais pfv
ResponderExcluirPosta mais pfv
ResponderExcluirPosta maiss
ResponderExcluirPodia rolar uma maratona neh kkk posta mais amandoo
ResponderExcluirHmmmmmmmmmm.... Apostaa??? Com Arthur Aguiar ?? Nunca da certoo !! 😂 , Esse casal é um apegoo ❤❤
ResponderExcluiracho que esse comportamento do Arthur esta cheirando a CIUMES
ResponderExcluirposta ++++++++
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